segunda-feira, 28 de abril de 2008

Natureza e Vida: Notas sobre BioFilosofia

«Filosofar sobre a natureza significa criar a natureza». (Schelling)
A teoria holística da vida e da natureza «tenta transcender a duradoura controvérsia vitalismo-mecanicismo. Ela concorda com os mecanicistas ao afirmar a unidade da natureza, reconhecendo na vida dos organismos diferenças de grau com relação ao restante do mundo físico, embora não difira dele em espécie. E também concorda com os vitalistas ao enfatizar que os organismos são totalidades orgânicas, que não podem ser reduzidas à física e à química de sistemas mais simples. De facto, a teoria holística considera toda a natureza como viva e, nesse aspecto, representa uma versão actualizada do animismo pré-mecanicista». (Rupert Sheldrake)
Alfred North Whitehead, Alexander e Ernst Bloch são alguns dos maiores filósofos contemporâneos que recuperaram essa imagem da natureza como "organismo vivo". A biologia molecular procura explicar os processos comuns aos seres em função do estatuto particular conferido aos seres pela sua própria origem e pelo seu próprio fim. Trata-se, portanto, de um novo paradigma biológico, cuja originalidade reside na metamorfose do conceito de vida. O reconhecimento da unidade dos processos físico-químicos ao nível molecular constitui efectivamente uma crítica severa do vitalismo. A biologia molecular demonstrou pretensamente que não existe entidade metafísica escondida atrás da palavra vida. Qualquer uma das suas propriedades pertence aos elementos que compõem a matéria. Entre a matéria inerte e a «matéria viva» não há nenhuma mudança de essência: a vida é constituída pelos mesmos elementos que compõem a matéria inerte. A única diferença reside na organização desses elementos: os seres vivos são sistemas extremamente complexos, que devem ser analisados na sua estrutura, no seu funcionamento e na sua história.
Jacques Monod caracterizou os sistemas vivos por três propriedades fundamentais: teleonomia, morfogénese autónoma e reprodução invariante, que se encontram estreitamente associadas em todos os sistemas vivos. A mais fácil de definir quantitativamente é a reprodução invariante: Monod definiu o «conteúdo de invariância» de uma dada espécie como sendo «igual à quantidade de informação que, transmitida de uma geração à seguinte, assegura a conservação da norma estrutural específica». Embora pareça evidente, a teleonomia é uma noção que se revela profundamente ambígua à análise, uma vez que implica a ideia subjectiva de projecto. Monod optou por definir, arbitrariamente, o «projecto teleonómico essencial» como «o que consiste na transmissão, de uma geração a outra, do conteúdo de invariância característico da espécie». Estas três propriedades dos sistemas vivos não são, como julgava o vitalismo, três manifestações de uma mesma e única propriedade mais fundamental e mais íntima, inacessível a toda a observação directa.
O «segredo da vida» reside, pelo contrário, no tipo de relação que se estabelece entre as três propriedades dos sistemas viventes: Monod estabeleceu-o ao dizer que a invariância genética se exprime e se revela apenas através e graças à morfogénese autónoma da estrutura que constitui o sistema teleonómico. Daqui resulta que, em primeiro lugar, a invariância reprodutiva precede necessariamente a teleonomia e, em segundo lugar, o estatuto destas três noções não é o mesmo. A invariância e a teleonomia constituem efectivamente propriedades características dos seres vivos. Quanto à estruturação espontânea deve ser considerada antes como um mecanismo, que intervém tanto na reprodução da informação invariante como na construção das estruturas teleonómicas.
A biologia moderna só aceita como única hipótese válida a tese segundo a qual a invariância precede necessariamente a teleonomia. Isto significa que, em termos darwinianos, a aparição, a evolução e o aperfeiçoamento progressivo das estruturas cada vez mais intensamente teleonómicas são devidas a perturbações ocorridas numa estrutura possuindo já a propriedade de invariância. Esta estrutura é capaz de conservar ao acaso e de submeter os seus efeitos ao jogo da selecção natural. A teoria da evolução esboçada por Monod não é rigorosamente a de Darwin, mas uma nova teoria que implica o conhecimento dos mecanismos químicos da invariância reprodutiva e da natureza das perturbações (mutações) a que estão sujeitos estes mecanismos. A teoria selectiva da evolução de Darwin só conseguiu todo o seu significado, toda a sua precisão e toda a sua certeza, quando se «criou», no século XX, a biologia molecular.
Da fusão da teoria molecular com a teoria da evolução surgiu uma nova síntese teórica ou um novo paradigma científico, que é a teoria molecular da evolução. Uma tal teoria sintética e unificada tem a seu favor poderosos argumentos de método, dos quais Monod destaca apenas três. Até ao presente, a teoria selectiva da evolução foi a única a ser compatível com o «postulado da objectividade», a ser compatível com a física moderna, e a assegurar em definitivo a coerência epistemológica da biologia, conferindo-lhe o seu lugar entre as ciências da «natureza objectiva». Monod defende explicitamente a tese de que a unidade das ciências biológicas reside na teoria selectiva e molecular da evolução. Podemos ir ainda mais longe e dizer que a biologia molecular considerada como paradigma científico é uma teoria selectiva e molecular da evolução. O novo paradigma rompeu completamente com todas as teorias ideológicas da vida, que ocupavam anteriormente o lugar que, por direito, pertence às teorias científicas da vida: o Continente Vida.
Monod classificou as teorias da vida, de acordo com a natureza e a extensão do princípio teleonómico a que fazem apelo, em dois grupos fundamentais: as teorias vitalistas e as teorias animistas, às quais convém acrescentar as teorias mecanicistas e as teorias sistémicas. Aliás, o vitalismo deriva, de certo modo, do animismo e, por isso, não se justifica tratá-lo à parte ou isoladamente, como faz Monod. A escolha filosófica é mais entre a teoria mecanicista da natureza e da vida, com Deus como figura opcional, e a teoria da natureza como algo vivo, mas sem Deus, ou a teoria de um Deus vivo junto da sua "criação", a natureza viva (J. Cobb; Ch. Birch).
1) As teorias vitalistas que, como o vitalismo metafísico de Bergson, admitem um princípio teleonómico ao qual é expressamente atribuído não operar senão no seio da biosfera, donde resulta uma distinção radical entre os seres vivos e o universo inanimado. O vitalismo (H. Driesch) sustenta que os organismos vivos são animados e não inanimados, sendo organizados por almas imateriais, factores vitais, impulsos formativos ou enteléquias. Isto significa que o vitalismo é um desenvolvimento da teoria animista da natureza que predominou na Europa antes da revolução científica mecanicista. Mas, ao contrário desta última que tratava toda a natureza como viva, o vitalismo confinou a vida aos organismos biológicos, deixando a restante natureza aos cuidados da física mecanicista.
2) As teorias animistas que, como o progressismo cientista de Teilhard de Chardin ou o animismo metafísico de Leibniz, apelam para um princípio teleonómico universal, responsável pela evolução cósmica e pela evolução da biosfera, no seio da qual esse princípio se exprimiria de modo apenas mais preciso e intenso. Como escreve Monod: «Estas teorias vêem nos seres vivos os resultados mais acabados e perfeitos de uma evolução universalmente orientada que culminou, porque devia culminar aí, no homem e na humanidade». Quer sejam vitalistas ou animistas, as teorias ideológicas da vida pressupõem a mesma hipótese de que a invariância é protegida, a ontogenia guiada, a evolução orientada, por um princípio teleonómico inicial, do qual todos estes fenómenos seriam manifestações.
Esta hipótese é o inverso da hipótese defendida actualmente pela biologia molecular, segundo a qual a invariância precede necessariamente a teleonomia. O carácter ideológico, quer dizer não-científico do vitalismo e do animismo, transparece claramente no abandono, parcial ou total, confessado e consciente ou não, do postulado da objectividade que se define como «a recusa sistemática em considerar como podendo conduzir a um "verdadeiro" conhecimento toda a interpretação dos fenómenos, dada em termos de causas finais, quer dizer, de "projecto"» (Monod). No entanto, os seres vivos são seres que se caracterizam por um projecto teleonómico essencial. Isto significa que a biologia molecular deve ser necessariamente mecanicista para salvaguardar a sua «objectividade»?
François Jacob demonstrou que o reconhecimento da «finalidade» dos sistemas vivos implica necessariamente uma crítica radical do reducionismo e consequentemente (como pensamos) do mecanicismo. Contrariamente à biologia clássica, a biologia moderna exige, nas suas análises, uma referência constante ao projecto dos organismos, ou seja, ao «sentido» que confere a própria existência às suas estruturas e às suas funções. A estrutura não pode ser dissociada do seu significado, não só no organismo mas igualmente na sucessão dos acontecimentos que conduziram o organismo a ser o que ele é: «Todo o sistema vivente é o resultado de um certo equilíbrio entre os elementos duma organização. A solidariedade desses elementos faz com que cada modificação levada a qualquer ponto ponha em causa o conjunto das relações e produza mais cedo ou mais tarde uma nova organização. Isolando sistemas de natureza e complexidade diferentes, tenta-se reconhecer-lhes os constituintes e justificar-lhes as relações. Mas qualquer que seja o nível estudado, quer se trate de moléculas quer de células, de organismos ou de populações, a história é apresentada como perspectiva necessária e a sucessão como princípio de explicação. Cada sistema vivente resulta, portanto, de dois planos de análise, de dois cortes, um horizontal, outro vertical, que apenas podem ser dissociados para comodidade de exposição. Por um lado, há que distinguir os princípios que regem a integração dos organismos, a sua construção, o seu funcionamento; por outro lado, os que dirigiram as suas transformações e a sua sucessão. Descrever um sistema vivente é referir-se tanto à lógica da sua organização como à da sua evolução» (Jacob).
Da integração destas duas lógicas resulta, como já vimos, a unificação da biologia evolutiva e da biologia molecular, isto é, a unificação da própria biologia, cujo paradigma — a teoria molecular-selectiva da evolução — constitui aquilo a que se chama a Síntese Moderna. A ecologia, a etologia, a neurociência, a imunologia, a sociobiologia, a primatologia e a nova botânica, entre outras, são ciências naturais que fazem parte integrante da Nova Síntese. Cada uma delas soube alargar e aplicar a teoria da evolução ao seu campo específico de «análise». A moderna teoria da evolução representa, portanto, uma unidade de explicação comum às diversas ciências biológicas (E. Mayr). Para todos os efeitos, a natureza parece estar a voltar novamente à vida no âmbito da teoria científica e filosófica, tornando-se cada vez mais difícil justificar a negação da vida da natureza, bem louvada pela hipótese Gaia de James Lovelock.
J Francisco Saraiva de Sousa

85 comentários:

  1. Como vê, Papillon, eu não vou "secar", apesar de não ter vontade de revelar tudo o que sei. Mas estou a esforçar-me para recuperar o encanto e lutar mais, sem pensar na morte e no "em vão". Desde que fui hospitalizado fiquei deveras distante dos tugas: perdi a confiança neles...

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  2. Estou com ideia de repensar toda a biologia contemporânea e explicitar conceptualmente a filosofia subjacente à genética molecular. O projecto da filosofia médica vai ser elaborado aos poucos. Os estudos genéticos ou mesmo neurocientíficos revelam algumas "anomalias" que põem em cheque o mecanicismo cru. (ando a utilizar a terminologia de Kuhn!)

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  3. ah ah ah

    isso é muito misterioso: "n revelarei td o que sei"...
    Vá lá, n seja misantropo! O ser humano é um bicho magnífico! Se n gosta da espécie portuguesa, entregue-se aos alemães, seus irmãos por afinidade.
    Foi hospitalizado? Espero que esteja recuperado da doença e que recupere da confiança! N seja um animal melindrado! N tem a ver consigo.

    Já leio o seu texto.

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  4. Papillon

    Fiz algumas alterações. Com o tempo pretendo criticar severamente a teoria do gene egoista e do relojoeiro cego de Richard Dawkins: é biologia capitalista!
    Quanto a Darwin, ele não é tão mecanicista quanto se julga; pelo contrário, nele a natureza torna-se história e "mãe" ou mesmo uma deusa: toda criadora, tal como o acaso em Monod. Pena a obra do embriologista Hans Driesch não estar disponível! Descartes teve dificuldade em apresentar a sua teoria da formação dos fetos. Aliás, a embriologia é o maior inimigo do mecanicismo redutor. :)

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  5. Portanto, não nego a eficácia da ciência "mecanicista", mas procuro uma integração ou complementação que só pode ser realizada pela filosofia. A crise ecológica exige essa mudança de perspectivas: reencantar a natureza, de modo a sensibilizar as pessoas metabolicamente reduzidas para a necessidade de alterar o seu estilo de vida esbanjador e medíocre.

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  6. Para animar o debate reproduzo parte de comentários feitos noutro post:

    "Estava a reler o livro de Rupert Sheldrake, "O Renascimento da Naturez", mas não simpatizo muito com a ideia da hipótese de Gaia encarada como um regresso ao "animismo".
    A teoria dos campos mórficos ou da causalidade formativa de Sheldrake é curiosa mas joga com uma concepção demasiado "feminina" da natureza, embora pareça retomar a ideia humeana do hábito em vez da lei, explicando os fenómenos por ressonância mórfica: o passado a agir sobre o presente, via informação.
    Penso que uma ontologia do ser como relação (relacional) resolve o problema da filosofia da natureza sem violentar muito a ciência!
    Sheldrake tem uma ideia interessante que já referi sem a conhecer: o contraste entre o peregrino e o turista. Um participa nos lugares que visita e soma a sua energia à desses lugares; o outro é mero espectador e subtrai energia. O turismo como forma secularizada da peregrinação!" (fim de auto-citação!)

    Como se vê, a mediação de Engels e Ernst Bloch ajuda a mudar de lentes e a ver a realidade natural de um outro modo: mais qualitativo em vez de quantitativo. :)

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  7. Olá! Só agora consegui ler o seu texto, qual néctar meloso para esta borboleta! É muito boa a sua fonte. ;)

    "Falando sério" como diria o nosso André:

    A teoria holística de Sheldrake é herdeira da teoria holística da "Ética da Terra" de Leopold, não é? Uma ética da vida na qual o estatuto moral reside no ecossistema ou na comunidade biótica e que o valor de cada indivíduo (de que espécie seja) reside na sua instrumentalização em benefício da comunidade.
    É claro que isto é muito questionável, e por isso gostaria que me esclarecesse o seu ponto de vista - mais no sentido da ética ambiental ou de uma filosofia da natureza - para eu perceber melhor.

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  8. Sheldrake elaborou de modo independente a sua filosofia da natureza, em diálogo com a mecância quãntica, em ruptura com o mecanicismo predominante.
    Acho a teoria dele engenhosa, até porque encara a natureza como "memória". Mas retoma certas teorias muito religiosas ou, pelo menos, dialoga com elas, aceitando a velha ideia de natureza como mãe ou mesmo deusa.
    A ética do ambiente coloca, como sabe, sérios desafios à teoria filosófica: a natureza não é um parceito de diálogo racional. Por isso, prefiro retomar Schelling via Bloch. Schelling inverteu Kant e retomou o seu "génio" atribuindo-o à natureza: um pensamento ecológico sério. É preciso rever a teoria em função da "economia da informação". Bloch viu a técnica até à fissão do átomo apenas.

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  9. A fonte são os meus neurónios em consonância e ressonância mórfica com os campos mórficos dos meus mestres! :)

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  10. Hmmm... Leopold tb diz que não acedemos totalmente à essência do ente biótico, é sempre mais de que um relógio. Aliás, isto é premissa em qq ética da vida, tb Paul Taylor diz que o ser humano é ser energético, vulnerável e contigente, tal como a Natureza. Há sempre a tentativa de destituir o ser humano do seu estatuto de conquistador todo-poderoso e como propósito derradeiro da evolução.
    Bom, continuo sem captaaaaaar

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  11. Eu quero que ressoem em mim as grandes partituras da História e que me façam vibrar em vagas de alegria e força até ao fim!

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  12. Oi Papillon

    Uma obra interessante é "Evil and World Order" de William I. Thompson, onde lança o conceito de "enantiodromia": qualquer processo social, para a realização de um valor, transforma-se no seu oposto quando integralmente completo. De certo modo, é o que aconteceu com certas políticas.

    Essa ideia de Leopold é muito comunitarista e, por isso, soa-me a ideia conservadora. O conceito de natureza criativa e prenhe de futuro é melhor, porque nos obriga a ajudá-la a dar à LUZ e VIDA. Coprodutividade... Evitar aquilo que se faz com os cereais que leva à subida dos preços e à fome dos menos favorecidos. As novas energias têm esse lado "negro": cultivar para o abastecimento energético. Isso não é coprodutividade! É capitalismo irresponsável entregue à sua lógica irracional do lucro: ideia-fetiche e letal.

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  13. nota: Schelling parece-me (mas corrija-me se estou errada) fazer a estetização da natureza, na senda da analítica do sublime de Kant. Ora, este argumento estético da natureza é, precisamente, muito subjectivo, muito humano!

    Sim, a ideia de Leopold foi acusada de fascista! É insustentável. Mas foi o primeiro a falar de uma teoria holística ecológica, daí ter suposto relação com Sheldrake.

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  14. Eu n concordo consigo. A Natureza n precisa que nós sejamos enfermeiros parteiros. A menos q o diga no sentido de uma oposição à desvastação e prostituição: preservação da Natureza.

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  15. Olá, ammigos!
    Papillon, como vc está poética hoje :) Gostei da expressão "vagas de alegria". É muito bonita!

    Francisco, o tema da BioFilosofia é fascinante! Foi uma bela escolha.
    Se não me engano, o conceito de enantiodromia apareceu, pela primeira vez, nos fragmentos de Heráclito. Carl Gustav Jung afirmava que a enantiodromia é o princípio que governa todos os ciclos da vida natural, desde o menor até o maior. Ele conferiu à enantiodromia um status de lei psíquica.
    Thompson aplica este termo aos processos sociais? Gostaria de saber como ele faz isto.
    Cumprimentos

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  16. André

    Sim, ele foi buscar o termo a Jung. Ele insere esse princípio na biologia cognitiva e na visão ecológica do mundo.

    Papillon

    Não é bem uma estetização: a natureza é genial no sentido de criar sem regras. É evidente que a vida humana está ligada à natureza e, por isso, não receio esse jogo com a natureza, embora sejamos (os humanos) muito fracos em relação às forças naturais imprevisíveis. Há o sublime natural: a força da destruição dsa forças naturais.

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  17. Papillon

    Não se esqueça o romantismo e da sua ideia de Natureza: aí está uma das fontes; a outra é mística (cabala).

    André

    Thompson usa o termo como princípio fundamental da nova maneira de pensar os organismos vivos que expressam dinâmica, na qual os opostos são inerentes e a oposição é essencial. Sim, Heráclito e o pensamento dialéctico.

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  18. Amigos

    Estou a esforçar-me, mas eu fui educado e socializado na linha dura da ciência. Isto significa que sou redutor e molecular, mas procuro um complemento mais encantador. paracelsus e Schelling serão tratados à parte noutros posts em Maio. :)

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  19. Francisco, não acho que vc seja redutor. Pelo contrário, noto nos seus textos uma preocupação em estabelecer conexões entre áreas distintas do conhecimento humano. Aguardo ansiosamente um post sobre Paracelsus :)

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  20. André

    Mais para a frente vou ver se consigo sintetizar a ecoperspectiva de Thompson.
    Queria editar o Paracelsus mas é melhor deixar para Maio.
    hoje devia comentar o Novo Código do Trabalho, mas irritei-me com o sindicalista e vejo futebol. :)

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  21. Francisco, não se oprima com o excesso de trabalho e de idéias :)

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  22. As ideias têm um efeito libertador em mim. Sim, mas sem opressão. Quanto mais stressado, fico mais produtivo e aceito a crítica ou a pressão desde que sinta ser acompanhado. Caso contrário, entro automaticamente em "greve mental e cognitiva".

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  23. "Greve mental e cognitiva" é uma boa expressão!
    Também aceito ser criticado, desde que se estabeleça entre mim e o meu interlocutor uma relação paritária, na qual cada um respeite o outro e o reconheça como um sujeito capaz de verdade-capax veritatis (verdade, compreendida aqui como um desvelamento).

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  24. Exacto...
    Estive a ver um documentário sobre a arquitectura portuguesa na cidade da Beira/Moçambique. Meu Deus, está tudo destruído e era uma cidade cosmopolita.
    Achei graça aos miúdos encantados com os nossos e vossos programas. Pena que os governantes moçambicanos não tenham compreendido que a expropriação dos portugueses e a sua expulsão dariam esse resultado: ruínas de um bom passado colonial.
    Se a independência tivesse sido dada aos portugueses lá radicados, a destruição e a miséria não teriam tomado conta daquele território. De certo modo, foram racistas e avarentos.
    Mas não quero pensar nisso e na destruição dos animais selvagens... Uma tristeza!
    Já é tarde aqui. Distrai-me.
    Cumprimentos

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  25. Mais uma razão para rever a atitude dos revolucionários do 25 de Abril e o abandono dos portugueses à humilhação, à tortura, à prisão e à morte. Mas esta face da chamada revolução dos cravos é esquecida pela democracia corrupta portuguesa.
    As pessoas deviam unir-se e levá-los a tribunal: crimes contra a Humanidade! Como eles fazem cm certos lideres dos expaíses do Leste! Hipocrisia total! Não suporto uma história que falsifica intencionalmente o passado para dar grandeza a obras que carecem de grandeza! Mas a TV está a ser um pouquinho ousada!

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  26. Quanto aos "crimes contra a Humanidade", estava a exagerar sem exagero, porque não sou carrasco.
    Mas conheço moçambicanos que vieram de Moçambique e relatam coisas terríveis que aconteceram mesmo antes da independência, salvo erro em 1975. As tropas portuguesas abandonaram os quartéis, os portugueses, os seus bens. Estes foram impedidos de transferir dinheiro para Portugal, os consulados pouco protecção davam e muitas vezes ficavam com o dinheiro, muitos portugueses foram presos, torturados e alguns mortos, houve uma big manifestação em que as massas matavam todos os animais que fossem brancos, os bens foram nacionalizados e as "tropas" (terroristas da Frelimo) colocadas à porta, havia rusgas a casas particulares feitas pelos guerrelheiros em busca de dinheiro e ouro, há fotografias de farmers presos a árvores, espancados e mortos brutalmente mas antes foram obrigados a assistir a violação das mulheres ou filhas, enfim cenas macabras. Os negros queriam apropriar-se das mulheres brancas e iam às casas para as comprar! Foram momentos difíceis de sobrevivência para essas pessoas que tb não foram muito amigas umas das outras.
    Mas os democratas ou pseudodemocratas encobrem esse lado, dizendo que foi uma independência/descolonização impecável. Ainda são vivos e continuam a fazer-se heróis de uma história falsificada. A luso-corrupção, filha da burrice congénita, abafa tudo, talvez por estupidez natural, talvez por inveja e maldade.
    Fiquei contente por os beirenses de hoje lutarem contra a corrupção da capital: Lourença Marques, hoje Maputo. Tive a ler as suas histórias: mais outras mentiras forjadas pela Frelimo. Seres miseráveis! :(

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  27. Mais: há fotografias que exibem órgãos genitais masculinos arrancados do corpo e pendurados em paus! Acredito que a tropa portuguesa fizesse algo parecido aos terroristas! Mas nessa altura era a Guerra Colonial.

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  28. Excelente ensaio!
    Há coisas a dizer sobre a Nova Sintese que requerem tempo.

    I'll be back !!!

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  29. Vou ver se edito "Hegel e o problema da morte", embora não tivesse a intenção de editar nada de substancial antes de Maio.
    O Prós e Contras de ontem com a presença do sindicalista deu cabo dos meus planos: não suporto o homem e, para não o atacar, é melhor silenciar. Mas estou do lado do Ministro e do Novo Código de Trabalho.

    Manuel

    Não me esqueci da pobreza e destruição cultural. Maio...

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  30. Mas …
    O facto de ser a melhor explicação ( teoria moderna da evolução ) não permite concluir que é a explicação. E entre o conhecimento da explicação e o do funcionamento, daria prioridade a este.
    Na perspectiva do funcionamento, a Síntese Moderna ainda plasma em redor de uma noção de natureza que já tem vindo à polémica noutras oportunidades: a de equilíbrio. È que mesmo quando o dizemos dinâmico não deixamos de lhe atribuir uma carga harmónica e organizativa que a meu ver só faz sentido quando olhamos para a natureza como fotografia obtida em modo panorâmico e esquecemos a longa metragem em vários modos que lhe caracteriza o funcionamento e onde a conflitualidade tem um papel ainda mal percebido. Não se conhece espécie que não tenha incorporados intuitos de dominância de base conflitual, essa sim, metódica. Se não os realiza é por limitações do polinómio em cuja base interage com o meio ( lato senso ) em que tem o seu nicho. Por isso os clímax climáticos são apenas conceptuais. E é porque a vida se transforma a si própria que é difícil estabelecer ( prever ) os limites do suporte à dinâmica das populações, pois nem sequer o factor tempo pode ser tido por constante. Os tempos dos ciclos biológicos não são susceptíveis de serem sincronizados. São tempos próprios e variáveis em si mesmo. Isto para concluir que se os ciclos curtos podem ser analisados em corte, os ciclos longos só podem ser analisados como história, não fazendo sequer sentido a presunção de que a média dos acontecimentos passados sirva de base à previsão da média dos acontecimentos futuros. Claro que quem não percebe isto se empenha de alma e coração na luta contra as mudanças climáticas….:))

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  31. Manuel

    Na "Sociobiologia", bem como na "Diversidadeda Vida", Wilson apresenta uma suma da biologia populacional, visando na última uma biologia conservacionista. Até Zaher Massoud parece ir pelo mesmo caminho.
    O Manuel parece ser menos sensível à preservação da biodiversidade, embora eu ache a ética ambiental de Wilson interessante.
    Quanto à sua questão, vejo nas novas visões ecológicas um complemento, visando proteger a natureza e a nós humanos. Porém, é preciso novos instrumentos matemáticos. Aqui reside um dos problemas: as matemáticas usadas. Os cálculos usados pelas abordagens sistémicas são muito complexos e morosos e não produzem resultados diferentes dos das abordagens redutoras. Aliás, essa é uma das críticas feita a essas abordagens.
    Os ciclos devem ser vistos em função dos níveis de organização. Precisamos talvez de uma metateoria ou de uma teoria unificada diferente da da nova síntese, embora a termodinâmica dos processos irreversíveis não lhe seja alheia. Estou como o Wilson: lutamos contra o tempo-relógio, porque os sinais de revolta da natureza já são visíveis e sensíveis. Os equilíbrios são instáveis e a acção humana está a criar muita instabilidade que conduz talvez a um outro equilíbrio nada favorável à nossa sobrevivência. As lacunas que aponta estão bem observadas...

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  32. Existem muitas teorias matemáticas novas, algumas já aplicadas, mas de momento não estão a dar resultados originais. Será a natureza mais qualitativa? precisamos de matemáticas qualitativas? O mecanicismo aboliu a qualidade e as propriedades secundárias! Goethe dizia que a cor é mais do que um comprimento de onda! E é para nós seres que povoamos a Terra, planeta vivo.

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  33. Manuel

    Contrariamente ao pensamento predominante, penso que o materialismo é mais "vitalista" do que o idealismo. Este é talvez panpsiquista, mas o materialismo científico atribui propriedades criativas à matéria: "acção à distância" (gravitação) é um conceito bem mágico! O projecto científico deve ser salvaguardado, porque dele depende tb o nosso futuro na Terra ou mesmo fora da Terra.

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  34. Manuel

    Quando fala da "fotografia", está a criticar a espacialização do tempo? Percebo o raciocínio mas desejava compreender melhor a sua noção de "equilíbrio" ou "estabilidade" ou de "auto-organização" ou de "rupturas de equilíbrio".
    Sim, os cálculos da biologia das populações não possibilitam fazer essas previsões a longo prazo. (É como o cálculo financeiro!) Também essa perspectiva depende de uma visão determinista do mundo, a qual é polémica.

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  35. Mas o engenheiro é o Manuel! aliás, um engenheiro que não segue a racionalidade funcional e instrumental, aquela que não pensa na legitimidade dos fins! :)

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  36. Duvido que a matemática consiga introduzir a casualidade qualitativa de uma mutação ou de uma simbiose oportunista num polinómio.

    Malthus,p.e., percebeu bem que aplicadas ao estudo das populações as progressões geométricas têm uma natureza distinta das aritméticas. Mas quando as tentou usar para prever o futuro, sabemos hoje quais foram os resultados. Mas o defeito não está no modelo. Está na imprevisibilidade de um número indeterminado de factores que com eles interfere. Como é que se introduz a cultura num algoritmo, p.e. ? Resumindo: não descartando a hipótese de a matemática poder vir a criar modelos mais adaptados à análise de sistemas complexos, ainda assim não confiaria neles para predizer o futuro. Parece-me mais sensata a compreensão de que há um espaço onde somos possíveis e de como potenciar essa possibilidade sem perder a condição transitória da nossa presença individual nesse espaço.

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  37. Excelente. Essa sua ideia dos "possíveis" é semelhante à de Ernst Bloch que tentou criar outra possibilidade de física.
    Sheldrake introduz os campos, mas é ainda uma noção complicada de manusear na biologia e até talvez na física: a causalidade formativa e natureza como memória.
    Pena não haver Bloch é português: ele é difícil, sobretudo na poesia da sua linguagem.

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  38. A propósito de acaso e de mutações, há um modelo ultrasofisticado experimentado na drosófila. Mas é muito extraterrestre para ser exposto em post!

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  39. Por acaso algum dos participantes se recorda de um filme de realização francesa ( microcosmos ?? ) sobre o mundo dos insectos ?

    É que a realização desse filme ( modo macro e câmara lenta / cãmara rápida ) desmonta na perfeição a ideia de "equilibrio" tal como nos é transmitida. Para um formigueiro uma chuvada é uma catástrofe de dimensões apocalipticas depois da qual é preciso reorganizar o mundo. Esse filme capta isso de uma forma espectacular quando mostra em cl o impacto de uma simples gota de chuva sobre uma formiga concreta. Falar de equilibrio é tirar a fotografia num dia de sol e sem inimigos no horizonte. O filme, é outra coisa.... posso tentar desmontar melhor isto, mas não agora que estou às cabeçadas com a sua "encomenda"...:))

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  40. Percebi e acho que vi esse filme ou outro idêntico. Equilíbrio = fotografia > "cena estática sem inimigos". O Manuel está muito dialéctico! Tudo está em devir! Mas entramos no domínio da epistemologia, porque os equilíbrios são instrumentos para captar a dinâmica do mundo. Bergson tb criticava essa visão... :)
    Bom trabalho... :)

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  41. Manuel

    Afinal, temos estado a usar o termo equilíbrio num sentido muito abstracto ou no sentido de uma relação sustentável entre o homem e a natureza, sem ter em conta a genética das populações e o equilíbrio de Hardy-Weinberg. Aliás, cada disciplina tem o seu conceito de equilíbrio ou mesmo mais de um, mas todas elas andam em torno de uma mesma noção.
    Se o interpreto bem, o equilíbrio é uma espécie de fotografia tirada a uma paisagem em constante mudança, portanto, um artefacto. E parece não aceitar a noção de equilíbrio dinâmico. Ainda hoje li uma crítica a Malthus, mas não vejo como podemos dispensar tudo isso no estudo da "economia da natureza". Sem as equações diferenciais, ficamos às escuras... Sinto-me eclipsado! Mas vou fazer um post mais atento à economia da natureza, sem usar as noções de equilíbrio ou de harmonia, ou melhor, vou tentar.
    Ou então faço um post sobre pirilampos!

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  42. Em última análise, é o "olho humano" que introduz o equilíbrio na natureza, porque a natureza sem humanidade seria não-inteligível. Ou então, indo do objecto ao sujeito, diria que a natureza traz no seu bojo a humanidade para a iluminar. No fundo, é mais uma versão ou duas ou três ou quatro do princípio antrópico. (Brinco!) :)

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  43. Ahahah!

    Gostei da ideia de postar sobre pirilampos...olhe...pelo menos para mim seria mais fácil de descascar que esta encomenda de encaixar o conceito de finitude numa filosofia do ambiente...lol !

    Sobre o equilibrio.

    Imagine o balancé ! Dois pesos que se equivalem e temos equilibrio e dinãmico se houver movimento. Mas e se durante o processo não só os pesos se modificarem mas também a posição do eixo e do próprio conjunto o que é que temos ?
    Odum quando olhava assim para uma dinãmica de ecossistemas chamava-lhe "balance", o que não se traduz ( como se traduziu ) por equilibrio sem lhe alterar a acepção. O caso é que eles observaram que as fases serais de ecossitemas relativamente simples, embora obedecendo á mesma lógica, tinha durações e momentos distintos sempre que se reeditavam.
    É quase como dizer que a natureza não se replica, reproduz-se, e qd o faz modifica-se em arranjos que podendo ser semelhantes não são idênticos nem resultado de soluções harmoniozas, mas resposta adaptada a desafios conflituais tb eles sistematicamente modificados.

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  44. A minha embirração com o "equilibrio" é que nos leva pela mão para uma ideia de harmonia quando o que se pretende dizer é que conduzimos uma viatura numa auto estrada de seis faixas e que mesmo assim para ligarmos o ponto A ao ponto B varremos a pista de lés a lés....e só não saimos da estrada se os rails laterais se aguentarem...

    Claro que há ecossistemas que se portam melhor que outros, mas..durante quanto tempo ?

    Portanto, acho que podemos definir equilibrio num ecossistema para um tempo curto, finito e localizado. Não para a "vida" do dito. Aí prefiro falar de viabilidade, sucesso, ou qq outra coisa do género.

    E com estas interrupções ainda não vai ser hoje que lhe despacho a encomenda !!!

    ::)))

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  45. Outro exemplo.
    O maratonista. Ele pode fazer os quarenta e dois km com passada identica e tempos intercalares kilométricos exactamente iguais.
    Equilibrio dinâmico ?
    Aparente !
    Porque o estado do organismo ao km 5 difere muito do estado ao km 35.Apenas as máquinas reproduzem movimentos e trabalhos com a regularidade harmónica subjacente ao equilibrio. Mesmo assim tem de lhe definir um tempo, porque o desgaste do material e a inércia o alteram...Equilibrio fará sentido na tal abordagem mecanicista. Na orgânica acho que dá a imagem errada....

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  46. Olá, Francisco e Manuel!
    Francisco, eu desconhecia estes tristes acontecimentos relatados pelos moçambicanos. A perversidade humana está longe de possuir limites :(

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  47. Manuel

    O assunto é muito importante e, como sempre, tem razão: o equilíbrio está mais adaptado aos modelos mecânicos. Por vezes, usamos termos sem conhecer o seu perfil epistemológico e isso pode produzir pensamentos enganosos. O livro de Ricklefs quase não usa o termo, só final na ecologia aplicada é que fala de equilíbrio nas relações homem e natureza.

    André

    Esses moçambicanos são portugueses: regressaram à pátria. Não conheço toda a história mas estes são relatos verdadeiros. Tenho material sobre pirilampos.

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  48. Odum trata disso nos "Fundamentos de Ecologia" e "Ecologia: a ponte entre ciência e sociedade". Contudo, a modulação matemática na ecologia recorre às equações diferenciais, portanto, uma visão do mundo muito assente no mecanicismo. Vou reler partes de Odum...

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  49. Manuel

    Odum fala de "sistema estabilizado" e diz que a comunidade clímax "é autoperpetuável e está em equilíbrio com o habitat físico". Interpreto o princípio de estabilidade em termos de equilíbrio, ainda que balanceado ou oscilante. Aliás, os modelos mecânico e energético tendem a sobrepor-se ou completam-se.
    Empreendimento experimental e teórico: repensar os conceitos e experimentar novas vias ou abordagens.

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  50. É isso mesmo Manuel. Integrou um conceito, ou melhor, um preconceito essencial à análise: os ecossistemas não são estáveis e a prova está à vista: se o fossem, a industrialização seria facilmente "reequilibrável" no sistema e não traria consequências nefastas visíveis, não só para os seres humanos, mas para outros seres vivos.
    A noção de equilíbrio/estabilidade é efectivamente humana, antropocêntrica, e tende a reduzir e a perturbar uma verdadeira visão estratégica da ecologia. Aliás, muitos ecologistas o nomeiam. :)

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  51. aequilibrium, ii - aequus,i (igual) + libra,ae (peso).

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  52. Papillon

    Eu estou a pensar que deve haver equivalente em grego e as palavras próximas aplicam-se na esfera da justiça ou não?

    André

    Encontrei o dossier (entre mais de 45) dos pirilampos e sou capaz de postar sobre eles. e acabei por encontrar mais estudos, mas não tenho tempo de passar texto. Prefiro improvisar...

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  53. aceito sugestão para título: Bioluminiscência e Competição, Pirilampos Safados??? Ainda por cima estudei várias espécies... Ou uma Viagem às Pradarias Amercanas?

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  54. Não. Pelo menos, aparentemente não. Igual em grego é "isos" e justiça é "dixaios".

    Bem postar sobre pirilampos..., que blog mais sonorífero...
    Vou-me embora! Prefiro o neón da vida urbana que pisca e me chama!

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  55. Ok Papillon

    Blase para o tecido urbano aditivo!
    As fêmeas dos pirilampos são carnívoras e enganam os machos de outras espécies: em vez de sexar, devora-os...

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  56. I'm addicted to life!

    Quereria ter dito "blasé" - acetinado? O F. é tão careta q nem jargão sabe escrever: é BAZE de BAZAR, senhor.

    Ui, fêmas espertas! E borboletas n estuda, não? Os gregos chamava-nas de psichê - por serem símbolo da imortalidade da alma.

    Flying away... I say.

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  57. Tenho medo que as mulheres aprendam com as fêmeas dos pirilampos.
    Algumas já tentam nos devorar.

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  58. A Papillon não percebeu o jogo...

    São umas fêmeas terríveis, mas alguns machos aprenderam a evitar ser devorados. Simulam outros sinais de modo a chamar a atenção dos machos da espécie da fêmea e estes vão "para cima dela"...

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  59. Outra coisa que gosto de estudar aão as estratégias de acasalamento das rãs: um mundo fascinante. Estes casos ajudam a compreender melhor a natureza viva e mostram como devemos fazer tudo para proteger a biodiversidade. Até por razões de saúde. A Papillon prefere a cidade! Eu também não sei viver fora da cidade, mas adoro a vida selvagem... Por isso, comunico com os melros e pardais. Logo de manhã quando abro a janela eles aproximam-se à espera que os alimente. Gostam de maçã picadinha ou fruta picada, queijo (curioso), bolo, e cereais, claro.

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  60. O Francisco é tão querido.

    De manhã acorda e chama os seus amigos passarocos soltando trinados repetidos: "piuriuriu piuriuriu" - entoa o Francisco, e lá vêm eles, em voos decididos até ao seu parapeito. Aqui encontram um verdadeiro banquete: gomos de maçã, de pêra, e outras frutas frescas que o Francisco compra no dia anterior no mercado do Bolhão, à feirante de sempre (agora como está fechado, n sei onde compra) e retira a casca cuidodosamente, preparando com afã o repasto dos seus amigos comensais. Ás frutas, junta-lhes cereais da chocapic (o boneco q vem dentro fica o Francisco com ele, q faz colecção), queijo camembert e brie, q os pássaros são esquisitos e bolinhos sortidos da pastelaria da rua. E pronto, eles papam tudo e depois vão-se embora. E o Francisco diz-lhes: "Adeus, até amanhã amiguinhos! Amanhã vão desejar o q? Roquefort? S. Miguel?"

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  61. Inteligência animal! Não é só de manhã: ao fim da tarde também.
    A Papillon ainda não estudou os melros e a capacidade de aprendizagem deles. Não é "piupiu" mas variação dos assobios. Além disso, outros sinais são descodificados por eles... Perdeu a magia, a borboleta!

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  62. Bem, vejo que a Papillon conhece o Bolhão melhor do que eu! Sinal que quando vem ao Porto se abastece no Bolhão!
    As mulheres nunca a trincaram, pois não? Mais um mito lisboeta! Curiosamente, nós somos constantemente invadidos por fauna lisboeta. A Papillon deve ter baralhado as pessoas: as mulheres do Bolhão são de Lisboa!

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  63. Não, se quer saber, nunca fui ao mercado do Bolhão. E q pena a minha, pois deve ter uma fauna fantástica.
    Mas vou "invadir" o Porto pelo "S. Juon" e se o vir na rua dou-lhe com o martelo na cabeça, para ver se começa a ficar menos preconceituoso para com os mouros de Lisboa. :P
    Vá chatear os melros.

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  64. Fracisco, o que significa "dar seca"? E a palavra "tugas"

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  65. André

    "Tugas" é portugueses.
    "Dar seca" é incomodar, chatear, cansar... mais ou menos isso. O m q "pincel".

    Papillon

    Eu preconceituoso? Também não me lembro do Bolhão... "S Juon"? Ou era "São João" que queria dizer?

    André

    O S. João é a grande festa da cidade do Porto: uma noite de folia, muita bebida, comida, martelos, alhos, fogo-de-artifício, balões, etc. Também é a noite em que as meninas perdem a "virgindade" se é que ainda nascem virgens!!!!.

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  66. Papillon

    A falar a sério lhe digo que essa rivalidade entre mouros (Lisboa) e S. Juon (Porto) não me diz nada. Como observador exterior lhe digo tb que isso são mitos e não gosto de ironizar muito com pessoas simples. Prefiro atacar outros alvos: o luso-poder mesquinho!

    Tanto quanto sei há outro tipo de mulher com as mãos no avental. Talvez não as queira conhecer, porque imagine o que pode custar o avental. (Não brinque com este aspecto.)

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  67. Obrigado, Francisco.
    Aqui, em vez de "dar seca", dizemos "aporrinhar", "encher o saco", "cacetear", etc. O brasileiro é fecundo em gírias e expressões populares :)

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  68. Nada sabia sobre o São João!
    Aqui temos o Carnaval, esta mistura de pândega e orgia que dura 365 dias :)

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  69. Encher o saco é isso mesmo.
    Aqui temos muitos brasileiros e, no S João, eles organizam festas, com samba e um pouco carnaval, porque percorrem toda a marginal ou avenida. Música brasileira!
    O S João é uma festa nocturna e dura até ao amanhecer, geralmente na praia. As ruas ficam cheias de pessoas e depois há aqueles jogos dos martelos e dos alhos, apitos, cordões e quem atravessa um corredor só leva martelada!
    Há variações em função das zonas e dos estratos sociais, mas o popular é mais divertido. Agora está a ficar muito internacional, com nórdicos e até chineses ou japoneses. Aliás, estes últimos adoram lançar os balões mas, como desconhecem a técnica, recorrem a ajuda. Uma vez apanhei uma seca porque estava vento e o balão ameaçava queimar-se. Mas é preciso receber bem os visitantes: o fogo de artificio mais bonito é o da Ribeira com a ponte D. Luís como cenário.

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  70. Não lhe farei mais perguntas pois está tarde :)
    Boa noite!

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  71. Gosto de música brasileira, embora ultimamente não ouça muito.
    Mas os brasileiros trazem animação à cidade e começa a haver bebidas brasileiras.

    Porém, entendo-o quando fala do carnaval todo o ano. De certo modo, a vida está a ficar muito carnavalesca. Aqui são os estudantes com as suas praxes académicas todo o ano, com a ocorrência de episódios pouco interessantes. É o nosso tempo massificado. Ficamos isolados, porque as pessoas não desejam cultura e esforço: só comprar e consumir.

    Boa noite!

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  72. Mas qual rivalidade? Diga-me! Qual? Já reparou que a RIVALIDADE só existe na sua cabeça tonta? Essa "antítese" é fabricação sua! Eu adoro o Porto e a gentes do Porto, sempre adorei e estou mortinha por visitar os meus amigos daí, portuenses do coração, q n têm rivalidade para com Lisboa, porque são pessoas seguras e educadas!
    O Francisco é q é enterrado nesse seu maniqueísmo doentio. Ninguém pensa assim por aqui...
    É triste, mas é a verdade: qd brinco consigo, leva sempre para o antogonismo básico de uma luta (q n existe!) entre Lisboa e Porto. O que tem em capacidade de abstracção e cultura, não tem, definitivamente, em jogo de cintura...

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  73. André,

    o Francisco gosta particularmente da música do Jobim "Discussão"... e eu, por sua vez, só canto e "Só danço samba"! :))) Viva o Brasil!

    Francisco,
    don't worry... saio já de cena... já já já
    "the girl from Ipanema walks to the sea"...

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  74. Papillon,

    Se o problema do Francisco é falta de jogo de cintura, isso resolve-se bem com a ajuda do André.

    Ele contrata por lá uma mulatinha de Ipanema para dar ao Francisco umas aulinhas de Samba que nós por cá arranjaremos maneira de o meter no avião !

    Alinham ?

    :))

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  75. Mais jogos de cintura? Tenho os que bastam... É preciso distribuir bem as bio-energias e reservar muita energia para o pensamento. :)

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  76. oh oh oh!

    Manuel,

    Julgo que nem 40 mulatinhas ajudariam o F. a vergar a estaca dentro de si!
    Mas lembrou-me um sambinha do Buarque lindo, lindo, o Samba de Orly:

    Vai, meu irmão
    Pega esse avião
    Você tem razão de correr assim
    Desse frio, mas beija
    O meu Rio de Janeiro
    Antes que um aventureiro
    Lance mão

    Pede perdão
    Pela duração dessa temporada
    Mas não diga nada
    Que me viu chorando
    E pros da pesada
    Diz que vou levando
    Vê como é que anda
    Aquela vida à toa
    E se puder me manda
    Uma notícia boa


    Hj vou sambar para os seus Algarves, mas para a zona oriental!

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  77. Ui, Borboleta, chego atrasada para lhe convidar para um chá na fronteira entre o Barlavento e o Sotavento :( Regresse mais vezes, sim?...

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