domingo, 29 de agosto de 2010
Paula Rego
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sexta-feira, 27 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
O FaceBook é um antro comportamental
A minha experiência do FaceBook foi demasiado breve: durou aproximadamente dois meses e a minha conta acabou por ser desactivada hoje por causa da denúncia de um homem que se excita sexualmente com o nu artístico masculino, sem no entanto assumir a sua homossexualidade reprimida. Em termos de psicopatologia, trata-se de mais um caso de homofobia desencadeado pela publicação de uma fotografia de Rudolf Nureyev da autoria de Avedon: o homófobo do Facebook ficou desconsertado com o tamanho do pénis do bailarino russo, começando por dizer que aquele corpo podia ser o seu, sobretudo a "imagem grande" - o pénis de Nureyev. Mas ao denunciar o carácter supostamente pornográfico e pedófilo da fotografia revelou inadvertida e publicamente o verdadeiro sentido do seu desejo reprimido: o homófobo do Facebook tomou consciência do seu próprio desejo reprimido - ser penetrado pelo pénis erecto de Nuryeve, que supôs ser uma "criança". As fotografias de Helmut Newton que editei foram-lhe indiferentes: as fotografias que "mexiam" com a sua libido eram as do nu artístico masculino, em especial as de Robert Mapplethorpe, Erwin Olaf, Tom Bianchi e Tom of Finland. O homófobo do Facebook é, portanto, um "paneleiro" reprimido, que, tal como um homossexual típico, começa por estabelecer contacto não a partir do mural mas através do envio de mensagens privadas: o seu moralismo público é fruto da sua homossexualidade reprimida. A mulher deve pensar que o marido detesta homens, mas a verdade é que o marido procura contactar outros homens para exibir via Web-cam o seu pénis raquítico. Nas redes sociais, a moralidade - a falsa moralidade - está entregue aos perturbados sexuais: os utentes que não alinham neste esquema hipócrita são denunciados pelos homófobos e a criatividade é castrada. Em Portugal, a castração da criatividade é mais acentuada devido à inveja patológica dos portugueses: a mediocridade predominante não suporta a qualidade. Fotógrafo fracassado, o homófobo do Facebook e seus aliados funcionam como zeladores da manutenção deste estado de mediocridade e de promiscuidade sexual. Este caso de psicopatologia sexual permite revelar a natureza perversa desta rede social que é o Facebook. Quando abri conta no Facebook, fui forçado desde logo a bloquear o Chat para evitar o assédio sexual: o Facebook é um antro comportamental, no sentido de ser usado fundamentalmente pelos seus utentes para descobrir novos parceiros sexuais. As listas de amigos são listas de potenciais parceiros sexuais: o objectivo primordial é coleccionar emails e, após longas conversas de teor sexual, usar a Web-cam para as sessões virtuais de masturbação e de exibição sexual. O Facebook deve ser visto e analisado no âmbito da Internet Sexual: os nichos sexuais combinam-se e articulam-se de tal modo que todas as utilidades da Internet são capturadas pela tirania sexual: os contactos em rede são potencialmente contactos sexuais. A maior parte dos utentes da Internet não tem nada a oferecer, excepto a sua mediocridade sexual. O Facebook é uma rede aditiva de promiscuidade sexual: a moralidade das equipas do Facebook é também a moralidade da perturbação sexual. J Francisco Saraiva de Sousa
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