O Primeiro-Ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, foi recentemente peremptório quando afirmou que toda a sua política geral consiste em empobrecer Portugal para consolidar o orçamento do Estado. Manuel Carvalho da Silva (CGTP) sacou desta afirmação o elogio dos cortes, do desemprego galopante e das políticas recessivas. O debate Prós e Contras (22 de Novembro) debruçou-se basicamente sobre o mercado do trabalho, tendo como pano de fundo a greve geral que vai realizar-se no próximo dia 24 de Novembro. As associações sindicais - Carvalho da Silva (CGTP) e João Proença (UGT) - e patronais - António Saraiva (CIP) e Pedro Ferraz da Costa (Fórum para a Competitividade) - reconheceram a falência da concertação social, pela qual responsabilizaram o actual governo de Direita, e, sobretudo através da voz de Ferraz da Costa, acusaram o governo de não ter uma linha política de rumo definido, ideia que foi reforçada por António Saraiva para mostrar que, sem uma perspectiva de futuro, os portugueses não compreendem a gravidade dos sacrifícios que lhes são exigidos pelo plano acordado entre o Primeiro-Ministro e o Ministro das Finanças, sem a participação dos restantes membros do governo. Ninguém está satisfeito com as políticas de empobrecimento do governo chefiado por Passos Coelho e quase todos pensam que elas vão mergulhar rapidamente o país na recessão e no caos. Além disso, foram unânimes a condenar a troika: João Proença lembrou que a troika falhou redondamente na Grécia, o que demonstra que as políticas de consolidação orçamental - políticas de cortes - não conduzem a nada. Para Carvalho da Silva, a troika é o governo dos agiotas e dos credores de Portugal, e, para António Saraiva, a fórmula macro-económica da troika não se adapta à realidade micro-económica das empresas portuguesas. Todos os convidados de Fátima Campos Ferreira condenaram a ideia proposta pela troika de cortar os salários no sector privado. Com as políticas recessivas que o governo está a implementar, indo para além da troika, Portugal não vai crescer nos próximos anos. Jorge Bacelar Gouveia que não é um homem de esquerda, vai fazer greve no dia 24 de Novembro, colocando-se ao lado das duas confederações sindicais portuguesas. De resto, o debate foi monótono e repetitivo, sem acrescentar nada de novo ao que já todos sabemos. Ferraz da Costa propôs um outro debate para discutir a tal "linha de fundo para a competitividade", mas esqueceu que a sociedade portuguesa não está estruturalmente organizada para promover o mérito e a competitividade. O mal português é radical e, sem a ajuda inteligente de uma série de catástrofes naturais selectivas, não vejo futuro para Portugal. Os portugueses têm o que merecem: a inutilidade humana dos portugueses evidencia-se na sua incapacidade de resolver os problemas, virando a página. Discutir os mesmos problemas, ano após ano, não abona a favor da inteligência dos portugueses. Comentar a eterna repetição dos mesmos problemas empobrece a mente de um ser inteligente. Portugal não tem futuro e suspeito que a situação portuguesa seja equivalente à situação grega. Um povo que nunca produziu uma Filosofia não pode ter futuro: o Portugal Real é-nos mostrado diariamente na Secret Story 2 ou Casa dos Segredos (TVI). O resto é um bando horrível de Duarte's Lima's!
J Francisco Saraiva de Sousa
J Francisco Saraiva de Sousa
1 comentário:
Obrigado a todos os que me enviam e-mails tão simpáticos! Não posso responder a todos, um a um.
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