"Indigno-me, logo existimos", diz Albert Camus. É preciso ir mais longe e dizer que "existimos" enquanto seres sofredores e indignados pela injustiça reinante em Portugal. Os portugueses mataram o amor e deixaram de sofrer, tornando-se apáticos. Os sofredores amam, sofrem e lutam sem temer a morte.
Os labirintos diabólicos da morte incluem - o labirinto diabólico da pobreza (nível económico), o labirinto da violência (nível político), o labirinto do estranhamento racial e cultural, o labirinto da destruição industrial da natureza e o labirinto diabólico do absurdo e do abandono de Deus. À luz dos labirintos diabólicos da morte, Portugal é um inferno: o futuro está a ser obscurecido pelo governo idiota de Gaspar-Coelho.
Portugal é uma merda e os portugueses são idiotas culturais. Portugal nunca produziu uma Filosofia, nem sequer uma teologia, como é evidente. A inteligência emigrou de Portugal.
Com excepção de Teixeira de Pascoaes que criou o saudosismo, não houve em Portugal mais ninguém capaz de repensar uma teoria da saudade. O predomínio da Igreja no nosso país nunca deu frutos: não há teólogos portugueses, nem sequer um teólogo da saudade. A reformulação da saudade permite articular uma teologia da saudade com a teologia (política e dialéctica) da esperança.
«O cristianismo não começou como religião nacional ou de classe. Como religião dominante dos dominadores, ela tem de negar a sua origem no Crucificado e perder a sua identidade. O Deus crucificado é, de facto, um Deus sem Estado nem classe. Mas nem por isso é um Deus apolítico. É o Deus dos pobres, oprimidos e humilhados». Jürgen Moltmann
Começo a ansiar pelo estudo. Comprei uma obra magnífica de teologia - que andou esgotada durante muito tempo - e pretendo estudar a sério teologia. Como devem suspeitar, o meu esforço dirige-se para uma teologia da revolução.
Os cursos de letras são uma tremenda merda há diversas décadas. Vítor Gaspar é considerado como o ideólogo do governo quando na verdade ele é um ignorante malvado. O seu "pensamento" pode ser remetido à utopia do status quo e confrontado com a docta spes. Porém, como Portugal é habitado por burros diplomados e resignados, ninguém sabe desconstruir a utopia do status quo. O problema fundamental de Portugal reside no carácter e na formação cultural dos portugueses: o 25 de Abril destruiu o ensino superior.
Uma das razões do fracasso do 25 de Abril liga-se à alma benfiquista, uma alma arcaica, saloia e retrógrada. Democracia e sociedade aberta não casam com a alma encarnada - muito mais próxima da matriz diabólica. Benfica significa persistência do fascismo.
Não devia escrever o que vou escrever: a comunidade gay portuguesa é um fiasco total. E isso não acontece só em Portugal. Há, de facto, um problema que merece ser pensado e que pode favorecer as posições radicais dos homófobos, os homossexuais reprimidos. Eu não gosto de lidar com indivíduos homossexuais em termos profissionais...
A minha investigação sobre comportamentos sexuais terminou e não pretendo retomá-la: o envelhecimento dos indivíduos observados cria um problema à minha hipótese de trabalho. Julgo que muitos deles ficaram mais "bichas" ou, como lhes chamo, "floristas". Sei que este padrão não se aplica a todos mas no caso português há alguma anomalia.
Enfim, em linguagem mais transparente: o que ganhámos com a libertação das mulheres e dos indivíduos homossexuais dos dois sexos? Houve progresso humanitário e civilizacional? A resposta é negativa. Estes assuntos devem ser meditados: o que parece ser um progresso é um retrocesso destrutivo. Meus amigos: destruímos o mundo, o nosso mundo!
Estou a deparar com diversos obstáculos na reformulação da filosofia da História, como se o ciclo ocidental estivesse fechado em si mesmo. A minha concepção da história implica uma ruptura radical com a esperança. Porém, ao pensar essa ruptura, estou a descartar a política, mais precisamente a paixão pelo possível. Vou tentar superar esta dificuldade criticando a filosofia positiva de Comte.
Quando convido as pessoas a queimar as obras filosóficas pós-estruturalistas, faço-o por razões estritamente teóricas: os problemas filosóficos colocados pelos grandes filósofos modernos devem ser retomados sem a mediação mais recente.
Ora, constato que esses problemas filosóficos foram conservados pelos grandes teólogos protestantes do século XX. As suas teologias são obras filosóficas. Situação estranha a nossa: Para estudar Filosofia devemos ler as grandes obras de teologia! A Filosofia capitulou perante a utopia do status quo. O Deus da promessa é potencialmente mais subversivo do que qualquer outra figura elaborada pelos últimos filósofos patetas.
O meu grande problema é pensar a maldade do Mal. A doutrina do pecado original volta a estar na ordem do dia. Ao criticar Comte, estou a demolir a sociologia. Sei que entrei em rota de colisão com alguns mestres... Mas não vejo outro caminho para renovar a promessa marxista.
O meu blogue deu um contributo decisivo para os movimentos de indignação. No entanto, como me dizem frequentemente, eu nunca participei activamente nessas manifestações. Porquê? Porque não acredito no seu potencial revolucionário. A política vigente não pode ser combatida por movimentos a-políticos. Não acredito em movimentos sem orientação teórico-filosófica.
Em linguagem teológica, podemos definir os portugueses como pecadores, isto é, como criaturas perversas que perderam a esperança e a identidade. Conheço demasiado bem a resignação dos portugueses para confiar neles.
O projecto iluminista implica a educação universal. Porém, a sua realização destruiu a própria educação. Hoje as chamadas ciências da educação são responsáveis pela degradação do ensino. Este paradoxo iluminista merece ser pensado, na medida em que a realização do projecto iluminista produziu o efeito contrário: a paixão pela ignorância.
O nível cultural de um país pode ser medido pela qualidade da sua actividade editorial. Ora, Portugal nunca acompanhou de perto os movimentos culturais mundiais. As grandes obras ainda não foram traduzidas para a língua portuguesa e as traduções existentes não têm qualidade. Portugal importa cultura do estrangeiro mas importa com atrasos significativos. Salazar foi um coveiro da cultura mas o 25 de Abril não melhorou a cultura; pelo contrário, despiu-a do seu potencial transcendente.
Em Portugal, a política cultural tem sido uma política de subsídios e de financiamentos: os auto-intitulados agentes culturais recebem ordenados ou subsídios sem terem produzido uma única obra cultural. É a política do emprego sem trabalho. Há muitas Fundações não para produzir obra mas sim para receber dinheiro público e dar emprego aos amigos. A cultura portuguesa é uma mentira institucional.
Em Portugal, a política cultural tem sido uma política de subsídios e de financiamentos: os auto-intitulados agentes culturais recebem ordenados ou subsídios sem terem produzido uma única obra cultural. É a política do emprego sem trabalho. Há muitas Fundações não para produzir obra mas sim para receber dinheiro público e dar emprego aos amigos. A cultura portuguesa é uma mentira institucional.
Não vou criticar os teatros nacionais de Lisboa e Porto porque não quero contribuir para o seu fechamento. Porém, devo dizer que eles não contribuem para a cultura nacional, até porque não têm grande audiência. Mas o que me choca mais é ver o mobiliário e outros objectos dos cenários nas casas dos directores das diversas secções. Aliás, muitas vezes são eles ou elas a escolher o mobiliário em função do seu próprio projecto de mobilar as suas casas. Depois de terem sido exibidos nos cenários os móveis vão para as casas dos directores. Os portugueses roubam o Estado!
Os grandes Liceus construídos por Salazar tinham bibliotecas recheadas de preciosidades. Ora, os professores roubaram muitos livros às bibliotecas, sobretudo as primeiras edições, e hoje podemos vê-los à venda em diversos alfarrabistas. As bibliotecas universitárias também são roubadas!
E o que dizer das teses de mestrado e de doutoramento? Meus amigos: consultem-nas nas bibliotecas universitárias e vejam donde elas foram sacadas. O negócio das teses é lucrativo: uns copiam outras teses ou livros; outros compram as teses. Geração competente a actual!!!
Como é possível fazer uma tese de doutoramento sobre Kant sem ter lido a sua obra! No Porto, há quem tenha feito o doutoramento sem ler Kant, bastando-lhe dar a pila! Uma vergonha nacional!
Sou absolutamente sincero: Se fosse estrangeiro e estivesse a dirigir uma universidade ou uma empresa, não daria emprego a portugueses. Dói? Paciência: mudem de personalidade e de atitude!
A malta universitária viaja muito. Dizem que participam em conferências. Porém, se olharmos para a sua produção - inexistente, claro! - não vemos correspondência entre a área da suposta investigação e o tema dos congressos. Conheço inúmeros casos para me dar ao trabalho de moderar a generalização.
Sei que aproveitam para passear, assistir a concertos e fazer sexo.
Devemos reanimar o pensamento de Mao Tsé-Tung para travar a escalada capitalista da China. É preferível uma China Comunista a uma China Capitalista. Viva Mao Tsé-Tung! Afinal, deu um contributo significativo à dialéctica!
Aliás, o programa de Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung pode e ser dever implementado em Portugal, tanto para cultivar a mente do povo português como também para humilhar a estupidez grosseira dos seus dirigentes. Portugal precisa de uma imensa revolução cultural para poder realizar a grande transformação social.
Os indignados de todo o mundo devem começar a ler e a estudar as obras de Hegel, Marx, Engels, Lenine, Mao Tsé-Tung e Che Guevara. As obras dos clássicos do marxismo ainda são actuais, até porque o capitalismo ainda não foi superado. Elas fornecem a orientação teórica e política adequada aos novos movimentos de indignação e de protesto. A história não é uma totalidade concluída que possa ser contemplada do exterior como existente terminado; a história é processo aberto que implica a praxis como elemento subjectivo capaz de a fazer avançar para a frente.
Vítor Gaspar está a danificar a vida dos portugueses. Vislumbro largos anos de pobreza e de miséria. Tanto os novos como os mais velhos têm a vida danificada. Quereis morrer pobres? Não será preferível sacrificar o carrasco? A vida é breve, meus amigos!
Meus amigos: O discurso antiviolência é o aliado natural da manutenção do status quo. O diálogo nunca produziu mudanças sociais radicais: a Revolução Francesa inquietou as classes dominantes pelo seu terror e introduziu um novo conceito de história.
Os portugueses não formam pares porque estão desempregados. O prolongamento da adolescência social por razões económicas é fatal para o desenvolvimento da pessoa humana: estas tristes criaturas morrem antes de ter vivido.
A situação que descrevi no post anterior já predomina há décadas. Ao empobrecer as famílias, Vítor Gaspar está a lançar para o abismo da miséria milhares de pessoas que nunca tiveram emprego seguro, vivendo à custa dos pais ou familiares.
Os indignados de todo o mundo devem começar a ler e a estudar as obras de Hegel, Marx, Engels, Lenine, Mao Tsé-Tung e Che Guevara. As obras dos clássicos do marxismo ainda são actuais, até porque o capitalismo ainda não foi superado. Elas fornecem a orientação teórica e política adequada aos novos movimentos de indignação e de protesto. A história não é uma totalidade concluída que possa ser contemplada do exterior como existente terminado; a história é processo aberto que implica a praxis como elemento subjectivo capaz de a fazer avançar para a frente.
A Esquerda revolucionária não pode alinhar com a Direita venenosa quando esta acusa a URSS de ter sido totalitária. Não houve efectivamente totalitarismo soviético, nem no tempo de Estaline. O que deve fazer é aprender com os erros cometidos: o comunismo ascético é o antídoto contra a sociedade de consumo promovida pelo capitalismo americano. É preferível uma pessoa inteligente a uma pessoa obesa. O comunismo deve ser perspectivado como uma sociedade autónoma por oposição a uma sociedade obesa ou, como sucede actualmente na Europa, a uma sociedade pobre.
Enfim, não podemos fazer o jogo do adversário e respeitar as suas regras: o que precisamos é de um novo jogo e de novas regras que nos libertem do jogo capitalista, da sua democracia podre e do diálogo com os opressores.
Alimentar o pensamento de que as coisas podem voltar a ser o que foram - mas afinal o que foram? - é adiar a grande transformação: o que foi foi a mal-existente que nos conduziu à miséria presente.
A burguesia reaccionária sabe usar a democracia para manipular a imbecilidade do povo português. Deu-lhe a democracia e, nas últimas eleições, os portugueses elegeram os seus próprios carrascos: Cavaco Silva e Passos Coelho. A burguesia aplaude. Porém, quando o povo se manifesta diante da Assembleia da República, a burguesia responde enviando as forças policiais de repressão. Ora, é em nome desta porca democracia que a burguesia acusa o comunismo de ser totalitário! Paradoxo total!
Chegou talvez a hora de pensar uma alternativa política à democracia: a democracia parlamentar foi e é o regime político da burguesia triunfante, cujo jogo constitucional fecha as portas ao futuro novo. A democracia paralisa as sociedades no seu devir para aquilo que ainda não é.
Estou a reler Thomas Münzer, Teólogo da Revolução, de Ernst Bloch. Infelizmente, só tenho a tradução brasileira que é péssima. Não é fácil traduzir as obras de Bloch, sobretudo quando o tradutor não domina as duas línguas, nem o alemão nem o português. Mas a minha mensagem é outra: Kautsky e Engels escreveram duas obras fabulosas sobre a revolta dos camponeses, nenhuma das quais está disponível em língua portuguesa. Afinal, o que se ensina nas universidades? Como é possível tirar um curso sem estudar e ler? O que se aprende? O ensino é uma merda!
As pessoas são biologicamente diferentes umas das outras e ainda bem. Há um estudo psicológico que mostrou que, desde cedo, as crianças revelam uma aptidão teórica ou prática. Esta diferença biológica não pode ser superada culturalmente. Hoje os jovens desejam tirar cursos independentemente das suas aptidões biológicas: o resultado é fatal para a cultura superior. Desde que se democratizou irracionalmente o ensino a qualidade da produção cultural regrediu. Afinal, como é que as Humanidades podem competir com as tecnologias se os seus agentes não têm aptidão teórica e nunca leram livros para fazer os seus cursos? As Humanidades são hoje o lixo da Universidade.
Nunca fui maoísta. Tenho as obras completas de Mao Tsé-Tung, incluindo a sua poesia. Mao Tsé-Tung tem belos textos políticos e filosóficos: destaco aqui a sua obra sobre a dialéctica, onde ele desenvolve uma dialéctica da complexidade que aprovo. Quanto à Revolução Cultural, aprovo a decisão de "Fazer Frente".
Quando defendo a dialéctica como abertura, estou a descartar a tese do Fim da História. A dialéctica é história e a história é um processo aberto. Ernst Bloch devolveu ao marxismo a dialéctica enquanto abertura. Eu vou mais longe quando não concebo qualquer figura circular. Concluir a história é algo antidialéctico. Conhecemos os efeitos nefastos desses momentos antidialécticos. Vacilo apenas entre a rememoração e a esperança, visto defender uma concepção absolutamente apocalíptica da história.
Devemos destruir a officially optimistic society para reavermos o mundo comum que ela nos nega. Um exemplo: na officially optimistic society o amor já não é paixão, mas unicamente acto sexual.
A officially optimistic society endureceu o coração dos homens, de modo a desumanizá-los: a sua escatologia é a sobrevivência do mais apto, ou seja, a sobrevivência do capital financeiro que quer controlar o mundo inteiro. O gestor que lhe dá rosto não chora e ri apenas por cortesia.
O português típico é um idiota cultural. Estou cada vez mais convencido de que ainda não se elaborou a leitura correcta da História de Portugal. A sua compreensão implica a formulação de uma antropologia regional capaz de esclarecer a essência portuguesa.
Há uma grande diferença entre judaísmo e cristianismo: a linha frontal do êxodo não é a emigração, mas a libertação. Para combater o capitalismo, somos forçados a criticar radicalmente o judaísmo. Os judeus consideram que existe e existiu a terra dos patriarcas, a terra de Deus. Ora, para os cristãos, não existe uma tal terra: os cristãos são peregrinos que não têm em nenhuma parte uma cidade permanente. A sua fé é a de um futuro novo para todas as nações. Eles não emigram; eles caminham através das épocas da história.
As pessoas falam de Freud sem nunca ter lido e assimilado a sua obra. A crítica freudiana da religião - a religião como neurose - só se aplica ao judaísmo: Freud teve dificuldade em compreender o cristianismo, a religião do Filho. A mitologia freudiana da horda primordial baseia-se exclusivamente no judaísmo, embora sofra a influência de Darwin.
Se pensarmos bem, os três mestres da suspeita - Marx, Nietzsche e Freud - criticaram mais o judaísmo do que o cristianismo. Isso é particularmente evidente na obra de Marx e de Freud: o judaísmo como culto obsessivo de ídolos.
A renovação de Marx constitui uma tarefa complicada: aquilo que foi atribuído a Nietzsche - a inversão do platonismo - foi previamente realizado de forma superior por Marx. A esta luz compreendemos o impacto da filosofia de Marx sobre as teologias do século XX: o Deus que delas resulta foi pensado a partir dessa inversão operada por Marx à luz da sua teoria da historicidade. Há, portanto, uma filosofia marxista que ainda não foi pensada e libertada do iluminismo. A ideia de que não temos pátria encontra-se no cristianismo, mas para a compreender é preciso passar pela obra de Marx.
Eis a diferença entre Marx e Heidegger: as teologias que se baseiam na filosofia de Marx são revolucionárias; as teologias que recorrem à filosofia da existência de Heidegger são reaccionárias e conservadoras. O programa de desmitologização da Bíblia de Bultmann é reaccionário; o programa de desteocratização de Bloch é subversivo: não há revolução sem a Bíblia!
Porém, reparem, qualquer um dos programas implica uma ruptura com o Deus estático e transcendente do judaísmo! O alvo da crítica filosófica foi preferencialmente o judaísmo.
O povo português tem o que merece: o discurso da mentira organizada dos seus governantes. O actual governo português é o mais mentiroso de sempre. Lembram-se da figura do Pinóquio usada para caracterizar Sócrates? Ora, agora os ministros são todos "pinóquios"...
A noção de Estado como uma esfera a pairar por cima dos interesses da sociedade civil é absolutamente ideológica, portanto falsa: o Estado é sempre um Estado de Classe. Afirmar que o Estado somos todos nós colide com o seu uso para espoliar os portugueses. Nós não somos o Estado e o Estado não defende os nossos interesses.
Os portugueses - como são burros - não sabem que os meios de comunicação social constituem um aparelho ideológico de Estado: a comunicação social portuguesa é responsável pela desgraça nacional. A falência dos jornais é desejável, embora o ideal fosse a ruptura dos portugueses com os demais meios audiovisuais de comunicação. A democracia não precisa de jornalistas!
Capitalismo e cultura são incompatíveis entre si: Onde há capitalismo não há cultura e onde há cultura há denúncia do capitalismo. Hegel e Goethe foram os primeiros pensadores a tomar consciência de que o capitalismo é inimigo da cultura superior do Ocidente. Marx explicou esta incompatibilidade ao denunciar a mercantilização dos bens culturais. O marxismo nunca foi puro economicismo: a sua teoria da revolução implica o elemento subjectivo. A revolução gerencial que possibilitou a ascensão dos gestores e dos economistas consuma a destruição da cultura: a economia e as finanças invadem todas as esferas da sociedade e da cultura e colonizam-nas, impondo-lhes uma lógica de gestão económica que lhes é avessa. Ora, este novo avanço do capitalismo enquadra-se perfeitamente na teoria de Marx. A actualidade de Marx é incontestável!
Heidegger e Arendt acusam Marx de ter pulverizado a filosofia nas chamadas ciências sociais. A acusação não é completamente falsa, mas a prática teórica marxista aponta noutro sentido: as ciências sociais são técnicas de adaptação social. A crítica radical das ciências sociais implica a sobrevalorização da Filosofia: a crítica que Marx faz das formas ideológicas da consciência social deve ser entendida não como crítica da alienação filosóficas mas sim como crítica das ciências sociais. Marx nunca formulou uma sociologia ou uma economia ou mesmo uma ciência política; ele falou apenas da "ciência da História". Este facto demonstra que ele não desejava ser o Galileu ou o Newton das ciências sociais: a sua filosofia deve ser entendida como crítica da pseudo-cientificidade das ciências sociais. Afinal, o que é a teoria da ideologia a não ser a crítica destas pseudo-ciências? Há de facto no marxismo um elemento antipositivista que ainda não foi pensado. O marxismo soviético sobrevalorizou o elemento positivo para justificar um objectivismo reificado que é avesso à teoria de Marx. A economia é uma ideologia de classe que se esconde por detrás de um título epistemológico falso: o título de ciência quase-exacta, como se depois de Kant ainda acreditássemos na exactidão da ciência. Também aqui Marx é actual!
O povo português tem o que merece: o discurso da mentira organizada dos seus governantes. O actual governo português é o mais mentiroso de sempre. Lembram-se da figura do Pinóquio usada para caracterizar Sócrates? Ora, agora os ministros são todos "pinóquios"...
Ficas com tusa quando te apresentam como cientista social? Eu acho que és um palerma, porque lá no fundo de ti mesmo sabes que não és ninguém. O teu primeiro pecado é mentires a ti mesmo sobre o teu lugar no mundo.
Burocracia não é saber. Se aprendeste na universidade alguns procedimentos burocráticos para controlar um problema ou escrever um artigo, fica a saber que não aprendeste nada. Tu estás completamente alienado do mundo e do conhecimento do mundo: és um zé-ninguém capaz de implementar um novo holocausto ao abrigo das folhas do Excell. Usas as estatísticas - mas será que conheces a fundo os cálculos estatísticos? Desconfio que tu não sabes o que dizes: és palerma!
Preenche a tua existência inútil lendo Recordações da Casa dos Mortos de Dostoiévski. Deixo-te uma pista: catividade e esperança, sonhos de liberdade e vida apátrida, definem a situação do homem, segundo Dostoiévski.
Os povos com metafísica têm heróis: um estudante de Filosofia imolou-se em fogo quando os tanques da URSS entraram no seu país para abolir a democracia. Em Portugal, não temos heróis: as universidades portuguesas são pasto para gado infra-humano. Sim, para mim, os portugueses não são humanos.
A existência dos portugueses é uma crueldade para a humanidade, na medida em que cada existência portuguesa priva outro ser superior da sua existência. Lamento o facto de Zeus ter deixado na Caixa de Pandora as ilusões e o suicídio: ele privou os humanos da liberdade derradeira que é o suicídio colectivo.
O Dia do Juízo Final será o holocausto das almas portuguesas. Se não houver justiça plena nesta vida, haverá com certeza justiça divina: os portugueses serão punidos pelos seus crimes. Vejo os portugueses como o povo maldito!
No rosto - ou melhor, no anti-rosto - dos portugueses não há ética; há inveja e maldade. Pelo rosto vemos que os portugueses são malvados cuja existência consiste em negar a existência do outro.
A Filosofia introduziu uma nova linguagem a partir de palavras demasiado arcaicas. Heidegger procurou regressar ao arcaísmo do vocabulário filosófico mas sem sucesso: ele criou uma nova mitologia do ser. Prefiro viajar até ao arcaísmo da linguagem do Antigo Testamento: a sua antropologia fascina-me. Os judeus eram muito primitivos!
Heidegger escreveu sobre Hölderlin enquanto os judeus eram grelhados no campo de concentração perto da sua casa na Floresta Negra. Como é possível fazer filosofia sobre um grande poeta em tais condições inumanas? A pergunta é retórica: o horror alimenta a Filosofia!
Adorno foi demasiado judeu quando escreveu que depois de Auschwitz não poderia haver mais poesia. Escreveram-se muitas obras para explicar o Holocausto mas nenhuma delas deu resposta à questão de saber se os judeus não mereceram esse destino.
Simmel que não sabia nada de biologia deu a resposta correcta: o judeu é o estrangeiro, o outro estranho. O Holocausto tem uma explicação biológica demasiado evidente. Com esta chave podem reler as ditas obras e sacar delas a explicação correcta.
Bem, a explicação é mais complexa: a posição do estrangeiro introduz objectividade. Não contesto esta tese, mas no caso do judeu a objectividade é idolátrica.
Em Portugal não há público-leitor de livros: os poucos portugueses que compram livros são meros coleccionadores que nunca leram os livros adquiridos. A cultura portuguesa é cultura da simulação: os portugueses fingem saber aquilo que nunca estudaram. Daí que o país tenha sofrido uma modernização de fachada: lá no fundo os portugueses continuam a ser saloios analfabetos. Digo isto porque acho graça como alguns diplomados analfabetos tentam enganar o meu cérebro informado: livros é tudo o que conheço. O meu mundo são os livros lidos e processados superiormente pela minha mente.
80 comentários:
"Indigno-me, logo existimos", diz Albert Camus. É preciso ir mais longe e dizer que "existimos" enquanto seres sofredores e indignados pela injustiça reinante em Portugal. Os portugueses mataram o amor e deixaram de sofrer, tornando-se apáticos. Os sofredores amam, sofrem e lutam sem temer a morte.
Os labirintos diabólicos da morte incluem - o labirinto diabólico da pobreza (nível económico), o labirinto da violência (nível político), o labirinto do estranhamento racial e cultural, o labirinto da destruição industrial da natureza e o labirinto diabólico do absurdo e do abandono de Deus. À luz dos labirintos diabólicos da morte, Portugal é um inferno: o futuro está a ser obscurecido pelo governo idiota de Gaspar-Coelho.
Portugal é uma merda e os portugueses são idiotas culturais. Portugal nunca produziu uma Filosofia, nem sequer uma teologia, como é evidente. A inteligência emigrou de Portugal.
Com excepção de Teixeira de Pascoaes que criou o saudosismo, não houve em Portugal mais ninguém capaz de repensar uma teoria da saudade. O predomínio da Igreja no nosso país nunca deu frutos: não há teólogos portugueses, nem sequer um teólogo da saudade. A reformulação da saudade permite articular uma teologia da saudade com a teologia (política e dialéctica) da esperança.
«O cristianismo não começou como religião nacional ou de classe. Como religião dominante dos dominadores, ela tem de negar a sua origem no Crucificado e perder a sua identidade. O Deus crucificado é, de facto, um Deus sem Estado nem classe. Mas nem por isso é um Deus apolítico. É o Deus dos pobres, oprimidos e humilhados». Jürgen Moltmann
Começo a ansiar pelo estudo. Comprei uma obra magnífica de teologia - que andou esgotada durante muito tempo - e pretendo estudar a sério teologia. Como devem suspeitar, o meu esforço dirige-se para uma teologia da revolução.
Os cursos de letras são uma tremenda merda há diversas décadas. Vítor Gaspar é considerado como o ideólogo do governo quando na verdade ele é um ignorante malvado. O seu "pensamento" pode ser remetido à utopia do status quo e confrontado com a docta spes. Porém, como Portugal é habitado por burros diplomados e resignados, ninguém sabe desconstruir a utopia do status quo. O problema fundamental de Portugal reside no carácter e na formação cultural dos portugueses: o 25 de Abril destruiu o ensino superior.
Uma das razões do fracasso do 25 de Abril liga-se à alma benfiquista, uma alma arcaica, saloia e retrógrada. Democracia e sociedade aberta não casam com a alma encarnada - muito mais próxima da matriz diabólica. Benfica significa persistência do fascismo.
Não devia escrever o que vou escrever: a comunidade gay portuguesa é um fiasco total. E isso não acontece só em Portugal. Há, de facto, um problema que merece ser pensado e que pode favorecer as posições radicais dos homófobos, os homossexuais reprimidos. Eu não gosto de lidar com indivíduos homossexuais em termos profissionais...
A minha investigação sobre comportamentos sexuais terminou e não pretendo retomá-la: o envelhecimento dos indivíduos observados cria um problema à minha hipótese de trabalho. Julgo que muitos deles ficaram mais "bichas" ou, como lhes chamo, "floristas". Sei que este padrão não se aplica a todos mas no caso português há alguma anomalia.
Enfim, em linguagem mais transparente: o que ganhámos com a libertação das mulheres e dos indivíduos homossexuais dos dois sexos? Houve progresso humanitário e civilizacional? A resposta é negativa. Estes assuntos devem ser meditados: o que parece ser um progresso é um retrocesso destrutivo. Meus amigos: destruímos o mundo, o nosso mundo!
Eis a verdade nua e crua: os portugueses não estão preparados para construir um país novo!
Estou a deparar com diversos obstáculos na reformulação da filosofia da História, como se o ciclo ocidental estivesse fechado em si mesmo. A minha concepção da história implica uma ruptura radical com a esperança. Porém, ao pensar essa ruptura, estou a descartar a política, mais precisamente a paixão pelo possível. Vou tentar superar esta dificuldade criticando a filosofia positiva de Comte.
Quando convido as pessoas a queimar as obras filosóficas pós-estruturalistas, faço-o por razões estritamente teóricas: os problemas filosóficos colocados pelos grandes filósofos modernos devem ser retomados sem a mediação mais recente.
Ora, constato que esses problemas filosóficos foram conservados pelos grandes teólogos protestantes do século XX. As suas teologias são obras filosóficas. Situação estranha a nossa: Para estudar Filosofia devemos ler as grandes obras de teologia! A Filosofia capitulou perante a utopia do status quo. O Deus da promessa é potencialmente mais subversivo do que qualquer outra figura elaborada pelos últimos filósofos patetas.
Eheheee... os palermas torcem o nariz! Ó palermas: as grandes teologias parasita as grandes filosofias. Burros!
O meu grande problema é pensar a maldade do Mal. A doutrina do pecado original volta a estar na ordem do dia. Ao criticar Comte, estou a demolir a sociologia. Sei que entrei em rota de colisão com alguns mestres... Mas não vejo outro caminho para renovar a promessa marxista.
Critico o fascismo sem louvar o 25 de Abril. Critico o 25 de Abril sem louvar o fascismo. Afinal, critico radicalmente a não-existência de Portugal.
O meu blogue deu um contributo decisivo para os movimentos de indignação. No entanto, como me dizem frequentemente, eu nunca participei activamente nessas manifestações. Porquê? Porque não acredito no seu potencial revolucionário. A política vigente não pode ser combatida por movimentos a-políticos. Não acredito em movimentos sem orientação teórico-filosófica.
Em linguagem teológica, podemos definir os portugueses como pecadores, isto é, como criaturas perversas que perderam a esperança e a identidade. Conheço demasiado bem a resignação dos portugueses para confiar neles.
O projecto iluminista implica a educação universal. Porém, a sua realização destruiu a própria educação. Hoje as chamadas ciências da educação são responsáveis pela degradação do ensino. Este paradoxo iluminista merece ser pensado, na medida em que a realização do projecto iluminista produziu o efeito contrário: a paixão pela ignorância.
O nível cultural de um país pode ser medido pela qualidade da sua actividade editorial. Ora, Portugal nunca acompanhou de perto os movimentos culturais mundiais. As grandes obras ainda não foram traduzidas para a língua portuguesa e as traduções existentes não têm qualidade. Portugal importa cultura do estrangeiro mas importa com atrasos significativos. Salazar foi um coveiro da cultura mas o 25 de Abril não melhorou a cultura; pelo contrário, despiu-a do seu potencial transcendente.
Em Portugal, a política cultural tem sido uma política de subsídios e de financiamentos: os auto-intitulados agentes culturais recebem ordenados ou subsídios sem terem produzido uma única obra cultural. É a política do emprego sem trabalho. Há muitas Fundações não para produzir obra mas sim para receber dinheiro público e dar emprego aos amigos. A cultura portuguesa é uma mentira institucional.
Em Portugal, a política cultural tem sido uma política de subsídios e de financiamentos: os auto-intitulados agentes culturais recebem ordenados ou subsídios sem terem produzido uma única obra cultural. É a política do emprego sem trabalho. Há muitas Fundações não para produzir obra mas sim para receber dinheiro público e dar emprego aos amigos. A cultura portuguesa é uma mentira institucional.
Não vou criticar os teatros nacionais de Lisboa e Porto porque não quero contribuir para o seu fechamento. Porém, devo dizer que eles não contribuem para a cultura nacional, até porque não têm grande audiência. Mas o que me choca mais é ver o mobiliário e outros objectos dos cenários nas casas dos directores das diversas secções. Aliás, muitas vezes são eles ou elas a escolher o mobiliário em função do seu próprio projecto de mobilar as suas casas. Depois de terem sido exibidos nos cenários os móveis vão para as casas dos directores. Os portugueses roubam o Estado!
Os grandes Liceus construídos por Salazar tinham bibliotecas recheadas de preciosidades. Ora, os professores roubaram muitos livros às bibliotecas, sobretudo as primeiras edições, e hoje podemos vê-los à venda em diversos alfarrabistas. As bibliotecas universitárias também são roubadas!
E o que dizer das teses de mestrado e de doutoramento? Meus amigos: consultem-nas nas bibliotecas universitárias e vejam donde elas foram sacadas. O negócio das teses é lucrativo: uns copiam outras teses ou livros; outros compram as teses. Geração competente a actual!!!
Como é possível fazer uma tese de doutoramento sobre Kant sem ter lido a sua obra! No Porto, há quem tenha feito o doutoramento sem ler Kant, bastando-lhe dar a pila! Uma vergonha nacional!
Sou absolutamente sincero: Se fosse estrangeiro e estivesse a dirigir uma universidade ou uma empresa, não daria emprego a portugueses. Dói? Paciência: mudem de personalidade e de atitude!
A malta universitária viaja muito. Dizem que participam em conferências. Porém, se olharmos para a sua produção - inexistente, claro! - não vemos correspondência entre a área da suposta investigação e o tema dos congressos. Conheço inúmeros casos para me dar ao trabalho de moderar a generalização.
Sei que aproveitam para passear, assistir a concertos e fazer sexo.
Devemos reanimar o pensamento de Mao Tsé-Tung para travar a escalada capitalista da China. É preferível uma China Comunista a uma China Capitalista. Viva Mao Tsé-Tung! Afinal, deu um contributo significativo à dialéctica!
Aliás, o programa de Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung pode e ser dever implementado em Portugal, tanto para cultivar a mente do povo português como também para humilhar a estupidez grosseira dos seus dirigentes. Portugal precisa de uma imensa revolução cultural para poder realizar a grande transformação social.
Os indignados de todo o mundo devem começar a ler e a estudar as obras de Hegel, Marx, Engels, Lenine, Mao Tsé-Tung e Che Guevara. As obras dos clássicos do marxismo ainda são actuais, até porque o capitalismo ainda não foi superado. Elas fornecem a orientação teórica e política adequada aos novos movimentos de indignação e de protesto. A história não é uma totalidade concluída que possa ser contemplada do exterior como existente terminado; a história é processo aberto que implica a praxis como elemento subjectivo capaz de a fazer avançar para a frente.
Vítor Gaspar está a danificar a vida dos portugueses. Vislumbro largos anos de pobreza e de miséria. Tanto os novos como os mais velhos têm a vida danificada. Quereis morrer pobres? Não será preferível sacrificar o carrasco? A vida é breve, meus amigos!
Meus amigos: O discurso antiviolência é o aliado natural da manutenção do status quo. O diálogo nunca produziu mudanças sociais radicais: a Revolução Francesa inquietou as classes dominantes pelo seu terror e introduziu um novo conceito de história.
O poder é violência e só pode ser derrubado pela violência: Sempre foi assim ao longo da história do homem.
Os portugueses não formam pares porque estão desempregados. O prolongamento da adolescência social por razões económicas é fatal para o desenvolvimento da pessoa humana: estas tristes criaturas morrem antes de ter vivido.
A situação que descrevi no post anterior já predomina há décadas. Ao empobrecer as famílias, Vítor Gaspar está a lançar para o abismo da miséria milhares de pessoas que nunca tiveram emprego seguro, vivendo à custa dos pais ou familiares.
Hora de decisão: Ou derrubam o governo na rua Ou ficam pobres, miseráveis e feios. Não há outra escolha.
Os indignados de todo o mundo devem começar a ler e a estudar as obras de Hegel, Marx, Engels, Lenine, Mao Tsé-Tung e Che Guevara. As obras dos clássicos do marxismo ainda são actuais, até porque o capitalismo ainda não foi superado. Elas fornecem a orientação teórica e política adequada aos novos movimentos de indignação e de protesto. A história não é uma totalidade concluída que possa ser contemplada do exterior como existente terminado; a história é processo aberto que implica a praxis como elemento subjectivo capaz de a fazer avançar para a frente.
A Esquerda revolucionária não pode alinhar com a Direita venenosa quando esta acusa a URSS de ter sido totalitária. Não houve efectivamente totalitarismo soviético, nem no tempo de Estaline. O que deve fazer é aprender com os erros cometidos: o comunismo ascético é o antídoto contra a sociedade de consumo promovida pelo capitalismo americano. É preferível uma pessoa inteligente a uma pessoa obesa. O comunismo deve ser perspectivado como uma sociedade autónoma por oposição a uma sociedade obesa ou, como sucede actualmente na Europa, a uma sociedade pobre.
Enfim, não podemos fazer o jogo do adversário e respeitar as suas regras: o que precisamos é de um novo jogo e de novas regras que nos libertem do jogo capitalista, da sua democracia podre e do diálogo com os opressores.
Alimentar o pensamento de que as coisas podem voltar a ser o que foram - mas afinal o que foram? - é adiar a grande transformação: o que foi foi a mal-existente que nos conduziu à miséria presente.
A burguesia reaccionária sabe usar a democracia para manipular a imbecilidade do povo português. Deu-lhe a democracia e, nas últimas eleições, os portugueses elegeram os seus próprios carrascos: Cavaco Silva e Passos Coelho. A burguesia aplaude. Porém, quando o povo se manifesta diante da Assembleia da República, a burguesia responde enviando as forças policiais de repressão. Ora, é em nome desta porca democracia que a burguesia acusa o comunismo de ser totalitário! Paradoxo total!
Chegou talvez a hora de pensar uma alternativa política à democracia: a democracia parlamentar foi e é o regime político da burguesia triunfante, cujo jogo constitucional fecha as portas ao futuro novo. A democracia paralisa as sociedades no seu devir para aquilo que ainda não é.
Estou a reler Thomas Münzer, Teólogo da Revolução, de Ernst Bloch. Infelizmente, só tenho a tradução brasileira que é péssima. Não é fácil traduzir as obras de Bloch, sobretudo quando o tradutor não domina as duas línguas, nem o alemão nem o português. Mas a minha mensagem é outra: Kautsky e Engels escreveram duas obras fabulosas sobre a revolta dos camponeses, nenhuma das quais está disponível em língua portuguesa. Afinal, o que se ensina nas universidades? Como é possível tirar um curso sem estudar e ler? O que se aprende? O ensino é uma merda!
As pessoas são biologicamente diferentes umas das outras e ainda bem. Há um estudo psicológico que mostrou que, desde cedo, as crianças revelam uma aptidão teórica ou prática. Esta diferença biológica não pode ser superada culturalmente. Hoje os jovens desejam tirar cursos independentemente das suas aptidões biológicas: o resultado é fatal para a cultura superior. Desde que se democratizou irracionalmente o ensino a qualidade da produção cultural regrediu. Afinal, como é que as Humanidades podem competir com as tecnologias se os seus agentes não têm aptidão teórica e nunca leram livros para fazer os seus cursos? As Humanidades são hoje o lixo da Universidade.
Nunca fui maoísta. Tenho as obras completas de Mao Tsé-Tung, incluindo a sua poesia. Mao Tsé-Tung tem belos textos políticos e filosóficos: destaco aqui a sua obra sobre a dialéctica, onde ele desenvolve uma dialéctica da complexidade que aprovo. Quanto à Revolução Cultural, aprovo a decisão de "Fazer Frente".
Quando defendo a dialéctica como abertura, estou a descartar a tese do Fim da História. A dialéctica é história e a história é um processo aberto. Ernst Bloch devolveu ao marxismo a dialéctica enquanto abertura. Eu vou mais longe quando não concebo qualquer figura circular. Concluir a história é algo antidialéctico. Conhecemos os efeitos nefastos desses momentos antidialécticos. Vacilo apenas entre a rememoração e a esperança, visto defender uma concepção absolutamente apocalíptica da história.
Devemos destruir a officially optimistic society para reavermos o mundo comum que ela nos nega. Um exemplo: na officially optimistic society o amor já não é paixão, mas unicamente acto sexual.
A officially optimistic society endureceu o coração dos homens, de modo a desumanizá-los: a sua escatologia é a sobrevivência do mais apto, ou seja, a sobrevivência do capital financeiro que quer controlar o mundo inteiro. O gestor que lhe dá rosto não chora e ri apenas por cortesia.
O português típico é um idiota cultural. Estou cada vez mais convencido de que ainda não se elaborou a leitura correcta da História de Portugal. A sua compreensão implica a formulação de uma antropologia regional capaz de esclarecer a essência portuguesa.
Há uma grande diferença entre judaísmo e cristianismo: a linha frontal do êxodo não é a emigração, mas a libertação.
Para combater o capitalismo, somos forçados a criticar radicalmente o judaísmo.
Os judeus consideram que existe e existiu a terra dos patriarcas, a terra de Deus. Ora, para os cristãos, não existe uma tal terra: os cristãos são peregrinos que não têm em nenhuma parte uma cidade permanente. A sua fé é a de um futuro novo para todas as nações. Eles não emigram; eles caminham através das épocas da história.
As pessoas falam de Freud sem nunca ter lido e assimilado a sua obra. A crítica freudiana da religião - a religião como neurose - só se aplica ao judaísmo: Freud teve dificuldade em compreender o cristianismo, a religião do Filho. A mitologia freudiana da horda primordial baseia-se exclusivamente no judaísmo, embora sofra a influência de Darwin.
Se pensarmos bem, os três mestres da suspeita - Marx, Nietzsche e Freud - criticaram mais o judaísmo do que o cristianismo. Isso é particularmente evidente na obra de Marx e de Freud: o judaísmo como culto obsessivo de ídolos.
A renovação de Marx constitui uma tarefa complicada: aquilo que foi atribuído a Nietzsche - a inversão do platonismo - foi previamente realizado de forma superior por Marx. A esta luz compreendemos o impacto da filosofia de Marx sobre as teologias do século XX: o Deus que delas resulta foi pensado a partir dessa inversão operada por Marx à luz da sua teoria da historicidade. Há, portanto, uma filosofia marxista que ainda não foi pensada e libertada do iluminismo. A ideia de que não temos pátria encontra-se no cristianismo, mas para a compreender é preciso passar pela obra de Marx.
Eis a diferença entre Marx e Heidegger: as teologias que se baseiam na filosofia de Marx são revolucionárias; as teologias que recorrem à filosofia da existência de Heidegger são reaccionárias e conservadoras. O programa de desmitologização da Bíblia de Bultmann é reaccionário; o programa de desteocratização de Bloch é subversivo: não há revolução sem a Bíblia!
Porém, reparem, qualquer um dos programas implica uma ruptura com o Deus estático e transcendente do judaísmo! O alvo da crítica filosófica foi preferencialmente o judaísmo.
O povo português tem o que merece: o discurso da mentira organizada dos seus governantes. O actual governo português é o mais mentiroso de sempre. Lembram-se da figura do Pinóquio usada para caracterizar Sócrates? Ora, agora os ministros são todos "pinóquios"...
A noção de Estado como uma esfera a pairar por cima dos interesses da sociedade civil é absolutamente ideológica, portanto falsa: o Estado é sempre um Estado de Classe. Afirmar que o Estado somos todos nós colide com o seu uso para espoliar os portugueses. Nós não somos o Estado e o Estado não defende os nossos interesses.
Os portugueses - como são burros - não sabem que os meios de comunicação social constituem um aparelho ideológico de Estado: a comunicação social portuguesa é responsável pela desgraça nacional. A falência dos jornais é desejável, embora o ideal fosse a ruptura dos portugueses com os demais meios audiovisuais de comunicação. A democracia não precisa de jornalistas!
Capitalismo e cultura são incompatíveis entre si: Onde há capitalismo não há cultura e onde há cultura há denúncia do capitalismo. Hegel e Goethe foram os primeiros pensadores a tomar consciência de que o capitalismo é inimigo da cultura superior do Ocidente. Marx explicou esta incompatibilidade ao denunciar a mercantilização dos bens culturais. O marxismo nunca foi puro economicismo: a sua teoria da revolução implica o elemento subjectivo. A revolução gerencial que possibilitou a ascensão dos gestores e dos economistas consuma a destruição da cultura: a economia e as finanças invadem todas as esferas da sociedade e da cultura e colonizam-nas, impondo-lhes uma lógica de gestão económica que lhes é avessa. Ora, este novo avanço do capitalismo enquadra-se perfeitamente na teoria de Marx. A actualidade de Marx é incontestável!
Heidegger e Arendt acusam Marx de ter pulverizado a filosofia nas chamadas ciências sociais. A acusação não é completamente falsa, mas a prática teórica marxista aponta noutro sentido: as ciências sociais são técnicas de adaptação social. A crítica radical das ciências sociais implica a sobrevalorização da Filosofia: a crítica que Marx faz das formas ideológicas da consciência social deve ser entendida não como crítica da alienação filosóficas mas sim como crítica das ciências sociais. Marx nunca formulou uma sociologia ou uma economia ou mesmo uma ciência política; ele falou apenas da "ciência da História". Este facto demonstra que ele não desejava ser o Galileu ou o Newton das ciências sociais: a sua filosofia deve ser entendida como crítica da pseudo-cientificidade das ciências sociais. Afinal, o que é a teoria da ideologia a não ser a crítica destas pseudo-ciências? Há de facto no marxismo um elemento antipositivista que ainda não foi pensado. O marxismo soviético sobrevalorizou o elemento positivo para justificar um objectivismo reificado que é avesso à teoria de Marx. A economia é uma ideologia de classe que se esconde por detrás de um título epistemológico falso: o título de ciência quase-exacta, como se depois de Kant ainda acreditássemos na exactidão da ciência. Também aqui Marx é actual!
O povo português tem o que merece: o discurso da mentira organizada dos seus governantes. O actual governo português é o mais mentiroso de sempre. Lembram-se da figura do Pinóquio usada para caracterizar Sócrates? Ora, agora os ministros são todos "pinóquios"...
Ficas com tusa quando te apresentam como cientista social? Eu acho que és um palerma, porque lá no fundo de ti mesmo sabes que não és ninguém. O teu primeiro pecado é mentires a ti mesmo sobre o teu lugar no mundo.
Burocracia não é saber. Se aprendeste na universidade alguns procedimentos burocráticos para controlar um problema ou escrever um artigo, fica a saber que não aprendeste nada. Tu estás completamente alienado do mundo e do conhecimento do mundo: és um zé-ninguém capaz de implementar um novo holocausto ao abrigo das folhas do Excell. Usas as estatísticas - mas será que conheces a fundo os cálculos estatísticos? Desconfio que tu não sabes o que dizes: és palerma!
Preenche a tua existência inútil lendo Recordações da Casa dos Mortos de Dostoiévski. Deixo-te uma pista: catividade e esperança, sonhos de liberdade e vida apátrida, definem a situação do homem, segundo Dostoiévski.
Os povos com metafísica têm heróis: um estudante de Filosofia imolou-se em fogo quando os tanques da URSS entraram no seu país para abolir a democracia. Em Portugal, não temos heróis: as universidades portuguesas são pasto para gado infra-humano. Sim, para mim, os portugueses não são humanos.
A existência dos portugueses é uma crueldade para a humanidade, na medida em que cada existência portuguesa priva outro ser superior da sua existência. Lamento o facto de Zeus ter deixado na Caixa de Pandora as ilusões e o suicídio: ele privou os humanos da liberdade derradeira que é o suicídio colectivo.
Quando vejo um português, apetece-me interpelá-lo nestes termos: EXISTES, LOGO ÉS UM ASSASSINO.
O Dia do Juízo Final será o holocausto das almas portuguesas. Se não houver justiça plena nesta vida, haverá com certeza justiça divina: os portugueses serão punidos pelos seus crimes. Vejo os portugueses como o povo maldito!
No rosto - ou melhor, no anti-rosto - dos portugueses não há ética; há inveja e maldade. Pelo rosto vemos que os portugueses são malvados cuja existência consiste em negar a existência do outro.
Hoje estou um passo à frente do Zaratustra de Nietzsche: Faço filosofia amaldiçoando Portugal e os portugueses.
A Filosofia introduziu uma nova linguagem a partir de palavras demasiado arcaicas. Heidegger procurou regressar ao arcaísmo do vocabulário filosófico mas sem sucesso: ele criou uma nova mitologia do ser. Prefiro viajar até ao arcaísmo da linguagem do Antigo Testamento: a sua antropologia fascina-me. Os judeus eram muito primitivos!
Heidegger escreveu sobre Hölderlin enquanto os judeus eram grelhados no campo de concentração perto da sua casa na Floresta Negra. Como é possível fazer filosofia sobre um grande poeta em tais condições inumanas? A pergunta é retórica: o horror alimenta a Filosofia!
Adorno foi demasiado judeu quando escreveu que depois de Auschwitz não poderia haver mais poesia. Escreveram-se muitas obras para explicar o Holocausto mas nenhuma delas deu resposta à questão de saber se os judeus não mereceram esse destino.
Simmel que não sabia nada de biologia deu a resposta correcta: o judeu é o estrangeiro, o outro estranho. O Holocausto tem uma explicação biológica demasiado evidente. Com esta chave podem reler as ditas obras e sacar delas a explicação correcta.
Bem, a explicação é mais complexa: a posição do estrangeiro introduz objectividade. Não contesto esta tese, mas no caso do judeu a objectividade é idolátrica.
A mudança social qualitativa implica uma nova perspectiva da História: não podemos olhar para a História com os óculos dos opressores.
És antisemita?
Não, não sou antisemita!
Em Portugal não há público-leitor de livros: os poucos portugueses que compram livros são meros coleccionadores que nunca leram os livros adquiridos. A cultura portuguesa é cultura da simulação: os portugueses fingem saber aquilo que nunca estudaram. Daí que o país tenha sofrido uma modernização de fachada: lá no fundo os portugueses continuam a ser saloios analfabetos. Digo isto porque acho graça como alguns diplomados analfabetos tentam enganar o meu cérebro informado: livros é tudo o que conheço. O meu mundo são os livros lidos e processados superiormente pela minha mente.
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