sexta-feira, 12 de agosto de 2011

António Botto: Bonecas, Agressores Sexuais e Economistas Neoliberais

Jogos de Vestir Bonecas
«Acusam a obra de António Botto de cantar o amor masculino impudicamente, desassombradamente, sinceramente. Reparem: acusam António Botto de ser sincero; reparem melhor: acusam-no de ser artista. Escrevi: acusam António Botto de ser artista porque é sincero e, sendo sincero, canta o amor masculino. Evidentemente, que quero dizer: é o amor anormal que constitui o fundo estético (o estimulante estético) da sua personalidade. Contudo, a este fundo acrescem outros muitos atributos artísticos: dom verbal, acento lírico, facilidade imaginativa, exactidão intelectual, talento de sugerir, poder de criação cenográfica, sobriedade expressiva, etc. Estes, porém, são os atributos complementares. Sem eles não podia António Botto ser o admirável poeta que é; só com eles arriscar-se-ia a não passar dum poeta interessante. É a predisposição íntima para um certo desvio e a perturbação psicológica desse desvio resultante - que faz de António Botto um poeta original e superior». (João Gaspar Simões)

Vou utilizar - num primeiro momento - dois belos poemas de António Botto para denunciar a "mulher-dona-de-casa" - mulher fútil, mulher rameira, mulher tirana, mulher fiteira, mulher ladra, mulher estéril - que há dentro de cada economista neoliberal e de cada gestor. Nesta fase tardia do capitalismo, o triunfo da economia e do seu discurso implica o triunfo do Homem-mulher à frente dos destinos colectivos dos povos da Terra. À era dos homens políticos sucedeu a era do Homem-mulher - encarnado pelos economistas e figuras afins. Os gregos que nos legaram a matriz da nossa civilização nunca deram especial destaque à esfera económica: a economia dizia respeito à esfera privada e doméstica, não merecendo destaque na esfera pública, a não ser sob a forma larvar de economia política. No nosso tempo indigente, num movimento contínuo cujos traços começaram a desenhar-se ainda antes da II Guerra Mundial, as más-fadas do lar - os Homens-mulheres cujos testículos os abastecem de testosterona decadente e afectada - saíram do seu mundo fechado e invadiram o mundo público, reduzindo o debate político a uma discussão de receitas económicas caseiras: o mundo público tornou-se fatalmente um prolongamento ampliado do mundo doméstico. A tirania doméstica instalou-se em todas as esferas da vida social e pública: as crianças que ontem brincavam nas despensas das mães, anotando as entradas e as saídas dos géneros alimentícios, entre outros produtos de uso doméstico, são hoje os Homens-mulheres que reduzem a nossa vida a um cálculo empobrecedor e brutal das nossas trocas metabólicas com a natureza. Seres que cresceram num ambiente fechado, pobre em estímulos, não conseguem adaptar-se a um mundo aberto a não ser ampliando o seu universo fechado à escala global: o mundo global conspirado por estas criaturas mental e cognitivamente estreitas mais não é do que a ampliação do seu pequeno e triste universo doméstico. Os contabilistas da despensa caseira não conseguem pensar no Homem sem o reduzir a um produtor-consumidor de bens, ou melhor, a um tubo digestivo dotado de uma boca para comer e de um ânus para evacuar os produtos que o mercado disponibiliza. Com a sua supervisão, o capitalismo conseguiu colonizar todas as esferas da personalidade, da sociedade e do mundo da vida, de modo a reduzi-las à sua dimensão metabólica: a sociedade metabolicamente reduzida é uma invenção destes Homens-mulheres que são os economistas, cujas vidas adultas reflectem a estreiteza da sua infância vivida na clausura da despensa. A vida sexual dos economistas que conquistaram lugares de destaque vacila entre a agressão sexual e a sexual bondage, para já não falar da luxúria, da promiscuidade sexual, da prostituição de luxo, da homossexualidade envergonhada ou de certas parafilias. Um caso mediático recente exemplifica a primeira situação que se repete a um ritmo alucinante nos espaços fechados ocupados por estas criaturas dotadas de vida mental pobre, mas a segunda situação é mais típica, porque revela a miséria mental dos economistas e, sobretudo, a sua passividade encoberta pela ideologia do sucesso. Quando chegam ao fim do dia, depois de terem sacado o dinheiro dos outros e gerido a sua vida de modo a empobrecê-la, estes Homens-mulheres estão de tal modo "anestesiados" que precisam ser humilhados, açoitados e espancados para se sentirem vivos. Hoje as bolsas e os mercados de capitais desempenham as funções dos manicómios de outrora; aliás estas instituições financeiras são os manicómios do nosso tempo: o que quer dizer que estamos a ser governados por loucos e por perturbados mentais, cuja "racionalidade" é a do tubo digestivo e da retenção de fezes. Com efeito, os estudos disponíveis (Janus et al., 1977) demonstraram que estes profissionais de colarinho-branco - a necessidade compulsiva de esconder a sua pobreza psicológica por detrás de um fato! - recorrem regularmente ao serviço de prostitutas para os dominar. Os Homens-mulheres que ocupam posições dominantes na nossa sociedade decadente são, tendencialmente, homens submissos que, devido à dificuldade de encontrar mulheres heterossexuais dominantes (Baumeister, 1988; Weinrich, 1987), recorrem ao negócio emergente denominado "dominatrix", para descobrir mulheres dominadoras (dominatrices) especializadas na satisfação das necessidades sexuais de homens submissos-receptivos, supostamente não-homossexuais (Scott, 1983). Quer sejam prostitutas ou não, estas mulheres dominadoras podem atar ou acorrentar os seus clientes de colarinho-branco, dar-lhes palmadas ou chicotadas, açoitá-los, dominá-los e humilhá-los. Muitas destas práticas são suficientes para satisfazer as necessidades dos seus clientes, que também podem masturbar-se durante a sessão de submissão sexual. Baumeister (1988) interpretou este desejo de desempenhar um papel submisso-receptor na sexual bondage como um sinal evidente de masoquismo, portanto, como um desejo de eliminar a liberdade de acção e a iniciativa, que, nalguns casos observados por mim, aponta no sentido da auto-destruição ou da auto-mutilação corporal (De Sousa, 2006). Assim, o indivíduo que pratica a submissão sexual é aliviado ou liberto da iniciativa, da escolha e da responsabilidade por actos sexuais que, de outro modo, poderiam gerar conflito interno. A submissão sexual constitui uma espécie de fuga ou de escape aos elevados níveis de consciência do self: a sua prática evita que o Homem-mulher tome a decisão e assuma a responsabilidade pelos actos praticados. Ao ser amarrado ou limitado, o self do Homem-mulher promove um baixo nível de auto-consciência imediata e concentra a sua atenção sobre o desamparo e a vulnerabilidade. Porém, os indivíduos que apreciam a sexual bondage raramente se envolvem em episódios de coerção sexual. Este último comportamento está intimamente relacionado com o narcisismo (Bushman et al., 2003; Baumeister et al., 2002). Os narcisistas acreditam cegamente nos mitos convencionais da violação, vêem as vítimas como culpadas (reparem: o actual governo português responsabiliza os pobres pela sua pobreza!) e sentem menos empatia pelos outros (reparem: ontem o Ministro das Finanças revelou a sua inumanidade cruel!). Além disso, são muito favoráveis aos filmes com cenas de descrição de violações e, na realidade, reagem muito negativamente à rejeição das mulheres. Por isso, como não aceitam facilmente que as parceiras recusem os seus avanços sexuais, podem recorrer à força para fazer sexo não-consentido. (Quem é que acredita na inocência de Dominique Strauss-Kahn?) Malamuth (1996) falou mesmo de uma síndrome de masculinidade hostil, caracterizada por um forte desejo de controlar as mulheres e por uma atitude insegura mas hostil em relação a elas. Esta síndrome combina-se com a preferência por sexo anónimo e a agressão sexual (De Sousa, 1998, 2006, 2007). Mas, quer sejam agressores sexuais ou submissos sexuais, homossexuais ou não-homossexuais, os economistas e afins estão a destruir a civilização ocidental com a sua racionalidade da marmita e da retenção solipsista das fezes: os servidores da economia doméstica do capital financeiro não têm estofo intelectual ou mesmo humano para assumir os destinos colectivos dos povos da Terra. As suas fantasias fatais de Homens-mulheres - rameiras e fiteiras - produziram o pior mundo de que há memória na história da humanidade: o predomínio do capital financeiro - o principal responsável pela liquidação da economia real - esteve sempre ligado às situações de crise europeia profunda. A nossa época indigente precisa de Homens-Políticos exigentes, tribais e "selvagens", que tenham coragem para reter os economistas e afins na despensa ou mesmo na retrete, o seu lugar de origem, donde nunca deviam ter saído. A salvação provisória da Humanidade e do Planeta que sustenta a Vida implica a ruptura radical com a visão da História-Acumulação: adiar esta revolução histórica - o maior salto qualitativo alguma vez dado pela Humanidade ao longo da sua história - é caminhar a passo acelerado para a catástrofe. Hoje a Grande Política define-se por oposição à racionalidade necrófila e destrutiva dos economistas neoliberais e do seu amo, o capital financeiro. A cultura dos Homens-mulheres - as rameiras-mentirosas do capital financeiro - é cultura das fezes e do lixo que o sistema produz continuamente. Aceitar esta "cultura" é aceitar a redução do homem à sua condição de animal doméstico, gerado e criado num imenso aviário supervisionado por um Estado capturado pelo capital financeiro. Depois deste longo desvio pelo universo decadente e patológico dos economistas, proponho a leitura dos dois poemas de António Botto, sobre os quais farei um comentário lateral:

Os Versos Que Eu Canto À Guitarra:

A mulher que vai ao clube
Passa por ser desonesta
E até lhe chamam perdida;
Só se vê nela o desejo
Decadente de viver
O fundo inútil da vida.

Ninguém procura ver nela
Mais que a mentira de um beijo
À margem de outra mentira;
Um cigarro que se fuma,
Ou palavra que se perde
Na voz de alguém que delira...

Se os olhos enche de pranto,
E com ele os olhos lava
- Reflexo de uma agonia, -
Quantos não dizem: - Fiteira,
Quer comprar alguma jóia
E o ourives não lha fia.

E a mulher por mais rameira
Não tem somente por norte
Atraiçoar ou mentir:
Nela, há tesoiros de amor
Que valem mais que a fortuna
Maior que possa existir!

Porque nós é que a levamos
Ao pecado que deprime
E ao bordel da perdição;
Triste odisseia da carne
Que se canta e se amortalha
Nos versos de uma canção!

Mas, como a verdade é uma,
Embora digam que há muitas,
E cada qual tem a sua,
Na mulher não queiram vê-la
Simplesmente quando beija
E apenas quando está nua.

História breve de uma boneca de trapos:

Era uma vez uma boneca
Com meio metro de altura.

Insinuante, bonita,
Mas, pobremente, vestida.

Um ar triste, - uma amargura
Diluída no olhar...
- grandes olhos de safira,
E um sorriso combalido
Como flor que vai murchar.

Quási a meio da vitrine
Lá daquela capelista
Essa boneca de trapos
A ninguém dava na vista!

Ninguém via o seu sorriso!

Ninguém sequer perguntava:
- Quanto vale a marafona?
Quanto querem pla Princesa?...

Passaram anos. - Com eles,
Foi-se a minha mocidade
E cresce a minha tristeza.

- Quem é que dá pla Boneca
Que os meus olhos descobriram
Lá naquela capelista
Quási à esquina do Jardim?...

- Quem dá por Ela? Ninguém.

E quantas almas assim!


Os dois poemas de António Botto articulam-se pela ordem inversa àquela em que foram apresentados: o menino chamado António Botto cresceu a sonhar com uma boneca de trapos que não lhe deram na infância, e, quando já adulto, ele revê-se não numa mulher qualquer, mas na mulher que desejou ser quando olhava para a boneca da capelista: a prostituta capaz de satisfazer o desejo de todos os marinheiros, essas figuras caricaturais que noutros tempos encarnaram o máximo possível da masculinidade intumescida tão cobiçada pelos homens homossexuais. António Botto foi durante toda a sua vida um dandy gay que frequentava assiduamente os bairros boémios e as docas marítimas de Lisboa, em busca de marinheiros - com a barba por fazer - suficientemente masculinos, promíscuos e encharcados nas suas próprias "munições" contidas - mas prontas a disparar a qualquer instante - para satisfazer os seus desejos e fantasias de "mulher escondida". Parece que estou a descrever o desenvolvimento psico-sexual de um transsexual masculino. Os mecanismos biológicos que determinam o transsexualismo e a homossexualidade masculinas são diferentes, mas tanto os transsexuais como os homossexuais masculinos partilham alguns traços comuns. Um desses traços é a infância sexualmente atípica: as crianças que se tornam mais tarde heterossexuais tendem a viver infâncias sexualmente típicas, enquanto as crianças que mais tarde se tornam homossexuais tendem a viver infâncias sexualmente atípicas. Os homens homossexuais e os transsexuais masculinos viveram geralmente infâncias sexualmente atípicas. No caso dos rapazes, os traços infantis que indicam a sua orientação sexual quando adultos incluem comportamentos tais como não apreciar jogos rudes ou desportos de equipa, preferir a leitura, preferir a companhia de meninas, brincar com bonecas em vez de camiões e, sobretudo no caso dos rapazes mais efeminados, gostar de vestir roupas de menina ou de mulher. Os pais julgam que, comprando os brinquedos sexualmente adequados para os seus filhos, estão a zelar pela sua futura heterossexualidade, mas estão enganados: as crianças de ambos os sexos revelam precocemente uma preferência por determinados brinquedos, cada um dos sexos escolhendo os seus próprios brinquedos. É, por isso, que a atipicidade desta preferência - moldada pelas interacções pré-natais entre os esteróides gonadais e o cérebro - pode revelar antecipadamente a futura atracção sexual por pessoas do mesmo sexo: meninos que preferem brincar com bonecas e meninas que preferem brincar com camiões são sexualmente atípicos e, geralmente, serão homossexuais na vida adulta. Os pais nada podem fazer para modificar a futura orientação sexual dos filhos: privá-los dos brinquedos preferidos, impondo-lhes os brinquedos sexualmente adequados, não irá alterar a sua futura orientação sexual; pelo contrário, poderá dificultar seriamente a sua expressão sexual saudável. A homossexualidade masculina é, como dizia António Botto, um "fado", mas o fado gay e o fado transsexual são distintos, no sentido dos homens homossexuais, incluindo mesmo os mais efeminados, não expressarem disforia de género, como sucede sempre no caso dos transsexuais. A expressão - uma mente feminina presa num corpo masculino - usada para definir o transsexual masculino não se aplica aos homens homossexuais: o transsexual que exiba elevado grau de atipicidade sexual é, desde a infância mais remota, uma figura sexualmente discordante que nutre uma aversão pelo seu próprio pénis e, especialmente, pelo seu uso em actividades sexuais. Os homens homossexuais são seres que curtem a sua própria masculinidade e a masculinidade dos outros: o sentimento que acompanha a sua identidade de género - o sentimento da sua masculinidade - é igual ao dos homens heterossexuais: o tamanho do núcleo cerebral responsável por este sentimento não varia entre os homens heterossexuais e os homens homossexuais. É certo que os homens homossexuais mais efeminados tendem a não usar o seu pénis nas actividades sexuais, mas este comportamento - que indica quanto muito a sua preferência pelo papel receptor - não é suficientemente poderoso para os levar a procurar tratamentos hormonais e cirurgia de reconstrução para alterar o seu corpo tornando-o tão feminino quanto possível, como fazem os transsexuais masculinos. António Botto que, durante a sua infância, sonhou com uma boneca de trapos, desejando vir a ser uma bela mulher desejada pelos homens, não conseguiu escapar ao seu próprio destino neuro-hormonal: ele não se tornou mulher, mas também não conseguiu ser heterossexual, apesar de ter casado com uma mulher. António Botto não se auto-amputou e é provável que nunca tenha pensado nisso: o que quer dizer que a sua luta simulada e ritualizada foi contra a sua própria homossexualidade, que procurou "iludir" ou "parodiar" casando com uma mulher. O facto de ter casado com Carminda Silva Rodrigues leva-me a supor que, quando interagia sexualmente com outros homens, desempenhava preferencialmente o papel receptor: um menino que cresce a sonhar com uma boneca de trapos e que deseja vir a ser uma boneca grande quando adulto tende a torna-se mais tarde homossexual passivo. Os homens gay pensam precipitadamente que todos os homens bissexuais são activos, mas as suas próprias interacções sexuais com esses homens casados heterossexualmente desmentem esta crença. Como é possível ser activo com a mulher e passivo com outros homens? A diversidade sexual desafia a imaginação científica. Mas o desafio que me preocupa aqui é o desafio lançado pela poesia gay de António Botto, em especial pelo seu belo poema "O Fado" que tenho estado a comentar de fora e à distância do olhar científico. A riqueza interior desta poesia desmente a crença heterosexista, segundo a qual os homens homossexuais desconhecem a linguagem afectiva e emocional do amor, como se fossem amputados afectivos. Convém lembrar aos membros da seita fanática heterosexista que os homens homossexuais e as lésbicas se apaixonam perdidamente. Muitos homens homossexuais formam casais, muitos separam-se e muitos voltam a procurar outro companheiro. Os homens homossexuais e as lésbicas vivem as mesmas sensações e emoções em termos de amor romântico que são descritas pelos indivíduos heterossexuais, e lutam exactamente com os mesmos problemas criados por esses laços românticos. Annie Proulx imortalizou - ainda recentemente - O Segredo de Brokeback Mountain: o amor-paixão entre Jack Twist e Ennis, mostrando toda a lógica emocional subjacente aos laços românticos que unem dois homens rudes. Mas as figuras que o cinema de Hollywood imortalizou como encarnações vivas da masculinidade intumescida, os cowboys, também foram os protagonistas das maiores paixões homossexuais: os homens de fronteira viveram intensas aventuras homossexuais que não podem ser justificadas pelo facto de viverem em acampamentos distantes das pequenas cidades a um ou dois dias de viagem, onde não havia mulheres. Os poemas desse período da história dos USA mostram como era comum dois "homens rudes" formar um casal diferenciado e tornarem-se "companheiros" para toda a vida. Quanto mais rude for a masculinidade de um homem, maior é a sua propensão para viver intensamente paixões homossexuais. Obrigados a viver no armário durante séculos de perseguição, os homens homossexuais sempre encontraram refúgio e consolo nos oásis dos homens rudes: todo o imaginário gay envolve homens rudes, tais como os marinheiros, os vaqueiros, os cowboys, os mineiros, os pescadores, os madeireiros, os prisioneiros, os operários, os militares, os infiéis, os boémios, os peões da rua, os estrangeiros exóticos, os emigrantes, os camionistas, enfim os homens selvagens. (Em Portugal, os homens mais "felizes" são os camionistas, que, em cada paragem, encontram sempre algum gay para lhes sugar o membro viril.) A homossexualidade é tão velha quanto a humanidade: o amor entre homens está inscrito no genoma humano. As páginas mais belas da poesia e da literatura ocidentais foram escritas por homens homossexuais: os leitores heterossexuais tendem a omitir esse facto ou, pelo menos, alegam algum tipo de justificação para continuar a rever as emoções do seu amor lá onde elas exprimiam os estados de paixão homossexual. Mas o facto de ser possível rever o amor heterossexual no amor homossexual indica que as emoções que lhes são subjacentes se desenvolveram há muito tempo. Os homens homossexuais são profundamente românticos, mas os laços românticos que estabelecem uns com os outros tendem a dissolver-se rapidamente, até porque a sociedade não lhes fornece quadros positivos de referência. Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro que também desejaram ser mulher não ousaram cantar o amor entre homens por temer a perseguição homofóbica: António Botto não só assumiu publicamente a sua homossexualidade, como também ousou cantar o amor gay, tal como o fizeram Walt Whitman e Oscar Wilde. A coragem de ser tem o seu preço, sobretudo neste ermo inóspito que é Portugal: Oscar Wilde foi preso, sendo acusado de pedofilia, e António Botto foi despedido da função pública, procurando refúgio no Brasil, primeiro em São Paulo e depois no Rio de Janeiro, onde morreu na miséria e na desgraça: «Hoje não posso ouvir-te; adeus, não sei/ Que transição foi esta que me deu -/ Pra não poder sequer uma palavra/ Ouvir da tua boca! A chama arrefeceu./ Não sei se passa, este sentir de agora./ O teu amor/ Despiu-se daquela fantasia luminosa/ Que me lançou no árido alarido/ De uma febre brutal, tumultuosa.../ Vai; quero ficar na realidade /Dos que provaram do amor o amargo travo/ E lutam na miséria e na descrença/ De não saber se há mais fatalidade.../ Deixei de olhar-te desejando a posse/ E o latejar da tua carne quente./ - Deixei de achar sabor ao vício fundo/ De articular palavras no delírio/ De te vencer e amar perdidamente» (António Botto, Canção). Quem é que não deseja amar perdidamente, mesmo sabendo que «a vida não deve Ser vivida com paixão» (António Botto)? Quem é que não gostaria de passar uma noite agitada com Querelle de Brest para ser esfaqueado ao amanhecer? Jean Genet, outra alma vagabunda, descobriu uma estranha relação entre assassínio, marinheiros e homossexualidade masculina, que aqui vou retomar num outro sentido: «A ideia de assassínio evoca muitas vezes a ideia de mar, de marinheiros. Mar e marinheiros, não se apresentam então com a nitidez de uma imagem, é antes o assassínio que faz a emoção rebentar em nós, por vagas. Se os portos são teatro repetido de crimes, a explicação é fácil, mas numerosas são as crónicas em que se revela que o assassino era um navegador, falso ou verdadeiro, e, sendo falso, o crime tem ligações mais estreitas com o mar. O homem que veste a farda de marujo não obedece somente à prudência. O disfarce provém do cerimonial que preside sempre à execução dos crimes premeditados. (...) À ideia de mar e assassínio junta-se naturalmente a ideia de amor ou de voluptuosidade - e, melhor, de amor contra natura. É indubitável que os marinheiros transportados pelo desejo e pela necessidade de assassínio pertencem, antes de tudo, à marinha mercante» (Jean Genet). A vida destas almas vagabundas que são os homens homossexuais na sua peregrinação na Terra é um suicídio premeditadamente impensado. António Botto e Fernando Pessoa, bem como Jean Genet, partilham a mesma condição ou o mesmo sonho de serem "embarcados", aliás um traço específico da condição humana que eles viveram enquanto homens homossexuais: «Desde pequeno/ - O meu Sonho/ Era chegar a ser homem /E ser marujo! - embarcar...» (António Botto, O Fado). O ser-embarcado deriva do ser-sem-abrigo que define ontologicamente a humanidade do Homem: o ser que embarca para se descobrir a si próprio e ao mundo que lhe nega um abrigo permanente e definitivo parte para a aventura, sabendo que nesse percurso acidentado está em-risco. O ser-em-risco cristaliza-se na condição homossexual. Lançado num mundo hostil que lhe impõe a conspiração psicológica do silêncio, o homem homossexual está constantemente em risco. Tendo o risco como fado, o homem homossexual - se conseguir chegar à velhice - olha para trás, vendo que a vida o susteve no seu "declive": «Sentado à minha varanda, /Contemplo a noite que desce/ E a rosa/ Que puseste no meu peito./ E, largo tempo,/ Ficando silencioso,/ Oiço uma voz que me fala.../ - Que voz é esta,/ Tão incisiva, tão pura,/ Que me pede que acredite/ E tenha fé no destino?/ Inclino a fronte, - medito/ No altíssimo desejo/ Que anda comigo/ E sobe a cada momento!/ Nas ramas do arvoredo,/ O vento,/ Passando, diz qualquer coisa./ A sombra cai,/ De repente, volumosa./ Mal distingo as minhas mãos./ E ao pé de mim/ Tomba o corpo/ Fino e frágil dessa rosa...» (António Botto, Canção sobre um eterno motivo). A actual prática de sexo anal sem protecção - barebacking - é suficiente para mostrar que, depois da libertação, os homens homossexuais continuam a arriscar constantemente a sua vida para satisfazer os seus interesses sexuais. Muito antes de Jean Genet, Mário de Sá-Carneiro já tinha identificado o homem homossexual como uma espécie de "criminoso", no sentido de violar as normas de género impostas pela sociedade heterosexista que o obriga a viver na clandestinidade ou à margem do espaço central da visibilidade pública, e, sobretudo, no sentido de negar essa parte da sua vida íntima para agir em conformidade com as normas de género que asfixiam a sua expressão sexual mais própria e genuína. Mas o que ontem foi um grito de revolta - selfdisclousure - é hoje um acto criminoso: contagiar premeditamente outros com o vírus da Sida ou mesmo com o vírus da Hepatite B é assassiná-los. Os adeptos da prática do sexo anal sem protecção fazem amor com os outros para os matar e, quando isso ocorre com o consentimento de todos os envolvidos, estamos diante de uma espécie de suicídio colectivo. Depois de se terem libertado da clausura, os homens homossexuais tornaram-se os maiores inimigos da homossexualidade e de si próprios: a libertação que os entregou à sua própria escravidão sexual está a liquidá-los. As orgias gay são cerimónias que respondem "SIM" à questão que tinha sido colocada anteriormente: os homens gay - libertos mas escravos da sua própria promiscuidade sexual - aceitam fazer "sexo" com Querelle de Brest para no final serem "esfaqueados" por ele. Ora, estes homens homossexuais que facilitam a propagação das doenças sexualmente transmissíveis já não fazem poesia: o seu universo mental encolheu ou invaginou-se de tal modo que, no seu lugar, vemos apenas um "cu largo", para usar a expressão consagrada por Aristófanes. Hoje, os homens homossexuais são "cus largos" - fendas abertas pelo cio permanente e insaciável - que se exibem sem vergonha em todos os sítios e lugares, incluindo os oásis eróticos virtuais que são os sites Web-cam. Para dar vivacidade a este pensamento que visa confrontar a concepção autónoma com a concepção heterónoma da homossexualidade, proponho um exercício de imaginação: imaginem Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e António Botto com os respectivos rabos voltados para cima, numa postura de submissão e de apaziguamento, algures numa doca marítima de Lisboa (ou no Aeroporto da Portela?), aguardando pela chegada dos viris marinheiros (ou dos burocratas da troika?): a "mulher" que havia dentro de cada um deles desejava ser possuída à bruta por todos os marinheiros, mesmo correndo o risco de ser espancada ou assassinada por um deles. No Porto, os homens homossexuais frequentavam, pelo menos na primeira metade do século XX, as docas de Matosinhos, em busca de pescadores, mas, por vezes, eram surpreendidos pelas mulheres, e apanhavam valentes tareias. (É muito provável que o marido de Florbela Espanca, Mário Pereira Lage, frequentasse este circuito de engate gay!) Além disso, tanto quanto sei, algumas vezes pagavam pelos serviços sexuais prestados pelos pescadores, os antepassados recentes dos actuais gigolos do Sul de Portugal: o pagamento evitava a agressão das mulheres, tal como ainda acontecia até bem recentemente na Costa da Caparica e noutras zonas piscatórias. A imagem de "ser possuído" por uma masculinidade intumescida alheia (isto é, heterossexual) impregna quase toda a poesia gay latina, como se todo o homem homossexual fosse um ser passivo que precisa de recorrer aos serviços sexuais de homens heterossexuais para se realizar sexualmente. Esta dependência sexual dos homens homossexuais em relação aos homens heterossexuais foi quebrada - no plano artístico - tanto por Whitman como por Genet, para já não falar da fotografia de Robert Mapplethorpe, cuja contrapartida heterossexual é a fotografia de Helmut Newton: eles não estigmatizaram a homossexualidade passiva; pelo contrário, devolveram-lhe um toque de masculinidade, sujeitando-a às normas de autonomia sexual da comunidade gay. Homens latinos fermentados nos meios católicos homofóbicos nunca poderiam dar início à tarefa plástica de devolver a masculinidade de couro à homossexualidade: a sua inclinação mais genuína é, como se observa nos cortejos do Carnaval de Torres Vedras e de Ovar, para parodiar a "mulher", mais especificamente a prostituta. A imagem interiorizada da Virgem Maria leva-os a preferir a sua eterna adversária: a mulher da má-vida - a Nossa Senhora das Flores de Genet! - que se entrega a todos os homens a troco de determinadas quantias de dinheiro. Ser homem é, para os homens latinos, introduzir o seu membro viril dentro de qualquer buraco, a vulva da mulher ou o ânus/boca de outro homem, constituindo esta última introdução-acção a apoteose máxima da sua masculinidade. O carácter omnívoro da sexualidade masculina latina agrada, como é evidente, aos homossexuais passivos: os homens heterossexuais satisfazem mais o seu desejo-feitiço-de-mulher-anal do que os homens homossexuais activos que condenam a sua passividade extrema. Com a libertação gay, a homossexualidade passiva converteu-se em problema sério de saúde: os homossexuais passivos não só são excluídos da comunidade gay, como também não são bem-vindos nos meios virtuais ou reais onde os homens de todas as orientações sexuais e tendências parafílicas partilham e curtem a sua própria masculinidade intumescida. Os homens são dotados da capacidade de exercer um poder hipnótico uns sobre os outros e essa capacidade muito masculina revela toda a sua eficácia em ambientes fechados ou isolados. Num momento de solidão íntima, longe da agitação da vida social e do assédio feminino, qualquer homem é capaz de descobrir o seu desejo proibido, despertado e lançado cá para fora pelo outro homem com quem está a privar: estes contactos homossexuais ocorrem com muita frequência, mas são geralmente silenciados. O universo poético de Jean Genet revela a fluidez das fronteiras entre orientações sexuais masculinas: o poder hipnótico é um poder de sedução permanente que conduz à transgressão dos tabus sexuais. As relações sociais trazem, pois, a marca natural da homossexualidade, não da homossexualidade efectiva, mas da homossexualidade ritualizada, como demonstrou Luc De Heusch a partir da obra de Lévi-Strauss: os homens de todos os tempos e de todas as culturas usaram as mulheres para impressionarem os outros homens e para chamar a sua atenção. Quando um homem beija a sua mulher na rua, olhando para outro homem, o seu desejo de reconhecimento dirige-se a esse outro homem e não à mulher que usa para impressionar o outro. A fragilidade biológica do homem (sexo masculino) só pode ser compensada por uma sociedade de homens, que, nas sociedades primitivas, tomou a forma institucional  da Casa dos Homens, cujo acesso era vedado às mulheres: privar o homem da companhia de outros homens, como acontece hoje em dia no mundo ocidental, é lançá-lo no abismo, isto é, no ocaso catastrófico da masculinidade que inventou a cultura e a civilização. Os homens (sexo masculino) são seres que, por natureza, procuram o reconhecimento entre os seus pares do mesmo sexo e não entre as mulheres: o homem que procura o seu reconhecimento entre as mulheres é, por definição, um "paneleiro". (E o homem-mulherengo é o mais "paneleiro" de todos os homens.) O homem português que encarna tão perfeitamente esta figura masculina decadente deve a sua impotência de criar a essa doença fatal que o priva da sua própria masculinidade criadora. O eterno presente de Portugal deve ser visto como o destino fatal da civilização ocidental, se nada for feito para evitar o seu ocaso. A portugalização do ocidente é a maior ameaça que paira no ar: o domínio das mulheres e das suas cópias masculinas, os homens-paneleiros, só pode ocorrer numa civilização que já entrou em decadência acelerada, sendo vulnerável às invasões por parte de culturas mais jovens dominadas por homens. A masculinidade latina é, portanto, uma masculinidade histérica ou, como lhe chamaram Teixeira de Pascoaes e Cunha Leão, emotiva: o carácter histérico ou emotivo dos homens portugueses é sobejamente conhecido e, por isso, o espírito briguento e ordinário de António Botto não deve causar espanto. A ordinarice materializada na palavra oral e na expressão corporal é um traço típico dos transsexuais masculinos, sendo particularmente evidente nos transsexuais latinos. A feminilidade de António Botto não lhe permitiu escapar a esta ordinarice que os homens homossexuais efeminados tendem a partilhar com os transsexuais masculinos. Geralmente, os homens homossexuais efeminados identificam-se com a definição social do maricas, vivendo a sua homossexualidade como se fossem mulheres frágeis e receptivas às investidas sexuais dos machos. E, como a sua presença era e é relativamente bem tolerada em certos nichos de homens rudes, eles nunca tomaram a iniciativa de elaborar um pensamento próprio para orientar a luta pela libertação gay: António Botto assumiu publicamente a sua homossexualidade sem a ter libertado do esquema tradicional do sexo. O seu esquema de acesso aos machos foi sempre o velho esquema usado pelas mulheres, sobretudo pelas mulheres do bordel: António Botto estava de tal modo satisfeito com o papel-função que a sociedade heterosexista lhe atribuía que nunca ousou pensar, afirmando-a, a masculinidade rude dos homens homossexuais, tal como fizeram Whitman, Genet e Mapplethorpe. Pelo uso que fazem do seu corpo, tanto António Variações como Ney Matogrosso - talvez mais o segundo do que o primeiro! - enquadram-se neste tipo fatal de homossexualidade que interiorizou o opressor. Ainda há nos nossos dias homens homossexuais portugueses que não conseguem incluir-se na categoria de Homem: os "homens verdadeiros" são os heterossexuais; eles são caricaturas do sexo feminino - ou como dizem: "bichas, bichonas, trichas" - que coexistem com outras figuras sexuais marginais em determinados nichos periféricos da sociedade. Nos sites Web-cam, podemos ver os homossexuais ultra-passivos reagir à exibição de um falo portentoso com estas palavras: "Quero engravidar de ti" ou "Quero ter filhos teus". O sentimento de masculinidade destes homossexuais passivos está cronicamente em depressão: os homens verdadeiros são "aqueles que penetram"; o resto - mulheres e homossexuais masculinos - são "coisas" que, tal como os cães de Pavlov que começavam a salivar quando ouviam o toque de uma campainha, salivam abundantemente ante as exibições fálicas, antecipando uma cena de violação. Esta auto-percepção era precisamente a de António Botto que frequentava o submundo da prostituição feminina, as docas marítimas e os bairros boémios de Lisboa. António Botto quis ser um "homossexual passivo" no mundo dos outros, sem suspeitar que era preciso alterar radicalmente esse mundo para poder ser um homossexual visível. Depois de ter sido despedido da função pública, exilou-se no Brasil: o seu sonho de vida fracassou (não o seu sonho poético), não tanto por causa da homofobia católica reinante, mas sobretudo por causa da sua própria homofobia interiorizada. António Botto não ousou ser um Homem (masculino) gay. O fracasso - ou melhor, o naufrágio - de uma vida consumida no perdulário do instante - como foi a de António Botto - é dito neste poema de Mário de Sá-Carneiro: «Atapetemos a vida/ Contra nós e contra o mundo./ - Desçamos panos de fundo/ A cada hora vivida!/ desfiles, danças - embora/ Mal sejam uma ilusão.../ - Scenários de mutação/ Pela minha vida fora!/ Quero ser Eu plenamente:/ Eu, o possesso do Pasmo./ - Todo o meu entusiasmo,/ Ah, que seja o meu Oriente!/ O grande doido, o varrido,/ O perdulário do Instante -/ O amante sem amante,/ Ora amado, ora traído.../ Lançar as barcas ao mar -/ De névoa, em rumo de incerto.../ Pra mim o longe é mais perto/ Do que o presente lugar./ ...E as minhas unhas polidas -/ Ideia de olhos pintados.../ Meus sentidos maquilados/ A tintas desconhecidas.../ Mistério duma incerteza/ Que nunca se há de fixar -/ Sonhador em frente ao mar/ Duma olvidada riqueza.../ - Num programa de teatro/ Suceda-se a minha vida -/ Escada de Oiro descida/ Aos pinotes, quatro a quatro!...» (Canção do Declínio). (Bem sei que a teoria que esbocei nas entrelinhas esbarra contra o chamado pensamento politicamente correcto: a sexualização generalizada da sociedade proíbe o pensamento genuíno que recusa igualar aquilo que não é igualável. As pessoas que cresceram num ambiente demasiado permissivo tornaram-se incapazes de descobrir a origem dos "males" que as atormentam, sendo assim levadas a "optar" inconsciente e levianamente por um estilo suicida de vida. Quando os homens começaram a fazer amor entre si à luz do sol, eles deixaram de lutar, colocando em risco a própria continuidade da civilização que, tendo começado por proibir o amor gay, acabou por conduzir à abolição dessa proibição originária. O que proponho não é a suspensão de algumas das conquistas civilizacionais; o que proponho é o desafio de imaginar uma civilização que compatibilize algumas dessas liberdades conquistadas na e pela luta com a Guerra, o empreendimento masculino por excelência! Aliás, é esse salto qualitativo que tenho procurado pensar.)  


J Francisco Saraiva de Sousa

22 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Hummmmmm... Adoro seduzir os USA! Sou um gajo sedutor! Danger! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Espectáculo: os USA chefiam a audiência! Só não sei o que aqui desperta o interesse da China!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Acho que sei mas não vou dizer! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Agora, sim, atingi o meu objectivo: cativar a audiência de elite dos países mais desenvolvidos. Os USA viraram os gráficos do avesso: os picos são de tal modo elevados que o gráfico parece uma montanha-russa.

Daí ter tirado a publicidade! Um blog americano escrito em português! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, a indústria dos brinquedos regrediu imenso: hoje os brinquedos não espevitam o desenvolvimento da mente; pelo contrário, atrofiam-na. O capitalismo é malvado!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bem, o melhor desta interacção internacional ocorre nos bastidores, mas não posso revelar o conteúdo, porque os tradutores automáticos aboliram as barreiras linguísticas. Viva a cibercomunidade alargada! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Nos USA, os cursos de verão estão sempre cheios, o que quer dizer que a vida académica nunca pára, como sucede em Portugal, onde está já-sempre parada para férias. Daí o atraso português! Daí a estreiteza da personalidade portuguesa lamentada pela Presença!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Portugal é um país de burros! Daí a necessidade de eliminar os burros e substituí-los por novas populações vindas de fora! Os tugas estão condenados à extinção! E ainda bem... :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O certo é que o Porto - o meu Porto - é hoje sinónimo de excelência!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Com as medidas tomadas pelo Ministro das Finanças, os tugas vão ficar cada vez mais pobres até morrer de fome. A troika está a fazer o seu papel na tarefa do extermínio, com a cumplicidade do governo português! É um orgulho ser tuga!???

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

No passado, o PSD liquidou o tecido produtivo nacional. Hoje transfere as empresas portuguesas para as mãos de estrangeiros e ainda por cima pagá-lhes! Nunca vi um partido tão patriota! O PSD adora os tugas extintos! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Aliás, proponho uma nova designação para o acordo: A Extinção de Portugal, O Extermínio dos Portugueses! Eis o miolo do programa de governo do PSD!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Prometo fazer tudo amanhã - dia 13 - para concluir o estudo - José Régio e a Pintura (Moderna). O facto de ser escravo da estrutura prévia e de estar a teclar com americanos gera distracções que prejudicam o andamento da reflexão. Mas estou em férias...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Promessa cumprida! Falta concluir este último post! O José Régio está concluído.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Um agradecimento especial aos Moçambicanos que acompanham regularmente este blogue. Afinal, a cultura portuguesa também é a sua matriz. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, vou parar porque o meu cérebro foi invadido por um tipo de sociedade de primatas que reforça a teoria que estava a esboçar, de resto deveras complexa. Trata-se de um ajuste de contas com a minha tese. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bem, rendi-me ao encanto dos USA! Viva os USA! Viva New York! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Para dizer a verdade, ando a oscilar entre republicanos e democratas! Mas eu sou mesmo assim - dialéctico! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Agora mudei de pátria e, como dizem, sou o filósofo-cientista luso-americano! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sou capaz de unificar os 2 textos sobre António Botto, dando-lhe o título Introdução à Poesia Gay de António Botto.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Começo a achar graça à "promiscuidade" entre o meu blog e certos sites, até a minha página do facebook aparece com o nome Igor Sousa que sou eu. Vou dormir porque amanhã tenho uma surpresa. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A minha biblioteca é um colosso tão, tão enorme que já não a controlo materialmente - apenas mentalmente. O Fernando Pessoa voou de lugar e não encontro uma das suas obras.