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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
O Porto Filosófico
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Leonardo Coimbra, Filósofo Portuense
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sábado, 12 de dezembro de 2009
Guerra Junqueiro e Fernando Pessoa
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Guerra Junqueiro (1850-1923) e Fernando Pessoa (1888-1935) são dois poetas portugueses de valor desigual, não tanto a nível da qualidade poética, mas sobretudo a nível da dimensão do pensamento. Ambos escreveram duas obras em torno da missão de Portugal no mundo global: a Pátria de Junqueiro (1896) e a Mensagem (1934) de Pessoa. A História da Literatura Portuguesa, escrita e ensinada sob o signo da falsificação e das mentiras lavradas pelo provincianismo centralista, asteca, colonialista, imperialista e racista de Lisboa, procura silenciar as vozes do Norte, sobretudo as vozes da Escola do Porto, de modo a atribuir uma falsa centralidade aos seus escritores, como se Portugal fosse Lisboa. Perante esta falsificação da História de Portugal, pensada e difundida por António Sérgio, entre outras figuras pardacentas, a missão do pensador honesto é repor a verdade no seu devido lugar, recuperando e actualizando as forças vivas do passado que trouxeram mérito e glória à nação de todos os portugueses e não apenas a meia dúzia de saloios que atribuem a si próprios o estatuto de cidadãos de primeira classe. Fernando Pessoa pensou dar o nome de Portugal à única obra que publicou em vida, mas, como uma tal designação era demasiado ambiciosa, optou modestamente pelo título de Mensagem, embora Lisboa fosse outra possibilidade mais apropriada à imagem mitológica que apresenta de Portugal. A única obra de poesia portuguesa que merece o nome de Portugal é, de facto, a Pátria de Guerra Junqueiro, a obra seminal que revela a verdadeira imagem de Portugal sem a auréola do mito sebastianista que, sob influência de Sampaio Bruno, Pessoa lhe acrescentou muito mais tarde. O próprio Fernando Pessoa fez tudo para eclipsar a renovação da cultura portuguesa levada a cabo pelos ilustres pensadores do Porto (Sampaio Bruno), usando diversos expedientes pouco honestos e malucos para se a-propriar dela e sitiá-la em Lisboa: «Como é individual, e o meio social não está organizado, a cultura portuguesa está anarquizada, cada homem de génio vivendo consigo próprio, e, o que é pior, cada um escrevendo um pouco sem disciplina. Cabe afastar alguns deste juízo - Junqueiro supremamente. E cabe advertir que essa organização da cultura nacional começou, no Porto, com a "Renascença Portuguesa". /Onde está o erro da "Renascença Portuguesa"? O primeiro é estar no Porto. De resto, não poderia ter nascido senão no Porto, de modo que, como em tudo, se repararmos bem, na própria única cousa possível está o defeito inevitável. Sem esse defeito, não teria havido a causa, nem o efeito portanto» (F. Pessoa). Para todos os efeitos, Fernando Pessoa reconhece que o Porto - a Cidade Invicta - é a vanguarda de Portugal: a ascensão social e cultural de Portugal realiza-se rumando cada vez mais para o Norte e não para o Sul, porque é no Norte da Europa que o Ocidente mostra o seu azul-anímico mais profundo, puro e democrático.
A Mensagem de Fernando Pessoa é inegavelmente uma obra de grande qualidade poética e até mesmo filosófica, mas a sua "mensagem" - a imagem de Portugal - não é original. Como José van den Besselaar e Lúcio de Azevedo demonstraram, a concepção sebastianista da história de Portugal e da sua missão no mundo global deriva, em última análise, do messianismo, tendo sido explicitada pelas trovas de Gonçalo Anes Bandarra e retomada por António Vieira: o sebastianismo é, segundo Pessoa, a crença religiosa de que Portugal «perdeu a sua grandeza com D. Sebastião e que só voltará a tê-la com o regresso dele (numa manhã de névoa, no seu cavalo branco, vindo da ilha longínqua onde esteve esperando a hora da volta), regresso simbólico mas em que não é absurdo confiar». O Evangelho do sebastianismo são as Trovas do Bandarra que Fernando Pessoa estudou minuciosamente: a Mensagem apresenta uma filosofia integral da História de Portugal escrita em verso e essa filosofia da história é precisamente uma versão especificamente portuguesa do messianismo. «Nascido na dor, nutrindo-se da esperança, (o sebastianismo) é, segundo Lúcio de Azevedo, na história o que é na poesia a saudade, uma feição inseparável da alma portuguesa». Da articulação teórica variável entre o sebastianismo - uma visão messiânica da história que insinua que o povo português é o povo eleito dos tempos modernos - e a saudade - esse estado de alma típico dos portugueses (Pascoaes, Carolina Michaëlis de Vasconcelos, Dalila L. Pereira da Costa, Pinharanda Gomes) - resulta, segundo uma linha dominante do pensamento português (Teófilo Braga, Oliveira Martins), uma filosofia especificamente portuguesa, a que Teixeira de Pascoaes chamou Filosofia da Saudade. Na sua polémica com Teixeira de Pascoaes e os "saudosistas", António Sérgio quis ver nesta filosofia uma ânsia de regresso a um passado dourado, mas o poeta portuense reage com imensa ironia, lembrando ao seu ilustre adversário galhofeiro que a saudade tem uma face voltada para o Passado - a lembrança - e outra voltada para o Futuro - o desejo, a esperança: «a Saudade é a grande criadora do Futuro, mas não tira o Futuro do Nada, não consegue um Futuro de geração espontânea ou caído miraculosamente das estrelas», porque o Futuro - o Desejado - só pode ser construído com «a matéria do Passado» (Pascoaes). A esperança messiânica é sempre esperança histórica - distinta da esperança escatológica - e, como tal, é protesto político contra as condições internas e externas que oprimem um povo inteiro: a força do sebastianismo em Portugal é directamente proporcional ao grau de frustração e de humilhação a que os poderes estabelecidos submetem o povo português. O sebastianismo não é necessariamente uma filosofia retrógrada da história de Portugal, como pensa precipitadamente António Sérgio: a ânsia que o move é a preparação do solo terrestre - o solo pátrio - para a irrupção do messiânico (Walter Benjamin) - simbolicamente D. Sebastião - na história, isto é, a inauguração do Reino de Cristo - o Quinto Império - na Terra num futuro muito próximo. A esperança sebastianista num futuro glorioso para Portugal nutre-se da recordação de um passado glorioso, mas o que realmente a move é a atracção do futuro: a construção de uma nova sociedade liberta do medo, da corrupção e da opressão. A filosofia da saudade é a filosofia da esperança histórica do povo português. O último poema intitulado Nevoeiro que encerra a Mensagem de Fernando Pessoa fala assim:
«Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
«Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro... «É a hora!» A depressão e a preocupação pelo lado sombrio da vida que se instalam nalguns mundos pessoanos - as suas capelas imperfeitas (Joel Serrão) - auto-superam-se nestes dois versos derradeiros: «Ó Portugal, hoje és nevoeiro... /É a hora!». O sebastianismo é claramente visto nestes versos como o sonho diurno (Ernst Bloch) de Portugal. Sentindo a circular pelo seu corpo a angústia da influência, Fernando Pessoa revela a sua dívida à Escola do Porto: o sonho diurno - o sonhar para a frente, a saudade do futuro (Pascoaes), a ânsia do distante que perto chora (Pessoa) - exige activismo político no momento presente, isto é, luta política pela transformação qualitativa de Portugal alimentada por um optimismo militante (Ernst Bloch). O Encoberto é a promessa não-cumprida que urge realizar na conjuntura política presente: o futuro não pode ser eternamente adiado ao sabor da gula das classes dirigentes nacionais, o futuro começa hoje. Teixeira de Pascoaes - e não o Leonardo Coimbra do criacionismo - edificou a única filosofia portuguesa séria a partir da alma das palavras sagradas da Língua Portuguesa, tais como saudade, solidão, ermo, abandono, remoto, ausência, luar, sombra, silêncio, nevoeiro, enfim medo, mas, para sermos justos com a sua concepção do além homem, devemos considerá-la nalgumas das suas concretizações cristalizadas - as de Agostinho da Silva e de António Quadros - como uma filosofia passageira e transitória, seguindo esta sua indicação: «O silêncio fala, a sombra alumia, a ausência tem presença...» (Pascoaes). A expressão mensagem na garrafa foi cunhada por Theodor W. Adorno para referir a necessidade de produzir textos para as futuras gerações. Fechada na sua imensa solidão, Florbela Espanca anotou mensagens no seu Diário do Último Ano, na esperança de que Alguém no futuro ousasse compreender «o que eu fui ou o que julguei ser», realizando «o que eu não pude: conhecer-me». De certo modo, todo o pensamento transformador e crítico deixa mensagens numa garrafa que lança ao mar do tempo histórico, na esperança de que alguém de uma geração futura as descubra acidental e fortuitamente, lendo-as e realizando-as. Porém, as mensagens na garrafa escritas para as gerações futuras correm o risco de não ser descobertas: o legado está sempre em risco e pode ser irremediavelmente perdido. Na actual conjuntura portuguesa, o legado está coberto de nevoeiro: a actual crise de Portugal não é simplesmente económica, política e financeira, mas fundamentalmente uma crise nacional resultante da corrupção generalizada que se instalou em todas as esferas da vida nacional. «O inimigo mora-nos em casa» (Guerra Junqueiro): Portugal dura, mas já não existe. A realização dos grandes projectos políticos não pode ser adiada: as mensagens também devem ser escritas no presente para um público mais contemporâneo. "É a hora!" significa: a mudança qualitativa de Portugal é tarefa política urgente a ser levada a cabo pelos homens de hoje na actual conjuntura política, porque futuro adiado é futuro mítico. Este impulso para a acção revolucionária que move a Filosofia da Esperança Histórica é sempre dado por Guerra Junqueiro, cujo génio António Sérgio quis assassinar. A ironia de Junqueiro ilumina e orienta o sentido da acção política: «A história pátria resume-se quási numa série de biografias, num desfilar de personalidades, dominando épocas. Sobretudo depois de Alcácer. Povo messiânico, mas que não gera o Messias. Não o pariu ainda. Em vez de traduzir o ideal em carne, vai-se dissolvendo em lágrimas. Sonha a quimera, não a realiza» (Guerra Junqueiro). Para que a pátria ressurja, é necessário substituir a figura quimérica de D. Sebastião pela espada de Nun' Álvares. Fala o Doido, o símbolo da Pátria adormecida que atormenta os poderes estabelecidos: «Ah, do sono da morte enregelado
Porque havias de, ó alma, despertar?!...
Que é da grandeza heróica do passado,
Que é das torres d'outrora olhando o mar?!...
Blocos no chão, vestidos d´heras,
Ameias, gárgulas, esferas,
Poeiras de sonhos, de quimeras,
Luto, nudez, desolação,
Eis os restos de tantos extermínios,
De tanta dor e tanta maldição!...
Já nem cabe sequer em meus domínios
À magra sombra vã do meu bordão!
Régios palácios, fortalezas,
Mosteiros, campas, catedrais,
Orgulhosos padrões de mil empresas,
Conspurcados de lama e de impurezas,
Entre montes de entulho e silveirais!
Meus impérios distantes divididos,
Minha terra natal inculta e só!...
Loucos de dor, em torvos alaridos,
Correm bandos de aldeões espavoridos,
Miseráveis tropeis de luto e dó...
Por mim passam atónitos, julgando
Ver um monstro maldito,
Um espectro soturno e formidando...
Da escuridão do nada ressuscito...
Abro os olhos na treva... estendo as mãos...
E de mim fogem com horror, clamando,
Meus parentes, meus filhos, meus irmãos... «Deus, onde estás?!...
Deus! a mentira eterna!...
Algum lobo voraz,
Mais piedoso que o céu que nos governa,
Pode emprestar-me um antro, uma caverna,
Onde se durma e se agonize em paz?!...»
A dialéctica abre-se ao sebastianismo pessoano, dando-lhe caução filosófica, porque a filosofia elaborada pela Escola do Porto permite interpretar as suas figuras do Encoberto e do Desejado como conceitos nucleares de uma filosofia da esperança histórica de Portugal no seu contexto europeu, livrando-o da presença do elemento mitológico - o adiamento permanente da realização histórica do Desejado e a sua projecção para um futuro escatológico, fora do tempo histórico - ou mesmo do elemento autoritário - a paralisia da acção política do povo que aguarda passivamente o regresso do grande líder - o salvador nacional -, numa manhã de névoa, no seu cavalo branco, vindo da ilha longínqua onde esteve esperando a hora da volta. Graças ao trabalho conceptual da Renascença Portuguesa, sediada no Porto, Fernando Pessoa pode ser resgatado para o pensamento futuro: o Futurismo de Pessoa mais não é do que o retomar insípido dessa filosofia portuense, simulando uma ruptura impossível, porque a Escola do Porto nunca apregoou a «saudade da infância», como se olhasse somente para trás. Quando escreve que a «individualidade significa egocentrismo e certa impermeabilidade à obra de outrem» para exorcizar a sua angústia da influência (Harold Bloom), Fernando Pessoa contradiz os seus melhores vislumbres de pensamento filosófico: «A base da pátria é o idioma, porque o idioma é o pensamento em acção, e o homem é um animal pensante, e a acção é a essência da vida. O idioma, por isso mesmo que é uma tradição verdadeiramente viva, a única verdadeiramente viva, concentra em si, indistintiva e naturalmente, um conjunto de tradições, de maneiras de ser e de pensar, uma história e uma lembrança, um passado morto que só nele pode reviver. /Ora a vida - social ou outra - é essencialmente acção, e o pensamento em acção é a palavra, falada ou escrita. A base das relações sociais é portanto o idioma: não somos irmãos, socialmente falando, senão daqueles que falam a nossa língua - e tanto mais quanto mais falem a nossa língua, isto é, quanto mais nela ponham, como nós, por ela ser a língua-mãe deles, como nossa, toda a sentimentalidade instintiva, toda a tradição acumulada, que a estrutura, o som, o jogo sintáctico e idiomático trazem em si. /A base da sociabilidade, e portanto da relação permanente entre os indivíduos, é a língua, e é a língua com tudo quanto traz em si e consigo que define e forma a Nação. Estamos, neste mundo, divididos por natureza em sociedades secretas diferentes, em que somos iniciados à nascença; e cada uma tem, no idioma que é seu, a sua própria palavra de passe» (F. Pessoa). Ora, se a língua portuguesa nos une numa só nação e num só povo, o poder político estabelecido e as classes dirigentes nacionais dividem-nos, negando-nos a pátria da identidade: a corrupção e a decadência nacionais condenam os portugueses - irmanados na e pela língua materna - a ser apátridas - ou a viver como tal - na sua própria terra natal. O português vive no seu próprio solo pátrio como se fosse um estrangeiro, um imigrante e, o que é pior, um pedinte sem nada de seu (Georg Trakl): a gula dos corruptos usa e abusa do poder para privatizar em benefício próprio os bens públicos e o solo pátrio, entregando os portugueses ao abandono, à solidão e à privação totais. Portugal decadente e corrupto tornou-se estranho aos portugueses. Portugal decadente e corrupto é a alienação histórica, no sentido em que Portugal já não se lembra «nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai» (Guerra Junqueiro). Portugal decadente e corrupto nega a pátria aos portugueses. Despido do seu elemento mitológico-inercial, o sebastianismo - que se identifica assim com a filosofia portuense da esperança histórica - é pensamento insatisfeito com a situação de decadência vigente em Portugal: o seu derradeiro objectivo político é devolver e restituir integralmente a pátria aos portugueses. Figura da consciência da queda nacional, o sebastianismo convoca todos os portugueses para a revolução, o salto qualitativo, - «Hora grande, momento único» (Guerra Junqueiro) - a ser levado a cabo ao som do grito de Nun' Álvares que os desperta e os livra desse polícia ingénito que é o medo (Guerra Junqueiro). Apesar de saber que «o português, apático e fatalista, se ajusta pela maleabilidade da indolência a qualquer estado ou condição» (Guerra Junqueiro), a filosofia da esperança nacional aposta no despertar de Portugal para o Novo Dia: o sebastianismo é o despertar da alma portuguesa, isto é, a docta spes que incita à tradução política do ideal nacional - o Desejado - em carne. Portugal ainda é uma promessa não cumprida: acorda do teu sono metabolicamente reduzido e ajuda a cumprir Portugal, escutando Uma Voz na Treva de Guerra Junqueiro.
«Já Deus, coveiro de colossos,
Ó Portugal, ó maldição!,
Dia e noite martela a tumba onde os teus ossos
Na cripta do silêncio eterno dormirão! «Com fúria doida, ó vento, escarvas
Na poeira triste... Em vão, em vão!
Tudo é morto! Na terra há unicamente larvas,
E a luz que fosforeja ainda é podridão! «Mas que castelo sobranceiro
Ao mar profundo erguendo estão?...
É reduto d'heróis, que em transe derradeiro
Querem bater-se com as feras bravas? «O Castelo
« - Não! «Uma Voz na Treva
Mas que trombeta, ó noite funda,
Clangora rouca ao seu portão?
É a alma da Pátria a bradar moribunda,
Num arquejo de dor e de vingança? «O Castelo « - Não! «Uma Voz na Treva «Mas que clamor de gargalhadas
Rasga, vermelho, a escuridão?
Lá dentro estão matando acaso a punhaladas
Algum pirata vil, filho de Judas? «O Castelo « - Não! «Uma voz na Treva «Quem és pois, quem és pois, sinistra fortaleza,
Que te ergues a cantar nesta desolação! «O Castelo «Noite! deixa cantar quem 'stá bebendo à mesa...
Silêncio! Viva el-rei!... Sou a torre do Outão! «Calou-se tudo. A terra é torva... o céu vulcânico...
E a alma, pálida, à luz verde-negra do luar,
Pressente, na mudez cavernosa do pânico,
Que a boca dos trovões profundos vai falar». (Finis Patriae)
E o que diz a voz dos trovões profundos aos jovens portugueses?
«Por terra, a túnica em pedaços,
Agonizando a Pátria está.
Ó Mocidade, oiço os teus passos!...
Beija-a na fronte, ergue-a nos braços,
Não morrerá! «Com sete lanças os traidores
A trespassaram, vede lá!...
Ó Mocidade!... unge-lhe as dores,
Beija-a nas mãos, cobre-a de flores,
Não morrerá! «Turba de escravos libertina
Nem ouve os gritos que ela dá...
Ó Mocidade, ó louca heroína,
Pega na espada, arma a clavina,
Não morrerá! «Já desfalece, já descora,
Já balbucia... é morta já...
Não! Mocidade, sem demora!
Dá-lhe o teu sangue ébrio d'aurora,
Não morrerá!
«Rasga o teu peito sem cautela,
Dá-lhe o teu sangue todo, vá!
Ó Mocidade heróica e bela,
Morre a cantar!... morre... porque ela
Reviverá!» (Finis Patriae) J Francisco Saraiva de Sousa
domingo, 6 de dezembro de 2009
L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Victor Frankl: Análise Existencial e Logoterapia
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