sexta-feira, 25 de maio de 2012

A Imagem do Homem na Sociobiologia de E. Wilson

Insectos Sociais: Abelhas
«On Human Nature (1978) é o último livro de uma trilogia que se integrou sem que eu tivesse consciência da sequência lógica até que esteve quase terminada. O capítulo final de The Insect Societies (1971) tinha por título "O prospecto de uma sociobiologia unificada". Nele sugeri que os mesmos princípios da biologia da população e da zoologia comparada que têm funcionado satisfatoriamente para explicar os rígidos sistemas dos insectos sociais poderiam ser aplicados ponto por ponto aos animais vertebrados. Com o tempo, disse, poderemos explicar tanto as colónias de térmitas como os bandos de macacos rhesus com um simples conjunto de parâmetros e uma teoria quantitativa. Incapaz de resistir à retórica da minha própria abordagem, dediquei-me a consultar a ampla e excelente bibliografia sobre o comportamento social dos vertebrados e escrevi Sociobiology: The New Synthesis (1975). No seu capítulo final, "O Homem: da sociobiologia à sociologia", expressei que os princípios biológicos que agora parecem funcionar razoavelmente bem para os animais em geral podem estender-se satisfatoriamente às ciências sociais. Esta sugestão criou um insólito interesse e uma grande controvérsia.» (Edward O. Wilson)

A sociobiologia é-me familiar desde que comecei a pensar pela minha própria cabeça, mas só comecei a ler a trilogia de Edward O. Wilson quando ingressei no curso de Medicina. Em Portugal, o hospício dos atrasados mentais, se quisermos estar a par do desenvolvimento das ciências, precisamos de aprender a ler em outras línguas, porque as editoras portuguesas não estão ao serviço da divulgação das grandes obras científicas. Passaram-se mais de quarenta anos desde a publicação da primeira obra da trilogia de Wilson e ainda não há tradução portuguesa de nenhuma das obras que a compõem. Não há neste triste e feio país uma política para a ciência: os políticos portugueses estão mais preocupados com a sua própria sobrevivência pessoal e familiar do que com o desenvolvimento integrado do país. Portugal é merda de burros, cheira mal e não merece mais a nossa atenção. A trilogia de Wilson é constituída por três obras: As Sociedades dos Insectos (1971), Sociobiologia: A Nova Síntese (1975) e Sobre a Natureza Humana (1978). Quando li a trilogia eu era marxista - à minha maneira, claro!, mas este facto não me levou a reagir negativamente ao nascimento da sociobiologia, como sucedeu com o Grupo de Boston - Grupo de Estudos Sociobiológicos da Ciência para o Povo, encabeçado por duas grandes figuras da moderna biologia das populações, Richard Lewontin e Richard Lewis. Devo confessar que a primeira obra da trilogia, As Sociedades dos Insectos, me seduziu completamente, fazendo-me reviver experiências da infância relacionadas com as colónias de térmitas africanas e as sociedades de certas espécies de formigas. Além disso, via anunciado no seu último capítulo uma espécie de projecto kafkiano de pesquisa das sociedades humanas. Wilson iniciou-me na entomologia: a minha curiosidade pelas sociedades dos insectos levou-me a estudar com algum detalhe a vida das abelhas e a sua linguagem (Karl von Frisch), a vida social das formigas (Wilhelm Goetsch) e, em especial, a organização social das abelhas Apis mellifera (John B. Free). Os verdadeiros insectos sociais distinguem-se como um grupo pela posse comum de três traços fundamentais: 1) os indivíduos da mesma espécie cooperam nos cuidados das crias; 2) há uma divisão reprodutiva do trabalho, com indivíduos mais ou menos estéreis a trabalhar em benefício dos companheiros de ninho fecundos; e 3) há um solapamento de pelo menos duas gerações nas etapas da vida em que são capazes de contribuir para o trabalho da colónia, pelo que a prole ajuda os progenitores durante algum tempo da sua vida. Estes três traços permitem definir a eusociabilidade como uma forma de vida em comum em formações sociais, que se estende por gerações e de carácter cooperativo, nas quais apenas um ou poucos indivíduos se reproduzem, enquanto os outros membros assumem várias tarefas auxiliares. A eusociabilidade surgiu - filogeneticamente - na linha principal dos insectos, quer entre os insectos de asas membranosas (Himenópteros), a que pertencem formigas, abelhas, abelhões e vespas, quer entre as térmitas (Isópteros), com base na constituição de castas funcionalmente diferenciadas, formações sociais muito complexas, algumas delas com um número enorme de indivíduos. O facto de apenas as rainhas se reproduzirem, sendo as obreiras obrigatoriamente estéreis, desafiava a força demonstrativa da teoria da selecção natural de Darwin, como ele próprio reconheceu em 1859: «Quero deter-me numa dificuldade particular que, a princípio, se me afigurou insuportável e verdadeiramente perniciosa para toda a minha teoria. Quero referir-me aos indivíduos sem sexo ou às fêmeas infecundas das colónias de insectos; pois estes seres sem sexo diferem muitas vezes consideravelmente tanto dos machos como das fêmeas férteis no que diz respeito à estrutura corporal e ao instinto, e, no entanto, por serem estéreis, não podem eles próprios transmitir a sua constituição característica através da reprodução. Podemos, pois, perguntar-nos como será possível harmonizar este caso com a teoria da selecção natural?» Esta "constituição característica" das obreiras é conhecida como altruísmo fenotípico: o conjunto de modos de comportamento cujo efeito consiste no aumento da aptidão de outros indivíduos. As obreiras das sociedade de insectos são altruístas no sentido em que, através da renúncia à reprodução própria, ajudam a respectiva mãe, a rainha, no seu trabalho reprodutivo. A harmonização tão desejada por Darwin foi realizada em 1964 por W. D. Hamilton, segundo o qual o altruísmo fenotípico obedece a um egoísmo genotípico. Este fenómeno é, nos himenópteros, uma consequência inevitável da sua haplodiploidia. Assim, por exemplo, nas abelhas, uma única fêmea por colmeia, a rainha, assegura a reprodução. As restantes fêmeas, aproximadamente 50 000 abelhas, que se atarefam na colmeia - alimentando as larvas, guardando a colmeia e indo buscar o néctar e o pólen - são obreiras estéreis. Alguns dos machos existentes nas colmeias fecundam a rainha, quando chega a altura, durante o voo nupcial. A rainha põe 1000 a 3000 ovos por dia e as larvas que se desenvolvem são mais do que irmãs das obreiras que renunciaram à reprodução. O pai das larvas é haplóide, isto é, possui um único conjunto de cromossomas em todas as células do seu corpo. Nos organismos diplóides, no momento da concepção, o pai fornece um conjunto de cromossomas e a mãe outro. Nas abelhas, os ovos postos pela rainha, que vão desenvolver-se para darem machos, não foram fecundados, recebendo um único conjunto de cromossomas fornecido pela mãe. Daqui resulta que em todos os espermatozóides que os machos adultos produzirem figurará um único conjunto de cromossomas, o que quer dizer que todos os machos haplóides transmitem à sua descendência a totalidade dos seus genes. Nos organismos diplóides, como é o caso da rainha, um progenitor só transmite aos seus filhos metade dos seus genes, sendo a outra metade fornecida pelo outro progenitor. É por isso que as obreiras não são simples irmãs das lavras que criam, ligadas a estas por um coeficiente de parentesco de r = 1/2; são antes as suas "super-irmãs", ligadas a elas por um coeficiente de parentesco de r = 3/4. Ou seja: as obreiras são, em média, mais estreitamente aparentadas umas com as outras (r = 0,75) do que o seriam com os próprios filhos (r = 0,5). Deste modo, segundo o princípio da selecção de parentesco, o altruísmo das obreiras estéreis contribui para o êxito reprodutivo, obedecendo ao princípio da maximização da aptidão assente nos genes egoístas. O fenómeno da haplodiploidia remete-nos para outro aspecto interessante: a rainha deposita em cada célula germinativa cópias de metade do seu património hereditário, pelo que é aparentada por igual com todos os seus descendentes, sejam eles filhas ou filhos (r = 0,5). Mas, se a rainha investe em igual proporção em ambos os sexos, o mesmo não se passa com as irmãs, que têm em comum 75% do seu património hereditário, compartilhando apenas 25% deste com os seus irmãos haplóides. Assim, as obreiras podem aumentar mais a sua aptidão indirecta, se ajudarem a produzir mais irmãs do que irmãos, devendo o seu investimento ocorrer numa relação de 3 para 1 a favor das irmãs. Tivers & Hare (1976) mediram as prestações de cuidados dispensados às posturas por parte de obreiras de diferentes espécies de himenópteros e concluíram que elas investem quase três vezes mais na descendência feminina do que na descendência masculina. Estes resultados corroboram a hipótese de Hamilton, segundo a qual as colónias de heminópteros surgiram através da selecção de parentesco: as obreiras perseguem os seus próprios interesses reprodutivos, sendo a selecção de parentesco o mecanismo evolutivo que conduz ao êxito a sua estratégia singular de investimento exclusivamente indirecto. Convém dizer que a haplodiploidia não é o único factor que contribui para a evolução de castas de insectos estéreis, mas no caso relatado o sistema "rainha + casta de obreiras estéreis" surge acompanhado por um sistema genético haplodiplóide, factor suficiente para explicar a complexidade do seu sistema social.

Edward O. Wilson utiliza a selecção de parentesco para explicar o surgimento da homossexualidade humana, sobretudo da homossexualidade masculina, que, como sabemos hoje, é determinada geneticamente: «Há uma forte possibilidade de que a homossexualidade seja normal no sentido biológico. Que seja uma conduta claramente benéfica que surgiu como um elemento importante na organização social humana primitiva. Os homossexuais podem ser os portadores genéticos de alguns dos raros impulsos altruístas da humanidade». Wilson destaca sobretudo o carácter homófilo da atracção sexual por pessoas do mesmo sexo: «Esta especial propriedade sexual homófila pode ser a chave da importância biológica da homossexualidade humana. A homossexualidade é sobretudo uma forma de estabelecer vínculos. É congruente com a maior parte do comportamento homossexual como mecanismo que consolida relações. A predisposição para ser homófilo poderá ter (e tem) uma base genética, e os genes poderão ter-se difundido nas sociedades primitivas de caçadores-colectores por causa da vantagem que conferiam a quem os possuísse». A questão que fica por resolver é a seguinte: Como podem os genes que predispõem para a homossexualidade difundir-se através da população, se os homossexuais não têm filhos? Wilson avança com a hipótese de selecção de parentesco para explicar a origem da homossexualidade, segundo a qual os parentes mais próximos dos homossexuais podem ter mais filhos como resultado da sua presença: «Os membros homossexuais das sociedades primitivas ajudavam os membros do mesmo sexo, quer a caçar e a colectar, quer em ocupações mais domésticas nas povoações humanas. Livres das obrigações especiais dos deveres paternos, estavam em posição de operar com especial eficiência para ajudar os seus parentes mais próximos. Talvez tenham adoptado papéis de adivinhos, xamãs, artistas e conservadores do conhecimento tribal. Se os parentes - irmãos, irmãs, sobrinhas, sobrinhos e outros - foram beneficiados por taxas mais elevadas de sobrevivência e reprodução, os genes que estes indivíduos partilhavam com os especialistas homossexuais aumentaram a expensas dos genes alternativos. Inevitavelmente, alguns desses genes foram aqueles que predispunham os indivíduos para a homossexualidade. Uma minoria da população adquiriu consequentemente o potencial para desenvolver preferências homofílicas, pelo que foi possível que os genes homossexuais continuassem a difundir-se através das linhagens de descendência colateral, ainda que os próprios homossexuais não tivessem filhos». Utilizei esta explicação da origem da homossexualidade masculina para exemplificar o conceito fulcral da sociobiologia: a selecção de parentesco. O primeiro capítulo de Sociobiology intitula-se A Moralidade do Gene e encontramos nele a definição do princípio do egoísmo genético: «No sentido darwinista, o organismo não vive para si próprio. A sua função primordial nem sequer é reproduzir outros organismos; reproduz genes e serve-lhes de veículo temporário. Cada organismo gerado por reprodução sexual é único, um subconjunto acidental de todos os genes que constituem a espécie. A selecção natural é o processo através do qual alguns genes obtêm nas gerações seguintes uma representação superior à dos outros genes situados na mesma posição do cromossoma. Quando em cada geração se produzem novas células sexuais, os genes vitoriosos separam-se e voltam a juntar-se para produzir novos organismos que, em média, contêm uma proporção mais elevada desses mesmos genes. Mas o organismo individual é apenas o seu veículo, um elemento com recursos engendrados para os preservar e propagar com o mínimo possível de perturbações bioquímicas. O famoso aforismo de Samuel Butler, segundo o qual uma galinha não é mais do que o meio utilizado pelo ovo para pôr outro ovo, foi modificado: o organismo é o sistema que possui ADN para fabricar mais ADN. Mais ainda, o hipotálamo e o sistema límbico estão desenhados para perpetuar o ADN». Wilson recupera o aforismo de Butler substituindo o ovo pelos genes ou ADN, de modo a definir o organismo como o meio utilizado ou inventado pelos genes para se multiplicarem. Esta ideia de organismo como veículo dos seus genes - atribuída geralmente a Richard Dawkins - já se encontra explicitada na obra de Wilson. As bases essenciais da sociobiologia que Wilson expõe de forma sistemática já tinham sido lançadas por outros biólogos, dos quais se destacam W. D. Hamilton, John Maynard-Smith, Robert Trivers, R. D. Alexander e Michael Ghiselin. Esta alteração da noção de organismo permite a Wilson clarificar o conceito de selecção de parentesco: «Assim, no processo de selecção natural, qualquer mecanismo que insira uma proporção maior de certos genes nas gerações seguintes chegará a caracterizar as espécies. Uma classe de tais mecanismos favorece o prolongamento da sobrevivência individual. A outra favorece superiores condições de acasalamento e de cuidados da prole resultante. Quando um organismo acrescenta um comportamento social mais complexo às técnicas de reprodução dos genes, o altruísmo aumenta-se e aparece, a prazo, de forma exagerada. Isto leva-nos ao centro do problema teórico da Sociobiologia: como pode o altruísmo, que por definição diminui o êxito individual, desenvolver-se por selecção natural? A resposta é por parentesco: se os genes causantes do altruísmo são compartilhados por dois organismos por causa de uma ascendência comum e se o acto altruísta de um organismo aumenta a contribuição conjunta destes genes à próxima geração, a propensão para o altruísmo propaga-se ao substrato de genes».

O que me seduziu nesta hipótese da selecção de parentesco? Precisamente aquilo que chocou a comunidade científica: a possibilidade da sociedade humana ser determinada pelas mesmas leis que regem as sociedades dos insectos. A imagem do homem como um insecto, já presente no universo de Kafka, adquiria assim um estatuto científico. É preciso compreender bem esta analogia: Wilson não está a sugerir que as sociedades humanas são formigueiros e que o homem é um mero insecto. O pai da sociobiologia é um homem dotado de um grande potencial filosófico, que se revela, em toda a sua força, em quatro das suas obras mais recentes, Biophilia (1984), The Diversity of Life (1992), In Search of Nature (1996) e Consilience (1998): Wilson forjou o conceito de biofobia para designar o temor e o receio que os cientistas sociais, humanistas e alguns filósofos nutrem pela biologia. Para debelar esta doença do espírito científico que perturba a caminhada triunfal para a unificação do conhecimento científico, isto é, para a fusão das duas culturas, a cultura científica e a cultura humanista, Wilson elaborou o conceito de antidisciplina, em conformidade com a problemática do materialismo científico, cuja estratégia fundamental de investigação é reducionista. Um cientista completo é aquele que estuda três matérias: a sua disciplina, a antidisciplina do nível inferior e a matéria para a qual a sua especialidade funciona como antidisciplina. A noção de antidisciplina pressupõe a estratificação da realidade - o labirinto do mundo real entendido como emaranhado borgiano de possibilidades quase infinitas! - em níveis de organização de complexidade crescente, a qual pode ser analisada - global ou ao nível de cada estrato, a célula por exemplo, em termos de consiliência por redução (dissecar a célula nos seus elementos: organelas e moléculas) ou de consiliência por síntese (reconstituição da célula). Assim, por exemplo, no caso do químico, a sua disciplina é a química, a antidisciplina de nível inferior é a física e a matéria para a qual a sua especialidade funciona como antidisciplina são os aspectos físicos da biologia. A unificação da ciência perseguida por Wilson implica necessariamente o estudo da natureza humana como parte integrante das ciências naturais, na tentativa de integrar as ciências naturais com as ciências sociais e as humanidades. A noção de antidisciplina acentua a relação antagónica que existe entre os campos de estudo de níveis contíguos de organização que são os primeiros a interagir: a biofobia dos cientistas sociais justifica-se pelo facto da biologia ser a antidisciplina das ciências sociais, cujo futuro depende da sua integração na unidade do conhecimento científico. A trilogia de Wilson mais não é do que a inscrição da sua caminhada nessa direcção, cuja sequência lógica vai das sociedades dos insectos às sociedades dos vertebrados e das sociedades animais às sociedades humanas. O momento crucial dessa caminhada rumo à unidade da ciência é a criação da sociobiologia em 1975: «A Sociobiologia define-se como o estudo sistemático das bases biológicas de todo o comportamento social». A sua função primordial é estruturar os fundamentos das ciências sociais, de modo a incluí-las na Síntese Moderna, cujos pilares são formados pela ecologia, biologia das populações e sociobiologia. Wilson codificou a sociobiologia como um ramo da biologia evolutiva e, particularmente, da biologia das populações: a unificação da teoria da sociobiologia ocorreu quando se uniram os mesmos parâmetros e as mesmas teorias quantitativas para analisar ao mesmo tempo as colónias de térmitas e os grupos de macacos rhesus. A estratégia adoptada por Wilson para consumar o seu projecto da sociobiologia unificada consistiu em privilegiar mais as semelhanças do que as diferenças entre as sociedades de invertebrados e as sociedades de vertebrados. Assim, por exemplo, comparando as térmitas com os macacos, detectou as seguintes semelhanças: «Ambos os grupos cooperativos ocupam territórios. Os membros comunicam uns aos outros a fome, o alarme, a hostilidade, a consciência de casta e o status reprodutivo, por meio de sinais não sintácticos da ordem de 10 a 100. Os indivíduos têm consciência intensa da diferença entre membros do grupo e forasteiros. O parentesco desempenha um papel importante na estrutura do grupo e, provavelmente, serviu, em princípio, de principal força geradora da sociedade. Em ambas as sociedades há uma divisão do trabalho bem delimitada, embora nos insectos tenha uma maior componente de reprodução. Os detalhes da organização desenvolveram-se através de um processo de optimização evolutiva de precisão desconhecida, durante o qual se conferiu uma quantidade adicional de aptidão aos indivíduos com tendências cooperativas, pelo menos em relação aos parentes». Esta estratégia científica de privilegiar as semelhanças em vez das diferenças foi de tal modo produtiva que as previsões de Wilson se confirmaram: a formulação da teoria sociobiológica acabou por absorver a biologia do comportamento, com a qual tinha no passado uma relação filial. Ou melhor, tanto a biologia do comportamento como a etologia foram absorvidas pela neurofisiologia e pela fisiologia sensorial, por um lado, e pela sociobiologia e pela ecologia do comportamento, por outro lado. A revolução sociobiológica já estava em marcha em 1975, faltando-lhe conquistar plenamente o território das ciências sociais, cuja estratégia era privilegiar mais as diferenças do que as semelhanças entre as sociedades humanas e as sociedades animais. E eis que em 1978 surge On Human Nature, onde Wilson desenvolve os conceitos já esboçados no último capítulo de Sociobiology. A passagem da sociologia à sociobiologia segue um caminho que ainda não foi verdadeiramente pensado, embora Wilson o tenha indicado: «Estas são as perguntas centrais que o grande filósofo David Hume considerou de indiscutível importância: Como trabalha a mente?, e, ainda mais importante, Por que trabalha dessa maneira e não de outra?, e, a partir destas considerações, Qual é a natureza do homem?» Wilson afirma logo no prefácio que o seu livro - On Human Nature - não é «uma obra científica», mas «uma obra sobre ciência». A integração das ciências sociais na sociobiologia parece ter exigido uma longa incursão filosófica: a elaboração de uma teoria da natureza humana. Mas logo nas primeiras páginas aparecem frases que revelam a ideia directora dessa teoria: «somos biológicos e as nossas almas não podem voar livremente», ou então: «o intelecto não foi construído para compreender os átomos ou ainda para se compreender a si próprio, mas para fomentar a sobrevivência dos genes humanos». Wilson segue dois caminhos para resolver as questões formuladas por David Hume. Ambos os caminhos visam estabelecer o biograma humano ou a biogramática do homem, isto é, fazer o inventário dos comportamentos sociais geneticamente programados, graças aos quais os seres humanos aumentam a sua aptidão darwiniana. O primeiro caminho consiste em comparar o homem com as outras espécies de primatas e em registar os comportamentos com elas compartilhados a título permanente. Este caminho levou Wilson a identificar o comportamento dominante como sendo um comportamento geneticamente programado, partilhado pelo homem e pelos restantes primatas: os grupos de primatas - bem como os mamíferos e as aves - tendem a estabelecer uma hierarquia. Os indivíduos lutam uns com os outros para se apropriarem de uma fonte de alimento, de uma zona de repouso ou de um parceiro sexual. Os machos mais fortes tendem a ganhar, como é evidente, estabelecendo-se assim uma hierarquia mais ou menos estável, em função da qual o indivíduo dominante - o chamado macho alfa - tem, em geral, prioridade sem que haja novos combates, em todas as circunstâncias em que estejam em jogo recursos alimentares ou parceiros sexuais. Porém, o macho alfa é periodicamente desafiado por jovens machos que chegam à maturidade e um destes machos acaba por lhe roubar a posição dominante. O segundo caminho consiste em examinar quais são as características humanas universais que se encontram em todas as sociedades humanas, em todas as latitudes e em todas as épocas, desde a pré-história. Este caminho permite-lhe identificar alguns traços humanos universais, tais como por exemplo a aptidão para o intercâmbio de bens materiais, a tendência para a formação da família nuclear, no seio da qual a mulher está geneticamente programada para ficar em casa e o homem para ir à caça, a importância dos sistemas de parentesco, graças aos quais os parentes podem entreajudar-se em caso de fome ou de dificuldades, enfim a territorialidade e o tribalismo, programas genéticos pelos quais os grupos humanos se apropriam de um território que defendem contra grupos concorrentes, definindo-se assim como tribos rivais, donde decorrem a guerra e a xenofobia. Outro traço característico da espécie humana que merece especial destaque é a sua aptidão para a cultura. Charles Lumsden e Edward Wilson elaboraram em 1983 - Promethean Fire - uma teoria da cultura, denominada teoria da co-evolução gene-cultura, encarada desde logo como uma extensão do processo mais geral de evolução por selecção natural, cujos princípios fundamentais são os seguintes: «A cultura é criada pela mente colectiva, e cada mente por sua vez é o produto do cérebro humano geneticamente estruturado (e programado). Mas a ligação é flexível, num grau ainda na maior parte não medido. A ligação também é tortuosa: os genes prescrevem regras epigenéticas, que são as vias e regularidades neurais no desenvolvimento cognitivo pelas quais a mente individual se constitui. A mente cresce do nascimento à morte absorvendo partes da cultura existente disponíveis para ela, com selecções guiadas por regras epigenéticas herdadas pelo cérebro individual. Como parte da co-evolução gene-cultura, a cultura é reconstruída em cada geração colectivamente nas mentes dos indivíduos. Quando a tradição oral é suplementada pela escrita e arte, a cultura consegue crescer indefinidamente e pode até cobrir gerações. Mas a influência determinante fundamental das regras epigenéticas, sendo genética e inextirpável, permanece constante.  Alguns indivíduos herdam regras epigenéticas que lhes permitem sobreviver e reproduzir-se melhor no ambiente e cultura circundantes do que indivíduos que carecem dessas regras, ou que pelo menos as possuem em menor grau. Mas isso significa, através de várias gerações, que as regras epigenéticas mais bem-sucedidas se disseminaram pela população juntamente com os genes que prescrevem as regras. Em consequência, a espécie humana evoluiu geneticamente por selecção natural tanto no comportamento como na anatomia e fisiologia do cérebro. A natureza da corrente genética e o papel da cultura podem agora ser melhor compreendidos nos seguintes termos: Certas normas culturais também sobrevivem e se reproduzem melhor do que normas concorrentes, fazendo a cultura evoluir numa trilha paralela à evolução genética e geralmente muito mais rápida. Quanto mais rápido o ritmo da evolução cultural, mais frágil a conexão entre gene e cultura, embora nunca se rompa totalmente. A cultura permite um rápido ajustamento a mudanças no ambiente através de adaptações sintonizadas, inventadas e transmitidas sem uma prescrição genética precisa correspondente. Neste aspecto, os seres humanos diferem fundamentalmente de todas as outras espécies animais».

A teoria da sociobiologia formulada por Wilson foi aplaudida por alguns antropólogos, como por exemplo Lionel Tiger, Robin Fox, Irven de Vore e Napoléon Chagnon, que associaram os seus nomes ao desenvolvimento da sociobiologia. Wilson elabora a sua teoria da natureza humana aproximando o homem do animal, através de dois enunciados. O primeiro afirma que «as espécies foram criadas pelo acaso genético e pelas necessidades ambientais», e o segundo nega toda a finalidade aos seres vivos, a não ser a finalidade puramente biológica de se perpetuarem: «A espécie (humana) carece de qualquer objectivo externo à sua própria natureza biológica. (...) Nenhuma espécie, incluindo a nossa, possui um propósito mais além dos imperativos criados pela sua história genética». Daqui resulta que tanto o cérebro como a mente mais não são do que mecanismos que promovem a sobrevivência e a multiplicação dos genes. Estes dois enunciados não permitem outorgar ao homem uma posição singular e privilegiada na hierarquia zoológica: «Nenhum vício intelectual é mais lesivo do que o desafiante antropocentrismo egoísta». O homem é, portanto, um produto predominantemente genético, cujo biograma é constituído de comportamentos sociais determinados pelos genes: «a conduta social do homem descansa sobre bases genéticas», isto é, «a conduta humana está organizada por certos genes que compartilhamos com as espécies estreitamente relacionadas com a nossa», embora haja outros que «são únicos da espécie humana». As formas mais estereotipadas dos comportamentos humanos «são de carácter mamífero e, ainda mais especificamente, primata»: «Não estamos sozinhos (no universo), temos uma espécie de irmãos menores. (...) Os chimpanzés estão suficientemente próximos de nós nos detalhes da sua vida social e propriedades mentais». Esta proximidade homem-chimpanzé leva-nos a considerar os nossos "irmãos menores" como seres «quase humanos em certos domínios onde antes se julgava inadequado fazer qualquer comparação». A integração da natureza humana no seio das ciências naturais não deixa de lado nenhuma ciência social: a ética e a religião podem ser - e foram - explicadas biologicamente por Wilson. A sua teoria biológica da moral destaca sobretudo o comportamento altruísta, o qual é explicado como uma forma sofisticada de egoísmo genético: o homem que defende, inclusivamente com o sacrifício da sua vida, o bem-estar, a honra, ou o território, da sua tribo, da sua família ou da sua nação, «é um homem que se defende a si próprio», mais precisamente os seus genes egoístas, de modo a garantir as condições óptimas da sua multiplicação. Wilson não se atrapalha diante da figura da madre Teresa de Calcutá, cujos comportamentos altruístas obedecem a imperativos biológicos: «a santidade não é tanto a hipertrofia do altruísmo humano mas sobretudo a sua coisificação». As práticas religiosas constituem traços universais da cultura humana: os homens têm a predisposição para acreditar em mitos religiosos. A razão de ser darwiniana desta «necessidade de acreditar» geneticamente programada na espécie humana parece ser a seguinte: a sua função é a de preparar o indivíduo para se sacrificar pela fé, a qual mais não é do que a fé numa ideia elaborada pelo seu grupo. O sacrifício do indivíduo possuidor de fé ajuda o seu grupo, ou melhor, os genes do seu grupo, a sobreviver e a multiplicar-se. Além disso, a prática religiosa confirma a sua própria identidade, descreve a realidade com imagens e definições facilmente compreensíveis, e dá-lhe razões para viver. As religiões, bem como as outras instituições humanas, evoluíram no sentido de aumentar o bem-estar daqueles que as praticam. Mas se a biologia é destino, «o que sucede com o livre arbítrio?» É provável que a liberdade humana seja apenas uma ilusão, mas Wilson justifica-a dizendo que o cérebro humano é uma estrutura demasiado complexa e afectada por muitas variáveis para que se possa predizer as suas decisões. Na impossibilidade técnica de uma predição do comportamento humano, podemos afirmar que o homem é livre e responsável, no sentido em que é dotado de um reportório muito vasto e complicado de movimentos, reacções e gestos que fazem dele um ser livre em comparação com a moeda lançada ao ar e com o insecto lançado pela mão. A imagem do homem dada pela sociobiologia chocou a sensibilidade dos agentes da cultura humanista, provocando controvérsias por toda a parte. A despeito de todas as suas particularidades específicas, o homem tem mais de animal do que se possa pensar. O que os detractores de Wilson que o acusam de ser um "darwinista social" esquecem é que lembrar que o homem é um animal sujeito às leis da evolução não implica negar que o homem é mais do que um animal. Wilson não nega as propriedades emergentes e as diferenças, embora a sua estratégia tenha sido apreender as similitudes em vez das diferenças, para poder integrar as ciências sociais no quadro da teoria sintética da evolução. A publicação de Sociobiology em 1975 desencadeou vagas de protesto que fazem recordar as tempestades do século XIX contra Darwin. Os dois movimentos de indignação a respeito das teorias evolucionistas partilham uma semelhança: ambos foram provocados pela afirmação da proximidade entre o homem e o animal. Darwin afirmava que «o homem descende do macaco», e Wilson defende que a sociedade humana é determinada pelas mesmas leis que regem as sociedades animais. Mas há duas diferenças entre Darwin e Wilson, pelo menos na perspectiva dos críticos ferozes deste último. A primeira diferença apontada é a seguinte: Darwin foi confrontado pelos seus adversários com a autoridade do Verbo revelado, enquanto Wilson que procede como se o homem não fosse senão um animal é desmentido pela afirmação de que o homem não é irrevogavelmente determinado pela sua biologia. A segunda diferença apontada situa-se ao nível das consequências: a afirmação de Darwin de que o homem surgiu na Terra por causa do mecanismo da evolução colocava uma questão susceptível de diversas respostas: Donde vem a sua consciência moral, se não foi criado por Deus? Como foram elaboradas diversas soluções, umas materialistas, outras teológicas, a concepção darwinista da origem do homem parece não colocar limites à sua natureza, mas o mesmo não pode ser dito em relação às concepções sociobiológicas que reduzem o homem a uma «máquina para a sobrevivência dos genes» (Richard Dawkins). Ora, não basta apresentar a sociobiologia como uma espécie de caução científica da ordem social existente, para refutar a sua teoria. Quase todos os conceitos sociobiológicos que feriram a sensibilidade dos reformadores sociais apontam no sentido da fragilidade das reformas sociais operadas nas sociedades ocidentais. A obra científica de Wilson, bem como a sua luta contra a destruição da biodiversidade, quebra o consenso instalado em torno do pensamento único ou do "politicamente correcto", e nisso ela consegue ser mais revolucionária do que as teorias dos seus adversários de Esquerda. A natureza humana, a biogramática do homem, tem efectivamente limites, que quando ultrapassados pela acção irracional do homem podem gerar uma terrível revolta da natureza. Direi a título de provocação que os conceitos sociobiológicos funcionam de modo materialista, denunciado o carácter ilusório de certas ideias que moldaram as sociedades modernas. A actual crise financeira e económica coloca à luz do dia as mentiras do grande consenso. A igualdade entre os sexos resultante do movimento de libertação das mulheres é a primeira grande mentira da conspiração do silêncio: ela viola o princípio sociobiológico da dominação dos homens relativamente às mulheres inscrita no nosso património genético. Wilson não diz que o homem não pode tentar ir além das leis da sua biogramática: o homem pode violar a sua biogramática mas paga um preço. O preço que estamos a pagar pela igualdade bizarra dos sexos - reparem nesta sequência de equações absurdas: Homem = Mulher, Anatomia Masculina = Anatomia Feminina, Fisiologia Masculina = Fisiologia Feminina, Psicologia Masculina = Psicologia Feminina, Sociabilidade Masculina = Sociabilidade Feminina, e no seu resultado fatal: liquidificação da sócio-sexualidade, promiscuidade sexual, desemprego, queda fatal da natalidade, violência doméstica, etc. - pode ser avaliado e medido em todos os seus aspectos. As guerras não se deixaram de fazer porque os reformadores sociais resolveram negar que elas são a consequência inevitável de um instinto tribal de apropriação de um território e de um instinto guerreiro ao serviço da propagação dos genes. A invasão da Líbia e a gula imperial da Alemanha estão aí para reforçar este conceito sociobiológico. Mas o alvo da crítica é o conceito fulcral da sociobiologia: a selecção de parentesco entendida como «a selecção natural de genes baseada nos seus efeitos sobre os seus portadores mais os efeitos de presença dos genes em todos os seus parentes genéticos, inclusive pais, filhos, irmãos, primos e outros ainda vivos e capazes de se reproduzir ou de afectar a reprodução de parentes consanguíneos». Este conceito que está na base do altruísmo permite explicar os comportamentos que visam assegurar a propagação dos genes comuns aos parentes consanguíneos: o homem sacrifica-se pelos seus parentes próximos. Ora, a crítica dos radical scientists viu no altruísmo de parentesco a justificação ideológica do "racismo científico", na medida em que o seu corolário é o "ódio" por quem não se parece connosco. Explicar o receio pelo forasteiro não é a mesma coisa que defender o "racismo", assim como explicar a guerra ou as diferenças sexuais não é a mesma coisa que fazer a apologia da guerra ou do "sexismo". A sociobiologia limita-se a apontar os limites da natureza humana e a mostrar os perigos que resultam da sua violação. Estes três exemplos são suficientes para mostrar que a crítica dirigida à sociobiologia pelo pensamento de Esquerda (lunática) lhe pode ser devolvida: ao realizar reformas que ultrapassaram os limites biológicos da natureza humana, o pensamento reformista restituiu o homem à sua mais terrível animalidade, em vez de melhorar a sua humanidade e de contribuir para a construção de um mundo melhor. O pensamento de Esquerda tem alimentado estupidamente o preconceito anti-biológico e anti-genético. A verdade é que esta biofobia afastou-o das grandes descobertas científicas: o pensamento de Esquerda tornou-se nas últimas décadas avesso à ciência e à modernidade; ele é actualmente o lugar da grande mentira que ameaça mergulhar o mundo na catástrofe. A ilimitação que promoveu é hoje a nossa maior limitação: a filosofia de Marx precisa urgentemente de uma nova antropologia fundamental que faça coincidir os limites do seu projecto político com os limites da natureza humana. O impulso nivelador não só não resolveu o problema das desigualdades sociais como também privou o animal humano da sua humanidade. A resistência à mudança encontra-se na própria natureza humana: é bom pensar nisto antes de sonhar com mundos melhores. A sociobiologia é uma espécie de antídoto contra o totalitarismo subjacente às utopias que pressupõem a maleabilidade infinita da natureza humana, as quais, em nome de um mundo melhor, promovem a programação mais terrível do homem, incluindo a sua programação neuro-química e neuro-farmacológica. 


Adenda. Resolvi realizar uma pesquisa sobre as controvérsias sociobiológicas: estou a estudar o material que me foi facultado e sobre o qual tenho a intenção de escrever um texto, A Sociologia - ou Guerra - da Sociobiologia. Tal como a Filosofia, a ciência é um campo de batalha, onde os novos paradigmas são discutidos não em função dos seus efeitos de conhecimento mas dos seus efeitos políticos. Não sou completamente contra este tipo de debate, mas no caso da sociobiologia penso que os radical scientists foram demasiado longe nas suas acusações contra a sociobiologia e contra Wilson, ao ponto de terem realizado simpósios e um filme - Sociobiology: doing what comes naturally - que tem por objectivo caricaturar e falsificar os pontos de vista sociobiológicos. A sociobiologia não é, efectivamente, uma teoria fascista, racista e sexista. O simpósio sobre sociobiologia mais sombrio realizou-se em 1978 (14 e 15 de Fevereiro), sendo organizado pela American Association for the Advancement of Science (AAAS). Quando Wilson se aproximava da tribuna para apresentar a sua comunicação, quinze membros do Comité International contre le Racisme, entre os quais a feminista Linda Green, atiraram-se contra ele, insultaram-no, lançaram-no por terra e depois despejaram-lhe um balde de água fria sobre a cabeça, colocando à sua frente uma faixa que lhe conferia a qualificação de «sábio fascista e racista do ano». Um comportamento animalesco que confirma uma das teses da sociobiologia! (Um dia será necessário fazer um balanço final do feminismo e do seu impacto nocivo sobre a ciência e a filosofia: o feminismo é pura ideologia que propaga a mentira! A degradação acelerada do ensino está associada a ideologias deste tipo.) Reconheço o aproveitamento político e ideológico que foi feito da sociobiologia, em prol do status quo, com o aparecimento de uma teoria bioeconómica - difundida por Business Week na edição de 10 de Abril de 1978 - que procurava mostrar a inviabilidade da vitória dos regimes marxistas. Condeno-o, mas isto não me impede de reconhecer a novidade da sociobiologia. 

J Francisco Saraiva de Sousa

8 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A minha mente cognitiva é deveras complicada mas muito corajoso: não recuo perante nada e, em vez de atacar, gera alianças perseguindo o seu próprio interesse. :) <3

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Cada um é o seu cérebro e o animal que nele habita! O animal cerebral varia de cérebro para cérebro! Há uns mais animais do que outros! A nossa genética é muito arcaica! Por isso, temos dificuldade em melhorar a vida: o animal não deixa! Maldito insecto!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ou melhor:

Cada um é o seu cérebro mais o animal que nele habita. O animal cerebral varia de cérebro para cérebro. Há uns mais animais do que outros. A nossa genética é muito arcaica. Por isso, temos dificuldade em melhorar a vida: o animal não deixa. Maldito insecto humano!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Está quase concluído. Amanhã estará pronto. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Agora lembrei que nunca fiz um texto extenso sobre genética marsupial. Proximamente irei colmatar esta lacuna, embora tenha dado indicações noutros estudos.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

E tudo isto vem a propósito de um amigo australiano e da sua cadelinha. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bem, sei que algumas pessoas de esquerda infantil ficam com o coração aos pulos quando ouvem falar sobre sociobiologia. Acalmem-se e ganhem densidade cerebral, mental e cognitiva.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Está concluído! :)