Hoje o trabalho e o calor impediram-me de dar início a uma série de textos dedicados às grandes figuras da Filosofia. As aves azuis selam o meu compromisso: Jean-Paul Sartre e Gabriel Marcel serão provavelmente os dois primeiros filósofos a merecerem especial atenção. Estou cada vez mais convencido de que devemos esquecer as produções filosóficas e literárias das últimas três ou quatro décadas. Devia ser proibido mencionar a mediocridade.
Genética & Filosofia. Mas o que me preocupa há muito tempo é a elaboração de uma filosofia da genética molecular, com especial destaque para a genética do cancro. A azulidade das aves desbloqueou essa preocupação: a filosofia biológica volta a tomar conta do meu pensamento. Os meus conhecimentos biomédicos habilitam-me para levar a cabo tal tarefa, mas não sei se terei forças para a concluir. Quando avancei com a noção de homem como tumor-ambulante, fi-lo tendo em vista a importância da genética molecular do cancro para a reformulação da antropologia filosófica. Há duas categorias de genes ligadas ao cancro: os oncogenes, cuja actividade normal promove a proliferação celular, e os genes supressores de tumor, cuja actividade inibe os eventos que direccionam para o cancro. A proliferação celular está sob controle genético. Se ocorrerem mutações somáticas responsáveis pela criação de uma variação que prolifera de modo mais rápido, este clone tenderá a tomar conta do organismo, o que significa que os homens têm a tendência natural a transformarem-se em tumores. Geralmente, as mutações cancerígenas afectam os genes que controlam o nascimento (ciclo celular) ou a morte das células (apoptose). O cancro é basicamente uma doença da vida pós-reprodutiva: ele tende a surgir quando já não há pressão selectiva para continuar a melhorar as defesas do organismo. Devo este meu interesse pela importância da genética molecular do cancro para a antropologia fundamental à obra de M. Burnet, o homem que me ensinou mais biologia do que alguns dos meus professores de medicina juntos. Muitos conceitos genéticos e distinções devem ser vistos como instrumentos teóricos de trabalho: a distinção entre oncogenes e genes supressores de tumor é um instrumento de trabalho teórico; não é tanto uma classificação como se pensa habitualmente.
Abismo Humano. Saiu o nº. 10 da revista Abismo Humano, editada pelo meu amigo André Consciência, onde poderá ler o meu ensaio "Walter Benjamin e os seus Anjos" (p.33 e seguintes).
18 comentários:
Calor??? :)
Ya, hoje fez muito, muito calor. :(
Quando cheguei agora a casa, tirei as meias e rasguei-as furiosamente. Enfim, o calor irrita-me os neurónios.
Bastava tê-las tirado...só!!!!:)
eheheee
Agora fiquei com vontade de ter um bichinho azul! :)
Apesar de tudo, hoje estou simpático mas esta minha simpatia tem limites: a fúria pode emergir repentinamente e, quando isso acontece, dou um murro sobre a mesa... ou rasgo qualquer coisa.
Tão temperamental... :)
Devo ter almoçado qualquer coisa muito temperada. :-)
A Europa está tridividida: Inglaterra, Alemanha e seus satélites e Europa do Sul. Se os portugueses puserem todos os seus ovos no cesto da união europeia correm o risco de perder tudo. O Norte não tem boa imagem do Sul! Já fala do eixo Merkel-Merde! Quem avisa amigo é! Por isso, vos chamo burros!
E são tão burros que ainda não detectaram que há infiltrados, em busca de informação e de contacto com outras regiões! Eles já fizeram um inventário de tudo, até do património! Portugueses = burros!
Mais não posso dizer porque tenho audiência nórdica e a tecnologia eliminou a barreira linguística.
Acreditem: a imagem que fazem dos homens do Sul é muito feia e, de certo modo, eles têm razão: os portugueses são burros linguarudos, falam demais... dizem o que não devem dizer... etc. ... enfim são burros.
Eu não vejo unidade na Europa! Só vejo divisões perigosas!
Só vos querem para criados! Trabalhadores braçais!
E isso já acontece com muitos brasileiros que vivem no mega-centro! Há racismo!
Resolvi partilhar uma história verdadeira: Uma amiga brasileira conheceu um alemão "rico" através da Internet. Comunicaram durante muito tempo, até que ela aceita o convite que ele lhe dirigiu: abandonou o emprego e foi viver para a Alemanha. Mas depressa descobriu que o seu príncipe era um terrível sapo que fez dela criada não-remunerada. Uma história muito triste que não acabou em tragédia porque a fomos buscar à Alemanha!
Reparem: nem sequer queria sexo com ela. Fez dela criada e não lhe dava dinheiro; ficou trancada!
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