HOMOSSEXUALIDADES FEMININAS
No caso das lésbicas, a história é similar à dos homens homossexuais, embora a expressão da sua sexualidade seja muito fluída (Baumeister, 2000; Diamond, 2000, 2003). As mulheres lésbicas tendem a recordar infâncias menos convencionais do que as mulheres heterossexuais, incluindo características como serem «marias-rapazes», líderes, invulgarmente activas ou exploratórias, preferindo a companhia de rapazes, as roupas de rapazes, jogos e brinquedos de rapazes. No entanto, não podemos assumir automaticamente que uma menina «maria-rapaz» será uma mulher lésbica. Muitas raparigas com essa característica atípica não o serão. Por outro lado, nem todas as mulheres lésbicas relatam serem arrapazadas quando crianças. Contudo, estatisticamente, existe uma associação entre traços de infância e sexualidade adulta (Bell et al., 1981; Singh, Vidaurri, Zambarano & Dabbs, 1998) e, com base nas nossas próprias conversas com mulheres lésbicas, podemos afirmar que as mulheres lésbicas marcadamente «butch» (masculinas na acção) na vida adulta relataram ter sido «marias-rapazes» quando crianças. Embora não tenha sido publicado nenhum estudo prospectivo importante, comparável ao estudo dos rapazes de Green (1985), sobre raparigas como estas, a nossa pesquisa de terreno aponta claramente no sentido de que as lésbicas marcadamente masculinizadas tiveram quase sempre infâncias atípicas.
A nossa tipologia das homossexualidades femininas destaca um terceiro tipo entre os dois tipos extremos de lésbicas butch e femme, de modo a dar ênfase ao carácter mais fluído da sexualidade de género feminina, mais aberta às influências psicossociais e culturais (Diamond, 2000; Diamond, 2003; Baumeister, 2000; Baumeister, Catanese & Vohs, 2001; Pattatucci & Hamer, 1995). O estudo de Singh, Vidaurri, Zambarano & Dabbs (1999) descobriu que as diferenças que ocorrem naturalmente nos níveis de testosterona entre as lésbicas permitem distinguir dois subtipos de lésbicas: butch ou lésbicas masculinizadas e femme ou lésbicas femininas. As próprias lésbicas classificam-se nesses dois grupos em função da constituição corporal, do peso, do modo de andar, do estilo de vestir e das atitudes. As lésbicas butch são maiores em tamanho, mais activas e menos bonitas do que as lésbicas femme (Loulan, 1990). O grau de masculinidade das lésbicas butch foi predito pelos níveis de testosterona salivar (Pearcey, Dochert & Dabbs, 1996). Além disso, as lésbicas butch revelaram estar envolvidas em mais relações nos dois últimos anos, relataram menor desejo de dar à luz mas maior desejo de cuidar das crianças das lésbicas femme e eram muito menos propensas a adoptar um estilo submisso de participação sexual. Também disseram apreciar mais os materiais eróticos do que as restantes mulheres. Estes dados sugerem claramente que o estilo das lésbicas butch se aproxima muito dos comportamentos sexuais típicos dos homens.
No caso das lésbicas, a história é similar à dos homens homossexuais, embora a expressão da sua sexualidade seja muito fluída (Baumeister, 2000; Diamond, 2000, 2003). As mulheres lésbicas tendem a recordar infâncias menos convencionais do que as mulheres heterossexuais, incluindo características como serem «marias-rapazes», líderes, invulgarmente activas ou exploratórias, preferindo a companhia de rapazes, as roupas de rapazes, jogos e brinquedos de rapazes. No entanto, não podemos assumir automaticamente que uma menina «maria-rapaz» será uma mulher lésbica. Muitas raparigas com essa característica atípica não o serão. Por outro lado, nem todas as mulheres lésbicas relatam serem arrapazadas quando crianças. Contudo, estatisticamente, existe uma associação entre traços de infância e sexualidade adulta (Bell et al., 1981; Singh, Vidaurri, Zambarano & Dabbs, 1998) e, com base nas nossas próprias conversas com mulheres lésbicas, podemos afirmar que as mulheres lésbicas marcadamente «butch» (masculinas na acção) na vida adulta relataram ter sido «marias-rapazes» quando crianças. Embora não tenha sido publicado nenhum estudo prospectivo importante, comparável ao estudo dos rapazes de Green (1985), sobre raparigas como estas, a nossa pesquisa de terreno aponta claramente no sentido de que as lésbicas marcadamente masculinizadas tiveram quase sempre infâncias atípicas.
A nossa tipologia das homossexualidades femininas destaca um terceiro tipo entre os dois tipos extremos de lésbicas butch e femme, de modo a dar ênfase ao carácter mais fluído da sexualidade de género feminina, mais aberta às influências psicossociais e culturais (Diamond, 2000; Diamond, 2003; Baumeister, 2000; Baumeister, Catanese & Vohs, 2001; Pattatucci & Hamer, 1995). O estudo de Singh, Vidaurri, Zambarano & Dabbs (1999) descobriu que as diferenças que ocorrem naturalmente nos níveis de testosterona entre as lésbicas permitem distinguir dois subtipos de lésbicas: butch ou lésbicas masculinizadas e femme ou lésbicas femininas. As próprias lésbicas classificam-se nesses dois grupos em função da constituição corporal, do peso, do modo de andar, do estilo de vestir e das atitudes. As lésbicas butch são maiores em tamanho, mais activas e menos bonitas do que as lésbicas femme (Loulan, 1990). O grau de masculinidade das lésbicas butch foi predito pelos níveis de testosterona salivar (Pearcey, Dochert & Dabbs, 1996). Além disso, as lésbicas butch revelaram estar envolvidas em mais relações nos dois últimos anos, relataram menor desejo de dar à luz mas maior desejo de cuidar das crianças das lésbicas femme e eram muito menos propensas a adoptar um estilo submisso de participação sexual. Também disseram apreciar mais os materiais eróticos do que as restantes mulheres. Estes dados sugerem claramente que o estilo das lésbicas butch se aproxima muito dos comportamentos sexuais típicos dos homens.
Os casais de lésbicas são fortemente diferenciados e existem indicações de que os membros «butch» têm níveis significativamente mais elevados de testosterona que as lésbicas femme. Pearcey, Docherty & Dabbs (1996) descobriram que a testosterona salivar está associada com a classificação «butch/femme», mas somente quando analisada a partir do interior da relação das parceiras. E recentemente Lippa (2007) descobriu que as lésbicas, provavelmente butch, tal como os homens, exibem um elevado sex drive, o que sugere o papel fundamental desempenhado pela testosterona na motivação sexual (Baumeister, Catanese & Vohs, 2001), bem como na violência doméstica verificada nos casais de lésbicas (Rohrbaugh, 2006; Liu, 2003; Kuehnle & Sullivan, 2003; Pitt & Dolan-Soto, 2001; Pitt, 2000). Apesar da pesquisa genética ainda não ter fornecido dados conclusivos (Pattatucci & Hamer, 1995), o conjunto dos dados disponíveis apoiam a noção de que existe uma componente biológica na orientação sexual feminina (Bailey, Pillard, Neale & Agyei, 1993; Bailey & Benishay, 1993) e, pelo menos o tipo masculinizado de homossexualidade feminina, é explicável pela hipótese neuro-hormonal, de resto bem fundamentada pelo estudo de populações clínicas (CAH).
Joaquim Francisco Saraiva de Sousa (Extracto alterado da Tese de Doutoramento)
Prezado Autor,
ResponderEliminarSeria mais interessante se as referências bibliográficas viessem junto, ou seja, como saber de quais livros se fala aqui só pelo sobrenome e ano?
Já agora: sua tese está online e onde? Se não, poderia listar aqui a bibliografia?
Grata,
maristela