«Nos bailes públicos é que o uranista mais se denuncia. Ama a dança extraordinariamente e, se a ocasião é propícia para o disfarce, como pela época do carnaval, aparece vestido de mulher. Espartilha-se, cria formas provocadoras à custa de balões de borracha, pinta-se e adorna-se com brincos e sapatos decotadíssimos.
«Tem requebros de prostituta, denguices de mulher venal, com rodopios de saias e exposição de pernas.
«Tem requebros de prostituta, denguices de mulher venal, com rodopios de saias e exposição de pernas.
«Segreda convites, mostra-se lânguido, submisso, capaz de ter um grande amor. Uns andam mascarados e desejam ir ao engano, como mulheres, por braço de algum ébrio dissoluto. Outros, de cara descoberta, pretendem insinuar-se directamente, na nudez da sua situação deprimente». (Egas Moniz)
Egas Moniz (1874-1955) recebeu o Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina em 1949, juntamente com Walter Rudolf Hess (1881-1973), por ter desenvolvido a angiografia cerebral (técnica radiológica de visualização dos vasos sanguíneos através da injecção de um produto de contraste, neste caso, de visualização radiográfica das artérias e das veias encefálicas) e a sua técnica de lobotomia frontal ou de leucotomia pré-frontal como uma terapêutica para determinadas perturbações emocionais. Os neurocientistas contemporâneos não perdoam a Egas Moniz o facto de ter concebido a destruição de uma grande porção do encéfalo como forma de tratamento e, por isso, contam nos seus manuais de neurociências que o médico português acabou estranhamente paralisado por um tiro disparado na espinha por um dos seus pacientes lobotomizados. Justiça poética foi feita contra aquele que, sem suporte teórico substancial, acreditava que podia corrigir o excesso de emoção através deste procedimento cirúrgico radical, com efeitos posteriores indesejáveis.
1. Lobotomia Frontal. No entanto, Egas Moniz aplicou e melhorou os procedimentos usados pela comunidade científica do seu tempo: Klüver & Bucy tinham mostrado que lesões no encéfalo alteravam o comportamento emocional e, na década de 30 do século XX, John Fulton e Carlyle Jacobsen relataram que lesões do lobo frontal produziam efeitos calmantes em chimpanzés. Nos macacos rhesus, a remoção bilateral dos lobos temporais (lobotomia temporal), incluindo as estruturas subcorticais (amígdala e hipocampo), tem efeitos dramáticos sobre os comportamentos dos animais, nomeadamente sobre as suas respostas a situações capazes de desencadear medo. Heinrich Klüver & Paul Bucy classificaram estas anomalias comportamentais em cinco categorias: cegueira psíquica (dificuldade em reconhecer objectos comuns ou compreender o seu significado), tendências orais (colocar os objectos na boca e tentar comê-los), hipermetamorfose (compulsão irresistível para examinar todas as coisas, tocando-as e colocando-as na boca), alterações de comportamento sexual (aumento acentuado de interesse em sexo) e mudanças emocionais (diminuição do medo). O conjunto destes sintomas é conhecido como síndrome de Klüver-Bucy. Confiante no princípio de que, se o sistema límbico controla a emoção, conforme foi proposto por James Papez (década de 1930) e divulgado mais tarde por Paul MacLean (década de 1950), então as pessoas com problemas emocionais podem ser ajudadas, Egas Moniz desenvolveu o procedimento cirúrgico da psicocirurgia, aplicando-o em 1935 e 1936 aos seres humanos: «Certos doentes psiquiátricos, particularmente os que têm sintomas obsessivos, têm a sua vida mental circunscrita a um circulo limitado de pensamentos e assim, pela interrupção cirúrgica desses circuitos, os sintomas podem ser aliviados» (Egas Moniz, 1948). Milhares de cirurgias foram realizadas em todo o mundo nos anos 40 e 50 do século XX, utilizando diversos procedimentos cirúrgicos de lobotomia frontal. Custódio Rodrigues (1992) avaliou positivamente o contributo de Egas Moniz para a ciência psicológica, destacando a demonstração de que a função cerebral não é executada em globo: diferentes áreas cerebrais executam funções diferentes, de modo que o cérebro pode ser definido como uma federação orgânica (Charcot).
A crítica da lobotomia frontal como terapêutica ensombrou outra obra revolucionária de Egas Moniz: "A Vida Sexual: Fisiologia e Patologia" (4ª. Edição de 1918), cujo Prólogo confronta o neurologista português com a psicanálise de Freud. Esta obra é, a diversos títulos, brilhante, erudita e bastante avançada para o seu tempo, pelo menos em relação à mediocridade nacional: Egas Moniz revela um espírito científico ímpar alicerçado na assimilação atenta e crítica das grandes lições dos pioneiros da sexologia, tais como Krafft-Ebing, Moll e Freud. A teoria da sexualidade de Egas Moniz exposta nesta obra brilhante merece ser revisitada, sobretudo a secção da Patologia da Vida Sexual, onde Egas Moniz analisa as homossexualidades masculina e feminina.
2. Homossexualidade Masculina. A partir de um caso exemplar, A.A., Egas Moniz elabora uma teoria da homossexualidade masculina como inversão perversa ("psicopatia sexual"), relatando de modo frio e analítico traços comportamentais e anatómicos exibidos pelos homens homossexuais. Embora tenha vislumbrado a problemática das diferenças sexuais e das diferenças de género, Egas Moniz foi excessivamente "redutor" ao generalizar a partir de casos clínicos. Os seus "uranistas" correspondem, em termos comportamentais, ao tipo hiperefeminado de homens homossexuais, nomeadamente ao subtipo "maricas" ou "agitado" da minha tipologia das homossexualidades masculinas (De Sousa, 2006). Egas Moniz reconheceu que «as relações sexuaes uranistas são o mais próximo possível das relações heterossexuais entre pervertidos», porque, entre outros traços partilhados, «os beijos uranistas são por vezes acompanhados, como nos heterossexuais, do contactus linguarum». Além disso, os uranistas fazem outras "coisas terríveis", tais como «semen alterius ejaculatum in os proprium devorare» ou, mais raramente, «ejaculavit semen in os alterius, vul ut hic semen devoret», «oscula applicare ad anum alterius», e, enfim, «alter immitit urinam in os proprium», já para não falar da necrofilia, da prostituição masculina, da pederastia ou dos efeitos anatómicos resultantes da prática do coito anal. Os homens homossexuais examinados por Egas Moniz eram "cidadãos urbanos" de "todas as profissões" (alfaiates, cabeleireiros, floristas, actores, cozinheiros e escritores) e membros "cultos" das "classes elevadas" de Lisboa e de outros "grandes centros" urbanos nacionais. Os homens homossexuais são vistos como "invertidos e efeminados", "impotentes para as mulheres", "mentirosos e insensatos", com "voz efeminada" e "letra esguia e muito bem cuidada", "ciumentos e insaciáveis", "epilados" e "dissolutos", entre tantas outras "maiores minudências" relatadas com pormenor e abundante recurso ao latim, para não chocar a moral e os bons costumes lisboetas, cujas "misérias do amor" "mórbido uranista" incluíam a «immissio membri in os», «a masturbação mútua, a masturbação anal, o coito anal, inter femora e ainda in axillam». Egas Moniz possuía todos os traços comportamentais e anatómicos para avançar com uma tipologia diferencial das homossexualidades masculinas, nomeadamente a dicotomia masculino/feminino, as actividades e preferências sexuais, a promiscuidade sexual, as ocupações profissionais atípicas, as infâncias sexualmente atípicas, as parafilias associadas e a atipicidade sexual, mas, em vez disso, reduz toda a homossexualidade masculina ao tipo efeminado, ao qual atribuiu alguns traços específicos dos transexuais, tais como usar roupas de mulher ou ser mentiroso.
Uma observação pertinente de Egas Moniz permite-nos constatar que alguns dos seus pacientes eram "travestis" ou, como se diz hoje nos meios gay, "transexuais" e "transformistas", que usavam "vestuários femininos" e traziam «os órgãos genitais ligados ao corpo por um aparelho especial de tal modo, que se lhe não reconheciam à primeira vista»: «O uranista é monoândrico ou poliândrico, exactamente como o homem normal é monógamo ou polígamo. Geralmente tem um escolhido uranista, mas alguns há que chegam a preferir as relações com indivíduos normais que gostam de mulheres. A estes deu Ulrichs a designação de dionistas. Geralmente escolhem indivíduos em que as qualidades viris se salientam». A atracção por homens heterossexuais é um traço típico dos homens travestis ou transexuais que se prostituem nas ruas das grandes cidades portuguesas: Lisboa e Porto. Nestes pacientes dionistas, uma alma feminina existe dentro de uma forma masculina, e, tal como os homossexuais efeminados, desvalorizam a sua própria masculinidade, manifestando disforia de género, e sobrevalorizam todos os traços masculinos e hipermasculinos, em especial as grandes dimensões do pénis, exibidos pelos homens heterossexuais. Se tivesse sido menos preconceituoso, Egas Moniz teria observado a existência de diferenças intra-homossexuais, isto é, de traços comportamentais distintivos que permitem diferenciar entre si os homens que preferem fazer sexo com outros homens, até porque reconhece que «o amor homossexual é inteiramente comparável ao heterossexual», tanto em termos afectivos como em termos comportamentais: «Em todos os invertidos sexuais que se juntam em ménage masculino os papéis distribuem-se da mesma forma que no casamento real. Um desempenha o papel obediente e subordinado da mulher, outro dirige, manda e governa com a característica virilidade dum heterossexual». A ideologia machista latina tende a atribuir a designação de maricas ou paneleiro ao parceiro passivo, vendo no parceiro activo uma espécie de "super-macho". O primeiro é homossexual, enquanto o segundo é heterossexual. Nesta perspectiva latina, os homens homossexuais dependem, em termos de satisfação sexual, dos favores sexuais prestados pelos homens heterossexuais. A comunidade homossexual não é, em termos sexuais, autónoma e independente. Resta saber se o preconceito sexual de Egas Moniz não o moveu a realizar uma lobotomia frontal a algum destes pacientes homossexuais para o tornar mais calmo e menos histriónico, porque os uranistas tendem, segundo diz, a manifestar um tal "furor uterino" ("neurastenia") que esgotava em poucos dias a energia sexual dos seus "amantes". Ora, tanto os amantes passivos como os amantes activos são homens homossexuais que se completam sexualmente, e, se os primeiros exibem o tal "furor uterino", os segundos podem exibir um "furor peniano devasso": a promiscuidade sexual predomina entre os homens homossexuais, mesmo entre aqueles que são casados com mulheres numa operação comercial.
Para Egas Moniz, as homossexualidades masculina e feminina eram psicopatologias do comportamento sexual, com graves efeitos na saúde e no bem-estar dos pacientes: «Os hermafroditas psico-sexuais são igualmente doentes, embora não tão adiantados como os uranistas e as lésbicas. De tempos em tempos igualam-se completamente pelas tendências e pelos desejos.» Após ter feito a «resenha de anatomia patológica da pederastia», onde incluiu «o aumento das nádegas», «a deformação infundibuliforme do ânus», «o relaxamento do esfíncter», «a incontinência fecal», «ulcerações profundas e até fístulas anais» e «doenças venéreas», Egas Moniz dirige a sua atenção para as lésbicas, para ver «se estas invertidas apresentam sinais dos seus hábitos homossexuais». Da prática repetida do «safismo», isto é, da «masturbação bucal com sucção dos clítoris», resulta «a deformação vulvar» caracterizada pelo «alongamento do clítoris, pelo aspecto rugoso e pela flacidez do prepúcio que, em parte, aparece destacado da glande», a qual, «parcialmente descoberta, é volumosa e turgescente». Além deste alongamento do clítoris, «a prática repetida da masturbação sáfica» pode desencadear «mordeduras do clítoris» e o uso da boca provoca «a inflamação aguda ou crónica da abóbada palatina, amígdalas e da úvula, o mau cheiro da bôca, a dor de língua, a palidez dos lábios e da face, o emmagrecimento geral e as perturbações nutritivas». Esta busca frenética de sinais físicos e corporais que denunciem as práticas homossexuais constitui efectivamente a medicalização do preconceito e da discriminação sexuais: o "olhar clínico" (Michel Foucault) é colocado ao serviço do heterosexismo, de modo a exercer o seu poder disciplinar. O tratamento aconselhado para as "inversões sexuais" mais não é do que uma espécie de "punição", a medicalização da punição.
3. Homossexualidade Feminina. Como seria de esperar, Egas Moniz era mais homofóbico do que lesbofóbico. Usou os termos "tribades" ou “sáficas” para designar as mulheres lésbicas, cujos traços descritos acentuam as suas características masculinas: «As tribades têm propensões para os jogos e divertimentos dos rapazes, estimam vestir-se com fatos de homem, desprezam os brinquedos usuais das meninas, tais como bonecas, etc.». Estas propensões comportamentais manifestam-se muito cedo, logo na infância, e, na idade adulta, estas lésbicas adquirem "hábitos masculinos", atingindo então o "estado de viraginidade" (concentração máxima de traços masculinos): "Fumam", evidenciam "vocações para os trabalhos masculinos", sentem "repugnância pelos trabalhos de costura", e anseiam por "uma troca de órgãos sexuais": «A tribade passa uma vida íntima de torturas por não ter nascido homem: ela e o uranista completar-se-iam operando uma troca de órgãos sexuais. Dentro de uma forma feminina existe uma alma de homem. Sente-se vigorosa para a luta. Atraem-na mais as sciências do que as artes: estima mais o seu cavalo e a espingarda, com que se entrega aos mais violentos géneros de sport, do que o piano e a máquina de costura. E querendo encontrar dentro do seu sexo paradigmas para imitar, ou admira as másculas mulheres da história ou as que, na sua época, se salientaram pela inteligência ou actividade». Tal como já tinha feito com os homens homossexuais, reduzidos ao tipo "efeminado", Egas Moniz descreve de modo redutor apenas um tipo de lésbica, a lésbica "butch", com inclinações "transexuais", embora pareça ter consciência da diferenciação interna existente entre as lésbicas. Este reducionismo revela-se estigmatizante e, o que é mais grave, facilita a estigmatização sexual dos indivíduos homossexuais de ambos os sexos.
Segundo Egas Moniz, o uso do clítoris nas práticas sáficas torna-o mais longo ("alonga"), o que possibilita a prática "sáfica" de fricção dos clítoris (ou, como se diz hoje, de "bate pratos"). A lésbica tende a ser reduzida, sobretudo aquela que é casada com um homem, a "mulier lambens", que sente prazer desempenhando um destes papéis sexuais: "si ipsa lambit genitalia alterius", "lambere genitalia propria", ou felação mútua e simultânea. Egas Moniz encarava a lésbica que suga o clítoris alheio como "activa" e a que o dá para ser sugado ou "mordido" pela outra como "passiva", e com razão, porque, no caso dos uranistas, o que suga é geralmente "passivo": «Na verdade, se há casos, como um citado por Moll, em que uma tribade X só sente prazer si ipsa lambit genitalia alterius, na maior parte dos casos as tribades também se sentem excitadas quando fazem lambere genitalia própria, dando-se por vezes à prática mútua e simultânea.» Aliás, Egas Moniz refere o caso de duas tribades em que uma delas curiosamente «gostava de representar o papel passivo de mulher», embora tivesse «mais tendências masculinas do que a que desempenhava o papel de activo». Egas Moniz apercebe-se da diferenciação interna das lésbicas em dois grupos, em função dos papéis sexuais preferidos: as que apresentam tendências masculinas, as lésbicas do tipo butch, tendem a preferir desempenhar o papel activo, enquanto as “mais femininas”, as lésbicas do tipo femme, são geralmente mais passivas. A tematização desta diferença ter-lhe-ia possibilitado compreender melhor as associações que procurou estabelecer entre o safismo e a duração das "junções sexuais sáficas", o ciúme, a separação, o "sadismo" (associado ao tipo butch), o "masochismo" (associado ao tipo femme), a pedofilia e a "prostituição sáfica".
Na exposição de Egas Moniz, transparece um conceito implícito que podemos explicitar: a "prática repetida de cunnilingus" ocorre entre casais heterossexuais e casais homossexuais: «Entre as tribades há algumas casadas, como aliás sucede, embora mais raramente, entre os uranistas. Algumas dessas são hermafroditas psíquicas, outras são lésbicas que apenas consideram o casamento como uma necessidade social, nunca a manifestação duma necessidade genésica. Para a tribade o casamento é uma verdadeira operação comercial e uma comodidade para a melhor consecução dos seus fins. A mulher depois de casada pode passear mais, ter mais extensas relações e, em suma, livrar-se das críticas dos soalheiros femininos». Para estas tribades, «quer sejam hermafroditas psíquicas, quer absolutamente homossexuais, a cópula não basta para a satisfação das suas necessidades genésicas. É devido a isso que essas mulheres pedem aos homens a que se juntam a prática do cunnilingus». Para alcançar o prazer sexual pleno, o orgasmo clitoriano, a mulher deseja que o marido lhe faça cunnilingus. Ora, como vimos, esta prática sexual "alonga" o clítoris e, portanto, masculiniza a sexualidade e o prazer femininos. Egas Moniz diz que as lésbicas têm "repugnância pela maternidade". Hoje sabemos que esta repugnância maternal se evidencia mais nas lésbicas do tipo butch do que nas lésbicas do tipo femme. Esta hipótese de que uma prática sexual produz como efeito a diminuição do impulso maternal pode ser testada empiricamente. Portugal e a Europa confrontam-se com o problema de baixa natalidade, explicando-a muitas vezes por razões económicas e sociais (desemprego, salários baixos) ou pela entrada das mulheres no mercado de trabalho. Porém, como suspeitava Egas Moniz, uma mera prática sexual também pode estar na origem deste fenómeno. (Veja notícia aqui. E veja este post dedicado ao chamado "gayzismo", onde o escriba critica a minha perspectiva sobre o preconceito sexual e a homofobia.)
J Francisco Saraiva de Sousa
49 comentários:
ahah! adoro este post... já o publicou não já?
"Hermafordita psíquica" é muito maravilhoso... adoro o Egas! :)
A insinuação última de que as práticas de prazer femininas diminuem a maternidade é absurda ou mesmo estúpida, por tão sexista que é.
Revela uma sociedade machista que ganhou medo pelo desconhecido: a sexualidade feminina. E depois, como não a compreende, deduz a sua incongruência com o "papel" de mãe.
A mulher é mãe (virgem) e amante (puta) e sempre comportou esta ambivalência. O hermafroditismo psíquico, se quiser! ;)
Olá Papillon
Sim, já publiquei, mas estive a alterar o texto, suavizando algumas críticas presentes na versão anterior. :)
Fui colhido de surpressa e não tive tempo de escrever um post original para comemorar os 60 anos de Nobel de Egas Moniz.
Sim, também admiro a obra de Egas Moniz, a qual não me é estranha. Para mim, Moniz não é só um nome, mas uma obra conhecida.
Com este post, chamo a atenção para a necessidade de republicar A Vida Sexual de Egas Moniz, bem como outras obras ou escritos dele ou de Abel Salazar.
Sim, há preconceito sexual em Egas Moniz, nomeadamente em relação à sexualidade feminina, como diz. Porém, a aversão à maternidade é um traço comum entre as lésbicas do tipo butch: elas não querem gerar filhos, engravidando, embora cuidem dos filhos das lésbicas do tipo femme. Segui esta linha de raciocínio e não outra para compreender o ponto de vista de Egas Moniz.
O conceito de EM de Mulier Lambens é interessante! Qualquer dia, escrevo algo sobre o homo lambens (homem e mulher) e suas indecisões/conflitos/frustrações/satisfações sexuais.
Que interessante! Fico à espera da descrição da mulher e homem "lambens", dado que eu sou um ser sapiens lambens. lol
Ainda bem que conhece bem o Egas Moniz, dado que é versado em ciências médicas, não seria de estranhar. Para mim é mesmo pouco mais que um nome e uma invenção polémica - lobotomia. ;)
Muitas pessoas revelam actualmente algum tipo de anomalia temporal! Hoje esses problemas são entregues ao cuidado da farmacologia. O tempo da lobotomia já foi, não é mais... :)
Hummm... sapiens lambens como síndrome temporal? É um assunto a pensar! (Brinco consigo, embora suspeite de algum tipo de avaria emocional.)
Sim, mas não por causa da lobotomia desusada que lhe atribuíram o Nobel?
Sim, pode ser uma avaria emocional, tipo ficar estagnada na fase oral. É bastante viável!
E angiografia também...
Sim, a anatomia destas novas anomalias emcionais pode inspirar-se na síndrome de Klüver-Bucy, cujos sintomas descrevo brevemente neste post. Outro conceito implicado é desinibição: fraca ligação do córtex pré-frontal com o sistema límbico. É uma patologia difusa tomada como normalidade: s pessoas não sabem estar doentes.
Como é que é possível saber se eu estou doente se isso é determinado em função de critérios convencionados entre a comunidade científica? Os gays eram doentes para Egas... são doentes hoje?
Aqui entre nós alguns são mesmo doentes! :(
É uma conjectura que ajuda a iluminar muitos problemas associados, com os quais somos confrontados diariamente. Muitos sinais são agravados por factores biologicamente activos, como stress ou tipo de alimentação. Estes sinais de alarme manifestam-se claramente noas crianças e jovens e isso é preocupante.
Há uma confluência de síndromes: é o núcleo de união que procuro pensar.
Ah, quanto à lobotomia de EM, não devemos ser duros com ele, porque não estava sozinho: foi um momento da pesquisa e do tratamento e até aos anos 60 ou mesmo 70 não se vislumbrava o impacto da biologia molecular nessas áreas da pesquisa. Neurociências e genética moleculares são muito recentes.
Além disso, os escritos de EM não são conhecidos ou os de Abel Salazar e outros, mas Portugal é ingrato com os seus!
Hmmm... não o percebo. :(
No entanto, as categorias de patologia e normalidade envolvem sempre risco e dano, mesmo reconhecendo a pertinência do discurso.
O que pretendia dizer é que muitos comportamentos manifestados pelas pessoas, tais como perturbações alimentares, sexo perigoso, agressividade, busca de emoções e de novidades, promiscuidade sexual, obesidade, etc., podem estar ligados por algum mecanismo comum que esteja a ser estimulado por certos factores sociais. Quando falo do metabolicamente reduzido refiro-me a isso: uma atrofia dos órgãos mentais superiores (memória, decisão racional, imaginação criativa, pensamento...) acompanhada por manifestações emocionais negativas.
E esses comportamentos são anómalos no sentido em que coloca a pessoa em perigo ou a levam a ser uma ameaça para os outros. É preciso usar diversos critérios...
Enfim, a nossa genética é arcaica e não está adaptada às novas circunstâncias ambientais e sociais.
Ou dito de outro modo:
Somos dotados de instintos que nos permitem saber solucionar certos problemas quase sem aprendizagem prévia, tais como fazer sexo ou amamentar as crias. No entanto, a profissionalização da vida rouba-nos essas competências submetendo-as a processos de aprendizagem: aprendemos a fazer sexo a partir de manuais, a amanentar..., a enterrar os mortos, a prestar cuidados, etc. Fomos desumanizados e fragmentados: as nossas competências inatas são enterradas, de modo que ficamos sujeitos a terceiros.
Noutro dia falamos da Sue: veja como as questões colocadas são ridículas!
:)
Só vi a Sue uma vez e achei imensa graça porque adoro velhinhas(os) e ela é muito querida.
Não acho que as perguntas sejam ridículas, as pessoas não saberem algo ou terem dúvidas e terem a coragem de fazer perguntas a alguém especializado, ainda mais perguntas íntimas, não deve ser nunca ridicularizado.
Por que é que acha que as pessoas hoje em dia têm comportamentos sexuais patológicos? Repare no caso da mulher... o seu desejo e mesmo a sua sexualidade foi sempre secundarizada à do homem ou mesmo ignorada - algum indício do contrário era tomado como patológico ou imoral. Por que é que se a mulher hoje em dia assume que tem desejo e que quer amantes que façam isto e aquilo é ridículo? Ninguém nasce ensinado! O sexo é instintivo, mas também se aprende, as civilizações antigas já o sabiam e instruíam as gerações vindouras.
Que se preocupe com a promiscuidade, tb estou consigo, pois acho que é um desvio emocional, um desiquilíbrio e, no caso das mulheres, falta de auto-estima. Mas quanto à assunção da sexualidade por parte dos grupos desprezados, como os homossexuais e as mulheres deve existir e não ser nunca rebaixada. :)
Quanto mais o sexo for visto como normal, haverá menos comportamentos desviantes, perigosos e promíscuos. Pode crer.
Não estava a defender a repressão da sexualidade. Porém, acho que cada um deve descobrir por si mesmo o que lhe dá prazer e isso acontece fazendo. Não existe um único guião, mas diversos e diversas sexualidades. Os comportamentos sexuais de que fala sempre-já foram praticados no passado. Não estou seguro de que hoje o sexo é melhor do que foi no passado. Mas as relações afectivas sofrem algum tipo de degradação e é esse aspecto que nos deve preocupar.
Contudo, quando pesquiso a internet sexual, constato muita solidão: sexo sem emoção! sem ligação afectiva! Enfim, uma perda de vitalidade... Muita masturbação exibida mas falta de contactos sexuais reais. É como se o sexo fosse uma alienação total do mundo! Ora, o sexo é social: pelo menos, implica duas pessoas que se tocam...
Ora, todos esses comportamentos exibidos online são sintomas de algo mais profundo que envolve o circuito da emoção...
Sim, de acordo. Mas acho que é importante falarmos de sexo, mesmo que haja muitas maneiras de o viver e experienciar. Deve ser falado para ser desmistificado.
E sim, de acordo, não há propriamente "novidades" no sexo... :) e o que o faz bom é a empatia entre dois seres e isso perde-se, de facto, com as relações em diferido, pela virtualidade.
No entanto, isso não quer dizer que não deva haver informação, procura, investigação, masturbaçaão - a masturbação é muito importante, e sobretudo para as mulheres.
Enfim, o equilíbrio, aqui, como em tudo, é virtuoso.
Estava a pensar como é difícil comunicar com os portugueses: Ou sou extraterrestre ou a maioria tuga é de outro mundo do passado arcaico. Vejo um futuro muito triste para Portugal: o 25 de Abril pode vir a ser fatal, até porque não consolidou uma democracia genuína e competente. A regressão será mais pesada aqui no país tuga.
Sim, a masturbação é melhor que nada, mas pode ser viciante e bloquear relações a dois. Quanto à masturbação a dois, desde que não seja norma, escapa, mas se obedecer a uma rotina acaba por apagar o desejo sexual.
Para ser bom, o sexo deve estar livre de preocupações e de fantasmas internos ou externos projectados. Caso contrário, converte-se num ritual seguido de apagões...
No entanto, tem toda a razão: o EM condenava a prática de felatio na mulher. Escreve de um modo que deixa transparecer o seu pensamento intímo! Mas já era feito por outros! :)
A polémica continua aqui:
http://espectivas.wordpress.com/2009/03/14/agenda-politica-gay-%c2%abquem-nao-e-homofilo-e-%e2%80%9clele-da-cuca%e2%80%9d%c2%bb/
Quando tiver tempo, comento. :)
No entanto, deixo aqui algumas observações:
1ª) Não conheço nenhuma agenta política gay e não estou envolvido com nenhuma agenda política, muito menos do Bloco de Esquerda.
2ª) Os estudos científicos referidos não apelam a nenhuma agenda política e não são necessariamente da autoria de cientistas gay ou lésbicas. A maior parte é supostamente heterossexual, embora esse facto não tenha relevância.
3ª) A homofobia interiorizada ajuda a compreender o preconceito exibido pelos homossexuais em relação a determinados tipos de outros homossexuais. Isso ficou claro nos posts referidos.
4ª) A noção de cultura totalitária não faz sentido quando aplicado à cultura gay: totalitário tem sido o heterosexismo que impõe a todos um único modelo de masculinidade ou de feminilidade. Que eu saiba nenhum movimento gay reclamou tal exclusividade. Nazismo gay é um oxímoro!
5ª) As questões jurídicas não são questões factuais: o reconhecimento das uniões de facto não põe termo à hostilidade anti-gay.
6ª) Os homens hetero têm identidade e preocupam-se muito por questões de identidade. A noção avançada pelo escriba da ausência de identidades heterossexuais é absolutamente falsa. Dado falar por si mesmo, o escriba não deveria generalizar a sua experiência ou atribuir falsas identidades aos outros que não conhece.
7ª) As questões científicas ou mesmo políticas não se resolvem pela redefinição subjectiva das palavras. O mundo não é pura retórica!
Eis aqui o modo como o escriba estabelece uma distinção "cognitiva" entre a maioria hetero e a minoria homo:
"A diferença entre as mundividências da maioria da sociedade e da minoria gay está estritamente ligada à diferença entre as formas como a sexualidade é encarada pelo homossexual e pelo heterossexual.
1) Para o hetero, a sua sexualidade é consentânea com o seu corpo e com a sua natureza, ele não tem problemas de identidade, e portanto tudo “corre sobre rodas” e sem problemas de maior. Seria absurdo vermos uma “parada heterossexual”, ou vermos um hetero sentir a necessidade de se “assumir” publicamente como heterossexual; não faz sentido, porque a fisiologia reprodutiva do hetero está de acordo não só com a sua natureza intrínseca mas também com a ordem natural da realidade (Natureza) ― isto é, no heterossexual, “tudo bate certo”.
2) Pelo contrário, o homo assenta a sua sexualidade exclusivamente no desejo ― aqui entendido não como “desejo natural” decorrente da acção fisiológica, mas como “desejo psicológico” construído ―, nas fantasias sexuais, e na subjectividade do homossexual na relação que mantém com os seus desejos e fantasias sexuais. Portanto, o problema do homossexual na afirmação de uma identidade é um enorme pesadelo, porque a própria identidade do homo depende exclusivamente dos seus desejos (psicológicos) particulares e fantasias sexuais, que por inerência são subjectivos.
Em função da subjectividade dos seus desejos ― isto é, a subjectividade sexual que fundamenta a própria natureza da identidade do homossexual ―, qualquer rejeição sexual por parte de um hetero é considerada por ele como um atentado à sua própria identidade ― o que não acontece com o hetero, que vê numa “nega” por parte de uma mulher apenas o efeito da sua inabilidade pessoal (falta de jeito). A idiossincrasia homossexual é indutora de um sentimento de auto-discriminação.
Por outro lado, para o homossexual, o facto de existir uma esmagadora maioria de pessoas do seu próprio sexo que o não desejem sexualmente já é, de forma mitigada, considerado por ele como sendo “discriminação”, não só em relação a si próprio ― na sua condição de homossexual ― mas também em relação à homossexualidade em si mesma. É aqui que germina o sentimento de “discriminação”, que parte do próprio homossexual e da sua condição, e que se projecta para a sociedade e não no sentido contrário." (Fim de citação)
Este texto constitui uma ofensa dirigida contra os homens hetero: são tratados com coisas carentes de identidade e de subjectividade. De certo modo, ao atribuir toda a subjectividade ao desejo gay, o escriba trata-os com as únicas pessoas humanas, empenhadas na formação da sua identidade pessoal e social. Não há "parada hetero" (?), porque quando um grupo do exército marcha se comporta como um exército de formigas!
Bem, o escriba esquece que ninguém escolhe a sua identidade e orientação sexual, sendo lançado num mundo que interpela todos como heterossexuais! Eis uma diferença significativa entre a construção das duas identidades: a hetero é apoiada, a homo é excluída ou modelada em função de modelos negativos.
Afirmar que tudo no homem heterossexual (existem tantos tipos hetero diferentes entre si) "bate certo" é esquecer todos os actos de agressão cometidos por tal homem reificado! Afinal, a criminologia, a guerra, a violência e a loucura são "invenções" hetero!
Mas já compreendi a atitude do escriba: é conservador e os estudos que referi mostram que o conservadorismo está associado à hostilidade antigay. Bem, é tb portuense e portista! Pelo menos, isso...
Ah, o escriba chama-se Orlando Braga e, de resto, tem direito a criticar o gayzismo, se tal coisa existe! Sinceramente não conheço um tal movimento, sobretudo em Portugal onde predomina a inércia!
O facto do heterosexismo identificar todos como heterossexuais revela o seu potencial totalitário: não aceita a diferença na igualdade de direitos.
Bem, amigos, fiz uma entorse com ruptura de ligamentos do pé: uma dor terrivelmente chata e desconfortável. Os próximos dias vou estar com o pé erguido a fazer tratamento. Mas mesmo assim vou concluir o post sobre o paradoxo darwiniano. Não consigo estar muito tempo parado ou imobilizado.
Coitadinho!
As suas melhoras rápidas é o que lhe desejo!
Beijinhos de panaceia
Oi Papillon
Já estou cansado de estar deitado e não resisti...
Obrigado!
Como estou com o pé super-inchado e fica pior por não conseguir estar parado, estive a pensar no perfil das ditas figuras nacionais e fiquei irritado. Precisamos confrontá-las com a sua mediocridade visceral. Planeei um post sobre isso...
Ahah! N sabia que o F. era "escriba gayzista"... só agora vi!
Bem, esse argumento de que os gays têm problemas de identidade e os hetero não têm, é mesmo ofensivo para quem é hetero. Eu até tenho um amigo que diz, gozando cmg, que eu sou hetero reprimida... (lol) Adiante:
Os homossexuais, as mulheres, os pretos, etc., são sempre grupos minoritários (mesmo que não sejam minoritários de facto, como no caso das mulheres, significa, antes, que não são representados de forma igual) e, portanto, de contra-poder à figura do macho-hetero-branco. Há esta discrepância, e mesmo com as vagas de culturalismo e pluralismo, este desiquilíbrio sucede - provavelmente é necessário como supunha Deleuze. Daí talvez o facto do bacano do Porto (não apanhei o nome dele) diga que haja sempre discriminação latente e, logo, assim sempre haverá e a "homofobia" n poderá nunca ser superada. Um facto que ele adianta e é curioso, é que, como o F. sabe melhor que nós, a discriminação existe dentro da própria comunidade gay, entre os machos pelos efeminados - que, desde sempre na História houve, o que não contraria o que digo acima, podemos mudar o modelo para macho-activo-branco.
Aquele argumento da identidade-desejo-subjectividade é que é mera verborreia.
"Não conheço nenhuma agenda política gay"
Por acaso aqui devo chamar a sua atenção: há, de facto, lobby gay em Portugal, evidente nalguns sectores da sociedade.
Mas o exercício do lobbying é importante! Apesar de ser mal visto em Portugal!
Sim, sei que há esse exercício de lobbying em Portugal, mas não me pauto por esse género de coisas. Prefiro a competência e a honestidade.
Sim, a homofobia interiorizada é um facto e o grupo efeminado sobre muitas pressões. A não-conformidade de género é, por vezes, chocante. E manifesta-se desde logo nos temas de conversa. Existem também hetero feminizados, não se trata apenas do papel sexual preferido.
Chama-se Orlando Braga, suponho, e procura manipular os assuntos mediante redefinição das palavras. Não gosto discutir palavras...
No post alvo deste debate, deixei transparecer uma dificuldade: a não-conformidade de género que Herek pensar ser resultado do preconceito sexual. Ora, eu penso que ela tem raízes mais profundas, porque as crianças muito pequenas revelam esses padrões numa idade muito precoce, o que indica que essas inclinações são de algum modo programadas. Penso que já falei disso noutros posts: idades anteriores aos quatro anos.
Sim, essa discussão é polémica e muito importante, pq há médicos que defendem que haja mudança de sexo (está a falar de crianças transgénero, n é?) antes da puberdade e outros que defendem que só depois, pq podem "mudar de ideias". Eu tb acho que deva ser feita depois..., com o cérebro plenamente desenvolvido.
Sim, essas crianças transgénero são desde cedo atípicas.
Pessoalmente, penso que todos devemos fazer um esforço e aceitar essas diferenças sem hostilidade. Porém, a homofobia deve ter um mecanismo subjacente muito arcaico. Se já fosse conhecido plenamente, podiamos explicar muitos comportamentos estranhos...
O escriba portuense dá esta definição de homofobia/homofilia:
"Um homófobo é uma pessoa que racionalizou (utilizou a Razão) e compreendeu que a alternativa à homofobia é a homofilia ― a “homofilia” não é só uma questão de “tolerância” em relação aos gays; é essencialmente a aceitação consciente do acto homossexual.
"Por isso, um homófilo é um indivíduo que, mesmo que se diga heterossexual, à partida não rejeita a possibilidade de vir a ter um relacionamento sexual homossexual, isto é, não descarta totalmente essa “possibilidade” ― consciente ou inconscientemente ―, nem essa possibilidade o repugna o suficiente para que possa ser homófobo. Um homófilo ou é um homossexual, ou é um bissexual assumido ou não-confesso (o que vai dar no mesmo)."
Ele encara o sentido dos termos como indicando desejo sublimado ou não de ter relações com indivíduos do mesmo sexo. A questão tornou-se demasiado pessoal: cada um deve combater os seus fantasmas. (Não há nada a acrescentar.)
Mas quem sente esse desejo deve ficar muito incomodado na presença de homens: deseja despi-los... Complexo...
Ahahah!
Eu tb acho q o Orlando está a provocá-lo pq o deseja, Francisco.
Qd os homens se tornam agressivos e provocadores cmg e me humilham, inclusivé, é pq me querem comer. Bê-a-bá das relações.
Devo ser o alvo mais inacessível à face da Terra, porque não alinho em esquemas que não me interessam.
Apenas observei que, numa perspectiva analítica, a linguagem é uma janela para a mente. As pessoas tendem a pensar em termos muito intimistas e experienciais, talvez porque não tenham conhecimento da matéria e espírito científico. Isso impressiona-me negativamente...
Porém, nada disso me interessa. apenas discuto temas e não preciso envolver-me para os estudar. Sou feito de aço avesso a certas ligações... :)
E foi por isso que fui escolhido para investigar os comportamentos sexuais: lido com os alvos tal como lido com ratos cujos olhos são cosidos à nascença, experiências de isolamento. A minha indiferença metodológica faz parte do meu ser: é inata!
Além disso, a teoria dinâmica da homofobia é anterior ao meu nascimento: uso-a, submetendo-a a aperfeiçoamentos teóricos e empíricos.
O F. é tão indiferente que fica apático a simples piadas. Um ser mecanizado e sintético. Humpf.
Obviamente que eu e outros comentadores que não cientistas ou estudiosos da ciência, partimos das nossas experiências íntimas directas ou indirectas - de onde poderíamos partir?
A si, homem culto e cientista e impávido e bla bla bla, resta-lhe apenas o diálogo honesto ou o silêncio.
O que queria dizer é que, a partir das nossas experiências limitadas, não conseguimos compreender fenómenos que nos transcendem.
Ou, dando o meu caso: posso cuidar de um pé torcido sem ter experimentado ter o pé lixado. Agora sei o que é ter rotura de ligamentos.
E é com essa atitude que consigo lidar com as diferenças sem as hostilizar; caso contrário, ficariamos saturados...
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