Solidão |
«A vida apareceu à superfície da Terra: qual era antes desse acontecimento a probabilidade de que isso acontecesse? Não está excluída a hipótese, mas, ao contrário, pela estrutura actual da biosfera, de que o acontecimento decisivo se tenha verificado apenas uma única vez. O que significaria que a sua probabilidade a priori era quase nula. /É necessário estar sempre em guarda contra este sentimento tão poderoso do destino. A ciência moderna ignora toda a imanência. O destino inscreve-se à medida em que se cumpre, nunca antes. O nosso não existia antes da emergência da espécie humana, a única na biosfera a utilizar um sistema lógico de comunicação simbólica. Outro acontecimento único que devia, por isso mesmo, prevenir-nos contra todo o antropocentrismo. Se foi único, como o foi talvez o aparecimento da própria vida, é porque, antes de surgir, as probabilidades eram quase nulas. O universo não estava prenhe de vida nem a biosfera do homem. O nosso número saiu à sorte na roleta de Monte Carlo. Que haverá de espantoso em que, tal como aquele que acabou de ganhar 1 bilião, experimentemos a estranheza da nossa própria condição?» (Jacques Monod)
Enfim, nascemos, vivemos e morremos sozinhos nesta Terra condenada à morte quando o Sol sofrer o seu colapso gravitacional: estamos profundamente sós, desde que nascemos até que morremos para o mundo comum. E, pensando bem, até somos mais felizes e autênticos sozinhos do que quando estamos acompanhados: o outro degrada-nos e priva-nos do nosso próprio convívio interior, isto é, do nosso pensamento íntimo e único. O meu maior amigo sou eu próprio. O maior erro que cometemos nesta vida é confiar plenamente no Outro, na luta contra o qual conquistamos a nossa individualidade. Precisamos do Outro para sermos alguma coisa, mas, para nos conquistarmos na nossa autenticidade medular, somos forçados a apagar todos os seus vestígios interiorizados que nos oprimem. Esta fala pertence ao pensamento solitário, a partir do qual pretendo elaborar uma nova figura de pensamento: a figura do pensamento encurralado. Mas, antes de delinear esta figura do pensamento, convém desde já explicitar o seu pressuposto ontológico: a morte - a Senhora Morte - encurrala-nos nesta nossa breve passagem vital pela Terra, o que quer dizer que cada um de nós está sempre-já encurralado pela sua morte certa. A morte obriga-nos a experimentar a estranheza radical da nossa própria condição. Somos a cada momento da nossa vida morte adiada. Perante a morte não somos nada e é esta experiência do nada que somos que define a nossa angústia fundamental: angustiamo-nos para nada. Pensamento terrível que nos rouba o sentido: a nossa vida é em vão. O pensamento da morte ainda não foi pensado até às suas últimas consequências, tal é o medo do homem de encarar o nada que ele próprio é. Todo o homem está condenado ao fracasso num mundo - ele próprio - devastado pela morte. O destino é sempre a morte. Será possível construir um mundo dotado de sentido mínimo com base no pensamento da morte? O medo da morte configurou todas as instituições humanas desde o passado mais remoto: o homem tem procurado até hoje proteger-se da morte, mas todas as muralhas da cidade dos homens que constrói para se proteger da morte são fatalmente corroídas pela própria morte. A última palavra pertence inexoravelmente à morte e o homem não pode escapar a esse destino que é a sua morte num mundo caduco. O homem é um ser de tal modo estranho que só pode escapar da morte quando decide conscientemente suicidar-se. O suicídio consciente é, de certo modo, o único acto verdadeiramente livre do homem. Decidir morrer para escapar ao destino liberta o homem da morte adiada, antecipando livremente a morte final, na certeza porém de não ter vencido a morte e a caducidade do mundo.
A introdução do pensamento da morte no seio do marxismo dissolve automaticamente tudo aquilo que hoje somos forçados a condenar nesta grande filosofia da história que moldou, para o bem e para o mal, o nosso mundo contemporâneo. A ideia de progresso que ousou sonhar com a domesticação da morte encurralou-nos num beco sem saída: em vez de construir um mundo melhor, dotado de sentido mínimo, o progresso destruiu a própria Terra que sustenta a vida. A Terra está doente e a causa dessa doença é a acção do homem alucinado que esqueceu que é um ser da natureza. A luta pela domesticação da morte entregou paradoxalmente o mundo à sua própria morte, o que quer dizer que a lógica do progresso é essencialmente necrófila. Hoje, como procurei mostrar quando esbocei a teoria apocalíptica da História, só podemos ir para além de Marx com a ajuda do próprio Marx. A condenação marxista do capitalismo continua a ser válida: o que hoje não é válido é o sentido que Marx imprimiu à tarefa de transformação do mundo. A conjugação da lógica imanente do capitalismo com o protesto marxista produziu um mundo inviável: o marxismo e o liberalismo partilham a mesma ideia de progresso que encurralou o mundo e o pensamento. Porém, não pretendo aqui elucidar a teoria apocalíptica da História, pelo menos de forma directa e sistemática: o meu objectivo é antes recordar que estamos - ontologicamente falando - encurralados na e pela morte. O pensamento da morte é o pensamento encurralado, cuja missão prática é devolver os homens ao mundo dos mortais. Nietzsche que pensou ser o mais radical demolidor de ilusões, contornou o problema da morte, alegando que o pensamento da morte não é digno de ser pensado. Deste modo, ao pensar a vontade de viver como vontade de poder, Nietzsche converteu-se no grande carrasco da vida na Terra devastada: a forma de vida que forjou para o mundo é a maior aliada da morte cruel. Em matéria de política, Nietzsche é mau conselheiro: o facto de Marx ter consumado a tradição política do Ocidente sem a ter rasurado livra-o dessa terrível responsabilidade, a de condenar o Ocidente ao ocaso. A cópula entre Marx, Nietzsche e Freud foi fatal para o destino do Ocidente. O leitor apressado dirá que vacilo quanto ao sentido a dar ao pensamento encurralado. O que significa a palavra "encurralado"? O dicionário apresenta os seguintes sinónimos: metido em curral, acantonado, preso. Neste sentido, pensamento encurralado quer dizer pensamento impelido para o sítio donde não é possível sair. Ora, o que tenho procurado dizer até aqui é que o pensamento que se livrou da morte - o pensamento que alimenta as ilusões do homem - nos conduziu a um beco donde a única saída é a própria morte. Note-se que o pensamento ilusório que julga ter domesticado o tempo e a morte, pretende desencurralar o homem do seu núcleo essencial: a sua mortalidade essencial que lhe abre as portas da História. Negar a morte é o mesmo que negar a História: o pensamento que deseja libertar o homem da morte não rompe com o seu adversário, o pensamento que sonha a eternidade ou, simplesmente, a imortalidade. Mas a acusação que faço ao pensamento que diz ser libertador - quando na verdade é pensamento ilusório - é mais grave e mais profunda: o dito pensamento libertador "desencurralou" o homem à custa de o meter num curral, onde ele perdeu todas as faculdades que fazem dele um ser humano. A "libertação" produziu o seu próprio contrário: a mais terrível forma de escravidão que, ao contrário da escravatura do mundo antigo, priva os homens da sua humanidade. Os escravos de hoje - as consciências felizes! - são menos cultos e, infinitamente, menos humanos que os escravos da Grécia Antiga. O grande inimigo de Nietzsche - o próprio Platão - permite-nos demolir a última grande ilusão da humanidade: o Sim de Nietzsche à Vida é substituído pelo Sim à Morte, através do qual negamos fechar a História num beco sem saída. Já devem ter vislumbrado a presença da dialéctica como abertura total: o pensamento da morte não nos livra da própria morte; livra-nos - isso sim! - de continuar a sonhar com o impossível, a domesticação do tempo e da morte. Dizer Sim à Morte é aceitar serenamente a nossa condição essencial de seres encurralados na e pela morte, outro modo de pensar o homem como ser-sem-abrigo, a única condição que, quando assumida resolutamente, nos abre tanto quanto possível as portas do futuro. O pensamento encurralado na e pela morte é um pensamento nocturno: a longa noite que o acompanha é demasiado escura para lhe permitir vislumbrar um novo mundo, a versão precária do Paraíso. Nós que aceitamos a morte habitamos os abismos da noite funda: o pensamento do amanhecer é-nos profundamente alheio. Já não sonhamos com a aurora de um mundo ilusório e, em vez de profetizar novos mundos, novas auroras, que a flecha do tempo mergulha um após outro na catástrofe, somos guardiões da profunda meia-noite que somos enquanto seres sem-abrigo. Já não somos utópicos, detestamos o meio-dia, temos por companhia as criaturas nocturnas e arriscamos facilmente a nossa vida! Acabei de dar uma machadada profunda na Filosofia Ocidental, sem no entanto abdicar da própria Filosofia: o sentido desta machadada - a chaga que abre no corpo da Filosofia - elucida o sentido profundo dos poemas Deixai Entrar A Morte e À Morte de Florbela Espanca que dizem:
Deixai entrar a Morte, a Iluminada.
A que vem para mim, pra me levar.
Abri todas as portas par em par
Com asas a bater em revoada.
Que sou eu neste mundo? A deserdada,
A que prendeu nas mãos todo o luar,
A vida inteira, o sonho, a terra, o mar
E que, ao abri-las, não encontrou nada!
Ó Mãe! Ó minha Mãe, pra que nasceste?
Entre agonias e em dores tamanhas
Pra que foi, dize lá, que me trouxeste
Dentro de ti?... Pra que eu tivesse sido
Somente o fruto amargo das entranhas
Dum lírio que em má hora foi nascido!... (Deixai Entrar A Morte)
Morte, minha Senhora Dona Morte,
Tão bom que deve ser o teu abraço!
Lânguido e doce como um doce laço
E como uma raiz, sereno e forte.
Não há mal que não sare ou não conforte
Tua mão que nos guia passo a passo,
Em ti, dentro de ti, no teu regaço
Não há triste destino nem má sorte.
Dona Morte dos dedos de veludo,
Fecha-me os olhos que já viram tudo!
Prende-me as asas que voaram tanto!
Vim da Moirama, sou filha de rei,
Má fada me encantou e aqui fiquei
À tua espera... quebra-me o encanto! (À Morte)
J Francisco Saraiva de Sousa
Enfim, nascemos, vivemos e morremos sozinhos nesta Terra condenada à morte quando o Sol sofrer o seu colapso gravitacional: estamos profundamente sós, desde que nascemos até que morremos para o mundo comum. E, pensando bem, até somos mais felizes e autênticos sozinhos do que quando estamos acompanhados: o outro degrada-nos e priva-nos do nosso próprio convívio interior, isto é, do nosso pensamento íntimo e único. O meu maior amigo sou eu próprio. O maior erro que cometemos nesta vida é confiar plenamente no Outro, na luta contra o qual conquistamos a nossa individualidade. Precisamos do Outro para sermos alguma coisa, mas, para nos conquistarmos na nossa autenticidade medular, somos forçados a apagar todos os seus vestígios interiorizados que nos oprimem. Esta fala pertence ao pensamento solitário, a partir do qual pretendo elaborar uma nova figura de pensamento: a figura do pensamento encurralado. Mas, antes de delinear esta figura do pensamento, convém desde já explicitar o seu pressuposto ontológico: a morte - a Senhora Morte - encurrala-nos nesta nossa breve passagem vital pela Terra, o que quer dizer que cada um de nós está sempre-já encurralado pela sua morte certa. A morte obriga-nos a experimentar a estranheza radical da nossa própria condição. Somos a cada momento da nossa vida morte adiada. Perante a morte não somos nada e é esta experiência do nada que somos que define a nossa angústia fundamental: angustiamo-nos para nada. Pensamento terrível que nos rouba o sentido: a nossa vida é em vão. O pensamento da morte ainda não foi pensado até às suas últimas consequências, tal é o medo do homem de encarar o nada que ele próprio é. Todo o homem está condenado ao fracasso num mundo - ele próprio - devastado pela morte. O destino é sempre a morte. Será possível construir um mundo dotado de sentido mínimo com base no pensamento da morte? O medo da morte configurou todas as instituições humanas desde o passado mais remoto: o homem tem procurado até hoje proteger-se da morte, mas todas as muralhas da cidade dos homens que constrói para se proteger da morte são fatalmente corroídas pela própria morte. A última palavra pertence inexoravelmente à morte e o homem não pode escapar a esse destino que é a sua morte num mundo caduco. O homem é um ser de tal modo estranho que só pode escapar da morte quando decide conscientemente suicidar-se. O suicídio consciente é, de certo modo, o único acto verdadeiramente livre do homem. Decidir morrer para escapar ao destino liberta o homem da morte adiada, antecipando livremente a morte final, na certeza porém de não ter vencido a morte e a caducidade do mundo.
A introdução do pensamento da morte no seio do marxismo dissolve automaticamente tudo aquilo que hoje somos forçados a condenar nesta grande filosofia da história que moldou, para o bem e para o mal, o nosso mundo contemporâneo. A ideia de progresso que ousou sonhar com a domesticação da morte encurralou-nos num beco sem saída: em vez de construir um mundo melhor, dotado de sentido mínimo, o progresso destruiu a própria Terra que sustenta a vida. A Terra está doente e a causa dessa doença é a acção do homem alucinado que esqueceu que é um ser da natureza. A luta pela domesticação da morte entregou paradoxalmente o mundo à sua própria morte, o que quer dizer que a lógica do progresso é essencialmente necrófila. Hoje, como procurei mostrar quando esbocei a teoria apocalíptica da História, só podemos ir para além de Marx com a ajuda do próprio Marx. A condenação marxista do capitalismo continua a ser válida: o que hoje não é válido é o sentido que Marx imprimiu à tarefa de transformação do mundo. A conjugação da lógica imanente do capitalismo com o protesto marxista produziu um mundo inviável: o marxismo e o liberalismo partilham a mesma ideia de progresso que encurralou o mundo e o pensamento. Porém, não pretendo aqui elucidar a teoria apocalíptica da História, pelo menos de forma directa e sistemática: o meu objectivo é antes recordar que estamos - ontologicamente falando - encurralados na e pela morte. O pensamento da morte é o pensamento encurralado, cuja missão prática é devolver os homens ao mundo dos mortais. Nietzsche que pensou ser o mais radical demolidor de ilusões, contornou o problema da morte, alegando que o pensamento da morte não é digno de ser pensado. Deste modo, ao pensar a vontade de viver como vontade de poder, Nietzsche converteu-se no grande carrasco da vida na Terra devastada: a forma de vida que forjou para o mundo é a maior aliada da morte cruel. Em matéria de política, Nietzsche é mau conselheiro: o facto de Marx ter consumado a tradição política do Ocidente sem a ter rasurado livra-o dessa terrível responsabilidade, a de condenar o Ocidente ao ocaso. A cópula entre Marx, Nietzsche e Freud foi fatal para o destino do Ocidente. O leitor apressado dirá que vacilo quanto ao sentido a dar ao pensamento encurralado. O que significa a palavra "encurralado"? O dicionário apresenta os seguintes sinónimos: metido em curral, acantonado, preso. Neste sentido, pensamento encurralado quer dizer pensamento impelido para o sítio donde não é possível sair. Ora, o que tenho procurado dizer até aqui é que o pensamento que se livrou da morte - o pensamento que alimenta as ilusões do homem - nos conduziu a um beco donde a única saída é a própria morte. Note-se que o pensamento ilusório que julga ter domesticado o tempo e a morte, pretende desencurralar o homem do seu núcleo essencial: a sua mortalidade essencial que lhe abre as portas da História. Negar a morte é o mesmo que negar a História: o pensamento que deseja libertar o homem da morte não rompe com o seu adversário, o pensamento que sonha a eternidade ou, simplesmente, a imortalidade. Mas a acusação que faço ao pensamento que diz ser libertador - quando na verdade é pensamento ilusório - é mais grave e mais profunda: o dito pensamento libertador "desencurralou" o homem à custa de o meter num curral, onde ele perdeu todas as faculdades que fazem dele um ser humano. A "libertação" produziu o seu próprio contrário: a mais terrível forma de escravidão que, ao contrário da escravatura do mundo antigo, priva os homens da sua humanidade. Os escravos de hoje - as consciências felizes! - são menos cultos e, infinitamente, menos humanos que os escravos da Grécia Antiga. O grande inimigo de Nietzsche - o próprio Platão - permite-nos demolir a última grande ilusão da humanidade: o Sim de Nietzsche à Vida é substituído pelo Sim à Morte, através do qual negamos fechar a História num beco sem saída. Já devem ter vislumbrado a presença da dialéctica como abertura total: o pensamento da morte não nos livra da própria morte; livra-nos - isso sim! - de continuar a sonhar com o impossível, a domesticação do tempo e da morte. Dizer Sim à Morte é aceitar serenamente a nossa condição essencial de seres encurralados na e pela morte, outro modo de pensar o homem como ser-sem-abrigo, a única condição que, quando assumida resolutamente, nos abre tanto quanto possível as portas do futuro. O pensamento encurralado na e pela morte é um pensamento nocturno: a longa noite que o acompanha é demasiado escura para lhe permitir vislumbrar um novo mundo, a versão precária do Paraíso. Nós que aceitamos a morte habitamos os abismos da noite funda: o pensamento do amanhecer é-nos profundamente alheio. Já não sonhamos com a aurora de um mundo ilusório e, em vez de profetizar novos mundos, novas auroras, que a flecha do tempo mergulha um após outro na catástrofe, somos guardiões da profunda meia-noite que somos enquanto seres sem-abrigo. Já não somos utópicos, detestamos o meio-dia, temos por companhia as criaturas nocturnas e arriscamos facilmente a nossa vida! Acabei de dar uma machadada profunda na Filosofia Ocidental, sem no entanto abdicar da própria Filosofia: o sentido desta machadada - a chaga que abre no corpo da Filosofia - elucida o sentido profundo dos poemas Deixai Entrar A Morte e À Morte de Florbela Espanca que dizem:
Deixai entrar a Morte, a Iluminada.
A que vem para mim, pra me levar.
Abri todas as portas par em par
Com asas a bater em revoada.
Que sou eu neste mundo? A deserdada,
A que prendeu nas mãos todo o luar,
A vida inteira, o sonho, a terra, o mar
E que, ao abri-las, não encontrou nada!
Ó Mãe! Ó minha Mãe, pra que nasceste?
Entre agonias e em dores tamanhas
Pra que foi, dize lá, que me trouxeste
Dentro de ti?... Pra que eu tivesse sido
Somente o fruto amargo das entranhas
Dum lírio que em má hora foi nascido!... (Deixai Entrar A Morte)
Morte, minha Senhora Dona Morte,
Tão bom que deve ser o teu abraço!
Lânguido e doce como um doce laço
E como uma raiz, sereno e forte.
Não há mal que não sare ou não conforte
Tua mão que nos guia passo a passo,
Em ti, dentro de ti, no teu regaço
Não há triste destino nem má sorte.
Dona Morte dos dedos de veludo,
Fecha-me os olhos que já viram tudo!
Prende-me as asas que voaram tanto!
Vim da Moirama, sou filha de rei,
Má fada me encantou e aqui fiquei
À tua espera... quebra-me o encanto! (À Morte)
J Francisco Saraiva de Sousa
5 comentários:
Prof. Saraiva, quando eu crescer, quero escrever como você... Tudo que literalmente penso, mas não tenho capacidade acadêmica de escrever, venho ao blog, e voilà! Parabéns!
Obrigado pelo ânimo! Vou ver se consigo levar este texto a bom porto! :)
Acho que consegui levar o meu pensamento a bom Porto! Pelo menos, ele elucida dois poemas de Florbela Espanca, abrindo as portas para outro cenário nocturno mas saudável.
Apreciei esta recepção brasileira do meu texto sobre José Saramago:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABFp4AJ/artigo-sobre-caim-sipe-final
Thanks! Já sabem que o meu blog também é brasileiro. :)
Os autores são do Curso de Nutrição da Universidade do Estado da Baía.
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