Terrance J. Williams et al. (2000) examinaram 720 adultos que frequentavam as ruas públicas da área de San Francisco, que foram previamente interrogados sobre o seu género, idade, orientação sexual, handedness (preferência manual) e o número e o género de crianças que as suas mães tinham transportado antes deles. Assim, nas mulheres, o dedo indicador (2D) é quase do mesmo comprimento que o quarto dedo (4D), embora possa ser ligeiramente mais comprido ou mais curto, enquanto, nos homens, o dedo indicador é frequentemente mais curto que o quarto dedo (anelar). Conforme seria de esperar, os homens tinham significativamente dedos mais compridos do que as mulheres e confirmou-se a observação de que a ratio 2D:4D era maior nas mulheres do que nos homens. Além disso, esta diferença sexual na proporção 2D:4D é maior na mão direita do que na mão esquerda, o que parece sugerir que a mão direita é mais sensível aos androgénios fetais que a mão esquerda. A ratio 2D:4D da mão direita das mulheres homossexuais era significativamente menor e, portanto, mais masculina, do que a das mulheres heterossexuais e não diferia significativamente da dos homens heterossexuais ou homossexuais. Do mesmo modo que as emissões otoacústicas, estas ratios dos comprimentos dos dedos sugerem que, pelo menos, algumas mulheres homossexuais foram expostas a níveis mais elevados de androgénios fetais do que as mulheres heterossexuais, pelas menos aquelas que são manifestamente masculinizadas. Contudo, a ratio 2D:4D dos homens homossexuais não era significativamente diferente da dos homens heterossexuais no que se refere à mesma mão, mas variava em função do número de irmãos mais velhos. Com efeito, a ratio era significativamente mais masculina nos homens homossexuais que tinham irmãos mais velhos, sobretudo no que respeita à mão direita. Este resultado sugere que algumas características hiper-masculinas exibidas pelos homens homossexuais, provavelmente pela maioria deles, estão relacionadas com acontecimentos pré-natais, nomeadamente com elevados níveis de testosterona. Este facto parece excluir a ideia estabelecida de que todos homossexuais seriam indivíduos com «cérebros femininos» e, obviamente, tem o enorme mérito de fornecer uma explicação plausível para aqueles homens homossexuais, talvez os mais numerosos, que exibem características hiper-masculinas. A 2D:4D digit ratio é não somente um marcador dos níveis pré-natais de testosterona como também um indicador de saúde. J Francisco Saraiva de Sousa
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