A SEDES editou na sua página um «relatório» intitulado «Tomada de Posição» (Fevereiro de 2008), que começa por denunciar «um difuso mal estar»: «Sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional.
Nem todas as causas desse sentimento são exclusivamente portuguesas, na medida em que reflectem tendências culturais do espaço civilizacional em que nos inserimos. Mas uma boa parte são questões internas à nossa sociedade e às nossas circunstâncias. Não podemos, por isso, ceder à resignação sem recusarmos a liberdade com que assumimos a responsabilidade pelo nosso destino.
Assumindo o dever cívico decorrente de uma ética da responsabilidade, a SEDES entende ser oportuno chamar a atenção para os sinais de degradação da qualidade da vida cívica que, não constituindo um fenómeno inteiramente novo, estão por detrás do referido mal estar». Este documento enumera, a seguir, diversos factores responsáveis pela degradação da qualidade da vida política portuguesa: 1) a degradação da confiança no sistema político, a qual gira em torno da decadência corrompida dos partidos políticos; 2) valores, justiça e comunicação social, onde se fala da justiça ineficaz e da comunicação manipulativa ao serviço dos interesses mafiosos dos corruptos; e 3) criminalidade, insegurança e exageros, provavelmente o maior exagero deste «relatório», porque a criminalidade e a insegurança atribuídas à cidade do Porto são mais uma invenção macabra de Pacheco Pereira do que uma realidade. O resultado deste profundo mal estar é o «empobrecimento do regime político» português, o qual não consegue «atrair e reter os cidadãos qualificados», de modo a renovar a vida política e a aprofundar a democracia. Portugal está, como alerta o «relatório», à beira de uma convulsão social, de resto profundamente justa e racional. Porém, para quem conhece bem a sociedade portuguesa, sabe que esta é uma sociedade mafiosa: a exclusão dos indivíduos mais competentes é um sistema vigente em Portugal, pelo menos desde o 25 de Abril de 1974, quando os incompetentes, ao abrigo dos slogans pseudo-revolucionários, começaram a ocupar indevidamente todos os cargos de decisão. Os partidos políticos deram depois a sua protecção a este "sistema de favores", o qual converteu gradualmente a democracia num regime oligárquico cleptocrático. A luso-corrupção está generalizada e, apesar de ser ubíqua e transversal a toda a sociedade, tem como sede Lisboa, donde lança os seus tentáculos que asfixiam todo o país. É evidente que a sua cabeça é o poder político de Estado, em todas as suas três frentes (executiva, legislativa e judicial), que, num movimento peristáltico, a transmite a todas as instituições públicas e privadas, incluindo as universidades, cuja função é garantir emprego, favores ou regalias aos seus "filiados", sejam estes da mesma cor partidária, da mesma família, da mesma confissão religiosa, prestação de "serviços sexuais" aos "chefes" (homens e mulheres heterossexuais, bissexuais e homossexuais), "abuso sexual" silenciado, ou simplesmente "filhos" ou "amigos dos amigos". Ora, um tal sistema de recrutamento exclui necessariamente os mais competentes, os «cidadãos qualificados» (SEDES). Portugal assassina a inteligência e o mérito e, por isso, está onde está: na miséria, não a das suas elites corruptas organizadas em mafias, mas a da generalidade dos portugueses que não vêem futuro neste país mafioso. É curioso constatar que, neste mesmo dia, Pinto da Costa foi entrevistado na Sic, onde clarificou a «corrupção» que preside ao chamado "Apito Dourado", e, logo a seguir, um jornalista e comentador deturpou todo o conteúdo da sua mensagem, em defesa da "campanha lisboeta" contra o Futebol Clube do Porto e a cidade do Porto, esquecendo que as "duas coincidências" mencionadas por Pinto da Costa, relativas ao comportamento do marido de Maria José Morgado, foram ouvidas e lidas por quase todos os portugueses. A questão que fica no ar é a de saber como um tal "cidadão" está tão bem informado sobre assuntos que supostamente deveriam estar ao abrigo do "segredo de justiça"! Ou como a comunicação social "sensacionalista" e o "jornalismo de insinuação", para utilizar os termos do documento da SEDES, sabem de tudo isso! A resposta só pode ser "Corrupção": o poder político e os partidos políticos manipulam a comunicação social e, tal como acontece em todas as outras instituições públicas do Estado, é muito provável que os seus "profissionais" sejam recrutados não pela sua competência, mas seleccionados em função de "critérios corruptos". Afinal, esta é a única norma universal de recrutamento em Portugal. Estranhamente, os partidos da oposição reagiram bem a este «documento», embora tenham responsabilidade directa no mal estar, mas o PS achou que a denúncia era "tremendista", isto é, exagerada. O PM José Sócrates não respondeu, Vieira da Silva voltou a acentuar o seu carácter exagerado e o PR Cavaco Silva deu o seu apoio, convidando os portugueses a dizer não à resignação. Eu sou socialista e não vejo nestas iniciativas de denúncia do sistema nacional de corrupção um ataque ao governo socialista, cujo impulso reformista pode estar a ser bloqueado pelas mafias instaladas, entre as quais devemos incluir os sindicatos. A luta contra a corrupção pode ser a maior bandeira do actual governo socialista, até porque a sua aposta nas "qualificações" e na "inovação" esbarra sistematicamente contra a mediocridade das pseudo-elites nacionais. Este governo deve estar ciente que, por exemplo, a maior parte dos professores, sobretudo dos professores universitários, não está à altura da sua missão, porque simplesmente estes professores foram recrutados em função de critérios corruptos, tendo-se especializado na exclusão dos cidadãos competentes e inteligentes, precisamente aqueles que os reduzem à sua mísera mediocridade. Com mafiosos deste calibre qualquer reforma nasce morta e corremos novamente o risco de estar a perder tempo, porque o governo se recusa a ver o país real, o país das mafias instaladas no poder e profundamente maldosas. Será que o PS deseja vir a ser acusado justamente no futuro próximo por ter adiado novamente o futuro de Portugal? A reforma da justiça e da administração estão atrasadas e as reformas da educação não estão a seguir o rumo correcto. O autismo político não é bom conselheiro! Desejo sinceramente que o PM José Sócrates faça justiça às numerosas "vítimas" da corrupção de todas as gerações, mostrando assim que ainda é um socialista corajoso e determinado em levar a cabo, de modo transparente, uma mudança social qualitativa nos rumos de Portugal. J Francisco Saraiva de Sousa
Nem todas as causas desse sentimento são exclusivamente portuguesas, na medida em que reflectem tendências culturais do espaço civilizacional em que nos inserimos. Mas uma boa parte são questões internas à nossa sociedade e às nossas circunstâncias. Não podemos, por isso, ceder à resignação sem recusarmos a liberdade com que assumimos a responsabilidade pelo nosso destino.
Assumindo o dever cívico decorrente de uma ética da responsabilidade, a SEDES entende ser oportuno chamar a atenção para os sinais de degradação da qualidade da vida cívica que, não constituindo um fenómeno inteiramente novo, estão por detrás do referido mal estar». Este documento enumera, a seguir, diversos factores responsáveis pela degradação da qualidade da vida política portuguesa: 1) a degradação da confiança no sistema político, a qual gira em torno da decadência corrompida dos partidos políticos; 2) valores, justiça e comunicação social, onde se fala da justiça ineficaz e da comunicação manipulativa ao serviço dos interesses mafiosos dos corruptos; e 3) criminalidade, insegurança e exageros, provavelmente o maior exagero deste «relatório», porque a criminalidade e a insegurança atribuídas à cidade do Porto são mais uma invenção macabra de Pacheco Pereira do que uma realidade. O resultado deste profundo mal estar é o «empobrecimento do regime político» português, o qual não consegue «atrair e reter os cidadãos qualificados», de modo a renovar a vida política e a aprofundar a democracia. Portugal está, como alerta o «relatório», à beira de uma convulsão social, de resto profundamente justa e racional. Porém, para quem conhece bem a sociedade portuguesa, sabe que esta é uma sociedade mafiosa: a exclusão dos indivíduos mais competentes é um sistema vigente em Portugal, pelo menos desde o 25 de Abril de 1974, quando os incompetentes, ao abrigo dos slogans pseudo-revolucionários, começaram a ocupar indevidamente todos os cargos de decisão. Os partidos políticos deram depois a sua protecção a este "sistema de favores", o qual converteu gradualmente a democracia num regime oligárquico cleptocrático. A luso-corrupção está generalizada e, apesar de ser ubíqua e transversal a toda a sociedade, tem como sede Lisboa, donde lança os seus tentáculos que asfixiam todo o país. É evidente que a sua cabeça é o poder político de Estado, em todas as suas três frentes (executiva, legislativa e judicial), que, num movimento peristáltico, a transmite a todas as instituições públicas e privadas, incluindo as universidades, cuja função é garantir emprego, favores ou regalias aos seus "filiados", sejam estes da mesma cor partidária, da mesma família, da mesma confissão religiosa, prestação de "serviços sexuais" aos "chefes" (homens e mulheres heterossexuais, bissexuais e homossexuais), "abuso sexual" silenciado, ou simplesmente "filhos" ou "amigos dos amigos". Ora, um tal sistema de recrutamento exclui necessariamente os mais competentes, os «cidadãos qualificados» (SEDES). Portugal assassina a inteligência e o mérito e, por isso, está onde está: na miséria, não a das suas elites corruptas organizadas em mafias, mas a da generalidade dos portugueses que não vêem futuro neste país mafioso. É curioso constatar que, neste mesmo dia, Pinto da Costa foi entrevistado na Sic, onde clarificou a «corrupção» que preside ao chamado "Apito Dourado", e, logo a seguir, um jornalista e comentador deturpou todo o conteúdo da sua mensagem, em defesa da "campanha lisboeta" contra o Futebol Clube do Porto e a cidade do Porto, esquecendo que as "duas coincidências" mencionadas por Pinto da Costa, relativas ao comportamento do marido de Maria José Morgado, foram ouvidas e lidas por quase todos os portugueses. A questão que fica no ar é a de saber como um tal "cidadão" está tão bem informado sobre assuntos que supostamente deveriam estar ao abrigo do "segredo de justiça"! Ou como a comunicação social "sensacionalista" e o "jornalismo de insinuação", para utilizar os termos do documento da SEDES, sabem de tudo isso! A resposta só pode ser "Corrupção": o poder político e os partidos políticos manipulam a comunicação social e, tal como acontece em todas as outras instituições públicas do Estado, é muito provável que os seus "profissionais" sejam recrutados não pela sua competência, mas seleccionados em função de "critérios corruptos". Afinal, esta é a única norma universal de recrutamento em Portugal. Estranhamente, os partidos da oposição reagiram bem a este «documento», embora tenham responsabilidade directa no mal estar, mas o PS achou que a denúncia era "tremendista", isto é, exagerada. O PM José Sócrates não respondeu, Vieira da Silva voltou a acentuar o seu carácter exagerado e o PR Cavaco Silva deu o seu apoio, convidando os portugueses a dizer não à resignação. Eu sou socialista e não vejo nestas iniciativas de denúncia do sistema nacional de corrupção um ataque ao governo socialista, cujo impulso reformista pode estar a ser bloqueado pelas mafias instaladas, entre as quais devemos incluir os sindicatos. A luta contra a corrupção pode ser a maior bandeira do actual governo socialista, até porque a sua aposta nas "qualificações" e na "inovação" esbarra sistematicamente contra a mediocridade das pseudo-elites nacionais. Este governo deve estar ciente que, por exemplo, a maior parte dos professores, sobretudo dos professores universitários, não está à altura da sua missão, porque simplesmente estes professores foram recrutados em função de critérios corruptos, tendo-se especializado na exclusão dos cidadãos competentes e inteligentes, precisamente aqueles que os reduzem à sua mísera mediocridade. Com mafiosos deste calibre qualquer reforma nasce morta e corremos novamente o risco de estar a perder tempo, porque o governo se recusa a ver o país real, o país das mafias instaladas no poder e profundamente maldosas. Será que o PS deseja vir a ser acusado justamente no futuro próximo por ter adiado novamente o futuro de Portugal? A reforma da justiça e da administração estão atrasadas e as reformas da educação não estão a seguir o rumo correcto. O autismo político não é bom conselheiro! Desejo sinceramente que o PM José Sócrates faça justiça às numerosas "vítimas" da corrupção de todas as gerações, mostrando assim que ainda é um socialista corajoso e determinado em levar a cabo, de modo transparente, uma mudança social qualitativa nos rumos de Portugal. J Francisco Saraiva de Sousa
3 comentários:
Ainda não consegui ter acesso ao original da SEDES, mas do que reporta eu continuo com a sensação de que continuamos a falar da "indumentária" da criatura "corrupta" e em particular do "chapéu"que usa...:))
Mas já é um começo. O texto está no site da SEDES. :)
Mas aqui já denuncio a "exclusão dos cidadãos competentes" e a corrupção instalada nas Universidades. Daí a sua fraca "produtividade"! :)
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