Claustro da Sé-Catedral do Porto |
«A Cruz e a Espada (...) serão os únicos motores da redenção futura destes povos, enquanto o tempo se encarregará do seu complemento.
«Portugal, com o poder e querer dos seus filhos, tem feito o que outra nação, antes ou depois, ousou jamais fazer. E ainda há quem procure abocanhar-nos!» (António Silva Porto, Diário)
«Portugal, com o poder e querer dos seus filhos, tem feito o que outra nação, antes ou depois, ousou jamais fazer. E ainda há quem procure abocanhar-nos!» (António Silva Porto, Diário)
António Francisco Ferreira da Silva Porto (1817-1890) escreveu uma obra infelizmente esquecida até mesmo pelos portuenses: Viagens e Apontamentos de um Portuense em África (13 volumes). Tomei conhecimento da existência desta obra manuscrita quando estava a ler O Porto nas Navegações e na Expansão de António Cruz (1972). Em 1829, Silva Porto embarcou para o Brasil, onde permaneceu primeiro no Rio de Janeiro e depois na Baía - na cidade do Salvador - até 1838, quando desembarcou em Luanda. O seu amor pelo Porto levou-o a modificar o seu nome, juntando-lhe o nome da sua terra natal, e anunciando essa modificação em 1836 no periódico baiano Correio Mercantil: António Ferreira da Silva Porto. Silva Porto já tinha realizado uma viagem a Angola em 1837, mas só se estabeleceu definitivamente em África em 1838, dando início à sua grande aventura de desbravador dos sertões africanos, mais precisamente do interior de Angola. Dessa aventura resta-nos a sua obra, onde Silva Porto anotou os seus conhecimentos em relação às terras que percorreu e aos povos que nelas estavam fixados, descrevendo os seus usos e costumes e as suas tradições.
J Francisco Saraiva de Sousa
3 comentários:
Eheheee... Dizem-me que estou sempre a mudar de assunto. Sim, é verdade: mudo de assunto mas não mudo de problemática. As distâncias são fundamentais para mim! :)
Agora estou a ler o Tomé Lopes, outro portuense que escreveu a Rota da Índia e, através dele, conheci o Luís de Moura de Melinde. Gosto de dar protagonismo aos "anónimos" da história, deixando na sombra os grandes - ou seja, faço dos pequenos Grandes, de modo a reduzir os grandes à sua insignificância. Doravante, Melinde é Luís de Moura!
«Dizem também os da nau de Luís Fernandes (...) que foram dar a uma terra de Negros, os quais andam todos nus salvo as partes genitais, que trazem em um estojo de pau, em que fazem quantas pinturas e galas lhes é possível; e pouco mais adiante acharam uma grande foz maior que a do Tejo, e entraram por ela dentro coisa de dez léguas, pensando ser a mina de Sofala, e encontraram uma grande povoação de negros, com muita quantidade de vacas...» (Tomé Lopes, Navegação às Índias Orientais)
Na segunda viagem à Índia, os portugueses já andavam à procura das minas de ouro do Monomotapa, isto em Moçambique.
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