O Partido Socialista venceu as eleições legislativas sem maioria absoluta. A vitória do PS é fundamentalmente a vitória de José Sócrates. O PSD de Manuela Ferreira Leite foi derrotado, tornando provável o seu afastamento depois das eleições autárquicas. O Bloco de Esquerda de Francisco Louçã e a CDU de Jerónimo de Sousa ficaram aquém das expectativas, o que não justifica a euforia triunfal manifestada pelos líderes. O CDS-PP de Paulo Portas foi talvez a grande surpresa eleitoral: é a terceira maior força política representada no Parlamento. Quando olho para a composição política do Parlamento que saiu destas eleições, fico arrepiado: vejo na Direita a causa do atraso nacional e da corrupção generalizada, e na Esquerda, um bloco de conservadorismo hermético, de resto bem protagonizado pelo PCP. A primeira desvia e empobrece, a segunda tem um programa de despesas descomunais sem dizer onde vai buscar o dinheiro para financiar tudo o que promete: ambas mostram não estar preocupadas com o futuro de Portugal que mergulha cada vez mais fundo na pobreza, incluindo a pobreza mental e cognitiva, e na miséria. A demagogia oportunista não cria riqueza e, sem riqueza, não há futuro liberto de preocupação. Os resultados eleitorais são os seguintes:
PS: 36,56% (96 deputados).
PSD: 29,09% (78 deputados).
CDS-PP: 10,46% (21 deputados).
BE: 9,85% (16 deputados)
CDU: 7,88% (15 deputados). Estou feliz com a vitória do PS, mas não o suficiente para acreditar no futuro de Portugal: a maioria escassa da esquerda não garante estabilidade política. Com exclusão do chamado bloco central (PS + PSD), as outras alianças maioritárias envolvem um acordo estável ou com o CDS-PP (PS + CDS) ou com todas as forças políticas de esquerda unidas (PS + BE + CDU). O discurso dogmático de Francisco Louçã exclui à partida um diálogo produtivo com o PS e o número de deputados conquistados pelo BE não garante uma solução maioritária com o PS. Neste cenário, é provável que o PS rejeite a hipótese de fazer uma coligação pós-eleitoral que garanta uma maioria parlamentar, optando por acordos pontuais. É certo que as maiorias absolutas são seduzidas por algum tipo de arrogância ou mesmo de abuso de poder, mas o regime das negociações permanentes bloqueia a formulação de uma estratégia nacional de desenvolvimento e de modernização, ao mesmo tempo que promove a corrupção distribuída. Daí o meu cepticismo quanto ao futuro de Portugal... Os líderes políticos portugueses chamam-se José Sócrates, Manuela Ferreira Leite, Paulo Portas, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa. Embora conheçam as figuras, os portugueses desconhecem completamente aquilo que interessa em política: os projectos de futuro que supostamente defendem para tirar Portugal da estagnação total. J Francisco Saraiva de Sousa
10 comentários:
Bem, depois de falar com os socialistas, sou levado a ver na vitória do PS uma vitória do Partido Socialista e daquilo que deveria ser e fazer, e não uma vitória de Sócrates: a malta socialista não gosta de Sócrates.
Eu fiquei desiludido com a presença do presidente encarnado e com o uso de uma gravata vermelha: as fronteiras entre o sério e o não-sério desvaneceram-se nessa imagens confusas.
Em minha defesa, direi que fiz esta campanha pelo PS mais para combater uma eventual vitória da Direita e nesse sentido vou ao encontro da motivação básica da família socialista - não permitir a vitória da Direita, escolhendo o mal menor, o próprio Sócrates. :(
Ah, atribui a mesma motivação aos mestres, mas estamos todos profundamente tristes com a miséria cognitiva reinante no país e no mundo! :(
Ah, poupei o Paulo Portas para impedir o voto útil a favor deste PSD reaccionário, mas detesto PPortas! Aliás, não suporto o seu oportunismo político: sacar votos dos menos favorecidos que são o que são devido à perversidade da Direita. Como é que a Direita pode ajudar aqueles que ela produz como desfavorecidos? O mais triste é que essa gente é tão desfavorecida que pode votar nos seus opressores! A vida é muito feia! :(
A malta da esquerda em geral está satisfeita com a vitória da esquerda, mas a verdade é que nem a malta nem os partidos são deveras de esquerda: são todos oportunistas e hipócritas. Portugal é uma mentira, tanto à esquerda como à direita!
Ah, na próxima assembleia da república vai surgir uma ala gay que vai unir entre si as diversas forças políticas. Os gays portugueses partem à conquista do poder. A ala das bichas vai trazer muita diversão... :)
E o povo terá oportunidade de ver nos lugares escuros do sexo os deputados gay em acção e isso trará proximidade entre os eleitos e os eleitores. Mamar, mamar, mamar... é o verbo que os gays conjugam melhor, entre poucos outros afins. :)
Mamar é bom, mas conjugado na política n me parece ser bom, até porque fartos de mamar e gordos estão eles.
Aqui pelo estrangeiro, as eleições na Alemanha sufocaram as de Portugal, o que é bastante compreensível... :)
Cumprimentos!!!
Preocupa-me a ascensão do Paulinho...
Decerto que irá combater todos as propostas progressistas.
Oi Else
Tudo bem por aí no estrangeiro?
Ya, fartos de mamar estão eles!
Estou sem óculos e, por isso, talvez, fiquei farto dos resultados eleitorais e resolvi ironizar. :)
Maldonado
O Portas diz que a juventude é de Direita, mas ele não compreende que a juventude portuguesa é como os pais: faz tudo para conquistar um lugar ao sol.
É verdade!
E noto que cada vez mais as novas gerações tendem a crescer mimadas, sendo potenciais reaças, quando conquistarem um lugar ao sol...
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