... do mesmo sexo. O Presidente da República promulgou a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em Portugal, os homens homossexuais e as lésbicas já têm acesso ao casamento civil, mas desconfio que serão poucos os casais do mesmo sexo a pretender legalizar a sua união. Quando realizei a minha pesquisa de campo sobre os comportamentos homossexuais, criei a noção de "patologia difusa" para designar certos comportamentos exibidos pelos indivíduos homossexuais portugueses e cheguei mesmo a tematizá-la em alguns relatórios diários. A promiscuidade sexual serviu inicialmente de alavanca, mas depressa descobri que ela facilitava a ocorrência de comportamentos criminosos e patológicos. A patologia difusa ganhou contornos cognitivos quando distribui questionários e escalas: os indivíduos homossexuais portugueses, incluindo os diplomados, não só não sabiam responder aos questionários e preencher as escalas anexas, mas também manifestaram escassez de vocabulário e dificuldades de compreensão e de interpretação: o défice cognitivo detectado não pode ser explicado por variáveis sócio-económicas, porque foi exibido por indivíduos provenientes de todas as camadas e estratos sociais. Além disso, este défice cognitivo não é uma característica específica dos homossexuais: encontramo-lo nos grupos heterossexuais portugueses, como se os portugueses sofressem algum tipo de deficiência mental e cognitiva. A hipótese do défice cognitivo e mental ajuda a explicar os comportamentos malévolos e criminosos exibidos pelos portugueses, podendo ser facilmente elaborada com recurso a diversos modelos patológicos disponíveis, alguns dos quais problematizam perturbações de desenvolvimento associadas à homossexualidade. Apesar de não ter sofrido directamente pressões externas para abandonar essa abordagem patológica da homossexualidade, resolvi omitir esses dados para não alimentar o discurso homofóbico. Mas não abandonei o núcleo da promiscuidade sexual: criei uma escala para classificar os comportamentos sexualmente promíscuos exibidos pelos homossexuais e tratei alguns desses graus de promiscuidade sexual em chave patológica. E foi então que enfrentei a maldade dos grupos de pressão - gay e lésbico - internos: os badalhocos/as não querem ser confrontados com aquilo que fazem, preferindo eliminar as palavras usadas para o designar. As super-bichonas académicas - homens e mulheres, hetero e homo - recusam nomear aquilo que fazem e o que fazem chama-se abuso de poder, abuso sexual, abuso emocional, abuso psicológico, abuso físico, terrorismo íntimo, violação, adição sexual, promiscuidade sexual, compulsão sexual e tantos outros comportamentos verdadeiramente criminosos. Os casos são conhecidos, mas são logo a seguir abafados: uma aluna universitária abusada sexualmente por um professor heterossexual ou por uma professora lésbica pouco pode fazer para se livrar destes abusadores sem ver a sua carreira académica destruída. Em Portugal, as pessoas usam e abusam do poder que lhes é conferido pelo desempenho de determinadas funções ou cargos para satisfazer interesses particulares, incluindo interesses sexuais. Os professores universitários elaboraram a noção de que o envolvimento sexual com estudantes de pós-graduação é "correcto" e os próprios estudantes aceitam-na: os que se envolvem sexualmente com os professores/as têm carreira garantida, enquanto os outros vão para o desemprego ou ficam impedidos de seguir uma carreira universitária. As academias portuguesas são academias do sexo: as pessoas não são avaliadas pelos seus conhecimentos, mas sim pela facilidade com que se envolvem em cenas sexuais com os professores e pelo peso das suas cunhas. Sexo e cunha: eis as duas chaves do sucesso universitário. O medo de existir dos portugueses de que fala José Gil pode ser tematizado como um medo interiorizado resultante do facto de serem alvo de abuso de poder constante: o medo interiorizado promove uma cultura do silêncio e, infelizmente, uma cultura do consentimento voluntário. Os que não alinham nos esquemas sujos dos carrascos estão condenados a viver a morte em vida e, neste sentido, Portugal é o país dos zombies, isto é, dos seres sem vida mental própria. Enfim, descobri que não era preciso afastar-me da universidade para alargar o âmbito da minha amostra: as minhas "cobaias" encontram-se bem representadas nos meios académicos. Os estudos estatísticos mostram que os homens são mais promíscuos que as mulheres (1), que os homens homossexuais são mais promíscuos que os homens heterossexuais (2), e que as lésbicas são mais promíscuas que as mulheres heterossexuais (3). Há uma clara e forte associação entre a promiscuidade sexual - a sócio-sexualidade - e o género: os homens são efectivamente mais promíscuos que as mulheres em todas as culturas. Porém, apesar dos homens gay serem mais promíscuos que os homens heterossexuais e das mulheres lésbicas serem mais promíscuas que as mulheres heterossexuais, não podemos estabelecer uma associação entre promiscuidade sexual e orientação sexual. As diferenças detectadas no seio dos dois grupos homossexuais reforçam a ligação entre promiscuidade sexual e género: os homossexuais efeminados tendem a ser menos promíscuos que os homossexuais masculinizados ou hipermasculinizados, e as lésbicas femme, menos promíscuas que as lésbicas butch. Os homossexuais que se aproximam do padrão típico do sexo oposto afastam-se - evidentemente - do padrão típico do seu próprio sexo: a masculinização e a desfeminização das lésbicas butch aproxima-as do padrão tipicamente masculino, e a feminização e desmasculinização dos homossexuais efeminados aproxima-os do padrão tipicamente feminino. Estas diferenças sexuais permitem formular um princípio ou padrão geral: quanto maior for o grau de masculinização de um indivíduo maior será a probabilidade de exibir um amplo conjunto de comportamentos sexualmente promíscuos. A clandestinidade e a ausência de um quadro social e legal de padrões positivos de conduta homossexual são factores sociais que facilitam o estilo de vida sexualmente promíscuo dos indivíduos homossexuais, mas na formulação do referido princípio geral operei uma sócio-redução, isto é, coloquei fora de circuito os factores sócio-culturais e os factores sociais biologicamente activos, de modo a torná-lo congruente com a teoria neuro-hormonal da diferenciação sexual do cérebro e do comportamento: toda a minha atenção é assim dirigida para os efeitos organizacionais da testosterona fetal. Afinal, a minha suposta omissão foi uma reformulação radical da teoria e a sua articulação com a teoria da vulnerabilidade ou fragilidade biológica do macho: ao apresentar os homens gay como machos funcionais mais não fiz do que afirmar que a homossexualidade não indica necessariamente uma doença mental ou mesmo uma maior propensão para as doenças mentais, porque essa propensão é tipicamente masculina: os homens são mais propensos a exibir um vasto leque de perturbações mentais - algumas das quais especificamente masculinas - que as mulheres. Os modelos patológicos podem ser reformulados à luz desta teoria unificada. Assim, por exemplo, o modelo do autismo possibilita estabelecer cinco tipos de cérebros: o cérebro feminino e o cérebro masculino, os seus respectivos extremos hiperfeminino e hipermasculino, e um cérebro intermédio. A oposição entre o cérebro feminino e o cérebro masculino pode ser perspectivada como oposição entre a empatia e a sistematização racional. A empatia é um traço feminino relativo à cognição social. Os níveis elevados de testosterona fetal afectam a cognição social e aumentam os riscos de autismo. O facto dos homens usarem mais proposições neutrais que as mulheres está correlacionado com os níveis elevados de testosterona fetal: as mulheres usam mais proposições intencionais que os homens e este padrão correlaciona-se negativamente com a testosterona fetal. A capacidade de sistematização dos homens evidencia-se na criação anónima dos léxicos eróticos, cujas classificações são muito diferenciadas e consistentes: os imaginários eróticos masculinos - sobretudo hipermasculinos - opõem uma poderosa resistência à mudança, um traço típico do cérebro masculino que o diferencia do cérebro feminino mais favorável à mudança. Ora, e é aqui que quero chegar, os machos portugueses - heterossexuais e homossexuais - são as cobaias adequadas para testar as previsões da teoria. Para afinar a teoria e aplicá-la ao estudo dos homens portugueses, podemos começar a realizar esse trabalho conceptual e experimental, utilizando o modelo do autismo, com a ajuda do qual isolaremos facilmente os seus traços característicos e os confrontaremos com outros modelos patológicos. O cérebro autista enquanto tipo extremo de cérebro masculino é um cérebro hipermasculino: os homens hipermasculinos são propensos a manifestar traços autísticos, tais como inteligência reduzida, incapacidade de recognição emocional, elevada impulsividade, agressividade, comportamentos obsessivo-compulsivos, perturbações da inteligência social e falta de empatia. Estou perfeitamente convencido de que a maior parte dos machos portugueses exibe perturbações mentais: nós que escapámos à deficiência mental nacional sabemos como eles são desagradáveis no trato social. Quando procuramos manter uma conversa com estas criaturas patológicas, somos levados a crer que são zombies, no sentido de não haver vida psicológica estruturada por detrás dos comportamentos que observamos: os homens portugueses são literalmente lapsos linguísticos, cognitivos e mentais que, tal como os papagaios, falam sem saber o que dizem. O modelo do autismo permite-nos isolar e identificar as disfunções na interacção social e na comunicação social exibidas pelos homens portugueses, explicando a sua incapacidade de socializar aberta e saudavelmente com os outros sem os imitar e se apropriar das criações alheias, mas não é suficiente para explicar integralmente a incapacidade de sistematização manifestada pelos portugueses: a emotividade - isto é, a impulsividade - dos machos portugueses eclipsa completamente a sua razão. A vida social dos portugueses revela e, ao mesmo tempo, encobre a sua deficiência de cognição social, isto é, a sua incapacidade de processamento dos estímulos sociais, da recognição social e da formação social: a sociedade portuguesa é, pois, um agregado de mónadas isoladas, cada uma das quais é incapaz de identificar os estados mentais dos outros e de lhes responder com a emoção adequada. A teoria da mente incorporada no cérebro português é deficitária. Este défice social pode ser pensado de modo provocante, mediante a afirmação de que os portugueses são feladores compulsivos: ao sugar os pénis dos outros que acredita serem verdadeiramente homens civilizados e modernos, o português pensa que está a incorporar um pouco dessa modernidade alheia, mas o carácter mágico deste pensamento ou sentimento não o salva da depressão e da baixa auto-estima: o sentido que um "ladrão" tem do seu próprio valor pessoal é muito baixo e pode ser usado para indicar a fragilidade do seu bem-estar mental. O atraso estrutural de Portugal só será explicado cabalmente quando tivermos realizado o estudo das deficiências mentais e cognitivas dos portugueses. J Francisco Saraiva de Sousa
3 comentários:
O post está concluido. E para parodiar a bicha careca deixo a pergunta retórica: E o leitor o que pensa disto tudo? :-)))
hummmm... Agora querem um post sobre homossexualidade asiática, mas a minha amostra é mais japonesa. Vou pensar, porque não tive aquela ideia crucial que articula o texto e capta o essencial.
Aliás, a ideia e a imagem tenho, mas são terrivelmente maldosas! :)
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