sábado, 28 de março de 2009

James Burnham ou a Revolução Silenciosa dos Executivos

Em 1941, James Burnham publicou uma obra monumental que fez tremer o universo político e ideológico, The Managerial Revolution, onde rompe com a escatologia marxista ou mesmo liberal, transferindo a força científica e revolucionária dos teóricos do proletariado para os técnicos e dirigentes económicos. Burnham foi talvez um dos primeiros teóricos a constatar que os executivos de colarinho-branco concentram nas suas mãos o poder de decisão nas empresas capitalistas e assumem cada vez mais um papel de relevo na sociedade, gerindo e organizando o trabalho produtivo. O poder político, nomeadamente o poder dos parlamentos, é cada vez mais restringido pelo poder crescente e ubíquo dos organizadores. A URSS foi, segundo Burnham, "a primeira grande nação a enveredar pelo caminho organizativo e, a partir de 1939, é aquela que mais nele se adiantou. Apesar da sua concepção e da sua fraqueza material, foi daí que veio o seu dinamismo social e o seu ardor político. A Alemanha e o Japão, ainda no estado nuclear de desenvolvimento da revolução gerencial, estavam muito atrasados para poder prevalecer". Com base no modelo soviético de organização, Burnham previu o advento de uma sociedade dominada pelos técnicos, onde os empresários e os accionistas deixam de gerir as suas próprias empresas e bancos, legando o seu poder de decisão aos técnicos especializados na administração das coisas: "Os grandes capitalistas não se limitaram a abster-se de dirigir a produção propriamente dita; renunciaram a toda a espécie de actividade económica. Passam o seu tempo em iates, nas praias e a viajar de um para outro dos seus numerosos domínios". A tecnocratização da vida social alargou-se de tal modo que até mesmo os políticos se assemelham aos executivos das grandes empresas monopolistas, dirigindo os povos segundo métodos análogos aos utilizados pelos executivos para dirigir a produção: partilham a mesma mentalidade e utilizam do mesmo modo as possibilidades da técnica. Burnham apresentou os executivos de colarinho-branco como uma nova classe social, a nova classe média, distinta da burguesia e do proletariado, cujo objectivo é conquistar o poder político e usá-lo para satisfazer os seus próprios interesses privados.
Na perspectiva de Burnham, os executivos iriam, no futuro, substituir os grandes proprietários como classe dominante. O capitalismo como economia de empresa em que o empresário tinha um papel dinamizador, inovador e activo na produção de riqueza pertencia já ao passado, e o socialismo como uma sociedade sem classes sociais e sem poder era um mito. Depois de 1929-1932 e da Segunda Guerra Mundial, as actividades empresariais começaram a ser garantidas pelo Estado: a política e a economia interferem uma na outra, favorecendo o surgimento das classes dirigentes que vivem da remuneração elevada do seu trabalho executado na administração pública e na administração das grandes empresas económicas. Para Burnham, não é o proletariado, mas sim a nova classe média e o seu princípio organizador assente no conhecimento que protagonizam a nova revolução. Wright Mills criticou esta perspectiva da separação entre o executivo e o proprietário, frisando que o primeiro não expropriou o segundo e que o poder da empresa sobre os trabalhadores e o mercado não diminuiu: "Os poderes ligados à propriedade são despersonalizados, indirectos e ocultos, mas não foram minimizados ou reduzidos". Por isso, não podemos falar de uma revolução dos executivos de colarinho-branco, porque a legitimidade da instituição da propriedade privada não foi comprometida pela ascensão desta nova classe média: a burocracia de empresas comerciais e industriais e dos bancos continua sob as ordens dos proprietários. O accionista não pode exercer um controle directo da sua propriedade e, por isso, delega esse controle aos executivos, cujo poder não depende da sua propriedade pessoal. A relação funcional entre a propriedade e o controle não foi rompida. De facto, o capitalismo não foi substituído pelo managerial system, mas sofreu uma substancial transformação organizativa, a qual está na origem da actual crise financeira e económica.
O capitalismo é um sistema social sujeito a crises periódicas e, se não fosse de algum modo a intervenção do Estado, já tinha colapsado. O conhecimento é usado como uma espécie de privilégio das classes dirigentes que lhes permite gerir tudo em nome do interesse geral. Aparentemente, o seu lema diz que o poder é conhecimento e que a riqueza é conhecimento. Mas, quando observadas de perto, as novas classes dirigentes não têm ideologia e não sentem necessidade de a ter, porque o seu domínio é conseguido sem ideias e a sua manipulação não precisa de qualquer tipo de justificação: a imoralidade absoluta reside precisamente nesta indiferença dos homens poderosos associada à irresponsabilidade organizada. A política é fatalmente substituída pela administração. A ascensão maligna do perito implica necessariamente a abdicação do debate racional e o colapso da oposição: a argumentação racional é sistematicamente substituída pelas relações públicas. Os novos dirigentes políticos substituiram o pensamento pelo lugar-comum e os dogmas economicistas que legitimam as suas acções são de tal modo aceites que invalidam qualquer oposição: não existem alternativas fora da cartilha economicista predominante. A democracia é substituída pela cleptocracia: os líderes políticos já não são homens de pensamento e o público já não está informado. Seduzidos pelo fetiche do êxito, os actuais políticos são homens intelectualmente medíocres, cuja posições não resultam de virtudes morais e cujo êxito não depende de qualquer habilidade meritória. Embora façam constantemente apelos ao conhecimento e às qualificações, os políticos têm poder, mas carecem de conhecimento e de experiência: a sua sensibilidade é restringida às ideias resumidas e vulgarizadas, pré-digeridas e tendenciosas. Actualmente, os homens políticos são uma espécie de lugares-tenentes técnicos que governam através de telefonemas, e-mails, memorandos, enfim, resumos estatísticos manipulados. São criaturas de tal modo irracionais e vulgares que despertam a desconfiança do público.
O salazarismo poderia ter sido pensado como uma manifestação do managerial system preconizado por Burnham, mas, dado o seu carácter retrógrado e anti-capitalista, não se encaixa no modelo de uma sociedade programada. Portugal entra plenamente na era do capitalismo organizado depois do 25 de Abril de 1974, em especial após a entrada na União Europeia e as reformas implementadas pelos governos de maioria absoluta do PSD. A liberalização promovida pelo PSD contribuiu decisivamente para o fortalecimento da nova classe média portuguesa, mais precisamente para a ascensão das novas classes dirigentes e a generalização da imoralidade que favorece a corrupção: a imoralidade instalada e institucionalizada permitiu usar os cargos políticos para proveito pessoal, o que quer dizer que a corrupção política constitui apenas um aspecto da imoralidade absoluta. A corrupção é apenas parte de um esforço de enriquecer e de ficar mais rico. Isto significa que, apesar da ausência de uma ordem moral, o dinheiro foi o único valor soberano que não foi eclipsado: o dinheiro é o único critério de êxito. Ter dinheiro permite comprar coisas e pessoas. Geralmente, os homens corruptos são afáveis, bons ouvintes e muito sorridentes, fingem preocupar-se com os outros e procuram transmitir a imagem de que subiram na vida por mérito próprio, como se tivessem feito por conta própria e à custa de trabalho árduo. Porém, esta auto-imagem é absolutamente falsa: eles são carreiristas escolhidos entre pessoas que frequentam o mesmo círculo. Aliás, eles filiam-se nos partidos políticos ou ligam-se a determinados círculos sociais e pseudoculturais com o objectivo premeditado de obter êxito, porque, numa sociedade de sucesso movida pela imoralidade do triunfo, o que é realmente relevante não é "o que se sabe", mas "quem se conhece". O cinismo é a única atitude que se coaduna com este estado de consciência: os elos entre o mérito e a mobilidade social, entre a virtude e o êxito, foram quebrados, predominando o embrutecimento generalizado.
Quando utilizada pelos homens do poder, a noção de economia do conhecimento é um oxímoro: os homens embrutecidos não têm projectos de vida e são incapazes de protagonizar qualquer tipo de transcendência privada e pública. No entanto, eles pensam que possuem a receita tecnológica para resolver todos os problemas: a mentalidade de engenheiro manipula toda a realidade de modo a adaptá-la e a submetê-la aos imperativos de uma economia do lucro crescente colocada ao serviço dos interesses pessoais dos membros das classes dirigentes nacionais e das suas famílias. Esta mentalidade foi aplicada à educação e à comunicação social, com resultados absolutamente regressivos. Ambas funcionam como ideologia de adaptação a um estilo de vida consumista e medíocre que, em vez de estimular o pleno desenvolvimento das capacidades cognitivas e o espírito crítico, fomenta a apologia da ordem social estabelecida. A profissionalização e a burocratização da escola estimularam a mediocridade intelectual e a abertura de novos canais privados de televisão fez emergir as chamadas celebridades como figuras bombásticas que monopolizam o cenário da visibilidade pública. A frivolidade destes ídolos ocos seduz o público desinformado, dependente, apático e impotente: o seu poder é o da distracção e a distracção funciona neste universo de ignorância activa como uma forma de desviar a atenção, obscurecendo-a, dos homens do poder e das suas acções ilícitas. Ao contrário do que se pensa, massificação e liberalização não são processos contrários, mas sim momentos de uma mesma estratégia económica: a colonização económica da sociedade, da cultura e do mundo da vida. A esfera pública portuguesa tornou-se frívola e sombria, totalmente superficial, substancialmente oca e absolutamente estupidificante e avessa à cultura superior. A fórmula que lhe dá unidade não está destinada ao pleno desenvolvimento do ser humano: a esfera pública portuguesa é um pseudomundo, inventado e mantido por celebridades medíocres cujas expressões fazem lembrar os automatismos exibidos pelos animais, bobos e palhaços dos circos.
À luz dos acontecimentos despoletados pela crise financeira no sector bancário privado português, podemos definir a essência da liberalização cavaquista como uma espécie de processo de acumulação corrupta de capital, no decorrer do qual os negócios penetraram em todos os sectores da vida social, degradando a política, o partido no poder, neste caso, o próprio PSD, a educação e o ensino, a saúde, a cultura e a comunicação social. Usando uma figura retórica, podemos afirmar que, no Terreiro do Paço, os políticos concederam favores financeiros aos homens da economia dispostos a aceitá-los e os homens da economia encontraram nos políticos a disposição de oferecer favores políticos em troca de favores financeiros: a vai-vem entre a política, as grandes empresas e o sector financeiro solidificou-se ao abrigo da ideologia do crescimento económico e os cargos públicos começaram a ser descaradamente usados para proveito pessoal. Em Portugal, o poder está nas mãos de um triunvirato que liga entre si três áreas do conhecimento técnico: a Economia, a Engenharia e o Direito. Este triunvirato gere a "coisa pública" de modo a facilitar o seu próprio enriquecimento privado, não só mediante a remuneração elevada e os benefícios sociais auto-atribuídos, mas também e sobretudo através da aquisição burlesca de propriedade. Os economistas estabelecem o modelo geral da governação e de desenvolvimento, que os engenheiros aplicam tecnologicamente a todos os sectores da vida social e que os juristas normalizam mediante manipulações das leis e o seu uso pessoal. Os conhecimentos destes peritos tornados políticos acomodam-se inconscientemente ou premeditadamente aos imperativos da organização tecnológica do mundo moderno, de modo que a criminalidade de colarinho-branco, se for bem organizada, em bases comerciais e jurídicas, compensa: o sentimento de "quanto maior o ladrão, menor a probabilidade de ser preso", invade toda a sociedade. Neste clima de desconfiança pública e de descrédito da política, muito sensível ao agravamento das desigualdades sociais, das assimetrias de poder e dos conflitos sociais, o medo dos portugueses justifica-se. Tal como o resto da Europa, Portugal está realmente sem líderes políticos. O futuro dos portugueses está de tal modo comprometido que nem sequer o seu passado está a salvo da destruição do esquecimento e da alienação bolsista.
J Francisco Saraiva de Sousa

23 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sou capaz de demorar a concluir este post, porque estou a trabalhar com um artigo que publiquei sobre o pensamento económico de Burnham, mas cujas conclusões já não aceito. Porém, vou parasitar alguns conceitos que serão elaborados noutro post: Crise Financeira, Imoralidade e Classes Dirigentes. Talvez antes disso edite outro post de preparação. O objectivo é clarificar a situação política de Portugal.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Obama recorre ao diálogo directo com o público, seguindo os ensinamentos de Roosevelt, mas aqui em Portugal o público continua alienado da crise: em vez de contenção, reclama a construção de coisas improdutivas. Os políticos portugueses são responsáveis por esta alienação. Como executivos de colarinho-branco, seguem a estratégia do segredo e não esclarecem o público. Isto pode significar que, quando começarmos a sentir os efeitos da crise, o povo pode revoltar-se irracionalmente e seguir a via da violência; e isto isto devido à irresponsabilidade organizada dos políticos tugas.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Peço publicamente desculpa aos meus leitores de outra imprensa por os ter induzido em erro quando escrevi diversos estudos ou artigos para defender a tecnocracia. Demarco-me desses escritos, alegando um desvio de Direito e o facto de ter 18 anos quando os escrevi. A tecnologia sempre me fascinou e a juventude levou-me a cometer este desvio imperdoável para um tipo como eu formado no seio do marxismo ocidental. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Aliás, também fui induzido em erro pelo socialismo reformista de Leon Blum: devo ter bebido um copo grande de vinho do Porto! (Era desvio de Direitaaa...) :(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A minha cegueira era de tal ordem quee, sem me aperceber, acabei por aceitar (sem crítica) a introdução de elementos superestruturais do modo de produção asiático no capitalismo organizado e só recentemente me apercebi disso numa conversa em Leça com um professor de economia aqui da Universidade do Porto. Penso estar a corrigir esse erro teórico...

Fräulein Else disse...

Ya, por exemplo, o Henri Lefebvre tem uma sagaz crítica à tecnocracia, e era marxista.

Vou ver "I Vitelloni" do Fellini... bom fds!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim, a crítica da tecnocracia de Lefebvre é pertinente. No fundo, ele via o estruturalismo como pensamento tecnocrata e tinha razão: do estruturalismo à pós-modernidade o caminho é curto e o pensamento que o percorreu foi um apagão total. Foi a glorificação passiva das novas classes dirigentes europeias e da sua mediocridade intelectual.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Else

Sei que a filosofia em Portugal vai de mal a pior e, lendo o post do DMurcho, vejo que há por aí uma onda de mediocridade primária destituída de experiência. Essas tretas estão a penetrar nos cursos de filosofia e no ensino ou são marginais? Parecem redacções escritas por meninos da escola primária! Uma escrita insegura e infantil! Ausência de conhecimentos! Enfim, terrorismo escrito...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Eis o texto de D. Murcho (Viver para quê?) que vou numerar para ironizar a seguir:

"Quem não conhece a filosofia (1)poderá pensar que procurar o sentido da vida é a tarefa central dos filósofos (2). Isto é historicamente falso; na sua maior parte, os filósofos não abordaram o problema do sentido da vida, e os que o abordaram não fizeram geralmente disso o tema principal das suas investigações.

"O leitor comum (3) poderá igualmente esperar que os filósofos se pronunciem um pouco como gurus, declarando do alto da sua inacessível montanha qual é o sentido da vida. E a nós, meros mortais, restar-nos-ia então seguir tais oráculos, ainda que nem os compreendamos muito bem. Esta concepção resulta talvez da dificuldade em compreender a natureza da filosofia. A filosofia não é religião, nem uma prática iniciática de vida; ao invés, é o lugar crítico da razão, como por vezes se diz. Estudar filosofia é aprender a ser crítico, que é precisamente o que os gurus não podem dar-se ao luxo de permitir aos seus acéfalos discípulos. A ideia de que Platão, por exemplo, era discípulo de Sócrates, nessa acepção iniciática, é falsa, tal como é falso que Aristóteles tenha sido discípulo de Platão nessa acepção. Estudaram uns com os outros, sem dúvida, mas porque foram estudantes de filosofia criticaram, divergiram e discutiram argumentos com os seus professores — e fazer filosofia é precisamente isso.

"A filosofia não é um corpo de conhecimentos (4) que nos baste assimilar acriticamente, mas antes a actividade crítica de estudar ideias e argumentos minuciosamente, para ver se serão plausíveis ou não. Por isso, não se encontra nos melhores filósofos um conjunto de instruções esotéricas para dar sentido às nossas vidas. O que se encontra são estudos cuidadosos de diferentes ideias e argumentos sobre o problema. Isto não significa que não existam conclusões consensuais, entre os filósofos actuais, sobre o sentido da vida. Significa apenas que o trabalho filosófico é fundamentalmente a discussão minuciosa e paciente dessas conclusões e dos argumentos que as sustentam." (Fim do Texto)

(1) O Murcho dirige-se ao público que não conhece a filosofia. E ele conhece a filosofia?

(2) Porque, se conhecesse a filosofia, daria uma resposta mais substantiva à questão do sentido da vida. Diz ele: "os filósofos não abordaram o problema do sentido da vida, e os que o abordaram não fizeram geralmente disso o tema principal das suas investigações".

(3) O leitor comum (sic) vê o filósofo como um "guru": um homem que dá respostas positivas às questões que lhe são colocadas pelos mortais.

(4) Mas os gurus não são críticos: a filosofia de Murcho não é conhecimento, mas actividade crítica. Diz o Murcho careca de conhecimentos: "não se encontra nos melhores filósofos um conjunto de instruções esotéricas para dar sentido às nossas vidas. O que se encontra são estudos cuidadosos de diferentes ideias e argumentos sobre o problema." E acrescenta: "Isto não significa que não existam conclusões consensuais, entre os filósofos actuais, sobre o sentido da vida. Significa apenas que o trabalho filosófico é fundamentalmente a discussão minuciosa e paciente dessas conclusões e dos argumentos que as sustentam." Bem, parece que existem "soluções consensuais" no que respeita ao sentido da vida. Quais? No entanto, sem saber quais as conclusões, a tarefa da filosofia é reduzida à sua discussão. Há aqui uma vacilação entre o conhecimento e a actividade da discussão. Se as conclusões são consensuais, isso significa que já foram debatidas, tornando-se conhecimento.

O Murcho não sabe o que diz. Aliás, ele não tem nada para dizer: a sua mente é um vazio total. Ele quer discutir sem discutir. Para ele, discutir é voltar a repetir as mesmas palavras: a filosofia discute, critica, argumenta, etc., como se não houvesse assunto em debate. Um vazio total! Uma mente alienada do mundo! Uma mente onanista e masturbadora! Faz sexo consigo mesma!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Se um indivíduo numa crise existencial fosse procurar auxílio junto do Murcho, este, em vez de o recuperar para a vida, iria discutir minuciosamente os seus argumentos ou falta deles, agravando a crise e levando-o ao suicídio. Os que vivem crises do sentido da vida falam pouco e, por vezes, encobrem os seus estados depressivos: a conversa da treta masturbatória, ao tratá-los como "comuns", teria um desenlace fatal. Murcho precisava discutir com outro tipo de pessoas: um canibal ou um homicida, por exemplo. Aí ele seria talvez forçado a pensar que a sua masturbação mental não está sozinha no mundo, mas seria tarde demais: Murcho seria devorado pelo comum enquanto comum.

Quem vive alienado do mundo, não pode criticar nada.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O próprio Thomas Nagel, citado frequentemente pelo Murcho, condena a masturbação mental como modo de vida:

"O ser real que eu sou não é meramente parte do meu mundo. A pessoa que sou é uma porção contingente de um mundo que não é só meu".

É a partir daqui que Nagel é conduzido ao absurdo, retomando uma perspectiva existencialista, quando como americano poderia ter visto que tinha ao lado uma perspectiva mais frutífera: a vida como comédia! Mas, como é evidente, Nagel é filósofo; Murcho é masturbação solitária e angustiada. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Em termos gerais, os professores de filosofia do secundário são muito medíocres e o facto de terem maus blogues atesta a sua incompetência: O Ministério da Educação encontra muitas provas na blogosfera do tipo de professores que tem, o que mostra um lado do fracasso total da educação em Portugal.

E. A. disse...

Ahahah! Está a ver fiscais do ministério da Educação a navegar pela blogosfera e a aferir competências a partir daí? Que tonteira!

De qq modo, 1º o Murcho n é prof do secundário, é de uma universidade do Brasil; 2º os professores universitários em Portugal n são propriamente muito superiores aos do secundário, até porque estes últimos são obras daqueles. :)

E. A. disse...

Bem o Murcho além de ser murcho e carcomido de espírito, é ignorante! A palavra filósofo (philosophos) é encontrada, pela primeira vez, nos escritos sobre Pitágoras, e tinha a conotação de iniciado! Aliás os pitagóricos até eram obrigados ao voto de segredo sobre os conhecimentos a que eram iniciados!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Então, a filosofia (e não só) está mal entregue! O círculo está fechado! É também não compreendo o Murcho..., mas tem alguns seguidores murchos...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Existem alguns fiscais para esse efeito, mas a questão era outra: o livro negro do ensino pode ser escrito com base em muitos documentos, muitos dos quais circulam na Internet. Para todos os efeitos, são provas públicas que permitem avaliar as aptidões cientígicas e pedagógicas, entre outras.

Fräulein Else disse...

Ya, tem um séquito, pior que ele... presente no "crítica blog"...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bem, a city está movimentada devido ao Jogo Portugal/Suécia no Dragão. Até os melros estão agitados com os aviões, helicópteros e as motos. Chegou a hora para torcer pela selecção nacional... :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Enfim, sem comentários: Portugal não jogou mal, mas não teve eficácia nos seus 22 ou 25 remates. Uma tristeza profunda!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Mas a luta continua e não devemos desiludir: isto quanto à selecção nacional.

Quanto aos protestos anticapitalistas que ocorrem nalgumas cidades europeias (Londres, Frankfurt) têm o aspecto positivo de mostrar que as pessoas ainda não estão completamente integradas e que a crise revela a existência de uma imunidade anticapitalista. Isso é muito positivo e dá esperança. Porém, é preciso pensar num modelo alternativo e esse não pode ser o consumismo irracional e anti-ecológico. A resposta à crise exige uma mudança de estilo de vida, portanto, a adopção de um estilo mais sóbrio e menos esbanjador.

E. A. disse...

Deixando o murcho e a selecção de lado - coisas tristes - , já temos Playboy em Portugal! Passado 55 anos desse marco histórico da imprensa mundial, começámos a produzir a versão nacional! Ainda n a esfolheei!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim, já saiu essa revista, mas tb não vi.

Ando com muita preguiça.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Estive a espreitar a luso-blogosfera e, com a excepção de alguns blogs interessantes, é tudo muito triste, agressivo, insultuoso e... Uma tristeza! Isto está cada vez mais afundado...