Cidade do Porto: Parque da Cidade |
«O povo existe. O que é preciso é educá-lo. Porém, aqui urge não nos iludir com o lema, porque a educação dum povo faz-se conferindo os direitos públicos a esse mesmo povo. Ele aprende usando, e só assim». (Sampaio Bruno, Portuense ilustre)
«A vida modificou-se (...). As classes não estavam tão divididas. Hoje o rico desconhece o pobre. Nunca se deu menos dinheiro aos asilos e às Misericórdias, do que depois que o dinheiro anda a rodos. O que se acentua na vida actual é o egoísmo e a febre de gozar. Os ricos, através das gerações, eram sempre os mesmos ricos. O pobre não tinha visto muita gente, e da pior, enriquecer de repente. (...) Conheço dez, vinte casos cuja fortuna assenta numa primitiva infâmia. Conheço mil pobres com uma vida digna de quem ninguém fez caso. O rico explora o desgraçado, já não há homem nenhum que não se sinta afrontado e que no íntimo não deseje que isto desabe... Só falta um passo. O que falta é exteriorizar a nossa alma. Essa sociedade anticristã que aí está, não merece ser poupada: não só não crê em Deus, como só crê na matéria e no gozo. Este homem não tem direito a um lugar na vida. A vida é uma coisa muito séria e ele explora-a. Sim, os pobres têm razão. É por isso que eu, e todos, sentimos a necessidade da catástrofe. Tenho uma certa pena, uma certa saudade do passado, mas caminho com decisão para o futuro. Tu e eu, leitor, reclamamos a hora tremenda do juízo final». (Raul Brandão, Portuense ilustre)
O Porto não precisa do resto do país para pensar. O Porto foi sempre a Cidade do Pensamento: cabe-nos a nós, seus herdeiros que não temos cara de bolacha-maria, zelar pela memória dos portuenses ilustres contra as investidas dos mouros. Veja aqui as 10 Melhores Postagens do Mês de Março de 2012, a selecção mensal do blogue O Fazedor: Wanderson Lima escolheu o meu conto Sobre os mortos que nos visitam.
J Francisco Saraiva de Sousa
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