O meu amigo virtual, autor do blogue «Navegador Solitário», publicou este belo post sobre o colonialismo, A GUERRA : RACISMOS BONS, MAUS E ASSIM, ASSIM , cuja leitura aconselho, onde defende que todos os colonialismos são iguais: exploração das colónias e dos seus nativos. Esta é uma perspectiva e ninguém nega essa realidade exposta por Franz Fanon (1925-1962). Na sua obra «Pele Negra, Máscaras Brancas», Fanon (1952) descreveu a degradação psicológica dos argelinos e dos colonos franceses resultante do domínio colonial, e, posteriormente, publica «Os Condenados da Terra» (1961), prefaciado por Jean-Paul Sartre, onde defendeu a revolução em todo o chamado Terceiro Mundo.
Contudo, como mostrei noutros textos, A Guerra do Ultramar e Portugal e as Colónias , julgo ser necessário repensar o colonialismo e diferenciá-lo, de modo a fazer justiça a todos os intervenientes na colonização e na descolonização das colónias portuguesas. A teoria crítica dedicou pouca atenção ao fenómeno colonial e até mesmo Karl Marx defendeu outras perspectivas que nada têm a ver com a de Fanon. Basta pensar nos seus textos sobre o «modo de produção asiático» ou sobre o Islão. Eu apenas pretendo fazer justiça e zelar pela memória de todos aqueles que sofreram e morreram indignamente. Mas, para isso, é necessário fazer muito trabalho teórico e de pesquisa e avaliar criticamente os resultados. Dado não ter tempo para expor o meu ponto de vista, deixo aqui algumas questões: Os indígenas de Marcelo Caetano são menos explorados hoje do que foram na era colonial? Vivem substancialmente melhor? Se não fosse o colonialismo, como resolveriam o problema da delimitação dos territórios? Será que todos os indígenas eram a favor da independência? Os movimentos de libertação não os obrigavam frequentemente a colaborar com eles, mediante práticas de terror? O racismo não é recíproco? Afinal, não foram os brancos torturados, espoliados e expulsos das jovens nações por serem brancos? Diante destas e doutras questões, é difícil dizer que o colonialismo foi mau, mas voltarei a este assunto noutra oportunidade. A polémica é amiga da verdade (Bachelard). Anexo: Sou um democrata radical, crítico e polémico e, por isso, não resisto a deixar mais esta provocação. Alguns filósofos dizem, a propósito da expulsão de James Watson do seu laboratório, por causa de uma opinião defendida e considerada racista, que a filosofia deve prevalecer sobre a ciência, isto é, os valores sobre os factos. Ora, sem questionar os termos deste outro debate, pergunto onde está a filosofia africana, árabe, chinesa, indiana ou índia? Quero estudá-la. Afinal, são povos tão antigos ou mais do que os europeus e seria de esperar que tivessem produzido uma grande filosofia, ciência, técnica e valores universais! Onde estão? Na bruxaria azande magnificamente analisada por Evans-Pritchard? Até o colonialismo é uma invenção ocidental! A ciência precisa analisar tudo isto e a filosofia meditar mais sobre a universalidade: o resto são opiniões obscuras. J Francisco Saraiva de Sousa
Contudo, como mostrei noutros textos, A Guerra do Ultramar e Portugal e as Colónias , julgo ser necessário repensar o colonialismo e diferenciá-lo, de modo a fazer justiça a todos os intervenientes na colonização e na descolonização das colónias portuguesas. A teoria crítica dedicou pouca atenção ao fenómeno colonial e até mesmo Karl Marx defendeu outras perspectivas que nada têm a ver com a de Fanon. Basta pensar nos seus textos sobre o «modo de produção asiático» ou sobre o Islão. Eu apenas pretendo fazer justiça e zelar pela memória de todos aqueles que sofreram e morreram indignamente. Mas, para isso, é necessário fazer muito trabalho teórico e de pesquisa e avaliar criticamente os resultados. Dado não ter tempo para expor o meu ponto de vista, deixo aqui algumas questões: Os indígenas de Marcelo Caetano são menos explorados hoje do que foram na era colonial? Vivem substancialmente melhor? Se não fosse o colonialismo, como resolveriam o problema da delimitação dos territórios? Será que todos os indígenas eram a favor da independência? Os movimentos de libertação não os obrigavam frequentemente a colaborar com eles, mediante práticas de terror? O racismo não é recíproco? Afinal, não foram os brancos torturados, espoliados e expulsos das jovens nações por serem brancos? Diante destas e doutras questões, é difícil dizer que o colonialismo foi mau, mas voltarei a este assunto noutra oportunidade. A polémica é amiga da verdade (Bachelard). Anexo: Sou um democrata radical, crítico e polémico e, por isso, não resisto a deixar mais esta provocação. Alguns filósofos dizem, a propósito da expulsão de James Watson do seu laboratório, por causa de uma opinião defendida e considerada racista, que a filosofia deve prevalecer sobre a ciência, isto é, os valores sobre os factos. Ora, sem questionar os termos deste outro debate, pergunto onde está a filosofia africana, árabe, chinesa, indiana ou índia? Quero estudá-la. Afinal, são povos tão antigos ou mais do que os europeus e seria de esperar que tivessem produzido uma grande filosofia, ciência, técnica e valores universais! Onde estão? Na bruxaria azande magnificamente analisada por Evans-Pritchard? Até o colonialismo é uma invenção ocidental! A ciência precisa analisar tudo isto e a filosofia meditar mais sobre a universalidade: o resto são opiniões obscuras. J Francisco Saraiva de Sousa
2 comentários:
Hoje foi um dia que estive particularmente ocupado e ,por isso, não sobrou tempo para visitar o seu blog. O seu espírito polémico ir-me-à convidar a regressar ao colonialismo? Veremos
Abraço
Muito obrigado pelo seu comentário. É bom mantermos a blogosfera viva e activa.
Logo que possa respondo ao seu novo post a propósito desta polémica.
Devo dizer-lhe que o racismo me é completamente estranho e nunca iria recorrer a um tal discurso ideológico para explicar o domínio ocidental.
Abraço
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