«A história do marxismo é a história de pensadores do século XIX e de políticos do século XX. É também a história de homens do século XX que são, ao mesmo tempo, pensadores e políticos» (C. Wright Mills).
Esta frase de Wright Mills faz pensar. Em Portugal, após o 25 de Abril de 1974, os partidos políticos com assento parlamentar foram liderados por homens dotados de cultura: O Partido Socialista tinha Mário Soares, o Partido Comunista tinha Álvaro Cunhal e o CDS tinha Freitas do Amaral. A única excepção era o PSD liderado por Sá Carneiro, que não tinha perfil intelectual, embora prometesse ser um político hábil, se tivesse continuado vivo. A partir do momento em que estes homens com perfil intelectual abandonaram as lideranças dos respectivos partidos políticos, os seus sucessores, com excepção do curto reinado de Adriano Moreira à frente do CDS, têm sido homens muitos ambiciosos, mas destituídos de qualidades intelectuais.
Neste momento, os líderes dos principais partidos políticos (José Sócrates no PS, Menezes mais o eterno regressado Santana Lopes no PSD, Paulo Portas no CDS-PP e Jerónimo de Sousa no PCP) são homens sem qualquer vocação política genuína e completamente destituídos de pensamento. Portanto, homens desenraizados e divorciados da tradição filosófica e política do Ocidente e das respectivas famílias políticas, homens que nunca leram seriamente uma obra de qualidade inegável, homens que usam a política para outros fins claramente a-políticos ou mesmo anti-políticos, enfim homens sem perfis intelectuais que chegaram ao poder através de uma mecânica de funcionamento degradada do partidos políticos, unicamente seguindo uma carreira intrapartidária. Contudo, neste cenário de ausência de imaginação e de qualidades políticas e intelectuais, convém salvaguardar o líder do PS, actual Primeiro-Ministro de Portugal, José Sócrates, que conta nas fileiras do seu partido com alguns homens de pensamento. A degradação da qualidade intelectual dos novos políticos determina a mediocridade das suas políticas, profundamente burocráticas e carentes de objectivos políticos genuínos: eles não governam; administram com a ajuda da propaganda e a colaboração de técnicos.
Daqui resulta uma conclusão geral prenhe de ensinamentos: a probabilidade de encontrar homens que sejam políticos e pensadores é maior na Esquerda do que na Direita e isto porque os homens de Esquerda são ainda herdeiros, ainda que herdeiros medíocres, daquilo a que Raymond Aron chamou «o ópio dos intelectuais», isto é, o marxismo. De facto, todos os grandes lideres que se reclamaram do marxismo, tais como Lenine, Trotsky, Estaline, Mao Tsé-Tung, Krutschev e Che Guevara, bem como Bernstein, Kautsky, Rosa Luxemburgo e Togliatti, foram simultaneamente homens de pensamento, dotados de uma enorme erudição intelectual e capazes de dar contributos significativos para o crescimento dos conhecimentos científico e filosófico, além de serem amantes das artes. Com raras excepções, a Direita não pode reivindicar nenhum dos seus políticos como sendo simultaneamente político e pensador.
Desde a queda do Muro de Berlim, esta degradação da qualidade dos políticos europeus, em particular, e ocidentais, em geral, tem-se agravado de tal modo que actualmente assistimos ao eclipse da democracia, à sua mera formalização, ao louvor do domínio da lei, em detrimento de outros poderes, à concentração e centralização do poder, ao afastamento dos cidadãos da participação na esfera pública, a não ser no dia das eleições, depois de terem sido manipulados nas campanhas eleitorais e seduzidos por falsas promessas, enfim à burocratização extrema das políticas, das quais ninguém é responsável, simplesmente porque a burocracia é o «governo de ninguém». A democracia que impera actualmente na Europa e na União Europeia é profundamente feudal, oligárquica, fascista e totalitária. Somos governados por homens políticos sem qualidades e inimigos do pensamento crítico. A verdade foi abolida do seu vocabulário e, à custa de tanto mentirem, acabam por acreditar nas suas próprias mentiras, convertendo-se em hipócritas e, consequentemente, em corruptos.
Estes políticos europeus assumem posturas ditatoriais perante os antigos lideres dos países que formavam o antigo Bloco Soviético e gostam de dar lições de democracia à Federação Russa, quando na verdade não têm qualquer autoridade nesse domínio. Fizeram o Livro Negro do Comunismo, como se o chamado Mundo Livre fosse um oásis de democracia e de liberdade. Mas nós, fiéis leitores de Max Weber, sabemos que a burocracia surge tanto no socialismo como no capitalismo. Por isso, achamos ser necessário fazer o Livro Negro do Mundo Livre, que não é todo o Ocidente, para que todos saibam que neste mundo também se violam constantemente os chamados direitos humanos, dos quais beneficiam apenas as novas classes políticas. Dado que não prevemos uma guerra capaz de nos livrar deste sistema corrupto generalizado e de renovar as lideranças políticas, devemos recorrer à imaginação política e politizar os cidadãos para que estes façam resistência suficiente para derrubar a democracia predatória. Lenine e Trotsky «são, como afirma Wright Mills, pensadores de alta qualidade e ambos estão entre os políticos mais realizados dos últimos cem anos». Lenine é, efectivamente, a «imagem do homem ideal» e «representa "a unidade da teoria e da prática"», além de ser «o Homem Representativo do Marxismo e o homem ideal do futuro», não certamente do comunismo, mas de uma nova era de Grande Política, capaz de reavivar a Civilização Ocidental ou mesmo o Mundo Global. Diante de Lenine, teórico de primeira qualidade e político de grande senso de justiça social e de inteligência estratégica, os políticos actuais são meros fantoches que apenas sabem zelar pelos seus interesses privados, sem objectivos políticos ousados e favoráveis aos reais interesses dos seus povos. J Francisco Saraiva de Sousa
Esta frase de Wright Mills faz pensar. Em Portugal, após o 25 de Abril de 1974, os partidos políticos com assento parlamentar foram liderados por homens dotados de cultura: O Partido Socialista tinha Mário Soares, o Partido Comunista tinha Álvaro Cunhal e o CDS tinha Freitas do Amaral. A única excepção era o PSD liderado por Sá Carneiro, que não tinha perfil intelectual, embora prometesse ser um político hábil, se tivesse continuado vivo. A partir do momento em que estes homens com perfil intelectual abandonaram as lideranças dos respectivos partidos políticos, os seus sucessores, com excepção do curto reinado de Adriano Moreira à frente do CDS, têm sido homens muitos ambiciosos, mas destituídos de qualidades intelectuais.
Neste momento, os líderes dos principais partidos políticos (José Sócrates no PS, Menezes mais o eterno regressado Santana Lopes no PSD, Paulo Portas no CDS-PP e Jerónimo de Sousa no PCP) são homens sem qualquer vocação política genuína e completamente destituídos de pensamento. Portanto, homens desenraizados e divorciados da tradição filosófica e política do Ocidente e das respectivas famílias políticas, homens que nunca leram seriamente uma obra de qualidade inegável, homens que usam a política para outros fins claramente a-políticos ou mesmo anti-políticos, enfim homens sem perfis intelectuais que chegaram ao poder através de uma mecânica de funcionamento degradada do partidos políticos, unicamente seguindo uma carreira intrapartidária. Contudo, neste cenário de ausência de imaginação e de qualidades políticas e intelectuais, convém salvaguardar o líder do PS, actual Primeiro-Ministro de Portugal, José Sócrates, que conta nas fileiras do seu partido com alguns homens de pensamento. A degradação da qualidade intelectual dos novos políticos determina a mediocridade das suas políticas, profundamente burocráticas e carentes de objectivos políticos genuínos: eles não governam; administram com a ajuda da propaganda e a colaboração de técnicos.
Daqui resulta uma conclusão geral prenhe de ensinamentos: a probabilidade de encontrar homens que sejam políticos e pensadores é maior na Esquerda do que na Direita e isto porque os homens de Esquerda são ainda herdeiros, ainda que herdeiros medíocres, daquilo a que Raymond Aron chamou «o ópio dos intelectuais», isto é, o marxismo. De facto, todos os grandes lideres que se reclamaram do marxismo, tais como Lenine, Trotsky, Estaline, Mao Tsé-Tung, Krutschev e Che Guevara, bem como Bernstein, Kautsky, Rosa Luxemburgo e Togliatti, foram simultaneamente homens de pensamento, dotados de uma enorme erudição intelectual e capazes de dar contributos significativos para o crescimento dos conhecimentos científico e filosófico, além de serem amantes das artes. Com raras excepções, a Direita não pode reivindicar nenhum dos seus políticos como sendo simultaneamente político e pensador.
Desde a queda do Muro de Berlim, esta degradação da qualidade dos políticos europeus, em particular, e ocidentais, em geral, tem-se agravado de tal modo que actualmente assistimos ao eclipse da democracia, à sua mera formalização, ao louvor do domínio da lei, em detrimento de outros poderes, à concentração e centralização do poder, ao afastamento dos cidadãos da participação na esfera pública, a não ser no dia das eleições, depois de terem sido manipulados nas campanhas eleitorais e seduzidos por falsas promessas, enfim à burocratização extrema das políticas, das quais ninguém é responsável, simplesmente porque a burocracia é o «governo de ninguém». A democracia que impera actualmente na Europa e na União Europeia é profundamente feudal, oligárquica, fascista e totalitária. Somos governados por homens políticos sem qualidades e inimigos do pensamento crítico. A verdade foi abolida do seu vocabulário e, à custa de tanto mentirem, acabam por acreditar nas suas próprias mentiras, convertendo-se em hipócritas e, consequentemente, em corruptos.
Estes políticos europeus assumem posturas ditatoriais perante os antigos lideres dos países que formavam o antigo Bloco Soviético e gostam de dar lições de democracia à Federação Russa, quando na verdade não têm qualquer autoridade nesse domínio. Fizeram o Livro Negro do Comunismo, como se o chamado Mundo Livre fosse um oásis de democracia e de liberdade. Mas nós, fiéis leitores de Max Weber, sabemos que a burocracia surge tanto no socialismo como no capitalismo. Por isso, achamos ser necessário fazer o Livro Negro do Mundo Livre, que não é todo o Ocidente, para que todos saibam que neste mundo também se violam constantemente os chamados direitos humanos, dos quais beneficiam apenas as novas classes políticas. Dado que não prevemos uma guerra capaz de nos livrar deste sistema corrupto generalizado e de renovar as lideranças políticas, devemos recorrer à imaginação política e politizar os cidadãos para que estes façam resistência suficiente para derrubar a democracia predatória. Lenine e Trotsky «são, como afirma Wright Mills, pensadores de alta qualidade e ambos estão entre os políticos mais realizados dos últimos cem anos». Lenine é, efectivamente, a «imagem do homem ideal» e «representa "a unidade da teoria e da prática"», além de ser «o Homem Representativo do Marxismo e o homem ideal do futuro», não certamente do comunismo, mas de uma nova era de Grande Política, capaz de reavivar a Civilização Ocidental ou mesmo o Mundo Global. Diante de Lenine, teórico de primeira qualidade e político de grande senso de justiça social e de inteligência estratégica, os políticos actuais são meros fantoches que apenas sabem zelar pelos seus interesses privados, sem objectivos políticos ousados e favoráveis aos reais interesses dos seus povos. J Francisco Saraiva de Sousa
Sem comentários:
Enviar um comentário