Cidade-Estado do PORTO |
Novas ideias para pensar a Filosofia da Autonomia Radical do Porto:
1. A Cidade do Porto merece uma nova história geral e diversas histórias regionais: a História Social do Porto deve ser completada pelas Histórias da Cultura e Literatura Portuenses, da Filosofia Portuense, da Arte Portuense e do Pensamento Político Portuense. Há muito trabalho teórico a realizar e este trabalho não pode ser realizado por amadores. Há muitos livros sobre o Porto, mas a maior parte deles são escritos num estilo apaixonado e distante da disciplina do rigor teórico. Ora, sem teoria não há obra séria.
2. A sociedade portuguesa é uma sociedade de classes peculiar: a classe dominante portuguesa não sabe lidar com as classes dominantes de outros países, como o demonstra o caso de Angola. Se olharmos para a elite do poder português, ficamos chocados com a sua imbecilidade, a sua emotividade histérica, a sua subserviência em relação às instituições estrangeiras e a sua corrupção. As pessoas que protagonizam a política externa portuguesa em Lisboa são criaturas delirantes: o espírito lisboeta é doentio.
3. O complexo nacional de inferioridade revela-se nas universidades: Quando se realiza um congresso internacional, os investigadores portugueses são subservientes em relação aos convidados estrangeiros, sobretudo os europeus, desvalorizando o trabalho uns dos outros nas conversas privadas com os convidados estrangeiros. Ora, quem conheça bem a alma portuguesa, sabe que os portugueses se comportam assim para dar graxa aos estrangeiros, julgando obter algum benefício. Porém, o que obtêm é um atestado de incompetência e de falta de credibilidade pessoal e científica. São os portugueses que afundam Portugal.
4. Nas situações referidas anteriormente, eu tenho muita vergonha em assumir a nacionalidade portuguesa: Utilizo o meu fenótipo e a minha inteligência para me demarcar dos portugueses, tanto em território nacional como em território estrangeiro, porque não quero fazer parte do gueto português ou latino. Os portugueses não são boa-companhia e, se não quiseres ser um "Dr Merdinhas", demarca-te dos portugueses e nega seres português.
5. Ser português é um estigma social e este estigma foi inventado pelos próprios portugueses. A Cidade do Porto só tem um caminho a seguir para se libertar desse estigma: auto-instituir-se como Cidade-Estado.
6. "O Porto é o berço da Renascença" portuguesa: A prosa de Teixeira de Pascoaes é infinitamente superior à de Fernando Pessoa: Teixeira de Pascoaes foi um poeta-pensador que produziu uma filosofia a que chamou Saudosismo. O erro de Teixeira de Pascoaes não reside no seu "nacionalismo", mas no facto de não ter compreendido as fissuras que existem na alma portuguesa. Com efeito, a alma portuguesa não é unitária e as polémicas que o poeta travou com António Sérgio demonstraram isso. Se interpretarmos o saudosismo como uma filosofia da esperança, então podemos corrigir o erro de Teixeira de Pascoaes, traduzindo "alma portuguesa" por alma portuense. É preciso usar violência hermenêutica para recuperar os pensadores da Escola do Porto e trazê-los para as proximidades do projecto filosófico e político do Porto Cidade-Estado.
7. Teixeira de Pascoaes elaborou uma teoria da mentira, articulando-a com a antipatia da vida moderna: «A mentira reina sobre o mundo. Quase todos os homens são súbditos desta omnipotente Majestade». O texto onde o poeta-pensador desenvolve as suas ideias é demasiado breve: a sua fenomenologia da antipatia implica uma fenomenologia da simpatia que quase supera a de Scheler. A ideia central é a de que a antipatia é estranha à Natureza, onde tudo se liga e atrai. Temos aqui uma dinâmica de forças que foi tematizada de diversas maneiras pelos pensadores da Escola do Porto. A sua fidelidade a Bergson reflecte-se no abuso de metáforas que caducam rapidamente o pensamento profundo que elaboraram.
8. «Assim um indivíduo (e as nações são como os indivíduos) educado contra as tendências naturais do seu espírito, jamais será alguém»: Pensamento brilhante de Teixeira de Pascoaes que ele utiliza para justificar o fracasso do constitucionalismo. Porém, ao lado brilhante deste pensamento, devemos associar o seu lado sombrio: a nacionalidade portuguesa não se casa com o constitucionalismo porque este é estrangeiro. Compreendo o desejo de criar uma Religião Lusitana: vejo-o como a tentativa de realizar tardiamente a Reforma em Portugal. Mas não consigo pensar o isolamento da alma portuguesa. A alma portuense deve abrir-se ao mundo. Ser alguém em vez de ninguém exige abertura ao mundo.
9. O pensamento portuense - produzido por portuenses para portuenses - encontra-se na mesma situação dos Edifícios do centro histórico: precisa de ser reabilitado através de uma hermenêutica subtilmente violenta que o confronte com as grandes tendências da Filosofia Moderna.
10. O que penso da filosofia de Leonardo Coimbra? Leonardo Coimbra foi provavelmente o primeiro filósofo portuense - e português - a produzir filosofia enquanto filosofia. Os poetas-pensadores que foram seus contemporâneos viram no seu criacionismo o culminar filosófico do seu próprio pensamento. De facto, há uma unidade de pensamento na Escola do Porto, a qual foi pensada por Sampaio Bruno, Guerra Junqueiro e Teixeira de Pascoaes. Porém, o desenvolvimento filosófico de Leonardo Coimbra ainda não foi pensado: a sua filosofia experimental e a sua atracção pelo cálculo diferencial e integral ainda não foram seriamente estudadas.
11. Chegou o momento de criticar alguns portuenses, aqueles que escrevem textos que parecem ser um amontoado de lombrigas. Há na Cidade do Porto homens e mulheres que deviam ser expulsos da cidade devido à sua estupidez disfarçada de "bairrismo": os seus textos, os seus comportamentos mancham a dignidade da Cidade do Porto. Tenho muito nojo desses tristes e grosseiros portuenses!
12. Os auto-intitulados "filósofos lisboetas" - supostamente racionalistas - condenam o "nacionalismo" inerente à Filosofia Portuense, dedicando o seu tempo a discutir o carácter nacional ou universal da filosofia. Ora, estes idiotas nunca devem ter lido uma obra de filosofia e, diga-se de passagem, desconhecem a filosofia do romantismo alemão e do idealismo alemão. Ser patriota não é um crime: os portuenses são patriotas e amam a sua cidade. Crime é vender o país aos estrangeiros, como fazem os governantes em Lisboa.
13. E eis que Teixeira de Pascoaes sonha a origem atlante do Porto: «A Saudade é deusa atlântica, não mediterrânica. Os Iberos são atlânticos, esses refugiados do Cataclismo que submergiu o célebre Continente». Descobri agora mesmo esta bela intuição histórica do poeta do Norte!
14. O abismo separa o pensamento vivo de Teixeira de Pascoaes do pensamento morto de Fernando Pessoa: O poeta do Porto usa a sua experiência para se apropriar da história da filosofia. A sua apropriação da filosofia revela um profundo conhecimento da mesma: Vejam como ele na frase anterior se apropria de Platão emprestando-lhe o Desejo.
15. É fundamental elaborar a Filosofia do Romantismo Portuense - quase tão brilhante quanto a Filosofia do Romantismo Alemão - e colocar o seu poder subversivo ao serviço da causa nobre que é a instituição do Porto como Cidade-Estado. O génio portuense surpreende-me: Como é que homens que viveram nesse ermo chamado Portugal conseguiram elevar-se às alturas do pensamento filosófico criativo? Porém, quando olho para Fernando Pessoa, vejo um homem sombrio incapaz de pensar um único conceito filosófico. O abismo do pensamento afasta o Porto de Lisboa.
16. Sempre que Teixeira de Pascoaes fala do Encoberto e do Enevoado sabemos que está a falar da missão histórica do Porto. Mas, para quem conheça a sua obra, o Enevoado é a funda meia-noite que abriga e esconde uma Nova Filosofia. Tal como Sampaio Bruno, Teixeira de Pascoases atribui ao Encoberto a missão de pensar a filosofia da história da Cidade do Porto. Como eles foram profundamente hegelianos e românticos!
17. Quem nasceu na Cidade do Porto sabe que os dias e as noites de nevoeiro cerrado convidam ao recolhimento espiritual: O Porto pensa enquanto Lisboa festeja nas ruas. Este pensamento essencial foi descoberto por Sampaio Bruno; eu limito-me a dar-lhe um outro alcance filosófico dizendo: Quebrar o exílio interior é romper com Lisboa e instituir o Porto como Cidade-Estado.
18. E agora chegou a hora de dizer o que os ilustres portuenses pensavam dos portugueses: a sua experiência de exílio interior levou-os a pensar a maldade do povo português. Em Portugal, ou ficamos calados e somos cúmplices do mal existente ou ousamos pensar e somos perseguidos, empobrecidos e afastados. Como dizia o poeta: nacionalidade portuguesa e democracia (constitucionalismo) não casam, bastando pensar nas chantagens deste governo e nos ataques que dirige contra o Tribunal Constitucional. A máfia que preside aos destinos de Portugal é criminosa.
13. E eis que Teixeira de Pascoaes sonha a origem atlante do Porto: «A Saudade é deusa atlântica, não mediterrânica. Os Iberos são atlânticos, esses refugiados do Cataclismo que submergiu o célebre Continente». Descobri agora mesmo esta bela intuição histórica do poeta do Norte!
14. O abismo separa o pensamento vivo de Teixeira de Pascoaes do pensamento morto de Fernando Pessoa: O poeta do Porto usa a sua experiência para se apropriar da história da filosofia. A sua apropriação da filosofia revela um profundo conhecimento da mesma: Vejam como ele na frase anterior se apropria de Platão emprestando-lhe o Desejo.
15. É fundamental elaborar a Filosofia do Romantismo Portuense - quase tão brilhante quanto a Filosofia do Romantismo Alemão - e colocar o seu poder subversivo ao serviço da causa nobre que é a instituição do Porto como Cidade-Estado. O génio portuense surpreende-me: Como é que homens que viveram nesse ermo chamado Portugal conseguiram elevar-se às alturas do pensamento filosófico criativo? Porém, quando olho para Fernando Pessoa, vejo um homem sombrio incapaz de pensar um único conceito filosófico. O abismo do pensamento afasta o Porto de Lisboa.
16. Sempre que Teixeira de Pascoaes fala do Encoberto e do Enevoado sabemos que está a falar da missão histórica do Porto. Mas, para quem conheça a sua obra, o Enevoado é a funda meia-noite que abriga e esconde uma Nova Filosofia. Tal como Sampaio Bruno, Teixeira de Pascoases atribui ao Encoberto a missão de pensar a filosofia da história da Cidade do Porto. Como eles foram profundamente hegelianos e românticos!
17. Quem nasceu na Cidade do Porto sabe que os dias e as noites de nevoeiro cerrado convidam ao recolhimento espiritual: O Porto pensa enquanto Lisboa festeja nas ruas. Este pensamento essencial foi descoberto por Sampaio Bruno; eu limito-me a dar-lhe um outro alcance filosófico dizendo: Quebrar o exílio interior é romper com Lisboa e instituir o Porto como Cidade-Estado.
18. E agora chegou a hora de dizer o que os ilustres portuenses pensavam dos portugueses: a sua experiência de exílio interior levou-os a pensar a maldade do povo português. Em Portugal, ou ficamos calados e somos cúmplices do mal existente ou ousamos pensar e somos perseguidos, empobrecidos e afastados. Como dizia o poeta: nacionalidade portuguesa e democracia (constitucionalismo) não casam, bastando pensar nas chantagens deste governo e nos ataques que dirige contra o Tribunal Constitucional. A máfia que preside aos destinos de Portugal é criminosa.
J Francisco Saraiva de Sousa
2 comentários:
Os cristãos aguardam pela vinda do Anti-Cristo e do seu reinado de 7 anos. Eu também espero que ele venha depressa para destruir parte da humanidade decadente e a batalha final entre as forças da luz e as forças das trevas fascina-me. Depois da vitória final seremos brindados com a visão do Inferno: os pecadores a arder! Linda imagem!
Confesso que não sou bom samaritano e, apesar de conhecer uma ou outra pessoa que ajuda a distribuir comida aos pobres, não quero envolver-me nessa causa. A pobreza aterroriza-me. Sei que no Porto há vários postos de distribuição e há casas que recolhem produtos e os expõem funcionando como supermercados onde os pobres vão buscar roupa e comida sem pagar nada.
Eu acho que as pessoas devem aderir a estas páginas de solidariedade e divulgar a situação de pobreza do país, de modo a dar informação aos que começam a precisar de ajuda.
A fome vai levar as pessoas a deixar de ter vergonha da pobreza. O ideal seria levá-las à revolução e à mudança de sistema social. A classe dirigente portuguesa está a empobrecer intencionalmente o país, pensando tirar daí benefícios privados. O problema dos povos latinos é a sua indisciplina e o seu esbanjamento em luxos improdutivos.
Já repararam que Marx tinha razão quando falava do carácter de classe do Estado. Os bancos fizeram asneira e quem paga os seus prejuízos? Todos aqueles que dependem da venda da sua força de trabalho para viver: o Estado não corta nas rendas que dá aos privados; corta nos vencimentos. A democracia é uma mentira num sistema capitalista. A UE é outra mentira: os Estados fortes dominam e exploraram os Estados pequenos. É por isso que nunca fui federalista: eu sabia que a Alemanha ia explorar os mais pequenos. É tudo uma treta!
Mário Soares chamou delinquentes aos governantes portugueses e Helena Roseta esteve a ler um artigo - agora na SicNotícias - que nos permite levar o governo à Procuradoria da República por atentado contra a Constituição. Há uma via jurídica para expulsar este governo e os cidadãos portugueses devem usá-la. Repararam que eu hoje falei de Teixeira de Pascoaes destacando a incompatibilidade entre nacionalidade portuguesa e constitucionalismo? Pois eu já sabia que há essa via para correr com o governo...
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