«Nunca considero saudável um paci-ente a menos que tenha superado o seu preconceito contra a homosse-xualidade». (George Weinberg) A análise crítica da teoria da homo-fobia, que realizei noutros posts - aqui, aqui e aqui, discutiu três limitações do conceito de homofobia: aqui retomo a terceira limitação, onde a teoria revela a sua força explanatória e preditiva. Os estudos empíricos mostraram que os homens heterossexuais são mais hostis em relação aos homens gay do que as mulheres heterossexuais, e, de modo diferente, são menos hostis em relação às lésbicas do que as mulheres heterossexuais. Isto significa que as atitudes heterossexuais em relação às lésbicas têm uma organização psicológica diferente da que têm em relação aos homens gay (Herek, 2002; Herek & Capitanio, 1999). Numa perspectiva feminista lésbica, Kitzinger (1987), Pellegrini (1992) e Rich (1980) sugeriram que a opressão das lésbicas é qualitativamente diferente da opressão dos homens homossexuais. Alguns psicanalistas menos ortodoxos, tais como West (1977) e Kuyper (1993), defenderam que a homofobia é o resultado de uma homossexualidade reprimida ou latente. Entendida como uma excitação homossexual que o indivíduo nega ou da qual não é consciente, a homossexualidade latente permite explicar a doença emocional e as atitudes irracionais exibidas por alguns indivíduos que sentem culpa pelos seus interesses eróticos encobertos e que se esforçam por os negar ou reprimir. Ora, quando colocados numa situação susceptível de excitar os seus próprios pensamentos homossexuais não-desejados, os indivíduos homófobos reagem com pânico e fúria (Slaby, 1994). A ansiedade derivada da homossexualidade não ocorre entre indivíduos que são atraídos e orientados pelo mesmo sexo, mas envolve frequentemente indivíduos que são ostensivamente heterossexuais e que têm muita dificuldade em integrar os seus sentimentos homossexuais. Portanto, estas teorias psicanalíticas prevêem que os homens homofóbicos exibem maior nível de excitação sexual quando enfrentam estímulos homossexuais do que os homens não homofóbicos. Adams, Wright & Lohr (1996) testaram esta previsão, realizando um estudo com dois grupos de participantes: homens homofóbicos e homens não-homofóbicos, avaliados e classificados previamente pelo Index of Homophobia (Hudson & Ricketts, 1980). Os participantes foram depois expostos a estímulos eróticos sexualmente explícitos: videotapes de cenas homossexuais, heterossexuais e lésbicas, e a excitação sexual peniana foi monitorizada. Os dois grupos de homens reagiram com aumento da excitação sexual peniana aos filmes heterossexuais e lésbicos, mas somente o grupo homofóbico reagiu eroticamente aos filmes homossexuais. Estes resultados sugerem que a homofobia está intimamente associada à excitação homossexual. Isto significa que os homens homofóbicos são provavelmente homossexuais dissimulados ou em processo de negação da sua própria homossexualidade, o que pode explicar a sua agressividade dirigida mais contra os homens gay do que contra as lésbicas. De um modo geral, os homens heterossexuais toleram a homossexualidade feminina e excitam-se com cenas lésbicas, como mostra a indústria masculina dos filmes pornográficos: alguns desses homens heterossexuais alegam que preferem filmes pornográficos lésbicos, porque não gostam de ver pénis erectos. Realizado em função da teoria da homofobia, lida à luz de certas teorias psicanalíticas, o estudo de Adams, Wright & Lohr (1996) confirma, pelo menos, duas previsões da teoria da homofobia de Weinberg: o preconceito homofóbico é mais frequente entre os homens do que entre as mulheres, e os homens heterossexuais são mais hostis em relação aos homens gay e menos hostis em relação às lésbicas do que as mulheres heterossexuais, e isso talvez porque alguns homens ostensivamente heterossexuais temam ser homossexuais - a homossexualidade latente dos freudianos, sentindo-se, por isso, «ameaçados pela presença dos homossexuais» que, além de os excitar sexualmente, desprezam as normas básicas da masculinidade convencional pelas quais os homófobos se regem artificialmente, embora não sejam necessariamente mais agressivos - com excepção da agressão verbal exibida publicamente pelo autor deste post homófobo e sobretudo deste disparate - do que os homens não-homofóbicos. A teoria do preconceito sexual, que foi elaborada para substituir a teoria da homofobia, não consegue abdicar do conceito de homofobia interiorizada. O conceito de homofobia interiorizada foi forjado por Weinberg (1972) para designar a auto-aversão ou o desconforto que os indivíduos homossexuais exibem frequentemente em relação à sua própria orientação sexual. A homofobia interiorizada implica, portanto, sentimentos negativos relativos à sua própria homossexualidade, isto é, um conflito intrapsíquico entre o que as pessoas pensam que devem ser - heterossexuais convencionais - e o modo como experienciam aquilo que são ou a sua própria sexualidade - homossexuais ou bissexuais. Daqui deriva a ideia fértil de que o processo de assunção da homossexualidade é, ao mesmo tempo, um processo recorrente de luto pela heterossexualidade, pelo menos de luto pelos seus privilégios sociais e legais, e algo análogo sucede com o luto pela homossexualidade realizado pelos heterossexuais que, ao conformarem os seus comportamentos sexuais pelas normas de género dominantes, sacrificam as mais-valias eróticas do mesmo sexo. Malyon (1982) cunhou o termo homofobia exógena para distinguir a hostilidade que os heterossexuais dirigem contra os homossexuais da homofobia interiorizada. A teoria do preconceito sexual deveria operar a substituição da homofobia interiorizada por um destes conceitos: estigma sexual interiorizado, heterosexismo interiorizado ou preconceito sexual interiorizado. Porém, nenhum deles é capaz de evocar as emoções negativas experienciadas por um indivíduo em relação à sua própria homossexualidade. O estigma sexual interiorizado e o heterosexismo interiorizado não envolvem atitudes negativas em relação ao self, e, apesar de as evocar, o preconceito sexual interiorizado não é suficiente para traçar a distinção entre o sentimento de vergonha por ser homossexual e a hostilidade dirigida contra outros homens gay e lésbicas. A teoria do preconceito sexual é assim obrigada a conservar a noção de homofobia interiorizada (Herek et al., 1997). Ora, como vimos, um dos estudos empíricos que suporta a hipótese da homofobia mostrou que os homens homofóbicos reagem com erecção do pénis aos estímulos homossexuais masculinos (Adams, Wright & Lohr, 1996). Isto significa que a homofobia, enquanto manifestação de ansiedade, está associada à excitação homossexual, embora não esteja necessariamente ligada à perpetração de agressões - os crimes de ódio - contra membros das minorias eróticas. O homófobo pode e deve ser visto como um homossexual reprimido, sobretudo quando cria e imagina delirantemente agendas gayzistas consecutivas para suavizar o seu sentimento de vergonha e de auto-aversão: o homem homófobo, pretensa e ostensivamente heterossexual, que reage com erecção do pénis a estímulos homossexuais, não é verdadeiramente heterossexual, necessitando por isso de ajuda psiquiátrica para assumir o gay que há em si, sem enganar os outros e enganar-se a si próprio. (O autor dos dois posts - orgulhosamente homofóbicos - referidos já respondeu aqui e aqui. Mas o melhor será ler este belo post sobre a questão urbana. ) J Francisco Saraiva de Sousa
110 comentários:
um grande auxílio à compreensão dos mundos religiosos, nacionalistas e trogloditas - que me perdoem os últimos pela comparação.
Alguns homófobos são trogloditas, isto é, chimpanzés ou carneiros gay que recorrem a Aristóteles para autocondenar os seus "cus largos".
Bah, hoje estou lixado com os posts reaccionários que por aí são editados! :)
Sim, a homofobia anda ligada ao pensamento conservador, religioso e nacionalista, entre outras coisas desagradáveis. :)
Aliás, há uma mulher - um caso cientificamente curioso - que, sendo contra os casais do mesmo sexo, é visivelmente lésbica medular: a força com que advoga a causa antigay revela a intensidade dos seus poderosos impulsos lésbicos. Se tiver filhos, o que não sei ao certo, deseja secretamente que fossem filhos de alguma amiga com quem deve conviver diariamente. A presença de homossexuais arruina o seu trabalho interior de autocastração sexual: ficam completamente excitados e, quando fazem sexo com o parceiro heterossexual, libertam a sua fantasia secreta gay - algum gay está presente entre os dois membros do suposto casal hetero. Os homófobos são pessoas muito perversas e sujas. É preciso dizer ao público que são panascas envergonhados(as).
O clitóris também pode ser monitorizado e alguns estudos já fizeram essas medições, mas não é um indicador seguro. Em relação às mulheres, devemos usar outros indicadores. O ciúme pode ser cruzado com estes tipos de estudo, talvez haja aí alguma característica que pode ser associada à homofobia exibida por mulheres. Claro que há indicadores corporais evidentes... Aliás, usei-os no comentário anterior.
O facto da agressão não estar associada à homofobia, isto é, a esta amostra de homófobos que reagem sexualmente a estímulos homossexuais, indica e reforça a sua homossexualidade reprimida, porque os homo são geralmente menos agressivos que os hetero.
Porém, eles desencadeiam a agressão através da luta antigay que travam publicamente. Interessante o meu pensamento, porque conduz a outros desenhos experimentais... Para todos os efeitos, é preciso replicar os resultados! A patologia pode ser mais preocupante...
Conduz à personalidade autoritária e ao fascismo! Estranho, mas esta hipótese tem sustentação empírica: alguma variável de ligação está a escapar à observação!
Noutro dia vou rever toda a teoria da sexualidade: os estudos que destaquei neste e noutros posts são importantes, mas cruzando dados acho ser necessário rever completamente a heterossexualidade que não é um todo homogéneo como nos quer fazer crer o heterosexismo - a ideologia sexual dominante. Pode haver mais maleabilidade nas sexualidades de género masculino do que se pensa. A categoria dos homens que fazem sexo com homens é muito vasta e as amizades masculinas podem ter um componente afectivo muito forte.
O grupo duro - fascista - da direita é composto de pessoas perturbadas: a extrema direita é, por definição, uma patologia que merece ser estudada como tal. A evidência histórica e comportamental indica-o claramente em todos os estudos: as pessoas conservadoras exibem comportamentos absolutamente patológicos. Os estudos sobre crimes de ódio mostram isso...
Os indivíduos homofóbicos não gostam de mulheres e a prova está no facto de serem contrários a libertação das mulheres e de tenderem a ser agressores. Mas já falei deste sindroma noutro post. A homofobia pode ser um fenómeno mais abrangente do que se pensa.
A ligação que tentei noutros posts é esta:
Um estudo realizado por Davis et al. (2006) mostrou que o consumo de álcool e a exposição à pornografia, especialmente à pornografia violenta, contribuem de modo independente para um aumento de actos de agressão sexual cometidos contra as mulheres. O mecanismo subjacente a esta relação parece ser a excitação sexual masculina: a erotização da violência e a presença de álcool, através dos seus efeitos sobre a excitação sexual, influenciam a frequência de agressões sexuais cometidas por homens, conforme demonstraram K.C. Davis et al. (2006). Este estudo concluiu que a excitação sexual era uma componente importante na predição da frequência de agressão sexual cometida e relatada pelos homens após terem sido expostos à pornografia violenta. Lalumiere et al. (2003) e Malamuth et al. (1980) já tinham demonstrado que a excitação sexual desencadeada por estímulos sexuais violentos leva os homens a cometer violação. Não é tanto a intoxicação alcoólica mas sobretudo a crença da vulnerabilidade das mulheres alcoolizadas à agressão sexual e a suposta resposta da vítima durante a violação que influencia a excitação sexual masculina, tornando os homens propensos a cometer agressões sexuais sobre as mulheres. Malamuth (1996) cunhou a expressão síndrome de masculinidade hostil para designar o forte desejo manifestado por determinados homens para controlar as mulheres e a sua atitude insegura mas hostil em relação a elas. Esta síndrome combina-se com a preferência por sexo anónimo ou impessoal e a agressão sexual.
E a ligação com a personalidade autoritária e o conservadorismo está aqui:
Com a ajuda das categorias aversivas o grupo dos normais evita a dolorosa tarefa de lidar com os indivíduos estigmatizados enquanto indivíduos humanos. A aceitação da categorização social deve a sua amplitude ao facto do preconceito ser uma forma económica de pensamento, ao mesmo tempo que acalma a ansiedade e satisfaz a necessidade de segurança, fortalecendo os laços sociais entre os membros do grupo normal por oposição aos grupos estigmatizados. Adorno, Frenkel-Brunswick, Levinson & Sanfort (1960) cunharam o termo personalidade autoritária para designar as necessidades emocionais subjacentes à psicodinâmica do preconceito. Os normais que exibem esta síndrome foram chamados intolerantes funcionais (Allport). É provável que a sua hostilidade antigay facilite o luto pela homossexualidade. A síndrome da intolerância funcional avançada por Allport é compatível com a noção de patologia da normalidade, um conceito antecipado por Espinosa: "Mas, quando o avarento não pensa noutra coisa senão no lucro ou no dinheiro, e o ambicioso na glória, etc., não se crê que esses delirem, porque costumam ser molestos e são julgados dignos de ódio. Mas a avareza, a ambição e a lascívia são, de facto, espécies de delírio, embora se não contem entre as doenças".
A psiquiatria dialéctica é capaz de articular uma teoria da extrema-direita. :)
No seu post de hoje, o homófobo conservador escreve isto:
"Uma das prioridades do conservadorismo moderno é minar o desenvolvimento da fileira das ideias gnósticas de Hobbes a Rousseau, e o desenvolvimento modernista gnóstico posterior em duas fileiras paralelas (Comte, Bentham e os utilitaristas, Hegel, os idealistas alemães, Nietzsche, Heidegger = Hitler / Hegel, Engels, Marx, Lenine = Estaline) que se basearam no conceito elitista e discricionário de “vontade geral” que orientou a revolução jacobina."
Repare-se na categorização! Sindroma de Extrema-Direita!
Há outros indicadores, nomeadamente o uso precoce de material pornográfico, o que nos leva ao nível de inteligência.
Seria interessante medir a inteligência dos indivíduos homofóbicos e ligá-la a outros comportamentos: a homofobia poderá estar ligada à fobia pela mudança, o que significa que o conservador tem medo da mudança, independentemente daquilo que é mudado - ele deseja a imobilização, é absolutamente necrófilo!
E sabemos do que são capazes: o nazismo e o fascismo estão aí para o evidenciar. Ora, a extrema-esquerda pode ter o seu elemento patológico, mas este é diferente do da extrema-direita.
Um conhecido músico brasileiro deixou um comentário no meu post Travestis, Transgéneros e Transexuais, onde alarga o âmbito do travestismo, incluindo a interpretação de personagens no teatro. Ora, eu usei o termo num sentido normal da sexologia, mas aceito pensar esses outros sentidos. :)
O endereço do post em questão é este:
http://cyberdemocracia.blogspot.com/2008/03/3-ts-travestis-transgneros-e.html
Escrevi outros posts onde abordo estes fenómenos numa perspectiva biológica e até mesmo genética, porque neste post alvo da crítica de Hamelin analiso unicamente a perspectiva gay sobre o assunto, a partir do léxico erótico gay português. Logo que tenha tempo, regresso a esse assunto que tem merecido muitos comentários.
Ah, na barra de vídeo Luta contra a Homofobia há um vídeo que trata do estudo que refiro no presente post sobre homofobia e homossexualidade reprimida.
E, regressando a linha de pensamento que desenvolvo aqui nesta caixa, temos ainda o autismo: os conservadores fascistas devem ser classificado no espectro do autismo que, como se sabe, aflige mais os homens que as mulheres. Hoje em dia temos centenas e centenas de estudos, mas falta a síntese teórica para os dirigir e orientar. Aqui articulei vários estudos para elaborar essa teoria.
Viva, Francisco!
Não tenho tido grande tempo para a blogosfera mas, sempre que posso, passo por este seu cantinho e vou lendo isto e aquilo em silêncio.
Gostaria de o cumprimentar por este texto em particular que muito me agradou :-)
Um beijinho
"os homo são geralmente menos agressivos que os hetero"
Isto tanto para homens como para mulheres? Ou a agressividade pode ser considerada uma tendência mais masculina e não necessariamente hetero?
Again:
"Conduz à personalidade autoritária e ao fascismo!"
Ou seja = insegurança ;-)
Olá Denise
Também ando desesperado - entre aspas - com a cena política e com a chuve e o vento - e com outras coisas mais da esfera pessoal.
Sim, os homens são mais agressivos que as mulheres e os heterossexuais que os homossexuais - em termos de tendência. Se considerarmos as variações internas, as lésbicas butch são mais agressivas que as lésbicas femme, etc. Existem tb outras variáveis que influenciam as manifestações de agressividade. Surgiram estudos que revelam agressão feminina deveras estranha, quer sob a forma de violência doméstica - casais lésbicos, quer em termos de abuso sexual de menores. O que quer dizer que devemos contextualizar os estudos.
Duplo-sim: vamos mergulhar na insegurança. Há aqui uma conexão interessante que pode ser revelada. Suponho que usamos categorias demasiado exclusivas, como se os fenómenos tratados fossem estranhos uns aos outros. Vivemos uma epoca rica em termos de possibilidades teóricas e práticas, mas a dinâmica capitalista está a destruir tudo.
Também tenho estado atento aos seus posts, aliás muito importantes em termos de fonologia: documentos fundamentais que nem sempre decifro. Regressão cognitiva! Tivemos azar em nascer em Portugal: todos os projectos são demolidos pela realidade deste país - não podemos ensinar, investigar, escrever, pensar, trabalhar, enfim não podemos fazer nada, a não ser deixar tudo na mesma e entregue aos mesmos burrecos.
Bem, a chuva recomeçou e vou ter novo microtornado: já foram alguns, um dos quais arrancou o isolamento do muro e projectou-o para cima da árvore. Estou farto destes ventos selvagens. :)
Sim, e o pior é que a demolição de projectos tão nobres como os que enunciou está, de forma muito nítida, a transformar este país num barco sem leme.
Imagine como será daqui a umas dezenas de anos, entregue aos adultos que saem da escola actual.
Caminhamos para a burrice inconsciente, que é a mais perigosa de todas as burrice porque de burros teimosos passamos a ovelhas, daqueles mansas, boas de se conduzir.
Deixe lá os ventos, que depois vem a bonança :-)
A questão da insegurança a que se refere, pode também ter pontos de contacto com o síndrome de D. Juan / ninfomania?
Tou cansada, vou me estender à frente da tv a consumir séries norte-americanas a ver se me estupidifico o suficiente para conseguir adormecer.
Uma noite azulinha com sol e brisa tépida para o menino Francisco :-)
Então, outra noite cheia de sonhos! :)
Bah, o O Braga já respondeu aqui:
http://espectivas.wordpress.com/2010/02/27/a-racionalizacao-que-tudo-justifica/#more-15671
Mas ainda não compreendi o seu conceito de identidade ou a identificação entre identidade e desejo sexual que me atribui. O curioso é o modo como fala da ciência e do carácter natural ou não das coisas. Tende a identificar o natural com os seus preconceitos, como se tudo aquilo que não cabe nas suas categorias pseudo-aristotélicas, fosse o resultado de uma consppiração humana ou coisa do género.
Além disso, fala da heterossexualidade como se esta fosse algo artificialmente homogéneo e tende a reduzir a homossexualidade a um único tipo hiperefeminado, esquecendo que os traços efeminados são neuronal e hormonalmente regulados. Outra coisa é não distinguir entre o normal e o patológico, ou, pelo menos, procura diluir esta distinção numa categorização ideológica - natural e antinatural.
O texto do O. Braga consiste em seis tópicos desenvolvidos em desarmonia com o bom-senso e a lógica. Afirmar que identifico a identidade e o desejo sexual ou que identifico homossexualidade e gayzismo é uma tremenda mentira.
1. O desejo sexual não identifica nada: o objecto do desejo sexual identifica alguma coisa. Porém, um ser humano não pode ser reduzido à atracção sexual. Ora, a redução do indivíduo homossexual à homossexualidade é um procedimento estigmatizante que visa privá-lo da sua humanidade. Os homófobos fazem isso e chamam gayzismo à luta de libertação gay. Claro, os homófobos primeiro privaram os homossexuais da sua humanidade para a seguir privá-los dos direitos.
2. O O Braga identifica homofobia e heterossexualidade. Ora, o meu post não permite essa identificação, até porque mostra que o homófobo é um homossexual reprimido.
3. Nunca disse que todo o mundo é gay: embora os homófobos sejam gays reprimidos, os restantes homens não são homossexuais. A diversidade de tipos não pode ser anulada num golpe de magia negra.
4. O princípio de afinidade revela precisamente o contrário: os homens têm maior afinidade com outros homens do que com mulheres.
O estudo experimental que refiro neste post mediu a resposta sexual dos homófobos em relação com vídeos homossexuais: o pénis homófobo cresceu. Isto é um dado científico: os homófobos excitam-se com estímulos homossexuais - o pénis deles cresceu.
Os outros homens que não eram homófobos - heterossexuais - não excitaram-se com os estímulos homossexuais. Usando a linguagem do Braga, podemos dizer que são heteros naturais. Os homófobos são pseudo-heterossexuais ou, nessa mesma linguagem, heterossexuais contranatura. :)
Vou exemplificar os abusos argumentativos do O Braga citando aqui o ponto três do seu post:
"Uma pessoa ou é homófoba, ou não-homófoba (homófila) ― se entendermos como “homofobia” o repúdio pelo acto homossexual, que é a minha concepção de “homofobia”. Uma pessoa não pode ser homófoba e não-homófoba ao mesmo tempo. Isto significa que uma pessoa no seu perfeito juízo, e em um mesmo momento, ou repudia o acto homossexual ou não o repudia ― não há meio-termo. Se não o repudia, é homófilo, ou seja, concorda com o acto homossexual; e se concorda com o acto homossexual, admite que ou já o cometeu ou aceita intimamente que o poderá vir a cometer.
"Portanto, o homófilo é (pelo menos) um gay em potência. Contudo, e segundo a argumentação anti-homofóbica apresentada por esse senhor, o homófobo também é um gay em potência.
"Conclusão: todo o mundo é gay. Os homófilos são implicitamente gays porque concordam com o acto homossexual, e os homófobos são gays porque têm, alegadamente, um problema mental de recalcamento sexual. Os únicos que não têm um problema mental, são os gays. Os gays são as únicas pessoas normais do mundo."
Alguém percebe esta argumentação?
Bem, é preciso referir outra questão preocupante: o O Braga identifica a identidade de uma pessoa com o princípio de identidade - A = A. Nada mais totalitário que esta identificação, de resto tautológica. Isto mostra que ele tende a negar a identidade individual, dissolvendo-a numa identidade de grupo, no seu caso os homófobos fascistas: ele mata os indivíduos.
E a prova do que digo reside no facto de ele exercer censura no seu blogue: o que aqui escrevi poderia ser escrito na caixa de comentários do seu post, mas ele não os edita. O meu Clube é o dos democratas: o gayzismo é uma masturbação mental homofóbica. A democracia e o diálogo produtivo com os outros fazem parte da minha identidade. Nunca falei do meu desejo sexual...
... ou dei a minha opinião.
O que quer dizer que me situo no plano da ciência e não da ideologia, além de não sofrer naturalmente (sic) de lesão temporal, problema que nem sequer pode ser resolvido pela neurologia, embora haja um ou outro tratamento.
A homofobia ou mesmo o preconceito sexual são conceitos científicos e os estudos científicos demonstraram que os indivíduos avaliados como homófobos reagem a estímulos homossexuais. Isto significa, na linguagem ideológica e pessoal do O Braga, que os homófobos repudiam aquilo - o acto homossexual - que deveras desejam. Bem, o estudo não mostrou que tipo de acto homossexual desejam, mas isso pode ser controlado noutras experiências. Claro, alguns homófobos podem ficar com o cu húmido, indicador de que desejam ser enrabados. Não faço juízos de valor: existem muitos tipos de actos homossexuais e cada indivíduo revela naturalmente as suas preferências sexuais. E é desse modo que se afirma a compatibilidade sexual, isto é, a sua autonomia.
Finalmente vou citar os três últimos tópicos do O Braga:
"4. Todo o texto deste senhor revela a sua preocupação com a sua identidade (que é exclusivamente o seu desejo sexual), a ponto de afirmar que quem não faz do seu desejo sexual a sua identidade precisa de tratamento psiquiátrico. Trata-se de uma inversão valorativa como meio de auto-protecção e de justificar aquilo que ele sabe que é, de facto, uma parafilia."
Comentário: preocupação com a minha identidade??? Como estou bem com a minha identidade, não preciso de auto-protecção, mas o mesmo já não pode ser dito dos homófobos que sabem que aceitando o acto homossexual se convertem naquilo que são - indivíduos homossexuais.
"5. Conforme demonstrado no ponto 3, é impossível que alguém aceite íntima e verdadeiramente o acto homossexual sem que admita que o possa cometer. O que acontece é que a maioria das pessoas normais se cala perante as afirmações identitárias gayzistas como a desse senhor, para não terem que levar com postais destes. A arma gayzista é o do bullying intimidatório, e em escala crescente à medida que a sociedade lhes aumenta o campo político de manobra; e quando alguém lhes responde na mesma moeda, é homófobo. Pois eu sou homófobo com orgulho!"
Comentário: afinal, é homófobo com orgulho! Por isso, referi dois posts seus neste meu post, porque assume publicamente a sua homofobia com orgulho, outra variação do "orgulho gay"?! Aceitar intimamente o acto homossexual? Hummmm... há nesta expressão um impulso repremido que me é estranho a mim que não sou homófobo.
"6. Os gayzistas confundem propositadamente a homossexualidade com o gayzismo. A homossexualidade faz parte da condição humana; o gayzismo é uma para-ideologia política. E se o leitor se der ao trabalho de analisar esse texto, verificará que a “confusão” entre estes dois conceitos (homossexualidade e gayzismo) serve o ideário político gayzista."
Comentário: mas quem criou o gayzismo? Os homófobos! O gayzismo é masturbação mental homofóbica! E eu não identifiquei gayzismo e homossexualidade, embora tenha estabelecido uma ligação da masturbação gayzista - a ideologia dos homófobos - com a homossexualidade reprimida.
Toda a linguagem destes tópicos revela um desconforto consigo mesmo! :)))
Mas tem razão quando afirma que
"alguém - que seja homófobo, claro! - (que) aceite íntima e verdadeiramente o acto homossexual" possa admitir, com ajuda psiquiátrica, "cometer" esse acto.
Com esta transformação, tem razão, mas não pode alargar essa afirmação a todos os homens, porque estes não são todos gay.
Reparam nestas frases finais do O Braga:
"O que me incomoda neste texto é a forma como esta gente ― com a maior displicência do mundo ― insulta a nossa inteligência. A “Teoria do Preconceito Sexual” também se aplica ao sexo com animais? Será que quem repudia o sexo com animais é um doente mental (um zoófobo) ? Qual é o critério que diferencia a alegada “normalidade” do acto homossexual da anormalidade do sexo com animais ? Será o facto de o animal não falar, que faz a diferença ? Porque é que um acto de zoofilia, e seguindo o mesmo critério, tem que ser repudiado ? Será que o tabu do sexo com mãe revela o cidadão ansioso de incesto ? Será que devíamos “comer” a mãe, o pai, as irmãs e os irmãos, num frenesim de sexo, para afirmamos convenientemente a nossa identidade “fora do armário” ?
"Quando alguém me insulta a inteligência, mando-o “apanhar onde apanham as galinhas”; mas neste caso não o vou fazer porque ele ia daqui todo contente…
"Adenda:
"A ciência é descritiva, e não prescritiva. Prescrições nascem de valores, e não de factos. A retirada da homossexualidade do rol das doenças mentais, por parte da APA, foi um acto de prescrição e constitui um atentado contra a ciência."
Que concluir? Que para este senhor todos os homens desejam ser enrabados! Ele não quer estar sozinho no mundo. Porém, ao defender a generalização da homofobia, visa realizar a sua utopia: aceitar que o homófobo pretende ser enrabado é já cometer o acto de enrabar. Até o leque de actos homossexuais é aqui reduzido ao enrabar. Mas se todos querem ser enrabados quem os vai enrabar? Nesta versão, a homofobia revela ter afinidades com o mundo das mulheres.
Enfim, o que pensar de um homem, supostamente casado e com filhos, que anda a recolher e a editar imagens de sexo anal? Já disse uma vez e volto a repetir: procure uma estação de serviço e satosfaça essa curiosidade de ser enrabado, mas não a atribua aos outros que, sendo mais inteligentes, sabem o que fazer se tal desejo neles despertar. O paciente de Broca também abusava da linguagem ordinária, mas ele tinha sido alvo de um acidente de trabalho que lhe danificou a substância cerebral! :)
Sim, a ciência não só é descritiva, como também é explicativa: os factos e não as opiniões levaram a APA, entre outras instituições, a retirar a "homossexualidade do rol das doenças mentais". "Atentado contra a ciência" é a sua opinião, senhor homófobo orgulhoso. Porém, detecto uma evolução clínica no final do seu post, porque já encara a homossexualidade como uma "condição humana", concepção que tinha sido negada no início do mesmo post.
Aconselho a visualização deste vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=cy-7AoxFEJA
Ah, a imagem escolhida pelo homófobo orgulhoso para exemplificar o sexo anal é sintomática: um negro a enrabar um branco. Quem está dentro da literatura clínica sabe o que isso significa! Homossexualidade passiva - diria mesmo, morbidamente passiva.
Infelizmente, a direcção do PSD anda a dar essa terrível indicação aos seus adeptos de extrema-direita: tudo o que desmente os seus preconceitos é mentira! O PSD está a criar um clima totalitário no país, que ameaça de facto a democracia e degrada a qualidade do debate público. Uma campanha de insultos e de difamações!
Aliás, este PSD não tem nada a ver com Francisco Sá Carneiro! O PSD é neste momento o abrigo das forças neofascistas ou mesmo neonazis!
Políticos realmente democratas nunca permitiriam esta colagem neonazi ao PSD!
O PSD até já alinha com o PCP e o BE - partidos que não toleram a liberdade de informação! Isto é uma aliança negra!
De facto, não dá gozo debater com um senhor homófobo que mistura homofobia, zoofilia e incesto.
Neste contexto, o que podemos dizer sobre a zoofilia e o incesto na perspectiva da homofobia interiorizada? Não há ligação entre homofobia e zoofilia, a menos que o homófobo sofra também de zoofilia, desejando ser penetrado por um falo de cão ou de cavalo ou de burro. O diagnóstico é diferencial. Quanto ao incesto, é provável que um indivíduo homófobo tenha desejado ser penetrado pelo pai: este desejo não colide com a dinâmica do homófobo visto como homossexual reprimido.
Há zoofobias, tais como medo de cobras ou de aranhas. Mas há uma diferença fundamental entre estas fobias e a homofobia: o homófobo teme o que intimamente deseja - fazer sexo com outros homens. :)
Um homófobo passivo tem naturalmente maneirismos de mulher que controla e reprime, exibindo uma caricatura ou carapaça pseudo-heterossexual. Mas em situação gay liberta essa energia reprimida, adoptando o papel passivo, neste caso de receptor anal. Pode haver e há certamente homófobos activos e outros versáteis. A sexualidade de género masculino não é homogénea. Ah, as chamadas bichices gay são desencadeadas pela presença de outros homossexuais, fazendo parte da linguagem corporal gay, umas são naturais e espontâneas, outras são cultivadas e artificiais.
Ahahah... Esta frase do homófobo orgulhoso faz-me rir:
"A identidade desse senhor é o seu (dele) desejo sexual homo-subjectivo. Ele não tem outra identidade: a sua identidade é o desejo homossexual. Trata-se de uma anomalia, e explico porquê."
O meu desejo sexual homo-subjectivo? Mas pensa que sou homófobo, isto é, homossexual reprimido??? Oh, senhor homófobo, eu estou para além dessa categorização e não preciso recorrer à minha orientação sexual - seja ela qual for - para criticar opiniões: uso a razão e a minha competência racional. Além disso, nem todos os homossexuais sofrem de homofobia interiorizada: eles amam livremente - sem preconceitos - outros homens, casam e educam crianças! Homo-subjectivo: este termo deve agradar-lhe intimamente a si, não a mim... :)))
Ah, a anomalia reside na própria substância do homófobo: teme o que intimamente deseja - fazer sexo com outros homens que, nesta situação experimental, fazem o pénis homófobo - ou melhor homófilo - crescer... :)))
Ah, já tinha comentado este parágrafo homofóbico que cito agora:
"O gay demonstra a sua anormalidade quando utiliza artifícios de feminilidade, ou a lésbica quando utiliza artifícios de masculinidade. Tratam-se de comportamentos não-naturais, artificiais, forçados. Quando um gay se meneia, imita a mulher; o menear das ancas não é próprio do homem (biologicamente falando), nem o gay se meneia naturalmente. Os maneirismos do gay não são naturais; são uma construção cultural e artificial. O assimilar de comportamentos não-naturais escora-se na necessidade da criação de uma identidade estritamente baseada no desejo sexual subjectivo."
Já falei sobre as bichices, ou melhor, sobre as exibições gay. De um modo geral, os heterossexuais e os homossexuais são machos funcionais: biologicamente falando, o homossexual é um macho, independentemente de ser mais efeminado ou simplesmente hipermasculino. Homossexualidade não significa défice de masculinidade. É provável que um homófobo que tem vergonha dos seus sentimentos sexuais se veja a si mesmo como um défice de masculinidade, que procura compensar exibindo estereotipadamente hostilidade antigay vista por si como sinal da masculinidade psicológica de que carece. Neste sentido, a homofobia até pode ser vista como uma construção que visa encobrir uma deficiência pessoal: o homófobo reprime a sua homossexualidade para ser ou parecer ser mais homem. Mas esta anomalia é um traço dos homófobos e não dos homens em geral. Cientificamente, devemos começar a estar atentos aos homófobos que duvidam da sua masculinidade. Agora generalizar a homofobia é um atentado contra as masculinidades masculinas saudáveis: homens que confiam na sua própria masculinidade e que adoram ser homens.
Bem, esta viragem do homófobo para o défice de masculinidade pode significar outra coisa - o despertar tardio do desejo transexual. As amostras existentes têm como limite de idade para essa transformação os 45 anos. Alguns homens, após terem sido casados heterossexualmente e gerado filhos, desejam subitamente mudar de sexo. Mas esta é outra situação clínica: o transexualismo ajuda a compreender a homossexualidade em termos biológicos, mas são coisas diferentes. Um homófobo transexual?!!! Tudo é possível...
E, se assim for, vamos caminhar na direcção da amputação... Que patologia monstruosa! :(((
Para todos os efeitos, a suposta heterossexualidade do homófobo é uma elaboração artificial: uma falsidade que visa esconder o seu défice de masculinidade. Simula ser "mais homem" para encobrir o "menos homem" que é. Ora, esta distinção entre ser mais ou ser menos homem é, ela própria, homofóbica. E esta categorização pode surgir no seio dos casais gay: o menos homem seria o parceiro receptivo e o mais homem o parceiro activo. Homofobia interiorizada! O homófobo identifica homossexualidade e passividade - o seu preconceito homofóbica. Mas quem é o elemento activo? Com esta questão ridicularizei a argumentação do O. Braga, deixando publicamente nu, sem defesa! Voltámos assim ao início. :)))
Ou seja, a tese de que todo o mundo é gay não é minha, porque isso, para mim, seria um mundo totalitário, mas do homófobo orgulhoso que anseia pela redução do mundo à homofobia, isto é, à homossexualidade. Ora, num tal mundo cinzento, o desconforto deixaria de ser experimentado como repressão: os homens andariam a cobrir-se uns aos outros. Excitação total - a visão do mundo como um imenso falo! Esse não é o meu mundo!
Outra variação desta utopia homófoba reconciliada seria a imagem de negros a montar brancos! Nas palavras escolhidas e escritas revela-se o perfil de uma criatura desesperada consigo mesma e com o mundo! Cabe à psiquiatria mostrar a enfermidade destas tristes almas! :)
Libertando-me deste caso particular, penso que a homofobia pode ser estudada para estudar a flexibilidade da sexualidade masculina de género, porque até nesta amostra os homófobos foram indiscriminados na excitação sexual. Ora, há bissexuais casados heterossexualmente - e estes estudei, tenho amostras - que têm vida dupla: uns são activos, outros absolutamente passivos. Convém ter em conta que, em termos de excitação sexual, os bissexuais não constituem um padrão distinto dos padrões hetero e homo: partilham características dos dois grupos. Portanto, em termos de excitação, não há bissexualidade como grupo distinto. Haverá homófobos bissexuais? Eis uma das questões, a outra consiste na busca de padrões bissexuais no seio desse grupo. Em si mesma, a bissexualidade é flexível, pelo menos mais féxível que a heterossexualidade e a homossexualidade. O que coloca um problema à teoria neuro-hormonal é o facto de haver bissexuais passivos com homens e outros activos com homens: poderá a variação neuro-hormonal explicar estas diferenças fenotípicas?
Outro dado fundamental reside no facto dos homens heterossexuais buscadores de novidades exibirem comportamentos homossexuais, como se o homem fosse um ser sexual por excelência. Há aqui flexibilidade sexual. Os estudos de homossexualidade animal revelam essa perspectiva, embora a macaca japonesa seja lésbica! A homossexualidade animal desarma as opiniões homofóbicas! :)
E há outro factor crucial: os homens apreciam e orgulham-se dos seus órgãos genitais. A masculinidade está ligada à genitália masculino. O homem é o seu pénis! E esta é uma avaliação intramasculina. Mas já demonstrei isso noutros posts, detacando as referências que os homens fazem da genitália masculina.
E o casais de cowboys! Uma história que conjuga masculinidade extrema e homossexualidade!
O homófobo explica a hostilidade que as mulheres hetero exibem em relação às lésbicas pela lei da afinidade! Um disparate total! Ele não percebe nada de mulheres: a razão dessa maior tolerância da homossexualidade masculina - e de maior hostilidade pelas lésbicas - é outra. Ai, ai... já tratei disso quando abordei o ciúme!
Enfim, o homófobo orgulhoso cruzou as afinidades, afirmando a afinidade entre homófobos e mulheres, não porque queira montar as mulheres, mas porque inveja o seu papel sexual. Afinal, mulheres hetero e homossexuais reprimidos procuram - todos eles - homens!
Estou a rir imenso com esta cena: faz bem à saúde confrontar os homófobos com a sua homossexualidade! :)))
E começo a suspeitar que alguns homófobos devem ser confrontados com a mulher que neles habita! Neste caso, a psiquiatria pode ajudar a libertar essa mulher e o homófobo torna-se transexual macho-para-fêmea! :)
Claro que a mulher libertada deste modo é uma mulher ultraconservadora que frequenta a sacristia da paróquia mais próxima, que faz trabalhos de mulher, que vota à direita, enfim que detesta o movimento de libertação das mulheres: a mulher liberta deseja ser escrava do falo do marido ou do amante. Onde encontramos esse perfil? Ya, nas ruas frequentadas por travestis e transexuais que se prostituem: o único traço masculino dessa mulher é a atracção pela prostituição. O casamento também é, para o ele convertido em ela, prostituição: a mulher abre a perna em troca de dinheiro ou outra coisa. Que mundo triste este o dos conservadores neofascistas!
O meu Clube é o FCPorto e, neste clube, quando jogamos, é para vencer e ser campeões! :)
Estive a ver o Plano Inclinado, onde Rui Moreira participou. Medina Carreira lançou um desafio ao Primeiro-Ministro ou a Sic: quer a tal hora para debater este país. Em suma: a nossa economia é uma cobra a devorar o seu rabo. Toda a gente sabe isso: Estado + Banca + Grandes Empresas sufocam o país. Só quando isto mergulhar nas trevas é que será feito alguma coisa... Não dá gozo discutir este Portugal. O problema é usarem o PM como se ele tivesse inventado o sistema: este já é velho e todos são responsáveis. A oposição unida é o horror. A crítica do sistema deve ser radicalizada.
Como travar sos grandes investimentos públicos se a tal cobra está interessada neles? Capitalismo sem risco! Sempre foi assim neste país! As empresas emblemáticas do sistema nunca trouxeram felicidade aos portugueses: elas são demasiado caras. E estão todas sediadas no mesmo sítio: o país paga caro para manter uma capital asteca e canibal.
Toda a gente inteligente sabe isso: a solução exige uma grande transformação, uma ruptura radical. E uma reforma total do sistema partidário!
A crítica precisa ter uma base social de apoio - orientar a sua praxis de transformação. Sem esse braço prático, é abstracta.
O homófobo voltou ao ataque com um post sobre a "bíblia dos psiquiatras", onde ataca a APA. A noção de patologia da normalidade que defendo não é beliscada e não tem nada a ver com a noção que me atribui. Não vou fazer um historial da APA ou da Academia de New York, mas aquilo que é dito carece de fundamento: o DSM-IV-R é actualmente a-teórico.
Já agora desafio o homófobo a alargar a sua googleada e a comparar o DSM-IV-R e o CID-10.
Mas - sim - é verdade que há uma Escola de Psiquiatria do Porto, mas a sua orientação é mais psicofisiológica. Eu procuro outro rumo - a psiquiatria dialéctica que não abdica das neurociências e da genética. Aliás, tivémos bons hospitais psiquiátricos, um dos quais tinha uma biblioteca fabulosa. E todos eles recebem as revistas da APA. Curiosamente o Escola de Psiquiatria do Porto esteve sempre aberta à psiquiatria biológica e até genética. Seria interessante fazer essa história da loucura no Porto.
O homófobo deve saber que a gente rica da cidade, quando descobre que o filho ou a filha são homossexuais, os leva ao psiquiatra para lhes mudar a orientação sexual. Porém, alguns dos psiquiatras fizeram o seu trabalho, deixando ser aquilo que eram. Mas houve provavelmente alguns abusos homofóbicos.
E tudo isso antes da APA retirar a homossexualidade do tal rol de doenças mentais, termo que já não se usa. Se fosse honesto, o homófobo devia ser mais rigoroso e tentar compreender a homofobia no seu contexto histórico. A história da psiquiatria cruza-se com a história social (sentido genérico) e, finalmente, consegue libertar-se das pressões sociais. A ciência sempre foi uma luta contra as forças obscuras e os preconceitos. E os sexológos deram aso a essa libertação: o facto de falarem das sexualidades acabou por ajudar a libertá-las - as que eram oprimidas e perseguidas.
Ora, o que se descobriu atrás desses abusos terminológicos e de classificação foi precisamente o preconceito sexual e a homofobia: a velha ideologia religiosa onde radica o mal. :)
Já pedi informação à APA e já recebi novos dados. Por vezes, esqueço que tenho contacto com membros da Associação Americana de Psiquiatria, com acesso ilimitado aos seus arquivos. Logo que tenha tempo dedico um post às parafilias, aliás mais outro.
Aliás, sou membro de outra Associação de Psiquiatria, mais favorável à abordagem biológica. Mas os temas predominantes são outras perturbações mentais.
E a Academia de New York não tem oficialmente a posição que lhe atribuiu o homófobo, que certamente não tem acesso aos arquivos. Na revista são publicados milhares de artigos, cada um dos quais é da responsabilidade dos seus autores. A Academia não toma posição em relação a cada artigo, mas não considera a homossexualidade uma doença mental, como disse o homófobo. Aliás, isso que disse o homófobo é totalmente falso: a pesquisa médica dá muita atenção ao factor orientação sexual.
É evidente que o sado-masoquismo não é, em si mesmo, uma "doença mental" e o facto de aparecer na secção das parafilias não tem especial importância: o psiquiatra sabe como lidar com as situações e avaliar a sua gravidade ou não gravidade. O mesmo pode ser dito em relação à zoofilia e à necrofilia, mas por razões diferentes daquelas apontadas pelo homófobo. Por exemplo, um caso de zoofilia aqui na city tinha ligação com o retardamento mental, o que desloca a atenção do acto de bestialidade para o retardamento. Bem, o homófobo não é médico e não vale a pena discutir estes assuntos com leigos homófobos.
O homófobo não sabe que já começamos a ter um perfil neuro-endocrinológico da zoofilia! Mas ele sabe o que isso significa??
E já temos algumas boas imagens do cérebro parafílico em acção: o caso da pedofilia já pode ser esclarecido via hipotálamo, pelo menos parcialmente. E, com tempo, vamos chegar ao cérebro homófobo, do qual já temos bons indicadores, um dos quais o liga a via neural da crença conservadora. Ora, uma das tarefas da psiquiatria dialéctica é politizar estes conhecimentos e produzir terapias adequadas à uma sociedade livre.
Há pessoas mais predispostas às crenças religiosas do que outras: o circuito neural da crença é bem conhecido, até porque está envolvido em doenças que estão a captar os fundos e os financiamentos. O circuito é, em termos evolutivos, muito arcaico e, se quisermos compreender o cérebro homófobo, devemos ligá-lo a outros circuitos mais recentes. Quando tivermos todo o mapa construído, podemos faciltar ou bloquear vias, de modo a controlar a homofobia. E poderemos fazer do crente fanático um ateu militante. Conhecimento é poder, como dizia Bacon. E se a genética da crença em Deus der resultados positivos, então podemos eliminar a homofobia e os crentes fanáticos. :)
Estou muito decepcionado com esta derrota do FCPorto frente ao Sporting, mas todos nós sabemos onde estão as falhas - na falta de ousadia e de inteligência nas contratações: temos alguns jogadores que não merecem estar na equipa e um ou outro que já devia ter sido vendido. Além disso, alguma coisa falha no domínio psicológico, mas tudo isso foi dito no Pontapé de Saída (?) - RTPN.
Vou mais longe: Bruno Alves não está a conseguir ser capitão da equipa e Helton não esteve em boa forma, aliás tende a falhar muito em jogos cruciais. De resto, todos estiveram mal, muito mal, mesmo muito mal, tão mal que nem dá vontade de justificar o falhanço total de todos.
Enfim, o campeonato está perdido! E ficar em 3º ou - quem sabe 4º? - é uma vergonha, porque não temos equipa para garantir o 3º.
Aliás, não estou para fazer uma pesquisa para apontar os erros que o FCPorto cometeu durante este ano - epoca, alguns dos quais transitam do ano - epoca - anterior. A organização está a falhar... A decepção deste ano é o FCPorto na sua globalidade.
Apesar de ser suportada por evidência indirecta, a Monoamine Hypothesis ajuda a explicar a co-ocorrências de diversas parafilias num mesmo indivíduo, levando em conta o seu lugar no espectro da perturbação obsessivo-compulsiva e os indicadores de hipersexualidade. :)
E também sou receptivo à articulação desta tendência para apresentar diversas parafilias com uma "reward deficiency syndrome" envolvida em variados comportamentos aditivos. Convém destacar que um número significativo de parafílicos tem uma história de abuso sexual. Precisamos desenvolver uma fenomenologia mais detalhada das parafilias.
Um traço preocupante que se detecta em determinados homófobos é a ausência de inibição, geralmente traduzida no uso de "linguagem livre" - isto é, insultuosa: esta impulsividade é verdadeiramente patológica. Também estou pronto a recorrer à Courtship Disorder para clarificar a homofobia: alguma fase deste comportamento é suprimida pelo homófobo na sua relação com a mulher. Outros traços podem ser a masturbação compulsiva e a agressão - dirigida não só contra os homossexuais mas também contra as mulheres. A homofobia é de facto uma doença terrível.
E os estudos deixam transparecer uma ligação entre homofobia e pedofilia.
O contraste entre o Norte da Europa - protestante e desenvolvido - e o Sul - católico e atrasado - pode ser associado à homofobia do Sul, mas esta ligação é complexa e não sei como a explicitar, embora a tenha detectado na minha pesquisa. Infelizmente, os homossexuais portugueses que são vítimas de todo o tipo de abusos não se queixam e considero este silêncio sintomático.
O facto dos homófobos, bem como dos parafílicos, serem regractários à mudança de comportamentos indica que estamos perante uma compulsão, cujo tratamento incide sobre o cérebro enquanto mero órgão que regula as relações do indivíduo com o meio interno e externo: um tal indivíduo perdeu a capacidade de agir livremente, ele é escravo dos seus impulsos.
O cérebro homófobo desconhece a liberdade - é absolutamente desumano.
O cérebro homófobo é uma anomalia humana - implica défice de humanidade: tudo o que é humano é-lhe estranho. E tem uma especial inclinação para a mentira patológica.
As perturbações parafílicas, hipersexuais e a homofobia constituem um bom tema para ser analisado por um conceptual designer: uma tarefa enorme e complexa, é certo, mas uma boa tarefa. Como já disse noutro post dedicado à Internet sexual, a perturbação hipersexual refugia-se em certos nichos da Internet. Eis alguns exemplos: masturbação compulsiva, promiscuidade, dependência da pornografia, dependência do telephone sex, cybersexo e incompatibilidade do desejo sexual - infidelidade on-line. Ora, os portugueses aderiram bem aos novos meios de comunicação e estão presentes nesses nichos eróticos, onde revelam ausência de inteligência emocional e social, tipicamente portuguesa.
O que é comum a tudo isso? Adição, Compulsão, Impulsividade! :)
E estudos muito importantes associaram algumas parafilias a Attention-Deficit Hyperactivity Disorder - ADHD.
Enfim, o homófobo não sabe do que fala quando refere o funcionamento da APA, que está a enviar-me os estudos mais recentes sobre as parafilias e a homofobia. :)
E estou a consultar os arquivos da Academia de New York e os estudos recentes desmentem as mentiras fabricadas pelo cérebro danificado homófobo. Mas não vale a pena dialogar com mentirosos compulsivos!
Aliás, a Acadamia de NY está mais preocupada com a aromatase! :)
Enfim, um homófobo é, no fundo, um carneiro gay reprimido! Será que percebem a ironia portuense deste comentário? :)
Ah, um esclarecimento terminológico: género é usado para referir a masculinidade e a feminilidade, tanto biológica como social, do sujeito, enquanto sexo designa as actividades que conduzem ao orgasmo ou à excitação sexual.
Enfim, ao abrigo da cooperação, lá estou eu com a tarefa de repensar o narcisismo, mas entretanto interessei-me pelo Ego Depletion. Esta noção tem implicações filosóficas: o que lamento é o modelo energético em que assenta.
A teoria do ego depletion é bonita e o seu autor - outro conceptual designer - está a tentar convencer-me da possibilidade de a testar, mas respondi-lhe que de momento não vejo como podemos traduzir o tal modelo energético em modelo neural. Porém, a teoria explica teoricamente muitos processos de auto-controle e o que fascina nela é uma implicação: o ego homófobo é absolutamente incapaz de se autocontrolar. Um vazio de ego! Bam, vou pensar a sério nos desafios... :)
Ah, é bom cooperar com americanos, o que não podemos fazer cá em Portugal com colegas burrecos e invejosos. A minha teoria do narcisismo tem uma falha, que vou meditar.
E contava com ela como uma das peças nucleares da minha megateoria das sexualidade de género masculino. :(
Com o recurso à falometria, uma equipa descobriu que um indivíduo reagia fortemente a cavalos - uma zoofilia preferencial. Também sofre de imbecilidade, mas não sei como explicar esta bestialidade preferencial, a não ser recorrendo ao imprinting, que noutras situações descarto.
Vou casar o narcisismo com outra patologia e, à partida, tenho a falha resolvida. :)
Estou fascinado com o poder destruidor da natureza revoltada contra o homem: a calamidade natural pode conduzir à revolução. O Chile foi devorado, tal como o Haiti e a Madeira.
E os homens tornam-se animais primitivos que rompem o contrato: o Estado pode ser derrubado. A natureza selvagem é mais poderosa que a natureza domesticada - é sublime ver a natureza animal do homem em meio de crise. E vamos assistir a mais catástrofes naturais que irão expulsar o homem da terra. :)
Enfim, o nosso vizinho é um ladrão potencial! :)
Enviar um comentário