A hostilidade dirigida contra as pessoas homossexuais e bissexuais de ambos os sexos tem sido rotulada como homoerotofobia (Churchill, 1968), heterosexismo (Morin & Garfinkle, 1978), homosexofobia (Levin & Klassen 1974), homosexismo (Lehne, 1976), homonegativismo (Hudson & Ricketts, 1980), anti-homossexualismo (Hacker, 1971) e anti-homossexualidade (Klassen, Williams & Levitt, 1989). No entanto, o termo mais utilizado para referir a hostilidade antigay é homofobia (Smith, 1971; Weinberg, 1972). O termo heterosexismo foi forjado na mesma altura, como termo análogo ao sexismo e ao racismo, para descrever um sistema ideológico que classifica a homossexualidade como inferior à heterossexualidade: homofobia é geralmente usada para descrever as atitudes e os comportamentos individuais antigay, enquanto heterosexismo se refere ao nível societal das ideologias e dos padrões institucionalizados de opressão das pessoas não-heterossexuais. O termo homofobia reflecte, pelo menos, três suposições: o preconceito antigay é basicamente uma resposta de medo (1), esta resposta é irracional e disfuncional para os indivíduos que manifestam ansiedade diante da homossexualidade (2), e constitui mais uma perturbação individual do que um reflexo de valores culturais (3). A teoria do preconceito sexual de Herek (1986, 2004) considera que estas suposições não são apoiadas empiricamente e, por isso, operou uma substituição de paradigmas: em vez de uma abordagem psicopatológica da hostilidade antigay, advoga uma abordagem sociológica e cultural que abdica do conceito de homofobia, substituindo-o pelo conceito de preconceito sexual extraído da psicologia social. A mudança de problemáticas teóricas operada por Herek tem um mérito inegável: a recuperação da noção elaborada por Cory (1951) de que os indivíduos homossexuais constituem uma espécie de grupo minoritário, comparável às minorias raciais, étnicas e religiosas (Kameny, 1971). Apesar dos homens gay e das lésbicas diferirem das outras minorias em alguns aspectos importantes (Paul, 1982), em especial no facto de não constituírem uma população "estranha" à população heterossexual maioritária, com a qual estão ligados por laços genéticos, étnicos e culturais, podem ser vistos como um grupo minoritário, porque manifestam, pelo menos, quatro características pelas quais as minorias são definidas (Seeman, 1981; Tajfel, 1981): Em primeiro lugar, os indivíduos homossexuais constituem um segmento subordinado dentro de uma sociedade mais vasta, da qual fazem parte integrante. Em segundo lugar, eles manifestam características que são muito pouco estimadas e valorizadas pelos segmentos dominantes da sociedade. Em terceiro lugar, eles estão conscientes de formarem juntos uma comunidade à margem da sociedade em virtude de partilharem essas características socialmente estigmatizadas. Finalmente, eles recebem tratamento social diferencial por causa dessas características pouco apreciadas pela sociedade e este tratamento vai desde a discriminação até à violência e a vitimização. Geralmente, este tratamento desigual dado às pessoas homossexuais e bissexuais não é claramente justificado pela maioria heterosexista, a não ser com recurso a crenças vagas, estereotipadas e falsas de que os indivíduos homossexuais e bissexuais possuem diversos traços indesejáveis, tais como serem mentalmente doentes, imaturos, pueris ou mesmo perigosos para a segurança das crianças, crenças estas fundamentadas pelos cristãos conservadores e reaccionários mediante o apelo à moralidade religiosa. A emergência de comunidades gay visíveis é, em grande parte, resultado das lutas políticas e legais contra o preconceito e a discriminação. O reconhecimento de ser membro de uma comunidade gay e o sentimento de pertença adquirido durante o processo de coming out foi definido por Kitzinger (1989) como um acto político, dado ser motivado pelo desejo de mudar as atitudes e as políticas antigay (De Cecco, 1984). A minoria homossexual pode assim ser vista como uma minoria política: a equação "homossexual é igual a segredo" foi substituída pela equação "homossexual é igual a publicidade ou visibilidade pública". Sair do armário é o primeiro passo para qualquer indivíduo homossexual participar na comunidade gay e engajar-se no movimento de libertação gay (Grierson & Smith, 2005). Dar esse passo implica deixar de se ver a si próprio através dos olhos preconceituosos da sociedade homófoba e passar a orgulhar-se de si mesmo e da sua orientação sexual. O orgulho de si mesmo possibilita falar abertamente com a família e com os colegas de trabalho ou de escola sem sentir a vergonha e a humilhação impostas aos jovens gays. Os Dias Gays e a Semana do Orgulho Gay, iniciada em 1970 nos USA, são cristalizações desta nova perspectiva semiótica da transformação cultural do homem gay que está por detrás da cultura clone. Recapitulando o que já tinha dito anteriormente, a teoria do preconceito sexual articula fundamentalmente três conceitos: estigma sexual, heterosexismo e preconceito sexual. O estigma sexual é usado para referir o conhecimento partilhado negativo da sociedade heterosexista a respeito de todos os comportamentos não-heterossexuais. O heterosexismo é usado para designar a ideologia cultural que perpetua o estigma sexual e o preconceito sexual é usado para referir as atitudes negativas ligadas à orientação sexual. Estes são os três conceitos fundamentais que Herek elaborou para explicar a hostilidade antigay institucional e individual. 2.1. Estigma Sexual. Independentemente das suas atitudes, os membros das sociedades ocidentais partilham o conhecimento de que os desejos e os comportamentos homossexuais, bem como as respectivas identidades, são maus, imaturos, doentes e inferiores à heterossexualidade. Herek (2004) utiliza o termo estigma sexual para designar esse conhecimento partilhado pelo olhar negativo e reprovador da sociedade para tudo o que seja comportamento, identidade, relação ou comunidade não-heterossexuais. O estigma expressa e perpetua um conjunto de relações hierárquicas no seio da sociedade e, deste modo, produz uma assimetria de poder entre os heterossexuais e os não-heterossexuais: a homossexualidade é sistematicamente desvalorizada, inferiorizada, estigmatizada, negada, difamada e considerada como uma manifestação doentia, imoral, criminosa e pecaminosa, quando comparada com a heterossexualidade normalizada. 2.2. Heterosexismo. Herek (2004) utiliza o termo heterosexismo para referir a ideologia cultural que perpetua o estigma sexual pela negação e pela difamação de todas as formas de comportamento, identidade, relação ou comunidade não-heterossexuais. O heterosexismo é inerente a todas as instituições, tais como a linguagem e as leis, através das quais expressa e perpetua um conjunto de relações hierárquicas, desiguais e assimétricas. Nesta hierarquia de poder e de status, tudo o que diz respeito à homossexualidade é desvalorizado e considerado inferior àquilo que diz respeito à heterossexualidade: as pessoas homossexuais e bissexuais, as relações do mesmo sexo e as comunidades das minorias sexuais são eclipsadas e tornadas invisíveis e, quando são conhecidas, são difamadas e insultadas, como se fossem doentes, imorais ou criminosas. A dicotomia entre heterossexualidade e homossexualidade está no cerne do heterosexismo e as teorias queer e as teorias pós-modernas usam o termo heteronormatividade ou heterossexualidade normativa para a designar (Seidman, 1997; Warner, 1993), mas sem conseguir ultrapassar a perspectiva da norma social e, deste modo, reclamar a tolerância pelas minorias eróticas: embora possibilite identificar o "heterossexual" e o "anti-homossexual", a desconstrução da dicotomia acaba por ser pouco favorável à aceitação da própria minoria homossexual. A ligação estrutural do heterosexismo com as ideologias anti-homossexuais e a opressão ligada ao género e à orientação sexual foi realizada fundamentalmente pelas feministas lésbicas: o heterosexismo é inerente ao sistema social patriarcal que oprime as mulheres, impondo-lhes a heterossexualidade compulsória (Rich, 1980). A sua eliminação exige uma reestruturação radical da cultura dos papéis de género ou de duplo-padrão e das relações assimétricas de poder (Kitzinger, 1987). Os activistas gays não adoptaram esta abordagem, até porque eram homens, preferindo destacar a homofobia como um tipo de atitude negativa em relação aos outros. No entanto, o heterosexismo oprime e vitimiza os próprios homossexuais masculinos, socializando-os numa cultura dos papéis de género que os obriga a moldar o seu comportamento pelo do pai e a seguir a estrutura social heterosexista que os vê como "machos fracassados". A interiorização deste sistema ideológico fá-los abandonar a ideia de ter um companheiro de vida e a "optar" por ligações sexuais casuais e clandestinas com estranhos, quando não os leva à auto-rejeição, à vergonha e à culpa. O heterosexismo desumaniza a sexualidade humana e sobretudo as pessoas homossexuais e bissexuais de ambos os sexos, uniformiza as sexualidades de género, como se houvesse uma única maneira de ser homem ou de ser mulher, e subordina as mulheres ao domínio masculino, privando-as dos prazeres sexuais e fazendo delas meras parideiras e cuidadoras de crianças. 2.3. Preconceito Sexual. Herek (2004) usa o termo preconceito sexual para designar as atitudes negativas dos heterossexuais em relação ao comportamento homossexual, às pessoas que se envolvem em comportamentos homossexuais ou que se identificam como gays, lésbicas ou bissexuais, e às comunidades formadas por pessoas que sentem atracção sexual pelo mesmo sexo ou por ambos os sexos. A definição de preconceito sexual inclui três ideias principais: o preconceito é uma atitude ou uma predisposição psicológica para responder com uma avaliação positiva ou negativa a determinados alvos (1), dirigida contra um determinado grupo social (2), cujos membros são avaliados em função da sua integração no grupo e não pelas suas qualidades individuais, e, quando envolve hostilidade ou aversão, constitui uma atitude negativa (3). A hostilidade heterossexual contra os homossexuais e bissexuais é o resultado do preconceito sexual e não da homofobia. Ou, dito de modo mais amplo, a hostilidade antigay começa por ser classificada ao nível cultural como estigma sexual difundido pela ideologia heterosexista e incorporado pelos indivíduos durante o seu longo processo de socialização (Goffman, 1963), e depois ao nível individual como atitude, definida como uma avaliação das pessoas, dos temas ou dos objectos, realizada individualmente ou em grupo em função de dimensões tais como bom-mau ou favorável-desfavorável. O preconceito sexual é precisamente a atitude negativa ou hostil exibida pelos heterossexuais contra o grupo homossexual e/ou os seus membros, e o oposto do preconceito pode ser chamado tolerância ou aceitação. Segundo Herek, os activistas antigay são hostis em relação às pessoas e às comunidades homossexuais e condenam o comportamento homossexual como pecaminoso, antinatural e doente, não por alegarem ter medo da homossexualidade, mas simplesmente por preconceito ou por antagonismo dirigido a um grupo minoritário. No fundo, Herek limita-se a dizer que os heterossexuais são hostis à homossexualidade por preconceito sexual. A hostilidade não é provocada pela violação das normas de género, como sugeriram Kite & Whitley (1998), mas por uma atitude negativa dirigida contra a homossexualidade como um todo e a tudo aquilo que a manifeste ou revele. A não-conformidade de género é, ela própria, alvo do preconceito, como o demonstra a violência contra os indivíduos transgéneros e os rapazes que são rotulados de "sissies" pelos seus pares e companheiros de brincadeira. As atitudes negativas reflectem, portanto, conflitos intergrupais, lealdades pessoais e ideologias religiosas e políticas e não tanto ideologias de género, como demonstra o facto da identidade do homem gay clone envolver hiperconformidade aos papéis de género instituídos (Levine, 1998), ou mesmo a coincidência da emergência da comunidade gay como grupo minoritário com o despertar da hostilidade cristã contra a homossexualidade (Christian Right): as atitudes negativas cristãs dirigidas contra os homossexuais são similares às suas atitudes dirigidas no passado recente contra os grupos étnicos e raciais. O preconceito sexual é, na sua essência, um preconceito social ou, dito de outra forma mais teórica, a teoria do preconceito sexual é uma teoria social dos conflitos intergrupais. A opressão sexual das minorias eróticas é, nas suas dimensões mais profundas, opressão social e histórica. (CONTINUA com o título "Homofobia ou Preconceito Sexual 4".) J Francisco Saraiva de Sousa
31 comentários:
Viva,caro Francisco.Congratulo-o,antes do mais,pelo artigo,que está óptimo.De facto,todas as atitudes preconceituosas em relação a que não pertence ao dito "padrão comportamental" da nossa sociedade,matizada de conceitos e preconceitos arcaicos,é,no mínimo,condenável,por padecerem de ignorância e apriorismo mental.
Também vi o debate na televisão,e uma lacuna que notei,foi a ausência de uma participação mais,digamos,humanista e sociológica;pareceu-me que tudo se centrava muito à volta da confrontação Leis/Religião face à população homossexual.
Mas,pronto,foi o debate possível.
Fique bem e até á próxima.
Olá Treasureseeker
De certo modo, tento colmatar essa lacuna do debate da RTP1. Sim, é mesmo apriorismo mental (gostei da sua expressão!) e a intervenção da religião já não se justifica nestes debates públicos, até porque muitos dos argumentos utilizados já foram contestados por alguns teólogos: existe uma teologia da libertação gay!
Vou ver se avanço mais com este post, porque não estou seguro das melhorias introduzidas pela teoria do preconceito sexual. Assunto complexo este! :)
Pois, no tal documentário um casal gay estudava afincadamente a bíblia em grego..., provavelmente inserir-se-ão nessa "teologia gay".
Na bíblia só há textos contra a sodomia, homossexualidade masculina, contra a feminina não há. Será porque é culturalmente inofensiva?
Essa é uma boa questão! A sexualidade feminina nunca foi levada a sério pelos homens. Sim, homofobia e androcentrismo são quase idênticos.
A teologia da libertação gay não é contra as ligações gays; pelo contrário. Helminiak, um padre gay, esclarece os textos biblícos, mas essa não é a minha área.
Há um livro traduzido que é "Os Excluídos da Igreja" daautoria de John J. McNeill, um ex-jesuíta, que desenvolve uma pastoral gay.
Sim, mas essa afirmação, a homossexualidade feminina nunca foi tida seriamente pelos homens, devemos perceber o porquê. A homossexualidade masculina é uma ameaça, no seu aspecto passivo ou feminino, porque o seu acto levado ao limite poderia levar a uma efeminização da sociedade, levá-la a afrouxar, a enfraquecer. A homossexualidade na Grécia Antiga era legal até a uma certa idade, depois eram "obrigados" a formar família, ou seja, a serem homens de família, a procriarem e a serem machos em sentido pleno. E depois, como sabe, há várias nuances, os homens passivos eram sempre mal vistos, os homossexuais activos, por sua vez, eram mais dignos.
Pelo contrário, a mulher ser lésbica ou ser hetero, tanto faz, até porque, ambas as situações poderiam ser previstas e consentidas ao mesmo tempo. Quando a sexualidade começou a ser reprimida, com a moral cristã, tanto a sexualidade homo como a hetero se tornaram objecto de repulsa e condenação: a mulher n deveria sentir desejo (tanto fazia se por homens ou mulheres): deveria ser mãe e doméstica.
Sim, já disse isso na secção heterosexismo. :)
Agora falta estabelecer a origem desse preconceito antigay: resulta da socialização ou é um redireccionamento de uma hostilidade inata dirigida contra grupos de estranhos? Sociedade, cultura, personalidade e biologia interagem: o mecanismo é muito complexo.
Desculpe lá, n tenho lido os seus posts. Apenas quis aprofundar essa afirmação que, isolada, parece machista. :P
Eu acho que a hostilidade advém do que possa por em perigo o equilíbrio da comunidade. Este é muito frágil e valioso, e a homossexualidade foi deturpada como um capricho (egoísta) que poria em perigo os contraentes do contrato social. Em certa medida, nós só a toleramos hoje, porque percebemos que é pouco perigosa, ou menos perigosa do que julgava. :)
Porquê perigoso? A ideia de contágio? Ou por razões demográficas? Existem teorias ecológicas da homossexualidade que mostram que, quando há excesso de população, a homossexualidade é tolerada, mas, quando o número de pessoas é pequeno, regressa a hostilidade. Daí uma teoria dos ciclos da homossexualidade. Porém, levando em conta a selecção natural, a homossexualidade foi escolhida por favorecer o grupo e a sua continuidade geracional.
Pois, mas a ideia de capricho pertence ao passado fóssil! Não faz mais sentido...
Afirmação machista esta?
"A sexualidade feminina nunca foi levada a sério pelos homens. Sim, homofobia e androcentrismo são quase idênticos."
Diria que se trata apenas de uma constatação empírica!
Capricho - passado fóssil?
Não percebi.
Repare a minha ideia sobre a imoralidade da homossexualidade, suporta-se na razão geral da imoralidade. Por que algo é imoral? Porque põe em risco a sociedade. É claro que o risco tem vários graus, e numa sociedade complexa como a nossa, aliás, uma "sociedade de risco", a homossexualidade é integrada e até, por vezes, beneficiada. Não sei se será apenas por "selecção natural". Mas isto são ideias, penso agora nisto. O F. é que pensa sistematicamente sobre isto. Terá mais respostas.
Vou dormir :)
Durma!
Não me tinha apercebido que tratava a homossexualidade como imoralidade. Estive a reler os seus comentários e infiro que essa imoralidade reside na impressão da homossexualidade ameaçar efeminar a sociedade. Porém, a homossexualidade é plural e, como tal, não pode ser reduzida à chamada homossexualidade passiva. Existe também a homossexualidade activa, versátil e hipermasculina. Todas elas são masculinas, porque não há só um padrão de masculinidade. Até os heterossexuais são diferentemente masculinos. O heterosexismo reduz a masculinidade a um "osso", algo muito rigido, insensível, agressivo, dominador, que mete medo a qualquer homem.
Porém, a passividade de que fala já se revela nos homens hetero, que, sendo quase forçados a abandonar a masculinidade endurecida, abdicam do seu próprio prazer nato para dar prazer às parceiras. Penso que para muitos homens hetero esta nova maculinidade não os satisfaz: nega a sua fisiologia e psicologia, de resto plurais.
Freud viu bem que a sexualidade era um fenómeno masculino. Hoje as mulheres procuram viver essa sexualidade mas em termos de imitação do fenómeno masculino. É o caso do orgasmo e do Ponto G: cada mulher diz ter o seu mas nem todas o encontram. O GDiscurso estendeu-se mas, tanto quanto sei, ele ainda não foi morfologicamente estudado. Muitos terminais nervosos, mas a anatomia ainda não os descobriu: é provável que se trate de um mero reflexo condicionado, isto é, aprendido. Outras mulheres têm outros discursos... Enfim, precisamos de factos e não de discursos. A Sue fala disso no seu programa mas vai mudando de perspectiva em função das ouvintes que lhe telefonam. Enfim, uma sexologia publicitária! Mais: que tentam submeter os homens a certos caprichos irracionais. Esta pseudo-hipersexualidade degrada o verdadeiro sexo e rouba-lhe a dimensão afectiva. Por um lado, algumas mulheres dizem que gostam de sexo prolongado, mas, quando estão com um homem com ejaculação retardada que as obriga a ficar com ele dentro durante duas horas, já não gostam, dizendo que é um aborrecimento. Outra mentira divulgada é a de que os homens depois do orgasmo ficam indefinidamente sem tusa, mas alguns para prolongar o acto sexual masturbam-se uma ou duas vezes antes de terem sexo com a parceira, para terem menos tusa e prolongar o acto. Mas. se elas souberem disso, ficam quase sempre magoadas.
Outro aspecto é que o homem gosta que lhe suguem o pénis, algumas não gostam, outras fazem-no mal. E, com a facilidade de encontrar alternativas, eles gostam de experimentar outras formas sexuais inéditas. Sexo oral é sexo oral: demasiado fácil de encontrar quem o faça.
Talvez esta hipersexualidade seja degenerescente, porque desvia a atenção de assuntos mais importantes ou atrofiam o resto da vida em função da hiperatrofia do sexo. Nesse sentido, a sexualidade pode ser imoral tal como diz: ameaça a continuidade de uma sociedade plena de cidadãos empenhados na vida pública. Mas respeito o seu ponto de vista! :)
Sim, os genes que determinam foram seleccionados: o comportamento homossexual está bem representado no mundo animal e todas as sociedades o conhecem, umas aceitam-no, outras rejeitam-no, outras institucionalizaram. É evidente que, se fosse uma aberração, não teria omnipresente. Mas se está é porque traz vantagens. Não resulta da escolha ou da opção: quem o seja não pode aboli-lo voluntariamente. E ele é refractário às terapias, nenhuma das quais teve sucesso na sua eliminação. É um fenómeno biológico incontornável. Hoje, podemos converter uma mosca Drosófila num homossexual, bastando manipular certos genes: em vez de cortejar fêmeas, faz a corte a outros machos. São moscas gays. Os caso de alguns primatas homossexuais mostra que a homossexualidade está presente no meio natural: há macacas lésbicas, há chimpanzés gays e há carneiros homossexuais. Neste último caso, a aromatase, o seu gene, desempenha um papel crucial. Por isso, disse que o capricho é um fóssil noológico fora de prazo: a homossexualidade não é um capricho egoista mas uma condição biológica.
Vou dormir!
Bom dia F.,
Eu n digo que a homossexualidade é um capricho, o que digo é que ela foi interpretada assim e, daí, tomada como imoral. Porque o imoral depende da nossa vontade.
A pergunta inicial não era: por que é que a sociedade vê a homossexualidade como imoralidade?
Foi a isso que tentei responder.
Não ponho em causa a tendência natural da homossexualidade. Ainda que nalguns casos, isso não seja tão categórico. Por exemplo, no caso das mulheres há muita coisa que se "aprende a gostar". E nos homens idem idem aspas aspas. Tive um boyfriend q dizia q n experimentava ter sexo com homens pq tinha medo de gostar... ahah Ainda por cima ele estava rodeado deles devido à profissão. Enfim. É isto.
Ah quanto ao orgasmo das mulheres, passou pouco tempo desde que começou a ser estudado... Penso que as mulheres se conhecem pouco e por isso há essas indefinições.... :)
A Sue é muito querida! Para quando o F. assim na tv? ahah
«abdicam do seu próprio prazer nato para dar prazer às parceiras»
ahahah... são poucos os bons amantes.
mande-me os numeros de quem conheça assim. ;)
(joking!)
«Outra mentira divulgada é a de que os homens depois do orgasmo ficam indefinidamente sem tusa, mas alguns para prolongar o acto sexual masturbam-se uma ou duas vezes antes de terem sexo com a parceira, para terem menos tusa e prolongar o acto.»
Ui! Só ficam magoadas as que não conhecem a natureza sexual masculina... A masturbação é sempre necessária para homnes e mulheres, sobretudo se forem novos e "enérgicos".
«as obriga a ficar com ele dentro durante duas horas, já não gostam, dizendo que é um aborrecimento»
Sim, sobretudo se entretanto já nos vimos.
«algumas não gostam, outras fazem-no mal»
A primeira parte n há nada a fazer, mas à 2ª ensina-se. Para ficarmos experts, devemos treinar muito.
Oi Else
Por causa do blog, esqueci um compromisso e agora estou "lixado".
Bem, estou a ver os clássicos e detecto que nem sempre podemos confiar nas interpretações dadas por terceiros recentes. Como diz Bailey: os cientistas de hoje carecem de erudição e opinam muito sem saber do que falam.
No último post desta série vou esclarecer algumas "lacunas".
Sim, a sexualidade feminina é uma invenção recente, mas deve ser estudada com objectividade, como foi feito com a sexualidade masculina, de resto evidente.
Sim, o caso do seu boyfriend mostra talvez aquilo a que se chamou a natureza homossexual das relações sociais ou mesmo a ambivalência da sexualidade masculina! Segundo dizem os "experientes", os homófobos cedem facilmente às investidas, em certas circunstâncias. Porém, na minha observação, penso que um homem hetero seguro da sua masculinidade cede mais facilmente.
O termo preconceito foi cunhado por S. Tomás de Aquino e depois por Espinosa. Falarei disso. Tenho estudos empíricos para rever.
Ah, aqueles que se masturbam sozinhos antes de ter sexo com a parceira, é para perder tusa ou diminuir o tamanho do pénis, de modo a prolongar o acto sem magoar a parceira. Mas, como homem, sei que isso é do nosso ponto de vista pouco gratificante: uma espécie de altruísmo sexual!
«diminuir o tamanho do pénis»???
Mas nós gostamos deles grandes, erectos e viçosos! Bem que confusão vai na cabeça dos homens! :))
E a sexualidade da feminina é tb muito evidente. É lamentável que n o seja para alguns homens...
O meu boyfriend n era homófobo, aliás, pela profissão se fosse homófobo, nunca vingaria.
Sim, diminuição do pénis, no sentido da erecção ser menos vigorosa.
Sim, trata-se de incomensurabilidade sexual: incompreensão recíproca das sexualidades de género.
Hummmm... os estudos empíricos não revelam que as mulheres preferem pénis grandes. Isto não significa que prefiram pénis pequenos!
Sim, o ideal é serem adequados à vagina, sem nenhum desconforto. Mas grandes são mais bonitos!
O que é preciso é dialogar, de outra forma, sobretudo numa relação heterossexual, ninguém se entende e fica-se insatisfeito e tristonho.
Sim, o diálogo é fundamental, mas por vezes algum dos parceiros fica surdo! Os americanos reconduzem estes casos de surdez para a terapia dos casais.
Regresso na Segunda-Feira ou Domingo à noitinha avançada. Bom fim de semana! :)
Ah, veja o post sobre as "previsões marxistas" do De Rerum Natura e ria muito: o cronista nunca leu Marx e, apesar disso, acha que pode impugnar uma citação. Tadinho! Deve ler a correspondência, O Capital e as Teorias da Mais-Valia: Marx descobriu as crises! Enfim...
É claro que n vou ler. A vida é demasiado curta para isso...
Bom fds! :)
Francisquinho, a Sue versão portuguesa e on-line. ;)
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