Museu da Ilha de Moçambique |
«Sofala foi, nas primeiras décadas da ocupação portuguesa na costa oriental da África, o grande entreposto do comércio do ouro do Monomotapa, vasta região que hoje corresponde a uma parte de Moçambique e à Rodésia do Sul. Ao estabelecerem-se em Sofala, os Portugueses, como em outros pontos do Índico, tentaram substituir-se aos "mouros", isto é, aos Árabes e outros povos islamizados, captando as boas graças dos naturais e apoderando-se do sistema de tráfico preexistente. Sob essa pressão, os mercadores muçulmanos estabeleceram uma nova linha de comércio para o norte, pelo Baixo Zambeze até à costa, o que fez diminuir imediatamente a afluência do ouro de Sofala e mais tarde foi causa de grande penetração portuguesa naquele rio. Mas por esse tempo já um português visitara o império e o imperador do Monomotapa, muitos dos seus régulos e dos reinos vizinhos; traçara o roteiro económico da vasta região; assinalava o desvio do tráfico muçulmano para o norte, e apontava ao mesmo tempo o meio seguro de o sustar, restituindo à ameaçada Sofala a sua antiga prosperidade. Esse português foi o modesto António Fernandes, carpinteiro de naus e degredado». (Jaime Cortesão)
1. Visconde de Paiva Manso, Memória sobre Lourenço Marques, Lisboa, 1870.
2. A. Paiva e Pona, Dos Primeiros Trabalhos dos Portugueses no Monomotapa, Lisboa, 1892.
3. Eduardo de Noronha, O Distrito de Lourenço Marques e a África do Sul, Lisboa, 1895.
4. J. Teixeira Botelho, História Militar e Política dos Portugueses em Moçambique, 2 vols., Lisboa, 1934-1936.
5. Mário Simões dos Reis, Arbitragens de Lourenço Marques, Lisboa, 1936.
6. Caetano Montês, Descobrimento e Fundação de Lourenço Marques, Lourenço Marques, 1948.
7. Alexandre Lobato, "Estudos Moçambicanos" (obras publicadas de 1938 a 1964).
8. Luís F. Carvalho Dias, Fontes para a História, Geografia e Comércio de Moçambique (Século XVIII), Lisboa, 1954.
9. António Durão, Cercos de Moçambique, Lourenço Marques, 1952.
10. Documentos sobre os Portugueses em Moçambique e na África Central, 2 vols., Lisboa, 1962-1964.
11. Vitorino Magalhães Godinho, Os Descobrimentos e a Economia Mundial, Lisboa, 1965.
12. Mário Costa, Bibliografia Geral de Moçambique, Lisboa, 1946.
13. Filipe G. de Almeida de Eça, Bibliografia de Moçambique, Lisboa, 1949.
14. Moçambique (Documentário Trimestral, vários números), Lourenço Marques.
15. Jaime Cortesão, História dos Descobrimentos Portugueses, 3 vols., Lisboa, 1978-1979.
16. Frelimo, História de Moçambique, Porto, 1971.
17. A. Rita-Ferreira, Pequena História de Moçambique Pré-Colonial, Lourenço Marques, 1975. (Este autor publicou mais livros sobre Moçambique, um dos quais é Povos de Moçambique, que não encontrei agora.)
18. Henrique A. Junod, Usos e Costumes dos Bantos, 2 vols., Lourenço Marques, 1974.
19. Stanley Diamond, Nigeria: Model of a Colonial Failure, New York, 1967. (Uma recolha de estudos muito interessantes.)
20. Maurice Bloch, Marxist Analysis and Social Anthropology, London, 1975. (Fundamental para compreender as sociedades e as economias primitivas.)
21. Meyer Fortes & E. E. Evans-Pritchard, African Political Systems, London, 1940.
22. Ronald Chilcote, Protest and Resistence in Angola and Brasil, Berkeley, 1972. (O artigo de Marvin Harris responsabiliza Portugal pelo subdesenvolvimento de Angola e do Brasil.)
23. George Murdock, Africa: Its Peoples and Their Cultural History, New York, 1959.
24. Damião Peres, História de Portugal, vários vols., Porto, 1954-58.
25. Gerardo Pery, Geografia e Estatística Geral de Portugal e Colónias, Lisboa, 1875.
26. Fortunato de Almeida, Portugal e as Colónias Portuguesas, Coimbra, 1920.
27. Angel Marvaud, Le Portugal et ses Colonies: Étude Politique et Économique, Paris, 1912.
28. Manuel de Brito Camacho, Moçambique: Problemas Coloniais, Lisboa, 1926.
29. Manuel Gomes da Costa, A Guerra nas Colónias, 1914-1918, Lisboa, s/d.
30. Joaquim M. da Silva Cunha, O Trabalho Indígena: estudo de direito colonial, Lisboa, 1955.
31. James Duffy, A Question of Slavery, Oxford, 1967.
32. António Vicente Ferreira, Estudos Ultramarinos, 4 vols., Lisboa, 1953-55.
33. Henrique Galvão & Carlos Selvagem, Império Ultramarino Português (Monografia do Império), 4 vols., Lisboa, 1950-53.
34. António Baião, Hernâni Cidade & Manuel Múrias, História da Expansão Portuguesa no Mundo, vários vols., Lisboa, 1937-1940.
35. S. W. Honaker, Portuguese East Africa: its resources, industries and trade, Washington, 1923.
36. F. Rocha Martins, História das Colónias Portuguesas, Lisboa, 1933.
37. J. Pyke, Economic Conditions in Portuguese East Africa, London, 1930.
38. A. H. de Oliveira Marques, História de Portugal, 2 vols., 1974.
39. Joel Serrão, Dicionário da História de Portugal, 6 vols., Porto, 1985.
40. António Carreira, As Companhias Pombalinas de Navegação, Comércio e Tráfico de Escravos entre a Costa Africana e o Nordeste Brasileiro, Porto, 1969.
41. Charles R. Boxer, Relações Raciais no Império Colonial Português, Rio de Janeiro, 1967.
42. Vitorino Magalhães Godinho, Economia dos Descobrimentos Henriquinos, Lisboa, 1962.
43. Jaime Cortesão, O Império Português do Oriente, Lisboa.
44. A. H. de Oliveira Marques, A Primeira República Portuguesa: alguns aspectos estruturais, Lisboa, 1971.
45. Sousa Ribeiro, Anuário de Moçambique 1917, Lourenço Marques, 1917. Enfim, há muita bibliografia, sobretudo fontes administrativas, mas convém ter em conta este ensinamento de Jaime Cortesão: «não há documentos sem história. Queremos dizer: as fontes do passado devem ser lidas à luz da cultura geral que as ditou e dos interesses, confessados ou ocultos, que podem mover a pena do autor e obrigá-lo a deformar ou a calar a verdade».
46. António Enes, Moçambique: relatório apresentado ao governo, 3ª ed., Lisboa: Agência Geral das Colónias, 1946. (Acrescento esta referência por sugestão do meu amigo Florêncio que conhece bem esta documentação. Consultar mais bibliografia aqui - Memória de África e do Oriente.)
Esta lista de referências bibliográficas é suficiente para dar início à tarefa de elaborar a História de Moçambique Pré-Colonial e Colonial, a única perspectiva que me interessa verdadeiramente. Depois da Independência de Moçambique em 1975, o país entrou aceleradamente numa guerra civil que destruiu grande parte do seu património. Infelizmente, os portugueses - ao contrário dos ingleses - nunca se interessaram pela etnografia dos povos colonizados. A Inglaterra incentivou o estudo etnográfico dos povos que colonizou, fazendo da Antropologia Social um instrumento da administração colonial. Este facto tem sido muito criticado pela epistemologia da antropologia social, mas o certo é que, graças a essa política colonial, temos excelentes obras de etnologia ao nosso dispor. Se não fosse essa política inglesa, o passado tradicional desses povos primitivos estaria hoje esquecido. (Aliás, hoje podemos criticar abertamente a descolonização e a estranha ideologia que a moveu: a descolonização não trouxe prosperidade; pelo contrário, trouxe miséria extrema. As excepções - USA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia - confirmam a regra: é fácil detectar o que estes países têm em comum.) Como é evidente, Portugal e o seu Império Colonial foram vítimas do seu atraso estrutural: o ensino universitário português foi sempre deficiente, degradante e provinciano. Apesar disso, podemos recuperar esse atraso cultural, fazendo e refazendo a nossa própria história ultramarina sem estarmos sujeitos aos interesses da política colonial. Porém, o país debate-se neste momento sombrio não só com a crise económica e social, mas também com este estranho fenómeno de regressão mental e cognitiva: Portugal oitocentista era um país analfabeto, como dizia Joel Serrão; hoje Portugal é um país de analfabetos diplomados. O nosso futuro é muito negro, porque, com a produção em massa de analfabetos diplomados, o país ficou privado do escasso mérito que teve noutros tempos. O Porto - a Cidade Invicta - tem a sua história fortemente ligada ao Ultramar, primeiro ao Brasil e depois a África. A primeira revolução republicana ocorrida no Porto - 31 de Janeiro de 1891 - foi condicionada pelo malogro da política colonial africana dos governos monárquicos, que havia culminado no Ultimato de 1890. Infelizmente, os cidadãos do Porto também perderam o brilho do passado e, tal como os restantes portugueses, são "burros diplomados".
J Francisco Saraiva de Sousa
2. A. Paiva e Pona, Dos Primeiros Trabalhos dos Portugueses no Monomotapa, Lisboa, 1892.
3. Eduardo de Noronha, O Distrito de Lourenço Marques e a África do Sul, Lisboa, 1895.
4. J. Teixeira Botelho, História Militar e Política dos Portugueses em Moçambique, 2 vols., Lisboa, 1934-1936.
5. Mário Simões dos Reis, Arbitragens de Lourenço Marques, Lisboa, 1936.
6. Caetano Montês, Descobrimento e Fundação de Lourenço Marques, Lourenço Marques, 1948.
7. Alexandre Lobato, "Estudos Moçambicanos" (obras publicadas de 1938 a 1964).
8. Luís F. Carvalho Dias, Fontes para a História, Geografia e Comércio de Moçambique (Século XVIII), Lisboa, 1954.
9. António Durão, Cercos de Moçambique, Lourenço Marques, 1952.
10. Documentos sobre os Portugueses em Moçambique e na África Central, 2 vols., Lisboa, 1962-1964.
11. Vitorino Magalhães Godinho, Os Descobrimentos e a Economia Mundial, Lisboa, 1965.
12. Mário Costa, Bibliografia Geral de Moçambique, Lisboa, 1946.
13. Filipe G. de Almeida de Eça, Bibliografia de Moçambique, Lisboa, 1949.
14. Moçambique (Documentário Trimestral, vários números), Lourenço Marques.
15. Jaime Cortesão, História dos Descobrimentos Portugueses, 3 vols., Lisboa, 1978-1979.
16. Frelimo, História de Moçambique, Porto, 1971.
17. A. Rita-Ferreira, Pequena História de Moçambique Pré-Colonial, Lourenço Marques, 1975. (Este autor publicou mais livros sobre Moçambique, um dos quais é Povos de Moçambique, que não encontrei agora.)
18. Henrique A. Junod, Usos e Costumes dos Bantos, 2 vols., Lourenço Marques, 1974.
19. Stanley Diamond, Nigeria: Model of a Colonial Failure, New York, 1967. (Uma recolha de estudos muito interessantes.)
20. Maurice Bloch, Marxist Analysis and Social Anthropology, London, 1975. (Fundamental para compreender as sociedades e as economias primitivas.)
21. Meyer Fortes & E. E. Evans-Pritchard, African Political Systems, London, 1940.
22. Ronald Chilcote, Protest and Resistence in Angola and Brasil, Berkeley, 1972. (O artigo de Marvin Harris responsabiliza Portugal pelo subdesenvolvimento de Angola e do Brasil.)
23. George Murdock, Africa: Its Peoples and Their Cultural History, New York, 1959.
24. Damião Peres, História de Portugal, vários vols., Porto, 1954-58.
25. Gerardo Pery, Geografia e Estatística Geral de Portugal e Colónias, Lisboa, 1875.
26. Fortunato de Almeida, Portugal e as Colónias Portuguesas, Coimbra, 1920.
27. Angel Marvaud, Le Portugal et ses Colonies: Étude Politique et Économique, Paris, 1912.
28. Manuel de Brito Camacho, Moçambique: Problemas Coloniais, Lisboa, 1926.
29. Manuel Gomes da Costa, A Guerra nas Colónias, 1914-1918, Lisboa, s/d.
30. Joaquim M. da Silva Cunha, O Trabalho Indígena: estudo de direito colonial, Lisboa, 1955.
31. James Duffy, A Question of Slavery, Oxford, 1967.
32. António Vicente Ferreira, Estudos Ultramarinos, 4 vols., Lisboa, 1953-55.
33. Henrique Galvão & Carlos Selvagem, Império Ultramarino Português (Monografia do Império), 4 vols., Lisboa, 1950-53.
34. António Baião, Hernâni Cidade & Manuel Múrias, História da Expansão Portuguesa no Mundo, vários vols., Lisboa, 1937-1940.
35. S. W. Honaker, Portuguese East Africa: its resources, industries and trade, Washington, 1923.
36. F. Rocha Martins, História das Colónias Portuguesas, Lisboa, 1933.
37. J. Pyke, Economic Conditions in Portuguese East Africa, London, 1930.
38. A. H. de Oliveira Marques, História de Portugal, 2 vols., 1974.
39. Joel Serrão, Dicionário da História de Portugal, 6 vols., Porto, 1985.
40. António Carreira, As Companhias Pombalinas de Navegação, Comércio e Tráfico de Escravos entre a Costa Africana e o Nordeste Brasileiro, Porto, 1969.
41. Charles R. Boxer, Relações Raciais no Império Colonial Português, Rio de Janeiro, 1967.
42. Vitorino Magalhães Godinho, Economia dos Descobrimentos Henriquinos, Lisboa, 1962.
43. Jaime Cortesão, O Império Português do Oriente, Lisboa.
44. A. H. de Oliveira Marques, A Primeira República Portuguesa: alguns aspectos estruturais, Lisboa, 1971.
45. Sousa Ribeiro, Anuário de Moçambique 1917, Lourenço Marques, 1917. Enfim, há muita bibliografia, sobretudo fontes administrativas, mas convém ter em conta este ensinamento de Jaime Cortesão: «não há documentos sem história. Queremos dizer: as fontes do passado devem ser lidas à luz da cultura geral que as ditou e dos interesses, confessados ou ocultos, que podem mover a pena do autor e obrigá-lo a deformar ou a calar a verdade».
46. António Enes, Moçambique: relatório apresentado ao governo, 3ª ed., Lisboa: Agência Geral das Colónias, 1946. (Acrescento esta referência por sugestão do meu amigo Florêncio que conhece bem esta documentação. Consultar mais bibliografia aqui - Memória de África e do Oriente.)
Esta lista de referências bibliográficas é suficiente para dar início à tarefa de elaborar a História de Moçambique Pré-Colonial e Colonial, a única perspectiva que me interessa verdadeiramente. Depois da Independência de Moçambique em 1975, o país entrou aceleradamente numa guerra civil que destruiu grande parte do seu património. Infelizmente, os portugueses - ao contrário dos ingleses - nunca se interessaram pela etnografia dos povos colonizados. A Inglaterra incentivou o estudo etnográfico dos povos que colonizou, fazendo da Antropologia Social um instrumento da administração colonial. Este facto tem sido muito criticado pela epistemologia da antropologia social, mas o certo é que, graças a essa política colonial, temos excelentes obras de etnologia ao nosso dispor. Se não fosse essa política inglesa, o passado tradicional desses povos primitivos estaria hoje esquecido. (Aliás, hoje podemos criticar abertamente a descolonização e a estranha ideologia que a moveu: a descolonização não trouxe prosperidade; pelo contrário, trouxe miséria extrema. As excepções - USA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia - confirmam a regra: é fácil detectar o que estes países têm em comum.) Como é evidente, Portugal e o seu Império Colonial foram vítimas do seu atraso estrutural: o ensino universitário português foi sempre deficiente, degradante e provinciano. Apesar disso, podemos recuperar esse atraso cultural, fazendo e refazendo a nossa própria história ultramarina sem estarmos sujeitos aos interesses da política colonial. Porém, o país debate-se neste momento sombrio não só com a crise económica e social, mas também com este estranho fenómeno de regressão mental e cognitiva: Portugal oitocentista era um país analfabeto, como dizia Joel Serrão; hoje Portugal é um país de analfabetos diplomados. O nosso futuro é muito negro, porque, com a produção em massa de analfabetos diplomados, o país ficou privado do escasso mérito que teve noutros tempos. O Porto - a Cidade Invicta - tem a sua história fortemente ligada ao Ultramar, primeiro ao Brasil e depois a África. A primeira revolução republicana ocorrida no Porto - 31 de Janeiro de 1891 - foi condicionada pelo malogro da política colonial africana dos governos monárquicos, que havia culminado no Ultimato de 1890. Infelizmente, os cidadãos do Porto também perderam o brilho do passado e, tal como os restantes portugueses, são "burros diplomados".
J Francisco Saraiva de Sousa
6 comentários:
Ai, estava a consultar a bibliografia anglófona e já estou chateado com um gajo que responsabiliza Portugal pelo subdesenvolvimento de Angola e Brasil. Não sei qual é a ex-colónia inglesa - não-branca - desenvolvida!
Acrescentei bibliografia, mas acho que não acrescento mais, até porque são referidos 2 livros de bibliografia extensa.
Prezado Francisco,
Sobre etnografia dos povos colonizados, há um interessante espólio de publicações científicas da Junta de Investigação do Ultramar e da Agência Geral das Colónias.
Desta última, destaco uma obra que entendo relevante para quem se interessa pela história colonial de Moçambique – o Relatório apresentado ao governo, por António Enes (publicado pela 1ª vez em 1893, pela Divisão de Publicações e Biblioteca da Agência Geral das Colónias. As propostas que então apresentava, mantêm-se incrivelmente actuais.
http://memoria-africa.ua.pt/searchRecords/tabid/166/language/pt-PT/Default.aspx?q=AU%20enes,%20antonio
[12405]
ENES, António
Moçambique : relatório apresentado ao governo / António Enes. - 3ª ed. - Lisboa : Agência Geral das Colónias, 1946. - 625 p.
Descritores: Portugal | Moçambique | Colonialismo | História | Relatório | Politica | Economia | Organização administrativa
Cota: MOB-105|UCDCT
__________
Porque só agora chega à Europa e América a discussão sobre impostos sobre grandes fortunas, permita-me recordar António Enes, 1893, pág 301: “Contribuição sumptuária”
“É criada uma contribuição sumptuária, que recairá sobre manifestações de riqueza mencionadas na tabela seguinte:
- Veículo de duas ou quatro rodas, puxado por cavalgadura, não sendo destinado a transportar cargas nem a ser alugado publicamente: 100$000 em terras de 1ª e 2ª ordem; 50$000 em terras de 3ª ordem e 25$000 em terras de 4ª ordem;
- Veículos de duas ou quatro rodas, puxado por gado bovino, não destinado a carga nem a aluger: …40$000; 20$000; 10$000.
- Embarcações não destinadas a transporte de carga ou de passageiros por dinheiro, nem a serviço habitual de pesca, cada uma : (i) movida a vapor, em serviço no litoral: 40$000; 40$000; 40$000; (i) Em serviço nos rios interiores: 20$000; 20$000; 20$000.
-Maxila, maca ou cadeirinha: 40$000; 10$000; 5$000.
-Criados de um ou outro sexo, compreendendo-se nesta designação os cocheiros, cozinheiros, machileiros, remadores, etc.: (i) sendo europeus, por cada um 10$000; 10$000; 10$000; (ii) sendo indigenas ou asiáticos, por cada um a mais de dois, e excepcionalmente quatro machileiros ou seis remadores, por cada machila ou embarcação de que pague contribuição: 4$000; 1$000; 1$000.
- Os sentenciados empregados em serviços domésticos são considerados criados para o efeito do lançamento de contribuíção sumptuária … … .”
Caro Amigo Florêncio
Obrigado pela referência! Adorava contribuir para a elaboração de uma vasta História de Moçambique ou mesmo do Colonialismo Português. Mas não sei se aqui no Porto terei acesso a esses documentos. Em Lisboa ou no Maputo deve ser mais fácil. Porém, os aspectos que mais me interessam são o social e o cultural. Conheço outras histórias de Moçambique que não referi aqui.
Ui, os malditos impostos! Sim, hoje regressaram aqui em força, mas não se aplicam aos ricos! :(
Acabei de ver que está a construir um blogue. Agradecia que me dissesse qualquer coisa quando ele estiver em funcionamento - para o adicionar. :)
Deve ser um gozo ter todas essas publicações à mão! Adorava mas estou distante!
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