A pornografia é geralmente definida como a descrição ou a imagem de corpos nus ou quase nus em contacto sexual, usada para entretenimento, excitação e estimulação sexuais e também como fonte de informação sobre a sexualidade, particularmente para as pessoas mais jovens (Trostle, 2003; Zillmann & Bryant, 1982).
A acessibilidade da pornografia nos mass media (jornais, revistas, filmes, televisão ou Internet) aumentou ao mesmo ritmo que o desenvolvimento tecnológico favorecia a sua produção e distribuição (Lewin, 1997). Os livros e as revistas foram o meio mais popular usado pelos indivíduos antes de 1970 e os filmes de 8-mm foram o meio preferencial dos anos 70 do século passado. Os filmes pornográficos tornaram-se mais acessíveis nos anos 80 do século XX e o VCR tornou-se frequente nas casas particulares. A TV a cabo e via satélite levaram a pornografia até às salas das pessoas. A Internet já era o meio dos anos 90 do século XX e continua a ser (Lewin, 1997).
Traeen & Nilsen (2006) estudaram recentemente o uso da pornografia na Noruega e os resultados mostraram que a maioria dos noruegueses, com idades compreendidas entre os 18 e os 49 anos, foi exposta à pornografia: 82% dizem ter lido revistas pornográficas, 84% viram filmes pornográficos, e 34% examinaram pornografia na Internet, dos quais 14% tinham participado em chatting eróticos no último ano. Neste estudo, o género foi a variável mais significativa para predizer o uso da pornografia: os homens relataram maior uso da pornografia que as mulheres. O uso da pornografia por parte das mulheres parece estar muito conectada ao uso que os seus parceiros fazem da pornografia. Isto significa que as mulheres tendem a partilhar o uso da pornografia com os seus parceiros, talvez devido ao desejo manifestado por estes últimos. Comparadas com os homens, a maioria das mulheres que tinha visto pornografia na Internet durante os últimos 12 meses participou também em chatting eróticos. Além disso, o uso da pornografia varia muito em função da orientação sexual: os homens gay/bissexuais e as mulheres lésbicas/bissexuais disseram ter feito um maior uso da pornografia do que os homens e as mulheres heterossexuais. O nível de educação predizia a exposição à pornografia na Internet, nas revistas e nos filmes. E os indivíduos mais jovens eram mais propensos a utilizar a Internet para ver materiais pornográficos e para a prática de chatting erótico. Finalmente, o número de parceiros sexuais estava associado com o uso da pornografia em todos os mass media e a idade em que começaram a fazer sexo estava associada com o uso da pornografia em revistas e em filmes. Estes resultados são muito similares com outros resultados obtidos por estudos da pornografia por parte de suecos (Lewin, 1997), finlandeses (Haavio-Mannila & Kontula, 2003) e noruegueses (Traeen et al., 2004). Todos estes estudos mostraram que o uso da pornografia decresce com o aumento da idade e que uma elevada percentagem de utilizadores da Internet parece ver regularmente pornografia. Além disso, a Internet é o medium dos segmentos mais jovens da população, que a utilizam como um meio ou arena sexual. Segundo Cooper (1998), os factores que facilitam este maior uso da Internet são a acessibilidade, a disponibilidade e o anonimato, geralmente referidos como the triple A-engine, aos quais King (1999) acrescentou a aceitabilidade. Contudo, quanto às diferenças, verifica-se que os homens e as mulheres fazem um uso diferente da Internet como arena sexual: as mulheres parecem preferir as actividades interactivas (chatting e e-mail), enquanto os homens parecem preferir as actividades individuais (Cooper et al., 2000; Podlas, 2000). O facto dos homens gay fazerem um maior uso da pornografia da Internet pode ser explicada pelo facto desta garantir maior anonimato (Benotsch et al., 2002; Rhodes et al., 2002; Tikkanen & Ross, 2003). Para estes indivíduos marginalizados, a Internet constitui um meio seguro que lhes permite revelar o seu "self verdadeiro" (Rogers), sem temerem represálias. Num outro estudo norueguês, Träeen et al., (2002) tinham mostrado que 90% dos noruegueses dizem ter sido expostos a materiais pornográficos, embora muitos poucos usassem a pornografia muito frequentemente. Quanto à escolha do meio, os homens e as mulheres exibiam padrões diferenciados: os homens e os indivíduos mais jovens expressaram atitudes mais positivas em relação à pornografia do que as mulheres e as pessoas mais idosas. Os homens solteiros usavam solitariamente mais a pornografia, talvez para se excitarem e se estimularem sexualmente, e as mulheres usavam-na na companhia dos seus parceiros. Os homens novos usavam mais a Internet, tanto para observar sites pornográficos como para participarem em chatting eróticos. Apesar da especificidade e da permissividade da cultura sexual nórdica, existem algumas diferenças de género quanto às atitudes e ao uso da pornografia: os homens eram mais porno-orientados do que as mulheres, o que parece sugerir que a sua sex drive é mais elevada do que a das mulheres. Os nossos resultados obtidos do estudo de campo, reforçado por uma ciberpesquisa do uso da pornografia em Portugal, cujo delineamento experimental se assemelha muito ao de Allen (2005), embora mais ousado em termos de procedimentos e de estratagemas, mostraram resultados semelhantes aqueles apresentados pelos estudos referidos, embora se suponha (erroneamente) que a nossa cultura seja menos permissiva que a cultura nórdica. Entre os homens gay e bissexuais observados, aqueles que fazem um uso compulsivo da Internet, com a finalidade de procurar parceiros sexuais, investem muito mais tempo, dinheiro e energia a perseguir experiências de cibersexo, com consequências negativas em termos de depressão, ansiedade e problemas relacionados com os parceiros reais (ciúmes, divórcios/separações, violência doméstica), além de serem mais propensos em desenvolver uma adição às ciber-relações sexuais online, sobretudo quando fazem uso diário ou quase diário, via Web-cam, da Internet, com uma multiplicidade de "amigos online". Além disso, detectámos um outro comportamento: os indivíduos auto-intitulados bissexuais do sexo masculino, muitos dos quais casados heterossexualmente e com filhos, frequentam muitíssimo os chatting eróticos, em busca de parceiros sexuais, com os quais preferem fazer sexo ao fim da tarde, após saírem dos empregos, ou no período do almoço. E, quando não são bem sucedidos por meio da Internet, fazem as suas rondas em certas zonas de "frequência gay" ou dirigem-se às Estações de Serviços, onde facilmente têm encontros sexuais, antes de regressarem a casa, para junto da família. Por conseguinte, os homens gay e bissexuais possuem o seu lovemap preferido: um esquema cognitivo e emotivo que lhes fornece as trajectórias para as suas ideações e acções sexuais predilectas (Money, 1986). Finalmente, devemos referir dois outros resultados: os adolescentes ou mesmo alguns pré-adolescentes participam muito regularmente na prática de chatting erótico, procurando seduzir indivíduos mais velhos, com os quais desejam fazer sexo. Isto sugere que estes indivíduos muito jovens, que já descobriram a sua verdadeira orientação sexual, desejam ser iniciados nas práticas homossexuais por indivíduos mais velhos, pelos quais sentem uma forte preferência sexual, pelo menos durante a adolescência, independentemente do seu papel sexual preferido. Alguns homens heterossexuais, após contactarem regularmente com outros utentes homossexuais, revelam um forte desejo de experimentar relações sexuais: umas de cibersexo, com ou sem recurso à Web-cam, outras telefónicas e outras ainda offline. Curiosamente, a fluxo de contactos privilegiados observados saturadamente na pesquisa de terreno dos comportamentos homossexuais em lugares públicos foi observada igualmente na ciberpesquisa: os contactos gay entre indivíduos das cidades de Lisboa e do Porto são claramente preferidos, em detrimento dos contactos com indivíduos de outras cidades ou distritos portugueses, e, tal como se verifica nos estudos estrangeiros referidos, os homens usam muito mais a Internet com fins sexuais e uso da pornografia do que as mulheres, incluindo as lésbicas. J Francisco Saraiva de Sousa
A acessibilidade da pornografia nos mass media (jornais, revistas, filmes, televisão ou Internet) aumentou ao mesmo ritmo que o desenvolvimento tecnológico favorecia a sua produção e distribuição (Lewin, 1997). Os livros e as revistas foram o meio mais popular usado pelos indivíduos antes de 1970 e os filmes de 8-mm foram o meio preferencial dos anos 70 do século passado. Os filmes pornográficos tornaram-se mais acessíveis nos anos 80 do século XX e o VCR tornou-se frequente nas casas particulares. A TV a cabo e via satélite levaram a pornografia até às salas das pessoas. A Internet já era o meio dos anos 90 do século XX e continua a ser (Lewin, 1997).
Traeen & Nilsen (2006) estudaram recentemente o uso da pornografia na Noruega e os resultados mostraram que a maioria dos noruegueses, com idades compreendidas entre os 18 e os 49 anos, foi exposta à pornografia: 82% dizem ter lido revistas pornográficas, 84% viram filmes pornográficos, e 34% examinaram pornografia na Internet, dos quais 14% tinham participado em chatting eróticos no último ano. Neste estudo, o género foi a variável mais significativa para predizer o uso da pornografia: os homens relataram maior uso da pornografia que as mulheres. O uso da pornografia por parte das mulheres parece estar muito conectada ao uso que os seus parceiros fazem da pornografia. Isto significa que as mulheres tendem a partilhar o uso da pornografia com os seus parceiros, talvez devido ao desejo manifestado por estes últimos. Comparadas com os homens, a maioria das mulheres que tinha visto pornografia na Internet durante os últimos 12 meses participou também em chatting eróticos. Além disso, o uso da pornografia varia muito em função da orientação sexual: os homens gay/bissexuais e as mulheres lésbicas/bissexuais disseram ter feito um maior uso da pornografia do que os homens e as mulheres heterossexuais. O nível de educação predizia a exposição à pornografia na Internet, nas revistas e nos filmes. E os indivíduos mais jovens eram mais propensos a utilizar a Internet para ver materiais pornográficos e para a prática de chatting erótico. Finalmente, o número de parceiros sexuais estava associado com o uso da pornografia em todos os mass media e a idade em que começaram a fazer sexo estava associada com o uso da pornografia em revistas e em filmes. Estes resultados são muito similares com outros resultados obtidos por estudos da pornografia por parte de suecos (Lewin, 1997), finlandeses (Haavio-Mannila & Kontula, 2003) e noruegueses (Traeen et al., 2004). Todos estes estudos mostraram que o uso da pornografia decresce com o aumento da idade e que uma elevada percentagem de utilizadores da Internet parece ver regularmente pornografia. Além disso, a Internet é o medium dos segmentos mais jovens da população, que a utilizam como um meio ou arena sexual. Segundo Cooper (1998), os factores que facilitam este maior uso da Internet são a acessibilidade, a disponibilidade e o anonimato, geralmente referidos como the triple A-engine, aos quais King (1999) acrescentou a aceitabilidade. Contudo, quanto às diferenças, verifica-se que os homens e as mulheres fazem um uso diferente da Internet como arena sexual: as mulheres parecem preferir as actividades interactivas (chatting e e-mail), enquanto os homens parecem preferir as actividades individuais (Cooper et al., 2000; Podlas, 2000). O facto dos homens gay fazerem um maior uso da pornografia da Internet pode ser explicada pelo facto desta garantir maior anonimato (Benotsch et al., 2002; Rhodes et al., 2002; Tikkanen & Ross, 2003). Para estes indivíduos marginalizados, a Internet constitui um meio seguro que lhes permite revelar o seu "self verdadeiro" (Rogers), sem temerem represálias. Num outro estudo norueguês, Träeen et al., (2002) tinham mostrado que 90% dos noruegueses dizem ter sido expostos a materiais pornográficos, embora muitos poucos usassem a pornografia muito frequentemente. Quanto à escolha do meio, os homens e as mulheres exibiam padrões diferenciados: os homens e os indivíduos mais jovens expressaram atitudes mais positivas em relação à pornografia do que as mulheres e as pessoas mais idosas. Os homens solteiros usavam solitariamente mais a pornografia, talvez para se excitarem e se estimularem sexualmente, e as mulheres usavam-na na companhia dos seus parceiros. Os homens novos usavam mais a Internet, tanto para observar sites pornográficos como para participarem em chatting eróticos. Apesar da especificidade e da permissividade da cultura sexual nórdica, existem algumas diferenças de género quanto às atitudes e ao uso da pornografia: os homens eram mais porno-orientados do que as mulheres, o que parece sugerir que a sua sex drive é mais elevada do que a das mulheres. Os nossos resultados obtidos do estudo de campo, reforçado por uma ciberpesquisa do uso da pornografia em Portugal, cujo delineamento experimental se assemelha muito ao de Allen (2005), embora mais ousado em termos de procedimentos e de estratagemas, mostraram resultados semelhantes aqueles apresentados pelos estudos referidos, embora se suponha (erroneamente) que a nossa cultura seja menos permissiva que a cultura nórdica. Entre os homens gay e bissexuais observados, aqueles que fazem um uso compulsivo da Internet, com a finalidade de procurar parceiros sexuais, investem muito mais tempo, dinheiro e energia a perseguir experiências de cibersexo, com consequências negativas em termos de depressão, ansiedade e problemas relacionados com os parceiros reais (ciúmes, divórcios/separações, violência doméstica), além de serem mais propensos em desenvolver uma adição às ciber-relações sexuais online, sobretudo quando fazem uso diário ou quase diário, via Web-cam, da Internet, com uma multiplicidade de "amigos online". Além disso, detectámos um outro comportamento: os indivíduos auto-intitulados bissexuais do sexo masculino, muitos dos quais casados heterossexualmente e com filhos, frequentam muitíssimo os chatting eróticos, em busca de parceiros sexuais, com os quais preferem fazer sexo ao fim da tarde, após saírem dos empregos, ou no período do almoço. E, quando não são bem sucedidos por meio da Internet, fazem as suas rondas em certas zonas de "frequência gay" ou dirigem-se às Estações de Serviços, onde facilmente têm encontros sexuais, antes de regressarem a casa, para junto da família. Por conseguinte, os homens gay e bissexuais possuem o seu lovemap preferido: um esquema cognitivo e emotivo que lhes fornece as trajectórias para as suas ideações e acções sexuais predilectas (Money, 1986). Finalmente, devemos referir dois outros resultados: os adolescentes ou mesmo alguns pré-adolescentes participam muito regularmente na prática de chatting erótico, procurando seduzir indivíduos mais velhos, com os quais desejam fazer sexo. Isto sugere que estes indivíduos muito jovens, que já descobriram a sua verdadeira orientação sexual, desejam ser iniciados nas práticas homossexuais por indivíduos mais velhos, pelos quais sentem uma forte preferência sexual, pelo menos durante a adolescência, independentemente do seu papel sexual preferido. Alguns homens heterossexuais, após contactarem regularmente com outros utentes homossexuais, revelam um forte desejo de experimentar relações sexuais: umas de cibersexo, com ou sem recurso à Web-cam, outras telefónicas e outras ainda offline. Curiosamente, a fluxo de contactos privilegiados observados saturadamente na pesquisa de terreno dos comportamentos homossexuais em lugares públicos foi observada igualmente na ciberpesquisa: os contactos gay entre indivíduos das cidades de Lisboa e do Porto são claramente preferidos, em detrimento dos contactos com indivíduos de outras cidades ou distritos portugueses, e, tal como se verifica nos estudos estrangeiros referidos, os homens usam muito mais a Internet com fins sexuais e uso da pornografia do que as mulheres, incluindo as lésbicas. J Francisco Saraiva de Sousa
39 comentários:
Não vou comentar propriamente o tema, visto já o ter feito noutras ocasiões.
Fiquei presa à especificidade e da permissividade da cultura sexual nórdica... porque fez-me recordar uma notícia que li que me chocou: bordéis de animais na Holanda e Escandinávia! Com ovelhas e outros mamíferos para satisfação sexual... as associações de protecção dos animais manifestam-se contra, mas os donos dos prostíbulos dizem que os animais não são mal tratados. Enfim... eu acho que a vida demasiado regrada de dia, fá-los delirar durante a noite (aos nórdicos).
Isso é zoofilia. Também tenho alguns casos em Portugal, um deles está associado a uma forma de retardamento mental. Qualquer dia, escrevo sobre este tema.
Mas a cultura erótica portuguesa também é permissiva, mas talvez mais hipócrita ou simulada. Mas as nossas noites fervilham de sexo e de erotismo. O interessante da minha pesquisa reside no facto de homens heterossexuais casados fazerem sexo com outros homens online e offline. Ainda estou a trabalhar os dados, mas talvez forneça um ou outro estudo de caso.
Outro aspecto são casais hetero procurarem um terceiro ou praticarem troca de parceiros. Existem mulheres que acompanham os maridos até ao local de engate e ficam no carro enquanto o marido vai fazer sexo com outro(s) homem(ens).
Não me lembro de ter editado post sobre estes estudos nórdicos, embora tenha já falado deste tema. :)
N sei se se referia a estes estudos, mas já editou sobre pornografia...
Sim, aqui tb, mas a nossa cultura é precisamente como diz: mais cínica; aliás, os nórdicos são muito directos e expressivos na sua abordagem sexual, mesmo as mulheres... :)
Sim, isso acontece sobretudo com homens mais velhos, com uma vida profissional segura, com filhos, e para n a desiquilibrarem, têm vidas duplas. Este "tipo" é reconhecível, porque n é incomum. Julgo que os mais jovens assumem a sua sexualidade com mais naturalidade e honestidade. Ou, pelo menos, assim espero.
Sim, o swing e o ménage estão em voga... que são, muitas vezes, bóias de salvação para relações a morrer.
Desconhecia que há mulheres que ficam no carro à espera dos homens se saciarem com outros homens: beneméritas!
E muitas não são ainda casadas. Já contactei com algumas que choravam copiosamente, mas dizem amá-los. Complicado.
Também existem casos em que é o marido que fica a ver a mulher a fazer sexo com a amiga. Muito frequente em Lisboa e comum nas classes médias e elevadas. :)
Esse é o desejo de qq homem heterosexual, Francisco. :)))
Fala da idade. Sim, existem diferenças: os jovens fazem sexo com naturalidade. Honestidade, não sei! Os homens jovens portugueses exibem-se facilmente e, mesmo que eestejam num café com a namorada, se estiverem interessados em alguém, vão ao WC, sendo seguidos, onde podem fazer sexo ou trocar números de telémoveis, para combinar. Tudo muito mais liberal. Os mais velhos ficam perplexos, mas começam a aprender. As mulheres também facilitam e têm os seus casos. :)
Mas nem sempre os homens hetero saciam os seus desejos, porque a amiga pode ser lésbica convicta. nesse caso, fica a ver navios e as minhas colaboradoras lésbicas e não só dizem que eles desistem e vão para a sala.
Outros casais hetero preferem um terceiro do sexo masculino. Quem beneficia: a mulher ou o homem? Complexo... :)
Mas existem muitas combinações e as situações variam muito! :)))
Ahahah :D fez-me rir... pois o ideal é que o terceiro elemento seja bi! Senão é um trio ineficaz. Mas tb n necessariamente, por exemplo: num casal cujo terceiro elemente é masculino, o marido ou namorado pode querer proporcionar prazer redobrado à mulher e ter prazer assim. Ou então mesmo só voyeurismo.
Sim, a sexualidade é complexa, mas segundo o q me diz a masculina homo é bastante simples: viagens ao wc e já está. Impressionante, acompanham o ritmo acelerado dos tempos modernos. :)))
Sim, os homo são muito práticos, demasiado práticos mesmo lidando com a multiplicidade!
Sim, essas situações de que fala também ocorrem. A complexidade precisa ser explicada. :)
Papillon
Concentrei-me num determinado perfil de homens e de mulheres que merece ser estudo e explicado, porque podem ajudar a compreender melhor a mecânica da sexualidade humana. :)
Sim, eu, enquanto "amiga da sabedoria", acho muito interessante o seu objecto de estudo.
Acho que a sexualidade humana terá sempre o seu reduto de inexplicabilidade, contudo. :)
É: sex é sex e, ainda por cima, é bom sexar! :)))
Hummm...
Sou um clássico !!!
Nestas matérias tudo o que seja mais ou diverso de um + uma ( ordem de factores arbitária, bem entendido ) inibe-me até á medula.
Quanto ao resto, nunca comprei sequer uma Play-Boy ( também com as praias algarvias aqui ao lado, para quê ?! ), e só vi um terço de um filme de recorte porno ( fui ao engano e quando dei por ela fui jogar bilhar ...garanto que me diverti mais....)
:)
Continua a surpreender-me com os seus "objectos de estudo "...
:)
Ok
Vou surpreendê-lo mais com o próximo post sobre prostituição masculina: resultados parciais mais centrados em Lisboa. :)
Mas, como pode imaginar, vi muita pornografia: revistas, jornais, filmes, TV e Internet. Além disso, fotografei sessões de sexo de todos os tipos. Talvez possa ir falando desses assuntos em próximos posts.
Mas q interessante Francisco... :)) fotografar sessões de sexo!
Eu já vi vários filmes porno, mas só os mais sofisticados esteticamente me agradam e com determinadas "cenas", mas acho q isso com toda a gente...
A prostituição masculina n é surpreendente.
Oi Borboleta
Estava a condensar o texto da prostituição masculina, omitindo muita informação, os diagramas e os dados estatísticos. Mas cometi o erro de meter o texto no blogger e agora não o posso tirar, para editar com a data de amanhã. Como se escreve Timarco, o célebre prostituto gay grego? :)
Eu gosto de ver filmes porno. :) Divirto-me muito... Pesquisa dura é assim: entrega ao objecto de estudo com meios de confiança. :)
A transliteração é Timarcos.
Se quer com a data de amanhã vai a "post options" e do seu lado direito pode alterar. Se n der assim, a partir da meia-noite, copia o seu texto e cola-o num novo post.
:))) Sim, acredito q se divirta! :)))
Obrigado Papillon
Timarcos é um caso que merece sozinho um post. Aristóteles gozava com a cena, quando avança com a "homossexualidade recíproca", condenando a não-reciprocidade de Timarcos. Não temos nada traduzido em português. :)))
Borboleta
Não me colocou a questão clássica: "Ficaste excitado quando estavas a fotografar?"
Resposta: Depende da cena e das personagens. Mas não fiquei. Apenas ligeira excitação autonómica (sistema nervoso autónomo), que nos predispõe ao sexo after. Uma das funções da pornografia ou andar pela praia algarvia a espiar cenas. :)))
Sim Platão no Lísis falava do amante e do amado, respectivamente papel activo e passivo nas relações pederastas. Aliás o Lísis é um diálogo maravilhoso! Estão todos no ginásio a apreciar os rapazes e Lísis foi o que ganhou o concurso de mais virtuoso (ou excelente como traduz um prof.) e chamam-no para dialogar com Sócrates e falam sobre a philia, a amizade, ou amor. Sócrates era sábio, mas (ou por isso mesmo) apreciava sempre os mais belos, como Alcibíades, considerado por todos o mais belo de Atenas!
É natural q n ficasse excitado com tudo, deve depender do que lhe agrada e dos protgonistas tb... :)
Mas quem anda pelas praias algarvias a espiar cenas? Na praia algarvia onde tenho casa os homo gostam muito de andar nus a mostrar os apetrechos. :)) E andam lá pelas dunas...
Hummm... Papillon
Afinal, vejo que está atenta à realidade! Se não tivesse a pesquisa concluída, podia colaborar comigo... :)
Os Diálogos são fabulosos: à caça, como diz Platão.
Eros pedagógico, depois da conversão!
Curioso: realizei o estudo exaustivo das praias portuguesas de norte a sul. A sua configuração morfológica varia. As dunas predominam no Norte e são zona de movimentação gay e não só: hetero também. No algarve, a prostituição masculina é mais visível: a "caça aos estrangeiros(as)". :)))
Ou os estrangeiros à caça, também! :)))
Claro q stou atenta, sou uma grande observadora das coisas humanas, e a sexualidade n poderia estar de fora. E colaboraria consigo com muito prazer!
Homo sum, humani nihil a me alienum puto!
O verso de Terêncio aplica-se à nossa conversa: nada do que é humano nos deve parecer estranho... :)
A Borboleta, além de bela, é muito inteligente. Adoro Terêncio! Marx também gostava dessa frase, aliás, como diz, todos nós devemos estar atentos ao humano. :)
Mas a sexualidade sempre foi tratada pela Filosofia e a Papillon lembrou isso quando falou dos Diálogos de Platão. Até a patrística tratou dela, do modo que conhecemos. Infelizmente, não tenho ao dispor a biblioteca da patrística, mas talvez referia um texto ou outro. Gosto da filosofia medievel, apesar de tudo, sobretudo de Santo Agostinho e das suas confissões que também abordam a sexualidade. Somos uns animais que gostam de sexar ou, mais filosoficamente, seres sexuados, para compensar a terrível realidade acelerada do dia a dia.
E isso ninguém ainda pode proibir, apesar de alguns filmes de ficção científica, imaginarem um "futuro sem sexo e eugénico". :))
As Confissões de S. Agostinho é uma das minhas obras preferidas: ...a minha alma atirava-se ulcerosa para fora de si, ávida de se roçar miseravelmente no contacto das coisas sensíveis. É mesmo isto... a carne viva! :)
De certeza que os criadores dos livros de ficção científica são eles mesmos assexuados. :) como os bivalves. :))
Exacto: Antes da conversão, santo agostinho fartou-se de "brincar com o pinto" e brincou mesmo muito. O que é espantoso é a sua ligação com o "amigo": uma grande amizade. A sua busca pela "interioridade do eu" é fabulosa. Carne é sempre boa de comer! No prato e na cama! :)))
Mas também gosto da Cidade de Deus, sobre a qual tenho um trabalho, e da Trindade. :)))
Sim a morte do amigo (a minha passagem preferida)... estava a sugerir a homosexualidade de S. Agostinho, é isso?
Tb sugerem a de Montaigne com o De La Boétie... mas acho q não, isso é leitura forçada. :)
Talvez... Mas também não me interessa essa leitura.
Abri agora as Confissões e deparei com esta frase: "E se, juntamente com o corpo, a morte amputar e extinguir toda a preocupação?"
A morte amputa a alma do corpo: morte total. Mas, se nos lembrarmos das perturbações de identidade corporal, temos aqui o modelo da amputação. :)))
N sei se percebi bem o que diz.
Para S. Agostinho, o homem vive sempre nessa preocupação, "o coração está inquieto..." (logo no princípio), até conhecer Cristo. A morte ao amputar o corpo, amputa a inquietude.
Da mesma forma S. Agostinho argumentaria para com as perturbações de identidade corporal: por sermos homens encarnados, somos homens inquietos. Basta-nos ter corpo para vivermos em ansiedade. Isto é em elevado grau nos transexuais.
Sim, mas a amputação operada pela morte é superada pela entrega a Deus: a alma não morre com o corpo e este pode vir a ser novamente no fim...
Sim, referia-me à amputação transexual. Insatisfação da mente com o corpo em que está encarnada. O mais fascinante é quando o amputado sente atracção erótica por outros amputados. Acontece... :)
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