As teorias expostas para solucionar o paradoxo darwiniano assentam na ideia de que os parentes dos homossexuais se encontram de alguma forma numa situação de vantagem reprodutiva e, em consequência disso, transferem os seus genes e compensam o custo de aptidão do fenótipo homossexual. O interesse da biologia evolutiva pela homossexualidade deve-se ao facto de se ter verificado que os homens e as mulheres homossexuais têm menos filhos do que as suas contra-partes heterossexuais, pelo menos nas sociedades ocidentais modernas (Bell et al., 1981) e, sobretudo, ao facto de existir evidência empírica de que a homossexualidade é influenciada por genes polimórficos, isto é, por factores genéticos que influenciam a homossexualidade ou bissexualidade masculinas (GFMH). Os estudos de gémeos indicaram que factores genéticos e ambientais contribuem para a expressão do fenótipo homossexual (Pillard & Bailey, 1998; Bailey et al., 1999; Dawood et al., 2000). Além disso, os estudos de famílias mostraram que a homossexualidade masculina é frequentemente herdada por via materna (Pillard et al., 1981, 1982; Pattatucci, 1998; Camperio-Ciani et al., 2004). A herança materna sugere a existência de efeitos polimórficos maternais herdáveis, tais como o efeito da ordem de nascimento (Blanchard & Bogaert, 1996; Blanchard & Klassen, 1997; Blanchard, 2004) ou o imprinting genómico maternal, ou de genes polimórficos ligados ao cromossoma X que influenciam a homossexualidade masculina. Não se trata aqui de um mero traço mendeliano, mas de loci de caracteres quantitativos (QTL): a homossexualidade é um traço complexo, quantitativo, determinado por vários genes que actuam de modo interactivo e aditivo, como factores probabilísticos de risco, embora cada um dos genes se transmita segundo as leis de Mendel. Hamer et al. (1993), Turner (1995) e Hu et al. (1995) localizaram um locus de caracteres quantitativos para a homossexualidade masculina no cromossoma X, mais precisamente na região Xq28, situada na extremidade do braço longo do cromossoma X. Entre as mães e as irmãs dos homens homossexuais, as mulheres com a versão gay do Xq28 distinguiram-se das outras mulheres por terem iniciado a puberdade em média seis meses antes das outras mães, como se o gene gay aumentasse o período reprodutivo da mulher, dando-lhe tempo para ter mais filhos (Hamer & Copeland, 1994). Embora estes resultados não tenham sido replicados noutros estudos (Bailey et al, 1999; Rice et al., 1999), um estudo de genome-wide QTL screen (Mustanski et al., 2005) apoia esta ligação ao X, indicando três genes autossómicos que podem influenciar a orientação sexual masculina. Saifi & Chandra (1999) demonstraram que o cromossoma X tem uma grande abundância de genes relacionados com a reprodução e a diferenciação sexual, os quais afectam o desenvolvimento e a função dos receptores dos esteróides gonadais no cérebro. Foram propostos três mecanismos ou modelos principais para explicar a vantagem reprodutiva dos parentes dos homossexuais, isto é, para explicar como a variedade nos genes que controlam a homossexualidade foi seleccionada e conservada na população: a superdominância ou, como Dobzhansky lhe prefere chamar, a heterose, a selecção sexualmente antagonista e o altruísmo familiar. Estes modelos baseiam-se na análise genética das populações, nomeadamente nas equações genéticas estabelecidas por J.B.S. Haldane. Gavrilets & Rice (2006) descreveram a evolução da frequência de dois alelos de um único locus (locus bialélico) numa vasta população, na qual cada um dos alelos (gay e heterossexual) pode produzir efeitos sexualmente específicos sobre a aptidão: a análise de custos e benefícios de aptidão permite explicar como o alelo gay entrou numa população de alelos heterossexuais e foi posteriormente conservada. No caso do modelo da superdominância, o alelo gay que entrou numa população pode ser conservado num equilíbrio polimórfico, sobretudo se for um gene autossómico, enquanto, no caso do modelo da selecção sexualmente antagonista, o alelo gay que entrou numa população está ligado ao cromossoma X, implicando a propagação da bissexualidade nas populações humanas (Savolainen & Lehmann, 2007). Usando a estatística bayesiana, Camperio-Ciani et al. (2008) elaboraram modelos genéticos de dois-locus (dialélico), um dos quais se localiza no cromossoma X: a expressão do gene é sexualmente antagonista, no sentido de incrementar a aptidão das fêmeas e diminuir a aptidão dos machos. Estes modelos baseiam-se no polimorfismo genético estável e nas assimetrias familiares, tais como as assimetrias de preferência sexual e as assimetrias na fecundidade. Estes últimos modelos matemáticos descartam as hipóteses da superdominância e dos efeitos maternais sobre as crias masculinas, destacando o papel desempenhado pelos caracteres sexualmente antagonistas na evolução humana (Curtsinger et al., 1994; Hedrick, 1999; Arnqvist & Rowe, 2005). Modelo da Superdominância. No caso da superdominância, um alelo gay manifesta-se em comportamento homossexual num indivíduo que recebeu este alelo de ambos os pais (homozigose). Este alelo garante uma vantagem ao indivíduo que recebeu somente um alelo de um dos pais. Esta situação é similar ao caso da célula falciforme da anemia em África, uma doença geneticamente herdada controlada por um alelo deficiente. Os indivíduos homozigotos que possuem cópias deste alelo drepanocítico nos dois cromossomas homólogos, sofrem diversas perturbações, enquanto os indivíduos heterozigotos que possuem apenas uma cópia do gene são resistentes à malária e, por causa dessa resistência, este alelo foi conservado nas populações humanas expostas à malária, não só no continente africano mas também nalgumas regiões da bacia mediterrânica. Esta comparação entre a origem genética do comportamento sexual e a origem genética da anemia das células falciformes não significa que o comportamento homossexual ou bissexual seja uma doença: a anemia funciona aqui como exemplo de um princípio genético que pode ajudar a compreender a herança do comportamento homossexual. De acordo com este princípio aplicado à homossexualidade, os indivíduos dotados do alelo gay têm elevado sucesso em atrair e seduzir as mulheres e/ou o seu esperma pode ser dotado de vantagem competitiva. Este modelo foi estudado na genética evolutiva por MacIntyre & Estep (1993): os homens ambissexuais (4 e 5 na escala de Kinsey) que transportam os genes homossexuais na condição heterozigótica têm maior sucesso reprodutivo do que os homens heterossexuais, não só porque são bem-sucedidos na conquista de parceiros sexuais de ambos os sexos (Bell et al., 1981), competindo directamente com as mulheres na procura de contactos sexuais com machos jovens atractivos, mas também porque possuem atributos físicos e psicológicos, tais como pénis de grandes dimensões, grande atractividade, sensibilidade e virilidade, elevado grau de promiscuidade sexual e habilidade acrescida para agradar as suas parceiras sexuais femininas, que encantam as mulheres. Deste modo, por intermédio do sucesso reprodutivo dos homens bissexuais, o alelo gay invadiu a população, onde tem sido conservado num equilíbrio polimórfico. Este equilíbrio pode ser mais facilmente alcançado se o alelo gay for autossómico (Gavrilets & Rice, 2006). A homofobia pode resultar evolutivamente do maior sucesso reprodutivo exibido pelos homens bissexuais: as suas vantagens reprodutivas são encaradas como uma ameaça pelos homens heterossexuais que os rodeiam. Embora possam ter o mesmo número de filhos que os homens heterossexuais, os homens bissexuais têm esses filhos em idade menos avançada. O facto de serem infiéis constitui outra vantagem exibida pelos bissexuais em relação aos heterossexuais exclusivos. A hostilidade antigay pode ter sido desencadeada evolutivamente pelo facto do homófobo heterossexual invejar o sucesso reprodutivo e a eficácia sócio-sexual dos homens bissexuais. Os homens heterossexuais com fracos recursos espermáticos perseguem e hostilizam a família dos homens homossexuais exclusivos, porque os seus membros masculinos são dotados de recursos espermáticos competitivos, e os membros femininos, de elevada beleza e fertilidade. O facto do homem bissexual ter tido na adolescência muitos parceiros do mesmo sexo permite-lhe lidar mais tarde com diversos tipos de mulheres ou mesmo enganar os homens heterossexuais exclusivos quando conseguem seduzir as suas mulheres. O risco de ser descoberto é maior quando é infiel à sua mulher com outras mulheres, porque as infidelidades do mesmo sexo são menos detectáveis. Em Portugal, as mulheres só se apercebem disso quando o marido é predominantemente passivo: o sangue que descobriram numa peça de roupa íntima do marido pode indicar as suas infidelidades do mesmo sexo. A confirmação tende a ser em muitos casos obtida através da contratação dos serviços de detectives privados. Modelo do Antagonismo Sexual. No caso da selecção sexualmente antagonista, um alelo gay implica um custo quando expresso nos machos (feminização e perda de aptidão directa), mas este custo é compensado por uma vantagem de aptidão quando é expresso nas fêmeas. De acordo com este modelo, os genes responsáveis pela homossexualidade são vantajosos para os indivíduos heterossexuais que os possuem. Este modelo foi estudado na genética evolutiva por Getz (1993): No passado ancestral, as mulheres escolheram os homens que possuiam traços femininos e, portanto, mais alelos de feminização, donde resultou a ocorrência de homossexualidade exclusiva masculina. Getz (1993) modelizou os efeitos da invasão, do polimorfismo e da fixação dos genes que influenciam diferencialmente as expressões reprodutivas entre os sexos, de modo a explicar a existência da homossexualidade nas populações humanas pelo efeito destes alelos sobre o sucesso reprodutivo e a viabilidade das crias dos parentes dos indivíduos homossexuais. A importância deste mecanismo foi confirmada por estudos que mostraram que os parentes femininos maternais dos homossexuais (Camperio-Ciani et al., 2004) ou os parentes de ambas as linhagens maternal e paternal dos homens homossexuais (King et al., 2005) têm uma fecundidade elevada. De facto, os homens homossexuais, comparados aos homens heterossexuais, tendem a ser provenientes de famílias numerosas e extensas. Este facto foi interpretado como indicador de elevada fecundidade dos parentes dos homens homossexuais. A noção de que a expressão do gene é sexualmente antagonista, aumentando a aptidão das mulheres em detrimento da aptidão dos homens, foi recentemente confirmada por outro estudo (Camperio-Ciani et al., 2008). A ubiquidade deste tipo de selecção está bem documentada nos estudos empíricos de insectos (Pischedda & Chippindale, 2006; Arnqvist et al., 2000; Arnqvist & Rowe, 2002), aves (Pischedda & Chippindale, 2006; Reeve & Pfenning, 2003) e mamíferos (Foerster et al., 2007), podendo levar a população à divergência e possivelmente à especiação (Rice, 2000, 1996; Rice & Holland, 1997; Parker & Partridge, 1998; Martin & Hosken, 2003). O estudo de gémeos realizado por Zietsch et al. (2008) mostrou que a identidade de género sexualmente atípica de homens e de mulheres está associada com a não-heterossexualidade e, no caso dos heterossexuais, com um elevado número de parceiros do sexo oposto. Estes caracteres são geneticamente influenciados e a relação da identidade de género com a não-heterossexualidade e o número de parceiros do sexo oposto é, em parte, devida a genes comuns. Os indivíduos heterossexuais com um gémeo não-heterossexual tendem a ter mais parceiros do sexo oposto do que os pares de gémeos em que ambos são heterossexuais. Este estudo ajuda a explicar o mecanismo de pleiotropia antagonista mediante o qual a variação genética subjacente à homossexualidade foi conservada ao longo da evolução humana. Além de aumentarem o risco de homossexualidade exclusiva, diminuindo drasticamente a aptidão darwinista, estes genes parecem incrementar a identidade de género sexualmente atípica, a qual pode aumentar significativamente o sucesso reprodutivo dos parentes dos indivíduos homossexuais. Isto significa que os genes que influenciam a homossexualidade ou a bissexualidade foram mantidos e conservados na população, porque aumentam o número de parceiros sexuais nos familiares dos homossexuais. Modelo do Altruísmo Familiar. No caso do altruísmo familiar, os homossexuais podem ajudar os membros da sua própria família, aumentando a aptidão dos seus parentes e, deste modo, a probabilidade de um alelo gay ser transmitido à geração seguinte. Ao fornecerem recursos e prestarem cuidados às crianças dos seus familiares próximos, os homossexuais contribuem indirectamente para o aumento da aptidão reprodutiva dos membros da sua família e da sua aptidão inclusiva, mesmo que não tenham as suas próprias crianças. Embora seja teoricamente possível e fascinante, este modelo não foi confirmado pelos estudos empíricos (Muscarella, 2000; Bobrow & Bailey, 2001): os homens homossexuais preferem viver nos grandes centros urbanos longe das suas famílias de origem e, por isso, não auxiliam os seus irmãos a cuidar dos filhos. (FIM da série dedicada ao paradoxo darwiniano.) (Veja este post do Vitor Pimenta que aborda as ilações morais e políticas fundadas nos estudos genéticos revistos brevemente neste post.) J Francisco Saraiva de Sousa
33 comentários:
De facto, se fosse um português comum, limitado à língua portuguesa e ao seu sistema escolar medíocre, era um perfeito ignorante.
Dizem que é necessário qualificar os portugueses, mas nada fazem para isso: meras medidas burocráticas. As universidades são uma merda: não há acesso à informação, não temos uma academia das ciências organizada no sentido da investigação, não temos centros de pesquisa produtivos, não temos ensino de qualidade.
Aliás, as universidades estão nas mãos de incompetentes, de um modo geral: as verbas investidas são comidas (literalmente) pelos "afilhados". Os centros podem ser criados mas são entregues a guardadores de lugar: invadidos por afilhados que se identificam com os lugares, de tal modo que o lugar é o próprio homem que o ocupa. A investigação portuguesa reduz-se à ocupação dos postos sem produção: estas criaturas afastam tudo e todos, porque não querem fazer nada e não deixam os outros trabalhar. Portugal é um caixão!
Os grisalhos roubaram o futuro e as novas gerações são absolutamente ignorantes e perigosas: não se vislumbra nada de bom! Isto vai ser cada vez pior!
Ah, Stoller disse que os rapazes bonitos tinham propensão a ser gay. Não sei que lugares ele frequentava ou que pacientes eram os seus, porque a sua tese não resiste ao teste da mera observação. Porém, levando em conta o modelo do conflito sexual, podemos verificar que as irmãs dos homossexuais tendem a ser fisicamente atractivas e belas, mas não sei como um alelo pode controlar este traço, a não ser pela via hormonal ou... Sim, pode haver aqui algo a investigar!
Enfim, andamos à procura de vida extraterrestre mas ainda não conhecemos a vida terrestre! Ironia!
Uma maneira de clarificar este problema é verificar que as lésbicas butch são geralmente feias: masculinizadas. Logo, a retenção de traços femininos pode ter esse efeito aditivo: tornar as pessoas mais bonitas e sexy. Ora, irmãs bonitas atraem mais homens, são fecundas e podem ter mais filhos. Os alelos gay são tramados e, de certo modo, tomaram o controle da sexualidade.
Ahah! A tese de Stoller sobre os homens bonitos serem gays, é análoga à tese de que as mulheres mais interessantes são lésbicas. ;)
Os centros de investigação tornaram-se máquinas de publicação de papers q improfícuos e de organização de colóquios que são apenas pretextos para convívio.
Retomando a ideia deixada na caixa de comentários do post anterior, pretendo falar sobre a imoralidade radical das classes dirigentes nacionais, imoralidade associada à irresponsabilidade radical. A ausência de uma ordem moral facilita a manipulação das pessoas mediante a criação de um mundo de celebridades de la merde. A TV é a janela que permite distrair as pessoas, alienando-as nesse mundo de mediocridades radicais. Esta distracção permite às classes dirigentes governar (a sua bolsa, claro) sem justificação ideológica. As classes dirigentes são organizações de ladrões e foi a sua ascensão que preparou a actual crise. O mundo é governado por grandes ladrões.
Este sistema de crime organizado e de terrorismo está associado à substituição da política pela economia encarada como técnica fundamental de governação: os membros das classes dirigentes são provenientes desses sectores do falso ensino. Eles são gestores e executivos, mas não gerem em função de interesses universais: eles apoderam-se dos cargos executivos para se converterem em assalariados bem-pagos e em proprietários. Roubam... A crise evidencia esse roubo: a sua "ideologia" é o dinheiro.
O dinheiro é o único critério de êxito, não o dinheiro conquistado pelo esforço, mas o dinheiro roubado. Estes indivíduos ladrões apoderam-se da cultura como instrumento ou ornamente: o seu lema é a riqueza é conhecimento. Porém, o seu conhecimento é uma mentira. Eles são simplesmente medíocres e burrecos. A sua cultura é a do jornal e a da economia do roubo. A economia converteu-se num sistema que permite roubar; não é conhecimento, mas antes um instrumento usado corporativamente para conquistar poder e colocá-lo ao serviço de interesses privados e pessoais. A imagem da sociedade produzida por uma tal economia do roubo é a de uma sociedade morta. Ser economista é ser ladrão e assassino... A economia não pensa, não conhece, mas gere aquilo que desconhece: o economista é um homem sem experiência. A autonomia do banco europeu revela esse triunfo do crime económico organizado.
A homofobia pode resultar evolutivamente do maior sucesso reprodutivo da bissexualidade: as vantagens reprodutivas dos bissexuais são encaradas como uma ameaça pelos heterossexuais que os rodeiam. Embora possam ter o mesmo número de filhos que os heterossexuais, os homens bissexuais têm esses filhos em idade menos avançada. O facto de serem infiéis constitui outra vantagem dos bissexuais em relação aos hetero exclusivos.
De um modo radical, segundo o primeiro modelo, a hostilidade antigay pode ser dirigida e desencadeada pelo facto do homófobo invejar a fertilidade familiar e a sua eficácia dos homens bissexuais. O homem hetero com fracos recursos espermáticos persegue e hostiliza a família cujos membros masculinos são dotados de recursos espermáticos competitivos, e os membros femininos, de elevada beleza e fertilidade. Uma espécie de conspiração terceiro-mundista!
O facto do homem ter tido na adolescência muito parceiros do mesmo sexo permite-lhe lidar mais tarde com diversos tipos de mulheres ou mesmo enganar os pacatos hetero exclusivos. O seu risco é maior quando é infiel à mulher com outras mulheres, porque as infidelidades do mesmo sexo podem ser menos detectáveis. Isto é muito frequente em Portugal e as mulheres só se apercebem disso quando o marido é predominantemente passivo: o sangue pode denunciar as suas infidelidades do mesmo sexo.
Caro J.Francisco Saraiva de Sousa (devo escrever tudo?)
É um prazer voltar a este cantinho da blogosfera. O elogio da Bissexualidade seria um bom título para o post. Uma vez que tanta informação me pôs os eixos neuronais a mastigá-la num processo confuso por ora, queria só lançar a farpa de que muito provavelmente as conclusões destes estudos indicam um melhor senso de parentalidade nos homens bissexuais/homossexuais: é um argumento científico em prol da adopção por casais do mesmo sexo - embora estes estudos não abordem homossexualidade feminina. Que dizes?
Caro Vitor Pimenta
Sim, os estudos da homossexualidade feminina não conseguiram mostrar a influência decisiva de factores genéticos. No entanto, os mecanismos são analisados, mas optei por omitir essa informação para não sobrecarregar o post.
Sim, vou escrever sobre a adopção, aliás já escrevi, mas vou explicitar melhor o assunto.
Já nos roubaram (FCPorto) um golo marcado pelo Lesandro: o Apito é encarnado que ontem venceu o Sporting com a ajuda do árbitro. Uma vergonha o Benfica de la merde!
O problema do futebol nacional é encarnado: medíocres e invejosos!
Sim, que vergonha, ontem o Sporting foi roubado descaradamente! :(
E o F. já está melhor do seu pé, qual Édipo coxinho?
Bem, devo dizer que acho muito excêntrica esta explicação da homofobia! Primeiro, qd fala de homens bissexuais... deve querer dizer homens homossexuais não assumidos, correcto? Além disso esses que caracteriza (pénis grande, virilidade etc.) não são os efeminados, os que são objecto de homofobia.
De qq modo, as consequências dessa tese, são o fim da homofobia a m´dio prazo, com a assunção da homossexualidade e a possibilidade do casamento - se já n casarem com mulheres, n despontarão inveja nos heterossexuais.
Oi Else
A dor está controlada, mas tenho abusado e continua muito inchado.
Estes estudos partem de um contínuo homossexual/heterossexual e os bissexuais são bissexuais, que casam e têm filhos. É preciso fazer mais pesquisa e aperfeiçoar os conceitos e as associações: novas vias de pesquisa. A tese da homofobia tem pés para caminhar: sempre suspeitamos de uma origem mais remota e agora temos uma que vai ao encontro da tese da natureza homossexual das relações sociais reformulada. Os hetero exclusivos revelam inaptidão a lidar com as mulheres...
Há um problema a resolver: qual o factor que não bloqueia a atracção por mulheres ou homens dos bissexuais. Pode ser um traço de temperamento reforçado socialmente...
N percebo, sinceramente! Um homem pode ser excelente amante e, para isso, até acredito que tenha de ser feminino, porque os homens-macho são bestas desajeitadas, mas isso n faz deles bissexuais!
Ou, então, faz e assim os bissexuais são tornam-se os seres mais perfeitos e invejados, como, de resto, sempre suspeitei. Oh oh oh! :)
Boa noite! Boas investigações!
Bons sonhos Elsinha!
Comecei a cruzar estes dados com os resultados dos estudos da ratio 2D:4D associada à qualidade do esperma e da fertilidade, bem como com a simetria facial, mas retirei esse cruzamento de informações. O post está portanto concluído.
Por isso Adónis era o preferido de Afrodite! E ela amou vários!
Na mitologia grega está tudo! :)
Sim, a mitologia grega revela bem esses aspectos da sexualidade humana, ao mesmo tempo que permite descobrir a diferença de atitudes entre as nossas sociedades modernas e as sociedades mais pequenas e arcaicas, onde a bissexualidade era ou ainda é (nalguns casos) aceite.
A dialéctica humana é deveras interessante e conflitual. Conheço um caso em que a irmã de um homem gay foi encontrar o seu marido bissexual (não sabia) na cama como o irmão no dia do casamento!
Noutra perspectiva, os bissexuais podem conseguir colocar fora do combate os jovens...
Outro caso curioso: duas irmãs casadas com dois homens bissexuais. Eles são cunhados e amantes e passam frequentemente os fins-de-semana aqui no Porto num aparatamento que foi dos pais delas. Vivem noutra cidade do Norte/Interior. Outras vezes andam todos juntos: casais e filhos e sogra.
Ai! Mas isso assim n dá... amante bissexual tudo bem, mas só pode/deve fazer amor com a sua mulher. :)
Sim, alguns correspondem a esse tipo; outros a outros tipos. A vida é diversidade total!
Caro J Francisco,
O que acha da visão de Vera Stanley Alder, autora de “A quinta dimensão” e outros, Editora Pensamento, São Paulo.
“ O homem foi constituído para aprender sensibilidade e intuição com a mulher, e esta para aprender firmeza e honestidade com o homem. Um homem perfeito, ou uma mulher perfeita, devem ser uma mistura completa das qualidades de ambos. Esse o motivo pelo qual nos foi dito que no final da evolução não haverá mais diferenciação de sexos. Entrementes, os processos dessa integração apresentam aberrações temporárias que, devido a má compreensão, resultam em homossexualismo e em outras irregularidades.
Texto completo do capítulo -> Macho e Fêmea
Macho e fêmea são, na realidade, o aspecto positivo e negativo da natureza. O macho é a qualidade positiva ou eléctrica; a fêmea, a qualidade magnética, receptiva ou negativa. Quando as duas se fundem, surge a acção criadora. A palavra “negativo é usada aqui na terminologia da electricidade, e significa aquilo que não produz a força, mas a retém. Não representa futilidade ou fraqueza, mas força retida.
Todo o Universo é constituído tendo como base essa fusão entre “macho” e “fêmea”. Do maior planeta até à mais diminuta célula química existe esse processamento. Na realidade, é como se o mundo fosse um pólo eléctrico que contém um número enorme de outros pólos eléctricos, de todos os tamanhos, até ao ínfimo. Consideremos, por um momento, esta questão da electricidade. Expondo de maneira simples, digamos que temos uma corrente de electricidade que passa por um “pólo” ou linha recta, pólo este que pode ser uma barra de ferro, um planeta ou uma pessoa. Uma ponta desse pólo é o “positivo”, ou o lado eléctrico, e a outra ponta é o “negativo”, ou o lado magnético.
O lado magnético atrai, absorve e retém a força. Quando entra em contacto com o lado positivo, ou seja, o lado da acção ou eléctrico, ele expele essa força, verifica-se a combustão, acende-se uma faísca e a força é gerada. É este, exactamente, o processo que faz com que um planeta gire, um carro se movimente, uma criança nasça ou um planeta cresça.
O lado masculino-eléctrico-positivo da natureza está representado pelos ácidos, e o lado feminino-magnético-passivo da natureza está representado pelos alcalinos. Para que um planeta ou um carro possam movimentar-se, os constituintes exactos de ácido e de alcalino precisam ser juntados, para provocar pequenas explosões de vida-força eléctrica, que produzem a acção. É essa mesma força propulsora que impele nossos corpos. A mais diminuta célula de nossos corpos é uma bateria eléctrica em estado de combustão, tanto quanto nosso corpo todo, que também está electricamente polarizado.
A parte ácida de nossos corpos é a parte activa, são os músculos. Nossa parte alcalina é o sangue, que retém e leva a força a esses músculos. Quando estamos com saúde, as duas partes estão em perfeito equilíbrio; na morte, a força que as retém separadas (o pólo) é retirada e o ácido invade o sangue alcalino, fazendo com que todo o mecanismo se torne estático.
Se pretendemos criar um composto forte e útil em química, teremos que pegar um elemento alcalino e misturá-lo com um elemento ácido. Se pretendemos fazer uma bomba (que nada mais é do que a condensação de uma produção de força num espaço pequeno) precisaremos da mesma forma juntar um ácido e um alcalino. Quando essa junção se verificar, dar-se-á a explosão.
O mesmo acontece quando uma boa parelha de homem e mulher se encontra. A atracção leva ao entendimento e surge a acção.
Não se deve pensar, contudo, que um homem seja inteiramente eléctrico (pólo positivo) e uma mulher totalmente magnética (pólo negativo). Pelo contrário, essas duas qualidades correm justapostas através de cada célula e de cada átomo. Mas tudo o que existe é, predominantemente, de um sexo, apesar de conter em seu íntimo ambos os sexos, em graus variados.
O planeta Marte, por exemplo, é predominantemente masculino, nas é lógico que são os seus pólos negativo e positivo que o conservam em manifestação. Nossa Terra possui um pólo imaginário que a atravessa, chamado Norte e Sul em suas extremidades; naturalmente, um lado da terra será eléctrico e o outro magnético.
O mesmo acontece com um homem e uma mulher; apesar de predominantemente eléctrico-masculino e magnético-feminino, ambos possuem aquilo que poderíamos chamar de pólos, fluindo através deles.
O lado direito de nosso corpo é eléctrico e o esquerdo magnético. O primeiro é o lado da acção; o segundo, o feminino, ou do coração.
A subdivisão destes dois continua em nossos corpos até ao infinito. A célula mais diminuta tem o seu pólo; cada átomo, como sabemos, gira em torno de seu pólo ou eixo.
Desse modo, durante toda a vida, o mesmo processo se repete, desde o maior até ao menor. A força magnética feminina atrai a força eléctrica masculina, dando lugar à acção e à criação.
Como este processo ocorre com todas as coisas, é de se conjecturar se podemos encontrar alguma prova de sua existência em nosso cérebro. Efectivamente, o cérebro humano tem uma forma curiosamente semelhante ao embrião humano, e tem uma parte masculina e outra feminina. Quando estas duas partes se coordenam pelo treinamento mental e a concentração, e são obrigadas a cooperar, ocorre um progresso maravilhoso, e a mente fica inspirada, cheia de força e de criatividade.
Os povos antigos sabiam muito bem isso. Em sua própria e notável maneira eles veneravam os meios pelos quais um ser humano pode entrar em contacto com “Deus” dentro de seu próprio cérebro. Eles veneravam esses símbolos da força macho-fêmea situados na cabeça.
Em sua ignorância, as gerações que se seguiram aviltaram esse culto, transformando-o no culto fálico, no sentido físico, sexual. Nossas ideias sobre as coisas importantes foram se tornando cada vez mais pequenas através dos séculos, até quase deixarem de existir, como actualmente.
Agora já podemos vislumbrar as verdades que estão por trás da veneração às grandes Trindades da Vida em muitas civilizações antigas. Os cristãos adoptaram-nas e nos deram Deus (a Vida-Força), a Virgem ou Mãe (a sabedoria da força retida), e o Filho, o resultado dessa união, o Um que age e realiza. Na maioria das religiões antigas podemos constatar a admiração e o respeito que se tinha a essa Trindade.
Os alquimistas expressavam esse Triângulo à sua maneira, como Mercúrio, Enxofre e Sal (os nossos sais celulares, que dão forma e agem dentro de nosso próprio corpo).
Existe, igualmente, o nosso Sol, a força masculina-eléctrica-positiva, cujos raios incidem sobre a Lua, feminina e magnética. A combinação de ambos os raios, ao atingirem a Terra, promovem a fertilização, o movimento e o crescimento.
Durante longo tempo nos habituámos à nossa maneira muito limitada de pensar sobre o sexo somente dentro dos termos primitivos do nosso poder de procriara fisicamente, e não como algo que faz parte de um imenso processo sobre o qual todo o Universo é construído. Tabus extremamente mesquinhos e restritos encerraram vergonhosamente toda essa questão dentro de uma caixa secreta em nossas mentes. Vivemos desnorteados, dentro de completa ignorância, inteiramente alheios ao facto de que esta caixa contém as nossas melhores jóias.
Vamos agora buscar essas jóias e estudar-lhes o valor.
Através da História, nós nos defrontamos com certos símbolos. Um deles é o da serpente, que sempre esteve em grande evidência quando floresciam os antigos templos devotados à Sabedoria.
Desde a velha lenda de Adão e Eva, a serpente representava duas coisas: Conhecimento e Sexo – estabelecendo desse modo, íntima relação entre ambos. E o segredo é que a Força Criadora que existe dentro de nós é uma força única, quer seja ela usada para finalidades físicas ou mentais. Está em nós usar dessa força para o alto ou para baixo.
Na mentalidade material, ou do homem primitivo, ela continua a ser usada apenas para a procriação ou o prazer sensual. Mas quando o homem aspira por ideais elevados, quando ele anela por criar mentalmente e viver em espírito, essa força, gradualmente, é dirigida para cima, para os princípios criadores do cérebro.
Os orientais chamam a esta força Kundalini, e ela se parece com uma serpente de fogo que jaz enroscada na base da espinha dorsal. Se o homem, com firmeza, purificar sua mente e sua natureza, vivendo de modo casto e moderado, terá capacidade para magnetizar a serpente de Kundalini em sentido ascendente, através do canal espinal, até atingir, afinal, os princípios Masculino-Feminino do cérebro, pondo-os em coordenação, tornando o homem cheio de inspiração e em sintonia com o mundo interior da Sabedoria. Isto só poderá ser conseguido com o auxílio da “Serpente Kundalini”, Talvez Cristo tenha dado uma ideia vaga dessa verdade quando disse: “Sede sábios como as serpentes”.
Homens e mulheres, portanto, podem escolher o modo como deverão empregar essa força que possuem em seu íntimo. Poderão exauri-la no comodismo de uma vida sexual, tanto mental quanto física, ou poderão usá-la como fonte de criatividade nos domínios do espírito e da mente superior – como uma força para o Bem. Esta é a tremenda escolha que cada ser humano é obrigado a enfrentar. Em geral enfrentam-na inconscientemente, às cegas, graças à extrema incompetência da educação moderna sobre tais assuntos. É muito difícil que pelo menos umas das muitas ciladas que os cercam recebam uma explicação adequada.
É fácil convencer a nós mesmos do facto de que a força que alimenta tanto os órgãos da procriação como o cérebro é a mesma. Os especialistas em endocrinologia trouxeram muita luz para esse assunto. Eles afirmam que a glândula pineal, situada na cabeça, actua como um freio sobre o desenvolvimento sexual. Como já dissemos, essa glândula constituía um terceiro olho. Actualmente, ela regula a acção da luz sobre o corpo. Se estiver doente ou inactiva, teremos um desenvolvimento sexual precoce. O corpo pituitário, também situado na cabeça, á a glândula da intelectualidade, a que promove os dotes matemáticos ou artísticos. Quando se torna deficiente, provoca anomalias sexuais.
Temos também a evidência de nossos inúmeros asilos para lunáticos, onde estão recolhidas pessoas que tiveram seus cérebros deteriorados por excessos sexuais de várias espécies.
Por outro lado, temos ainda muitos casos de pessoas que, aparentemente, enlouqueceram em consequência de fanatismo religioso.
Esse caso pede uma explicação. Aqui nos defrontamos com uma consequência que poderia ser chamada de AMBIÇÃO ESPIRITUAL. Uma pessoa ambiciosa e comodista no plano físico não beneficiada se sair em busca de predicados espirituais. Pode muito bem existir essa ambição por alimento espiritual sem que o mesmo tenha sido merecido. É frequente o caso de pessoas que tentam conseguir em poucos anos um progresso espiritual para cuja obtenção deveriam trabalhar pacientemente durante toda a vida. O corpo não teve tempo para purificar suas vibrações e elevá-las a uma frequência superior, e o cérebro ainda está cheia de detritos de pensamentos impuros e mundanos. Quando, portanto, mediante um processo forçado, a serpente de fogo Kundalini é levada prematuramente para cima através da espinha, queimando todas as impurezas à medida que caminha, e atinge um cérebro inadequado para recebê-la, algumas de suas partes não resistem a esse banho de fogo e, então, perecem com o incêndio súbito dos detritos que ainda contém, dando lugar a diversas formas de loucura.
Muitos exercícios respiratórios, altamente perigosos, originários do Oriente, são apresentados com o propósito de despertar Kundalini. Eles provocam resultados desastrosos quando são feitos por pessoas ignorantes ou de mentalidade materialista. Algumas vezes ocorre o mesmo quando pessoas de ideia fixa se atiram violentamente à prática de vários cultos religiosos e diferentes “ismos”. Sabemos que a sua meta final se transformou num hospício.
Outro infortúnio ainda pode atingir o aspirante de convicção insuficiente. Se ele despertar a “serpente” e, depois, em seu subconsciente, se arrepender, a serpente foge para baixo e arrasta seu dono para a pior das orgias e excessos. Infelizmente, isso tem acontecido algumas vezes com homens santos, ambiciosos de demasiado proveito espiritual.
Temos que nos aperceber de que um progresso firme, paciente, equilibrado é mesmo o mais seguro. Não devemos esperar a conquista de resultados fáceis. A ambição do corpo mental ou conquista será causa de congestões e doenças nesses planos, do mesmo modo como costuma acontecer em sua cópia física. Tentar obter uma expansão mental, enquanto somos vítimas de repressões e inibições, é o mesmo que esperar transformar-se num mestre de ballet recusando usar determinados membros e músculos. Temos que nos aperceber tão intensamente das glórias de um possível resultado, de modo que todos os nossos desejos simplesmente desapareçam – eles não precisam ser reprimidos. Só a pureza de uma mente dirigida para uma única meta – a raiz da palavra “puro” é “completo” – é o que pudemos jubilosamente receber como um dos maiores acontecimentos de nossa vida para o inofensivo despertar da serpente Kundalini.
A mesma verdade é aplicada à relação entre os sexos, na qual, de novo, a sinceridade de propósitos e a convicção constituem factores determinantes de consequente felicidade. Quando um homem e uma mulher, de mentalidade espiritual, se apaixonam, ocorre uma combinação e uma união entre os corpos septenários de ambos, culminando numa criatividade tanto espiritual quanto física. Isto proporciona um êxtase e uma realização sete vezes maior do que uma simples união física pode proporcionar. Força e poder são engendrados uma centena de vezes mais em todos os planos quando conservados mais do que quando dissipados. Tanto os filhos como todo trabalho criativo, resultantes dessa união, serão incomparavelmente superiores ao comum.
Se toda criança fosse educada com sua compreensão e ambição focalizadas neste ideal, em breve teríamos um céu na terra.
Na actual situação, o assunto do sexo é tão pouco compreendido, que quaisquer irregularidades em sua manifestação consignam a vítima ao sofrimento, num infortúnio ignorante e incompreendido.
A intenção do princípio masculino-feminino e positovo-negativo através de nossos corpos ainda não foi inteiramente compreendido.
A sabedoria antiga ensina que o homem, tendo um corpo físico positivo-masculino, tem um corpo etérico feminino-negativo. Talvez esta seja a razão pela qual, em certo sentido, ele tem menos capacidade de resistência à dor e menos resignação do que a mulher, a qual deve a sua capacidade de suportar a dor e as contrariedades ao facto de ter um corpo etérico positivo-masculino, enquanto seu corpo físico é negativo-feminino.
O corpo astral ou emocional do homem é masculino. Por isso ele é activo, e está sob seu controle, enquanto o corpo astral da mulher é negativo e absorvente. Ela está à mercê das influências externas e esta é a razão pela qual ela pode ser, em certo sentido, atirada aos mais profundos abismos, mais do que o homem. Uma mulher bêbada é mais terrível do que um homem em idênticas condições.
Segue-se então, aparentemente, que o corpo mental do homem possui uma preponderância de qualidades femininas, e o da mulher, de qualidades masculinas. Talvez por isso explique por que os homens inteligentes sempre acharam que a mulher pode, na verdade, liderá-los e inspirá-los a partir do nível mental, bastando para tanto que ela se aperceba disso e se adapte a fazê-lo.
O homem foi constituído para aprender sensibilidade e intuição com a mulher, e esta para aprender firmeza e honestidade com o homem. Um homem perfeito, ou uma mulher perfeita, devem ser uma mistura completa das qualidades de ambos. Esse o motivo pelo qual nos foi dito que no final da evolução não haverá mais diferenciação de sexos. Entrementes, os processos dessa integração apresentam aberrações temporárias que, devido a má compreensão, resultam em homossexualismo e em outras irregularidades.
Foi-nos dito que homens e mulheres mudam de sexo em várias encarnações. Esta mudança produz, às vezes, mulheres masculinizadas e homens afeminados, até que o reajustamento se torne completo. É preciso que esses casos sejam compreendidos. Então, as pessoas, ao invés de se entregarem a quaisquer anormalidades que descobriram em si, levando uma vida envergonhada, embora de desafiante indulgência, aprenderão a dominar essas tendências e a transformá-las.
Quando meditamos que, do maior ao menor, todo o progresso e evolução dependem da interacção do princípio macho-positivo e feminino-negativo, e como, especialmente, isso se aplica aos poderes criadores da mente e do espírito, que constituem a dedicação e empenho da humanidade, começaremos a ver quanta estagnação fútil é causada tanto pelas pessoas que se recusam a qualquer relação com o sexo oposto, como as freiras e os monges, quanto os que são indulgentes com a homossexualidade. Os sete corpos do homem e da mulher se transformam criativamente quando trabalham ou vivem juntos, sem levar em conta, absolutamente, o acto sexual, e estimulam e nutrem, um ao outro, de um modo que é essencial para o aparecimento de uma inspiração criadora. Nos templos da sabedoria antiga, antes de sua degeneração, os sacerdotes trabalhavam com oráculos femininos para alcançar melhores resultados,
Quando homens e mulheres forem educados para serem capazes de sentir essa interacção de forças entre si, conseguirão delas tal realização que o acto de procriação voltará, normalmente, ao seu uso normal. Desaparecerão o antagonismo sexual e outras inibições. Será conseguida perfeita unidade de acção, feita de Sabedoria-Força-Femininas e da Acção-Poder Masculinos.
Nessa unicidade é que se alicerçará a Idade de Ouro.
FIM
Um abraço,
Alberto
Caro Alberto
Antes de tudo obrigado pelo seu esclarecimento e pelo belo texto que teve a gentileza de deixar aqui.
Infelizmente, não conheço tudo e nunca li esse livro que refere. Pelo seu comentário, infiro que se trata de uma visão junguiana da sexualidade, com outros elementos. June Singer tem um livro "Androginia", onde avança com uma nova teoria da sexualidade, um pouco na linha que apresentou. Joyce McDougall também escreveu um livro interessante sobre as múltiplas faces de Eros. Ambos os livros distanciam-se muito da abordagem que faço da sexualidade, mas penso que há lugar para a poesia.
Abraço
Porém, há uma diferença. Se li bem as autoras anteriores, elas não defendem uma fusão total que apague as diferenças ou o antagonismo sexual. Sexo e reprodução não são a mesma coisa e, nesse sentido, recomendo a leitura de Margulis e Sagan que suporta a teoria do conflito sexual.
Por outro lado, como sou liberal, defendo o direito dos monges e das freiras em recusar a sexualidade. Quanto aos homossexuais, eles nascem assim e devem expressar a sua sexualidade livremente.
O argumento da prova do pudim foi desmistificado por uma feminista: se o homo deve provar o outro sexo, o hetero também deve provar o mesmo sexo. Só depois poderiam dizer de qual gostam mais. Bem, talvez eles tenham feito essa prova contrária à sua orientação sexual, mas são livres de recusar esse teste! Essa liberdade pertence-lhes totalmente!
Isto significa que vejo a fusão que apaga as diferenças como uma tentação totalitária para massificar ainda mais a sociedade e a vida. Um buraco-negro que tornaria a existência absolutamente impossível! Uma tristeza, como diria FlorBela Espanca!
Se a homossexualidade, tem origens geneticas "Xq28"com o dito efeito maternal.Não seria de se esperar,que entre inumeras vantagens reprodutivas para a familia dos homossexuais, também não deveria ter outras outras a nivel psicologico para os ditos homossexuais, pois creio serem muito mais resistentes a psicopatias em relaçao aos heterossexuais que não tem que,suportar tamanha pressão social.
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