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Planisfério de Cantino (1502), a mais antiga carta náutica portuguesa conhecida, mostrando o resultado das viagens de Vasco da Gama à Índia, de Colombo à América Central, de Gaspar Corte Real à Terra Nova e de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, com o meridiano de Tordesilhas assinalado. (Biblioteca estense universitária de Modena.)
Passei quase toda a tarde a pesquisar a bibliografia disponível sobre o Império Colonial Português e aproveito a ocasião para limar algumas arestas relativas ao comportamento etnográfico dos portugueses. Tive hoje nas mãos diversas etnografias de Timor, Angola, Guiné, Goa e Moçambique: consultei-as e reconheço a qualidade de algumas delas. Muito antes de surgir a moda das etnociências, já os portugueses editavam muitos estudos ultramarinos sobre temas etnocientíficos, tais como etnobotânica, etnozoologia, etnofarmacologia ou mesmo etnografias da saúde. Porém, tenho razão quando acuso os portugueses de hoje de serem negligentes e "burros": toda esta vastíssima e preciosa documentação é como se não existisse. E duvido que se possa formar uma equipa de especialistas para fazer o seu inventário crítico e recuperar os melhores estudos, dando-lhes visibilidade pública. |
J Francisco Saraiva de Sousa
3 comentários:
Quando falo de especialistas, falo de pessoas inteligentes e cultas - não de oportunistas e tachistas!
Nós - portugueses do Continente - estamos a ser sacrificados para cobrir dois buracos laranjas: a Madeira do Jardim e o BPN. O buraco da Madeira já é mais de 1% do PIB e vai crescer. Afinal, para que serve a Madeira? Para nos endividar e sacar dinheiro?
De repente, fiquei esmagado com a bibliografia. Hoje entrei em depressão cognitiva: tenho bons pensamentos mas estou fechado em mim mesmo. :(
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