Tradicionalmente, o comportamento sexual tem sido estudado em termos de características individuais e de fases precoces de desenvolvimento e os indivíduos que praticam B & D (Bondage and Discipline), D & S (Dominance and Submission) e S & M (Sadomasochism) foram classificados como parafílicos. Contudo, nas últimas três décadas, o sadomasoquismo foi analisado como um fenómeno social no âmbito de um contexto subcultural: o bem-estar dos indivíduos sadomasoquistas depende do seu nível de integração nas subculturas sadomasoquistas. Weinberg et al. (1984) criticaram severamente os modelos que ignoravam as subculturas sadomasoquistas, as quais fornecem aos seus membros os padrões necessários à definição e à elaboração das suas actividades sexuais. De facto, os clubes sadomasoquistas desempenham um importante papel no desenvolvimento de atitudes de apoio ao sadomasoquismo (Weinberg, 1978). Estas atitudes permitem aos indivíduos integrados na subcultura sadomasoquista justificar os seus desejos sexuais e construir socialmente o seu repertório sexual. Kamel (1983) e Spengler (1977) mostraram que os homens gay estão mais integrados na subcultura sadomasoquista do que os homens heterossexuais: os homens gay afirmam estar satisfeitos com as suas vidas sexuais. A subcultura sadomasoquista gay oferece uma gama diversificada de modelos de papéis e de possibilidades de envolvimento no comportamento sexual (Kamel, 1983) e, ao contrário do que se pensa (Morrison, 1995), os homens gay adoptam frequentemente o papel sádico (Sandnabba et al., 1999), além de exibirem a faceta da hipermasculinidade (Alison et al., 2001). O desenvolvimento do comportamento sexual sadomasoquista inicia-se após a experiência de actividades sexuais "convencionais" e o estabelecimento de uma orientação sexual. As reacções emocionais depois da primeira experiência sadomasoquista foram avaliadas de modo positivo. Apenas os participantes masoquistas reagiram com culpa, talvez devido ao conflito entre a regressão masoquista e as expectativas do papel de género masculino. Muitos indivíduos disseram ficar completamente satisfeitos com o sexo sadomasoquista (Coleman, 1982; Kontula & Haavio-Mannila, 1993; Suppe, 1985). A actividade sadomasoquista não parece estar associada ao abuso extensivo de substâncias antes ou durante a prática de sexo sadomasoquista, embora os homens gay tendam a usar poppers e álcool (Smith et al., 1997), o chamado sexo químico (Chem Sex). (A minha pesquisa dos sites web-cam não confirma estes resultados: os homens nórdicos e anglosaxónicos, independentemente da orientação sexual, abusam do álcool e de poppers ou viagra.) Kamel (1983) defendeu a ideia de que o sadomasoquismo pode ser visto na subcultura gay como uma reacção à insatisfação com o estilo de vida gay predominante. Toda a relação sexual é, de certo modo, uma relação hierárquica desigual e, como mostraram Stoller e Kernberg, a cópula pode ser vista como um acto de violação, ou melhor, de invasão sexual. Em termos de papéis sexuais, a maioria das mulheres heterossexuais prefere o papel submisso, ao passo que a maioria dos homens heterossexuais prefere o papel dominador (Jozifkova & Flegr, 2006). Esta compatibilidade entre os sexos reflecte a diferenciação sexual do cérebro e do comportamento. Quanto aos homens gay, alguns estudos mostraram que preferem o papel submisso, embora estudos mais recentes tenham evidenciado que um número significativo de homens gay prefere desempenhar o papel dominante, exibindo comportamentos e actividades sexuais hipermasculinas (Alison et al., 2001). A humilhação está significativamente associada com as mulheres e com a orientação heterossexual nos homens, enquanto a hipermasculinidade se associa fortemente com os homens e com a orientação homossexual nos homens. A Internet sexual possibilita uma aproximação entre as subculturas sadomasoquistas gay e heterossexual: as duas subculturas confluem nos sites web-cam e esta confluência facilita a descoberta de parceiros sexuais adequados. Geralmente, os homens heterossexuais submissos têm muita dificuldade em descobrir parceiras dominantes, sem recurso ao sexo comercial. Os sites web-cam permitem superar esta dificuldade, facilitando a descoberta de parceiros sexuais virtuais adequados, ao mesmo tempo que permitem aos homens casados satisfazer os seus desejos e fantasias sexuais sem envolver as suas mulheres. O que se verifica nos sites web-cam é a emergência de homens que fazem sexo com outros homens: nos sites web-cam as sexualidades de género masculino aproximam-se, assimilando elementos umas das outras. Os estudos revelam que existem mais indivíduos masoquistas do que sádicos: o masoquismo surge primeiro e só mais tarde alguns assumem o perfil sádico (Baumeister, 1988; Moser & Levitt, 1987; Spengler, 1977). Contudo, a hipótese de Baumeister (1988) foi desmentida por diversos estudos (Sandnabba et al., 1999; De Sousa, 2006): a maior parte dos indivíduos sadomasoquistas não muda as suas preferências. Entre os homens gay, os indivíduos "passivos" tendem a assumir a posição submissa, e os "activos", a posição dominadora, nas actividades sadomasoquistas. Nos sites web-cam, os homens heterossexuais, bissexuais e gay que preferem o papel submisso realizam as mesmas práticas sexuais, e o mesmo sucede com os homens heterossexuais, bissexuais e gay que preferem o papel dominador. As afinidades intragrupais afirmam-se em detrimento das diferenças. A homosociabilidade parece conduzir à homossexualidade, isto é, à afirmação de masculinidades intramasculinas autónomas: as sessões sadomasoquistas reais confirmam esta direcção das interacções online masculinas. Surge um novo erotismo masculino orientado de modo narcisista e até mesmo os homens que praticam musculação acariciam o seu "peito", chupam os dedos e o seu próprio pénis, exibem as nádegas, fazem movimentos sensuais com a língua, dançam de modo erótico, simulando os movimentos de penetração, saboreiam o seu próprio sémen e exibem-se para outros homens. A hipermasculinização caricatural é praticamente sinónimo de homossexualidade masculina. O narcisismo subjacente pode encobrir algum tipo de hostilidade em relação às mulheres. A Internet é o lugar onde está a acontecer uma nova revolução sexual, cujos contornos e configurações ainda são desconhecidos. A Internet é, inegavelmente, um parceiro activo na criação de novos nichos e subculturas sexuais online e, como vimos, os sites web-cam podem ser vistos como oásis eróticos virtuais. Os frequentadores habituais dos sites web-cam revelam grande dificuldade em distinguir os três conceitos relacionados com a sexual bondage, Bondage & Discipline, Dominance & Submission e S & M (sadomasochism), tendendo a classificá-los como variações da sujeição sexual. Porém, através da visualização dos "shows", do som e da interacção mediada por computador, verifica-se que muitas das actividades sexuais praticadas implicam a administração e recepção da dor, uma faceta claramente sadomasoquista. Isto significa que a Dominação e Submissão constitui o quadro de referência que inclui a Bondage e Disciplina e o Sadomasoquismo. As interacções online entre os residentes e os convidados/frequentadores assentam em papéis fantasiados, tais como senhor/escravo, professor/aluno, guarda-prisional/prisioneiro ou oficial/criado: uns ordenam, outros obedecem. As ordens impõem obediência, servidão ou escravidão, umas vezes sem induzir dor física (B & D), outras vezes induzindo dor física (S & M), mediante o uso de dispositivos ou materiais fisicamente restritivos e tratamentos psicologicamente repressivos e humilhantes. Geralmente, um "show sadomasoquista" contém os seguintes elementos: uma relação de dominação/submissão, administração de dor física (clothspins, spanking, caning, weights, hot wax, electricity e skinbranding) que é experienciada como gratificante por ambos os parceiros, humilhação deliberada do parceiro submisso (flagelação, humilhação verbal, gag, faceslapping e knives), elementos fetichistas e uma ou mais actividades ritualizadas (Townsend, 1983). As experiências sadomasoquistas e de sexual bondage caminham juntas nos sites web-cam e podem ser agrupadas em seis categorias: 1. Jogo. Os indivíduos sexualmente "convencionais" podem alargar a sua experiência sexual mediante a sexual bondage e o número de comportamentos sexuais desejados, ou seja, usar a sexual bondage para alargar e diversificar o seu repertório de comportamentos e de fantasias sexuais desejados, incluindo os comportamentos parafílicos. Nos sites web-cam, os homens casados heterossexualmente que apreciam a prática de sexual bondage apresentam-se geralmente como "bissexuais": a bissexualidade indica, nestes casos, que estes homens procuram "parceiros de jogo", masculinos ou femininos. Como existem online muitos homens gay dominadores, eles encontram facilmente parceiros dominantes a quem obedecem como "escravos". Heterossexuais na vida real, muitas vezes comprometidos numa relação estável, estes homens fazem sexo virtual com outros homens e, pelo menos em Portugal, muitos deles assumem esta nova identidade virtual na vida real, frequentando regularmente sessões de sadomasoquismo ou de sexual bondage. Um aspecto curioso é o facto dos homens heterossexuais que praticam auto-felação sentirem uma necessidade de a praticar noutros homens. Assim, por exemplo, um homem italiano praticante de auto-felação contou-me, em conversa privada, que já tinha sugado o pénis de outro homem numa estação de metro em Roma e que gostou tanto da experiência que a voltou a repetir muitas outras vezes e, nalguns casos, com diversos homens ao mesmo tempo. Nos sites web-cam, os homens gay submissos raramente obedecem às ordens das mulheres. Como é evidente, os sadomasoquistas parafílicos têm dificuldade em manter uma relação off-line estável ou permanente, a menos que tenham um parceiro ou parceira geneticamente concordantes e, neste caso, tendem a colaborar um com o outro, de modo a diversificar o seu repertório sexual. Mas, como nem todos os casais são concordantes, um dos membros pode realizar estas actividades às escondidas do outro, cometendo infidelidade online ou adultério virtual (Young et al., 2000). E, no caso de serem descobertos, a vida do casal começa a degradar-se. 2. Prazer Sexual Intensificado. Numa experiência de submissão sexual, o indivíduo submisso/receptor é libertado da tarefa de estimular o seu parceiro sexual e, por conseguinte, pode concentrar a sua atenção sobre a experiência sexual propriamente dita. O indivíduo dominador/activo concentra-se sobre o seu desempenho sexual, sem levar em conta os movimentos físicos do parceiro. Deste modo, as experiências sexuais dos dois participantes são intensificadas. Aliás, eles percebem estas experiências de sexual bondage como "prazer sexual intensificado" e consideram-nas mais gratificantes do que os comportamentos sexuais convencionais, isto é, aquilo a que chamam "vanilla sex". Os indivíduos parafílicos tendem a ser sexualmente excitados por poucos estímulos eróticos, mas dotados de elevada potência estimulante. Por isso, durante a prática de sexual bondage, experienciam prazer sexual intensificado. 3. Troca de Poder. O indivíduo dominador/activo pode ser sexualmente excitado pela experiência de poder sexual, controle e responsabilidade, e alguns parecem ser particularmente excitados quando o seu parceiro submisso/receptor revela prazer com a experiência de submissão sexual. Este indicador contraria a concepção comum de que os indivíduos dominadores são cruéis, egoístas e abusadores. Os desejos e as fantasias sexuais dos parceiros complementam-se e, por vezes, terminam a sessão com um beijo na boca. É certo que o sadomasoquismo pode estar presente num só indivíduo, como já tinha sido observado por Freud, mas nestes casos o "show" tende a ser exibido sem que o protagonista interaja com o seu público: ele limita-se a fazer aquilo que planeou fazer, o seu "show", reduzindo os outros a meros espectadores que não podem interferir ou interagir. Os "cus alargados", designação dada por Aristófanes aos "invertidos" e aos travestis gregos, e os "masturbadores exibicionistas", incluem-se nesse grupo de homens que interagem muito pouco com os seus visitantes. 4. Estimulação Táctil e Sensações Corporais. Cordas, correntes, palmadas e bofetadas exercem pressão sobre os terminais nervosos que produz diferentes sensações corporais agradáveis. Estas sensações aumentam a excitação sexual dos indivíduos submissos/receptores que descrevem a intensidade da excitação como verdadeiramente elevada e a experiência, como verdadeiramente agradável. Alguns conseguem atingir o orgasmo sem estimulação física adicional. Contudo, nos sites web-cam, observa-se claramente que, durante a prática de cockbinding, acompanhada pela queda de cera quente sobre o pénis e os testículos, a erecção peniana enfraquece substancialmente e talvez não desapareça completamente devido aos aparelhos usados para comprimir o pénis. Nestas situações, os homens que desempenham o papel de submissos precisam voltar a manipular manualmente o pénis para obter erecção e obedecer a uma nova ordem ou comando dada por um dos frequentadores: o orgasmo é geralmente obtido após a sessão e, nalguns casos, não se chega a essa fase. Apesar do aspecto chocante de muitos destes comportamentos, os seus executores afirmam que eles são extremamente gratificantes, porque intensificam o seu prazer sexual. 5. Engrandecimento do Gozo Visual do Parceiro. O indivíduo dominador/activo pode colocar e manter o seu parceiro submisso numa posição que seja sexualmente muito excitante. Nos sites web-cam, muitos dos residentes resolvem o problema da visibilidade de modo muito profissional, focando as zonas corporais que querem exibir publicamente ou, o que é muito erótico, usando espelhos. Pénis erectos, testículos, nádegas, ânus, mamas, vaginas ou movimentos corporais musculares são as estruturas corporais mais exibidas. Quando os pares de residentes exibem uma actividade sexual conjunta, o parceiro activo coloca o seu parceiro submisso numa posição que possibilita evidenciar o acto que está a ser praticado, bem como as zonas corporais íntimas envolvidas: masturbação, felação, coito vaginal, coito anal e, de modo ainda mais evidente, auto-felação praticada por homens heterossexuais ou gay, fistfucking, "chuva dourada" (watersports), rimming, cockbinding, clister, scatologia, catheter ou uso de dildos exuberantes. A pessoa que desempenha o papel submisso é usada, exposta e humilhada publicamente pelo seu parceiro dominador: os seus orifícios corporais são literalmente invadidos e "agressivamente" manipulados e os seus corpos são submetidos a diversos tipos de restrição física (handcuffs, chains, wrestle, slings, ice, straitjacket, hypoxyphilia e mummifying). Geralmente, o parceiro dominante interrompe o "show" para exibir o seu pénis erecto e interagir com os convidados/frequentadores: procura "popularidade" e as ordens dadas pelos últimos podem ser levadas a cabo. Os voyeurs que assistem a estes "shows" pedem frequentemente aos participantes para mostrarem mais de perto os seus órgãos genitais e as actividades sexuais realizadas. Predomina claramente o fetichismo falocrático: os utilizadores destes serviços tendem a ser "admiradores de falos", para os quais a diversidade multiracial de pénis exibida é deveras erótica. As palavras de ordem são as seguintes: "Show your big cock (or hot dick)", seguida de "CUM" ou "Shoot your milk". As mulheres assistem silenciosamente a estes "shows" e, quanto utilizo um perfil feminino, alguma mais corajosa deixa-me este comentário: "He's gay". 6. Confiança e Cuidados. As experiências erotizadas do indivíduo submisso/receptor aliviam-no de todas as responsabilidades pelo controle da experiência sexual: ele abandona-se confiantemente nas mãos do indivíduo dominador/activo, ou seja, a responsabilidade é confiada ao indivíduo dominador. Neste aspecto, o masoquismo parece ser uma estratégia usada pelos indivíduos com o objectivo de se libertarem da responsabilidade e do próprio self. A confiança é fundamental numa relação de dominação/submissão: o parceiro submisso atado ou amarrado fica completamente nas mãos do seu parceiro dominador. Este precisa ser muito experiente para não ferir com gravidade o seu parceiro. É evidente que numa interacção online alguns dominadores exageram nas ordens dadas, ordenando a prática consecutiva de actos deveras dolorosos, mas sempre surgem "masters" mais cuidadosos a contra-ordenar e a desautorizar essas ordens. Isto significa que, entre indivíduos verdadeiros que praticam a sexual bondage ou mesmo o sadomasoquismo, existem acordos tácitos que visam garantir a segurança dos participantes. São práticas consentidas em que cada parceiro sabe aquilo que deve fazer sem pôr em risco a vida do outro. Embora pareçam e sejam efectivamente práticas "agressivas", elas são vistas como gratificantes pelos dois ou mais parceiros envolvidos: o poder que detém sobre o outro satisfaz o dominador e a obediência é gratificante para o parceiro submisso. J Francisco Saraiva de Sousa
30 comentários:
Aaahhhhh! Desta vez,o meu dedo-que-adivinha não adivinhou!!! :-P
Até daqui a 4 dias, Francisco. Divirta-se muito, que merece!
Essa ideia de "prazer sexual intensificado" é muito interessante e transferível para os praticantes de "vanilla sex", no caso, por exemplo, do sexo oral. :)
Vai de férias? Divirta-se!
Ei, Else, vanilla flavour é absolutamente dispensável no oral sex! :))))
Pois Denise, eu nem gosto de baunilha, mas a designação "vanilla sex" é gira. Versão softcore. :)
Sim, a designação tem a sua piada, mas a minha experiência de vida tornou-me adepta dos sabores e dos cheiros originais :-)))
... tem a sua lógica: "vanilla sex" em oposição a "prazer sexual intensificado". Ora, quem não gosta de intensidade?! ;-)
Mas a designação n tem a ver com o(s) cheiro(s) do sexo, mas com o facto dos adeptos de bondage classificarem o sexo comum como sexo de "baunilha", de sabor levezinho, no sentido metafórico. Aliás, as técnicas bondage, como aquela que nomeei, podem ser utilizadas por todos nós, para intensificar o prazer sexual, sem contudo se tornarem os estímulos únicos.
Claro, toda a gente gosta de prazer e de mais prazer. Por exemplo, no sexo oral se o parceiro estiver o mais imobilizado possível e até com algum dos sentidos velado, pode sentir ainda mais prazer e o orgasmo ser mais forte, por sua vez quem está a fazer, quem é activo, pode-se concentrar mais na sua performance e excitar-se com isso. Ou seja, o que o F. diz dos praticantes de bondage, deve ser aprendido por todos nós, para uma vida sexual mais feliz. :)
Claro que não tem a ver com uma questão de olfacto, Else! Percebi o sentido metafórico da expressão, mas pus-me a brincar com trocadilhos!
Imobilização?! Bastante sugestivo, mas deve ser muito difícil, porque a tendência natural do corpo é o movimento, ao ritmo do prazer...
Interessante também o conceito de excitação com a performance do próprio. As coisas que eu vou aprendendo por aqui!
Ahahah!
Não é uma questão de aprendizagem, cada um faz o que melhor lhe aprouver. Eu adoro fazer sexo oral (além de receber, como é óbvio), logo, fico muito "pronta". :))
A "imobilização" torna-se difícil, mas se travarmos os movimentos do corpo e se a energia se concentrar (no pénis ou no clítoris), o orgasmo é brutal.
Bem, hei-de experimentar, então, e logo lhe darei conta dos resultados :))))
... mas eu prefiro fazer a receber...
Sim, noto que há mulheres (em conversa com amigas, pq n sou investigadora como o F. - ;)) que não gostam "assim tanto" de sexo oral.
Ora, eu acho estranho, por isso identifico duas causas: uma psicológica e outra técnica. A primeira é complexa, mas penso que possa derivar do não à vontade com o seu corpo e do seu corpo com o outro, uma vez que receber sexo oral, depende de entrega total. A outra razão é mais "prosaica", mas também importante: a pessoa que está a fazer não saber o que está a fazer e como às vezes a própria mulher n se conhece bem, não pode dar instruções precisas. Enfim, afinal parte tudo do mesmo: auto-conhecimento, em primeiro, comunicação e muita generosidade.
... o então pode-se dar o caso de existirem mulheres para quem a estimulação clitoriana não seja tão prazeirosa quanto a vaginal.
De qualquer forma, eu não afirmei que não gostava de ou não me sentia à vontade em receber sexo oral; apenas que prefiro dar/fazer.
E sim, concordo consigo: é fundamental ao auto-conhecimento, a comunicação e muita, muita, generosidade durante a entrega de si mesmo(a)!
Tenho várias amigas bi-sexuais que afirmam, todas elas, que no que toca a sexo oral, as mulheres conseguem dar mais prazer que os homens. Suponho que esse facto resultará de um conhecimento mais profundo do corpo feminino e da sua capacidade de resposta.
Não conheço homens bi. Por analogia, será que na opinião deles, os homens têm um melhor desempenho que as mulheres, no que ao sexo oral diz respeito?
Discordo consigo nos dois comentários e passarei a dizer porquê:
estimular a vagina ou o clítoris, para mim é o mesmo. O clítoris não é apenas o que é exterior, tb cobre as paredes da entrada da vagina, o tal "ponto g". Gostar de receber sexo oral não significa q n se goste de sexo vaginal. É uma contradição nos termos. Podem ser estimulados ambos ao mesmo tempo: no sexo oral e na penetração. São formas diferentes de obtenção de prazer. E devem ser tidas como tal e não tomar o sexo oral como mero preliminar. Há várias formas de ter intimidade sexual e prazer. Não há uma "receita" - a falta de qualidade sexual advém desses preconceitos.
Nunca tive relações sexuais com mulheres, logo, n sei se são melhores do que os homens. Provavelmente sim, mas isso n justifica que os homens n sejam competentes para tal ou então teríamos que afirmar que só algumas mulheres têm tido mta sorte; para mim isso resolve-se no âmbito da intimidade, comunicação e vontade de aprender. :))
Bem, temos então percepções diferentes do que é estímulo clitoriano e estímulo vaginal, pois que para mim resultam em sensações muitíssimo diferentes e, por isso, não seja "o mesmo" .
Eu não afirmei que gostar de receber sexo oral significasse não gostar de sexo vaginal. Acho, apenas, que no sexo oral o clítoris é mais estimulado que a vagina, mas compreendo onde quer chegar, já que a sua localização do ponto G difere da minha.
Talvez por isso, continue a considerar um oral sex como um preliminar delicioso (não um «mero» preliminar, pero um preliminar) que liberta a explosão dos primeiros orgasmos mas que não consegue potenciar o derradeiro.
Por tudo isto, e porque somos um bom exemplo de que cada mulher se constitui como um universo singular, concordo consigo quando alerta para a não existência de uma "receita" para a obtenção do prazer.
E sim, reafirmo, o diálogo é fundamental ;-)
Fisiologicamente são o "mesmo". Basta ver a forma fisiológica do clítoris.
E "ponto g" é designado como a estimulação do clítoris pela vagina, portanto, pressão nas paredes internas. Não é o "meu" ou o "seu" "ponto g".
De resto, concordo. :)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%ADtoris
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponto_G
Então, Else, não se situal n"as paredes da entrada da vagina", como atrás referiu. Mas também não é tão lá ao fundo, como eu pensava. Os insondáveis mistérios da anatomia feminina! :-))))
Por acaso o meu corpo é muito "enciclopédico". O meu ponto g coincide com o prescrito.
Mas sim, devemos deixar a msg (verdadeira) que cada mulher e cada homem são únicos e devemos escutar o outro para o podermos satisfazer mais e melhor.
Agora vou almoçar! Até logo :)
Sim, e eu tenho tendência para fugir aos parâmetros, o que me torna, por vezes, labiríntica. :)))
Almoço tardio, mas... Bom apetite! Acabo de saborear uma belíssima pêra abacate e fujo para a escola!
Beijinhos, Else!
André LF disse...
Caramba, veja o que estas moças estão a fazer na sua ausência, Francisco :) ! Deram-me uma aula de anatomia/psicologia femininas! Um beijo para elas e um abraço para o Francisco!
Bom dia caríssimo André!
Não conhece o síndrome de Lisístrata (ou de Penélope!)? Os homens "vão para a guerra" e as mulheres ficam "entret(ec)idas na entretela do gineceu".
Olá amigos(as)
Já estou no Porto; logo que tenha descansado digo alguma coisa. :)
"Síndrome" é feminino: a síndrome. Sou uma purista, teve que ser. :)
Francisco, bom descanso.
Retribuo-lhe o beijinho, André, e desejo, como a Elsa, um bom descanso ao nosso Ulisses que, entretanto, já regressou! :-)
Já descansei e já conclui o post!
Gostei de ler a troca de ideias entre a Denise e a Else: o ponto g é efectivamente difícil de ser localizado.
Olá André
Sim, devem ser as mulheres a falar da sua própria sexualidade. :)
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