segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Contra a Homofobia na Blogosfera

A blogosfera portuguesa está povoada de alguns blogues homofóbicos, dos quais destaco dois: um feminino - o blogue de gaja, como lhe chamou Maldonado, desencadeando uma extensa polémica na blogosfera que envolveu, entre outros, a Denise, a Tia Adoptada e o RockyBalbino - que procura visibilidade fácil, e outro masculino - e orgulhosamente homofóbico - que inventou uma quimera - o gayzismo - para poder levar a cabo uma luta política contra a cultura de esquerda identificada como cultura gay e o PS em particular. Os dois blogues seleccionados são de qualidade intelectual desigual e, na questão do feminismo, incongruentes, mas partilham uma mesma ideologia política conservadora e reaccionária. Esta associação entre elevado grau de homofobia, envolvimento religioso intenso e política conservadora não é insólita: o medo e o desconforto que os indivíduos supostamente heterossexuais experienciam na presença de pessoas homossexuais está associado a determinados factores sociais, tais como "ser politicamente conservador", "não conhecer pessoalmente indivíduos homossexuais assumidos" e "ter um intenso envolvimento religioso" (Lingiardi, V., et al., 2005).
O que é verdadeiramente insólito nestes dois blogues não é esta associação que podemos estabelecer entre o grau elevado de homofobia exibida pelos seus autores e o conteúdo ideológico dos seus posts, mas o link que une um "blogue de gaja" e o "blogue de um gajo" que construiu uma genealogia do pensamento filosófico que parte de Hegel - o antepassado dos antepassados - e de Marx e vai até ao desconstrutivismo de Derrida e de Foucault, passando pela misoginia de Nietzsche, responsabilizado pela irrupção dos feminismos, e pela Escola de Frankfurt, de modo a identificar toda essa cultura de esquerda com a cultura gay e o seu suposto sistema - o gayzismo. Para o autor homófobo do blogue de gajo que chama "panascas" a todos os que lutam contra a homofobia, incluindo José Sócrates, o pensamento filosófico contemporâneo é gayzista. A palavra gayzismo reconduz-nos de modo intencionalmente ambíguo a nazismo, isto é, a uma espécie de sistema totalitário que mina a dominação masculina e o heterosexismo que lhe é subjacente. Encarnando a figura do pensamento "politicamente correcto", o gayzismo é encarado pelo autor homófobo assumido como um conjunto de procedimentos e de dispositivos que impõem a todos os membros da sociedade maneiras de sentir, pensar e agir que violentam a suposta natureza das coisas: o gayzismo é, nesta perspectiva homofóbica, violência cometida contra a ordem natural das coisas. O ódio homofóbico dirigido contra Hegel e Marx ganha agora um contorno ideológico claro: o facto de terem mostrado que todas as instituições sociais são cristalizações da acção e do trabalho dos homens de carne e osso implica a noção crítica de que podem ser transformadas. Aquilo que era concebido ideológica e tomisticamente como uma ordem natural regulada por leis imutáveis e naturais foi submetido à crítica da ideologia - o marxismo cultural do escriba homófobo - que visa orientar a praxis de transformação dos oprimidos, humilhados e ofendidos. As instituições estabelecidas provocam mal-estar e esta experiência de mal-estar (Foucault) leva as vítimas a estudá-las e a decifrar os seus fundamentos históricos. Como têm uma história, as instituições são produtos da acção histórica e, por isso, não são imutáveis e naturais, podendo ser transformadas por novas acções políticas de libertação. A acção política de libertação da opressão social, racial e sexual exige um trabalho teórico que pressupõe uma crítica radical das formas de pensamento que suportam subterraneamente as instituições. Marx e Engels elogiaram a burguesia pelo papel revolucionário que desempenhou na demolição da velha ordem social: "O que distingue a época burguesa de todas as precedentes é a alteração incessante da produção, o derrubamento contínuo de todas as instituições sociais, em suma, a permanência da instabilidade e do movimento. Todas as relações sociais imobilizadas na tradição, com o seu cotejo de concepções e de ideias, fixas e veneráveis, se dissolvem; aquelas que as substituem caducam antes mesmo de cristalizarem. Tudo o que tinha solidez e perdurabilidade esvai-se em fumo, tudo o que era sagrado é profanado e os homens são forçados, finalmente, a encarar com olhos desiludidos as suas condições de existência e as suas relações mútuas". A condenação homofóbica da filosofia contemporânea implica a rejeição de toda a modernidade social e reflexiva e de todos os seus movimentos de libertação: sexo, género, classe e raça constituem as categorias estigmatizadas que o escriba homofóbico articula numa única matriz doutrinal para a qual reserva - devido à sua homofobia assumida - este nome de baptismo brasileiro - gayzismo. A libertação das mulheres, a libertação das minorias eróticas, a libertação das etnias e das raças exploradas, a alteração das subjectividades de sexo, enfim, todos os movimentos sociais que visam derrubar a sociedade patriarcal, abolindo a heterossexualidade compulsiva (Judith Butler), são consideradas manifestações contra-natura, porque rejeitam em bloco o heterosexismo supostamente natural e as suas construções sociais - não naturais - de género e de sexo que determinam as posições sociais daqueles que sempre foram objecto de opressão sexual, racial e social: as mulheres, os homossexuais e as raças "inferiores". O ataque cerrado que o homófobo assumido dirige contra estes três grupos de pessoas revela, no fundo, três aspectos da sua personalidade autoritária (Adorno) que o levam a abraçar o nazismo sob a cobertura de um tomismo perverso: misoginia, homofobia e xenofobia.
A contrapartida ao gayzismo estabelecido é, segundo este autor homófobo, o nazismo. O escriba homófobo socorre-se da autoridade de um homossexual chamado Marco Aurélio para definir o sentido político da sua intervenção na blogosfera: «Ser como o promontório, contra o qual incessantemente as ondas se quebram. Ele ergue-se a prumo, e o furor das vagas vai abrandando em torno». A escolha de Marco Aurélio é infeliz, porque o filósofo viveu aventuras homossexuais escaldantes, mas a ideia do promontório adquire aos olhos do homófobo a significação fálica de resistência contra o gayzismo (derivado da sua homofobia), o feminismo (derivado da sua misoginia) e o multiculturalismo (derivado da sua xenofobia e do seu racismo). Paradoxalmente, o escriba homófobo é muito pouco criativo, usando as armas do chamado marxismo cultural para combater a sua cultura (marxista) da resistência contra o fascismo e o totalitarismo nazi. No entanto, a sua cultura homofóbica da resistência implica um elemento falocrático - o promontório erguido a prumo, a sua fantasia sexual reprimida - de violência retrógrada que não se ultrapassa no sentido do futuro humano: o incitamento à matança dos homossexuais, à misoginia e à xenofobia. A violência retrógrada procura opor resistência ao projecto de construção de um mundo melhor - a utopia concreta (E. Bloch) e não a utopia negativa que atribui erradamente ao marxismo -, bloqueando o futuro liberto da humanidade num mundo global. A experiência do Holocausto e das mortes nos campos de concentração nazis marcou fortemente o marxismo ocidental e a Filosofia: a questão do sentido da vida foi desacreditada pelo horror brutal da morte planeada daqueles que ousaram confrontar e combater o sistema totalitário. Bruno Bettelheim descreveu a experiência dos prisioneiros - condição que define a clandestinidade dos homossexuais numa sociedade heterosexista intolerante - nos campos de concentração de Dachau e de Buchenwald não só em termos de confinamento, mas também e sobretudo em termos de extrema ruptura das formas habituais da vida quotidiana, causada pelas condições brutalizadas de existência, pela ameaça sempre presente ou pela realidade da violência dos guardas prisionais, e pela escassez de alimentos e de outras provisões alimentares para a manutenção da vida. A experiência totalitária dos campos de concentração - retomada pelo escriba homófobo para combater o "politicamente correcto" na sua genealogia da cueca - mostrou como "a psique humana pode ser destruída mesmo sem a destruição física do homem" (Arendt): arrancados brutalmente aos contextos práticos da sua vida quotidiana e à vida familiar, quando ingressavam nos campos de aniquilação, os prisioneiros procuravam de início distanciar-se psicologicamente das pavorosas pressões de uma vida em espaço confinado, tentando conservar os modos de comportamento normais, mas, sob pressão da Gestapo e da violência dos guardas prisionais, acabavam por perder a sua autonomia, adoptando comportamentos infantis, deixando de cuidar da sua própria higiene pessoal e perdendo o sentido de futuro, o senso do tempo e a capacidade de antever. Vivendo numa situação de insegurança ontológica radical, muitos prisioneiros tornaram-se cadáveres ambulantes (Muselmänner), rendendo-se fatalmente a tudo o que o futuro pudesse reservar-lhes. Porém, como mostrou H. Arendt, esta fabricação em série de cadáveres foi precedida pela preparação, histórica e politicamente inteligível, de cadáveres vivos: antes de roubar a própria morte aos prisioneiros, o domínio total - o heterosexismo racista do escriba homófobo - começou por matar a sua pessoa jurídica (morte jurídica), depois a sua pessoa moral (morte moral) e, finalmente, a sua identidade única de pessoa humana (morte psicológica). Este planeamento gradual da morte mostra que o totalitarismo dispensa os homens, tornando-os seres supérfluos e transformando-os em animais. De facto, a natureza humana só pode ser verdadeiramente humana se for dada ao homem a possibilidade de se tornar algo não-natural, o homem humanizado, de resto uma possibilidade que lhe é negada pela actual sociedade hipercapitalista de consumo, bem como pelo escriba homófobo movido pela retaliação e pelo espírito de vingança típico daqueles que negam os seus impulsos sexuais mais genuínos.
Se todas as explicações económicas e psicológicas de uma doutrina são verdadeiras, "já que o pensador pensa sempre a partir daquilo que ele é", como escreveu Merleau-Ponty, então a homofobia assumida pelo autor do blogue de gajo revela a sua insegurança sexual e a sua tentativa desesperada de querer controlar a sexualidade dos outros. De acordo com os estudos empíricos, em vez de assumir o gay que há em si, o homem homófobo procura domesticá-lo, atacando preferencialmente os homens homossexuais que vivem a sua vida em conformidade com a sua orientação sexual genuína. O homem homófobo não tolera a diferença - a dos outros e a que o habita, e, por causa disso, abraça a violência e incentiva a "matança de homossexuais", transferindo para os outros os seus próprios problemas pessoais de identidade sexual e comportando-se como um inquisidor formado na escola de Joseph de Maistre. Deste modo, não só foge de si mesmo e dos seus fantasmas eróticos, como também confunde entre homofilia e homossexualidade, como se verifica na identificação operada maldosamente entre cultura de esquerda e cultura gay. Em vez de cuidar da sua própria vida sexual e de controlar as erecções do seu pénis, o homem homófobo quer controlar a sexualidade dos outros. O pensamento de que os outros possam ter uma vida sexual saudável atormenta-o. Ao contrário dos homossexuais que não atacam os heterossexuais, chamando-lhes heterozistas ou coisas do género, o homem homófobo preocupa-se com a homossexualidade, porque sente uma atracção erótica compulsiva por pessoas do mesmo sexo, atracção que quer negar eliminando os alvos que despertam esse desejo secreto e não-assumido. O seu "pénis" deseja aquilo que o superego lhe nega e, como não consegue reprimir o seu despertar desencadeado pelos estímulos sexuais do mesmo sexo, quer eliminá-los fisicamente - a tal matança de homossexuais. A homofobia é uma doença. Só uma mente mórbida e insana (Williams James) pode confundir entre teoria crítica e supostos regimes "marxistas", tais como Cuba, China e Coreia do Norte, acusando-a de ter conduzido ao "politicamente correcto" - uma invenção americana, e operar uma identificação linear entre cultura de esquerda e cultura gay. A cisão psicológica que o atormenta leva-o a esta situação caricata: projecta para fora o fantasma sexual que ele é e que deseja secretamente consumar. A luta contra uma esquerda que mais não é do que a projecção do seu fantasma sexual não resolvido é, afinal, uma luta que o homófobo trava consigo mesmo. O que leva um indivíduo a insultar os outros que não são como ele - chamando-lhes "panascas" - a não ser um conflito interno? Porque razão a sexualidade dos outros o incomoda tanto a ponto de ser violento física e verbalmente? A homofobia só pode ser entendida como negação da sua própria homossexualidade. As mulheres casadas com homens homofóbicos são forçadas a procurar satisfação sexual fora da relação consagrada por um ritual religioso formal - o casamento na perspectiva estreita do escriba homófobo, porque os maridos agem de modo a controlar a sua sexualidade e a privá-las do prazer sexual. Para o escriba homófobo, as "mulheres corajosas" são aquelas que alinham com a dominação masculina, isto é, heterosexista, que as priva da sua sexualidade e da liberdade sexual. O heterosexismo tem assim uma vertente homofóbica: os castrados mentais querem castrar os outros - mulheres e homens, alegando que a sua sexualidade é contra-natura. (O post termina aqui; o que se segue já tinha sido publicado na série de posts intitulada "Homofobia ou Preconceito Sexual?", de resto criticada pelo autor do blogue "Perspectivas" que já ripostou de modo deselegante e insultuoso a este meu post - veja aqui.)
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Uma perspectiva científica da homofobia. Em 1973, a American Psychiatric Association Board of Directors votou a remoção da homossexualidade do seu Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), declarando que a orientação do mesmo sexo não está inerentemente associada com a psicopatologia. Esta votação foi rectificada, em 1974, pelos membros da Associação, e teve imediatamente fortes repercussões noutros grupos profissionais, tais como a American Psychological Association (APA), e no modo como a medicina e as ciências do comportamento começaram a olhar para a homossexualidade. Contudo, esta mudança radical do discurso sobre a orientação sexual nos USA e no mundo foi claramente preparada por George Weinberg, que elaborou o conceito de homofobia, em 1972, três anos após os tumultos de Stonewall (1969), para forçar a comunidade científica e a sociedade em geral a questionar a legitimidade da hostilidade anti-homossexual e a pensar de modo diferente o "problema da homossexualidade". Mas o termo homofobia já tinha sido forjado antes de 1972 para refutar a concepção predominante de que a homossexualidade era uma patologia. Em 1965, Weinberg usou, talvez pela primeira vez numa reunião social, o termo homofobia para designar uma "fobia" ou "medo dos homossexuais", um "medo de contágio" e um "medo religioso" de tal modo intensos que conduzem os homens a cometer actos de brutalidade contra os homossexuais. E, em 1971, já num artigo, usa o termo homofobia para designar "a aversão (ou temor) de ser alojado (ou de estar em contacto próximo) com os homossexuais e, no caso dos próprios homossexuais, a auto-aversão", isto é, o tédio e o aborrecimento consigo próprio.
Ao descrever as consequências da homofobia, Weinberg destaca a sua ligação estreita com o reforço das normas do género masculino e da masculinidade convencional. O preço mais elevado que se paga pela homofobia é a extensão da inibição a todo o círculo de actos relacionados com a actividade temida: os homens evitam actos que possam manifestar ou insinuar sentimentos homossexuais, privam-se de trocar beijos ou abraços, não expressam o seu afecto recíproco ou o seu mútuo desejo de estar abertamente na companhia uns dos outros, não apreciam e não desfrutam a beleza das formas físicas de outros homens, não se sentam muito próximos uns dos outros enquanto conversam, não olham directa e afectuosamente uns para os outros e os pais evitam beijar ou abraçar carinhosamente os seus filhos do sexo masculino. Enfim, tudo aquilo que as mulheres fazem umas com as outras e com os filhos é evitado pelos homens nas suas relações e interacções uns com os outros e com os próprios filhos. O medo da homossexualidade é-lhes inculcado desde os primeiros anos de vida e o resultado deste processo convencional de socialização de género é a fobia como antagonismo dirigido contra um determinado grupo. A fobia leva-os a menosprezar e a maltratar todos aqueles que fazem parte desse grupo hostilizado: "A fobia em acção é um preconceito, o que significa que podemos compreendê-la melhor se a considerarmos na sua condição de preconceito", cujos motivos encobertos radicam no motivo religioso (judaísmo e cristianismo), no temor secreto de ser homossexual, no desejo reprimido, na ameaça dos valores e na angústia da existência sem uma imortalidade substituta. A repulsa pelos homossexuais é acompanhada pelo desejo de lhes infligir castigos: os heterossexuais atacam os homossexuais, porque estes lhes inspiram um "medo mortal". O que eles condenam é a diferença e, segundo Weinberg, esta atitude de hostilidade exibe todos os atributos básicos de um "preconceito social irracional".
A conceptualização da homofobia de Weinberg vacila entre dois conceitos: o da homofobia como fobia e o da homofobia como preconceito social irracional. Isto significa que as duas teorias elaboradas para explicar a hostilidade dos heterossexuais em relação aos homossexuais coexistem nas suas formulações teóricas. Apesar desta ambiguidade essencial, o termo homofobia foi bem acolhido pelas comunidades científica e académica, pelos activistas gay e pelo público em geral, sendo rapidamente integrado na língua inglesa e nos seus dicionários. O seu sucesso deve-se fundamentalmente ao facto de cristalizar as experiências de rejeição, hostilidade e invisibilidade que os homens e as mulheres homossexuais viveram durante as suas vidas na primeira metade do século XX, mostrando que o problema da homossexualidade não residia nas pessoas homossexuais e na sua orientação sexual, mas sim nos heterossexuais que não toleravam os homossexuais, pelo facto da sua presença questionar os papéis de género socialmente construídos e atribuídos, especialmente o modo como eram definidos e aplicados aos homens.
O modelo da homofobia foi usado para conceptualizar uma diversidade de atitudes negativas ligadas à sexualidade e ao género: lesbofobia (Kitzinger, 1986), bifobia (Ochs & Deihl, 1992), transfobia (Norton, 1997), effeminophobia (Sedgwick, 1993) e heterofobia (Kitzinger & Perkins, 1993) emergiram como categorias da hostilidade dirigida contra as lésbicas, os bissexuais, os transgéneros, os homens efeminados e os heterossexuais, respectivamente. O'Donnell et al. (1987) criaram o termo AIDS-fobia para caracterizar o estigma associado ao HIV. A sissyfobia (Green) é particularmente terrível, porque o alvo da hostilidade são crianças do sexo masculino que exibem desde cedo traços de género atípicos: os meninos efeminados são não só rejeitados pelos pais, como também maltratados e abusados pelos seus pares na escola. A agressão infantil pode ser mais cruel do que a agressão infligida pelos adultos e os seus efeitos sobre o desenvolvimento podem ser irreversíveis. Outro conceito que partilha algumas similaridades com o de homofobia é o de xenofobia, usado para designar a hostilidade cultural e individual dirigida contra os estranhos ou os estrangeiros. A compreensão da construção de todas estas fobias exige, conforme mostrou Erving Goffman no seu excelente estudo sobre o estigma, a sua localização no respectivo contexto histórico. A nossa época pode ser definida como a era dos medos, incluindo o medo do medo ou medofobia. De certo modo, as pessoas começam a estar "cansadas da humanidade", para usar esta expressão de Nietzsche, e esse "cansaço" pode traduzir-se na emergência de novas fobias, entre as quais o medo da humanidade ou dos homens. A actual crise financeira e económica pode gerar uma atmosfera de grande ansiedade, favorável ao aparecimento de fobias insuspeitas.
Etimologicamente, a homofobia é um termo ambíguo, por causa do prefixo homo: na sua significação latina podemos traduzi-lo literalmente por "medo dos homens" ou mesmo "medo da humanidade", e na sua significação grega, por "medo do mesmo ou do similar". Weinberg utiliza o termo homofobia na sua significação grega para referir o "medo dos homossexuais de ambos os sexos". A proposta de Boswell (1980) para substituir o termo homofobia por homosexofobia não clarifica o conceito, porque o prefixo homo é usado como termo derrogatório para designar os indivíduos homossexuais: as pessoas comuns sabem perfeitamente que o homo de homofobia se refere aos indivíduos que sentem atracção erótica por outros indivíduos do mesmo sexo e que a homofobia é "medo dos homos".
1. Homofobia como Medo. O aspecto mais problemático do termo homofobia não reside tanto no prefixo homo, mas sobretudo no sufixo phobia: fobia não é simplesmente sinónimo de medo. De acordo com o DSM-IV-R, uma fobia é "o medo claro e persistente de situações ou objectos circunscritos": a exposição ao estímulo fóbico provoca quase sempre uma resposta ansiosa imediata nas pessoas com esta perturbação. Embora possam reconhecer que o seu medo é excessivo ou irracional, estas pessoas evitam a todo o custo o estímulo fóbico e, quando o enfrentam, fazem-no com muito sofrimento. O diagnóstico é apropriado "somente se o evitamento, medo ou antecipação ansiosa do confronto com o estímulo fóbico interferir significativamente com a rotina diária da pessoa, funcionamento ocupacional, vida social ou se a pessoa estiver claramente perturbada por ter a fobia". As perturbações fóbicas constituem uma das categorias principais das perturbações de ansiedade, sendo a outra categoria a dos estados de ansiedade. Estas duas categorias de perturbações diferem em termos do grau no qual a ansiedade é localizada ou difusa: no caso das fobias, a ansiedade é localizada e associada a um objecto ou situação particulares, enquanto, nos estados de ansiedade, ela é difusa, não está relacionada a algo específico e é experienciada como omnipresente ou livremente flutuante.
Weinberg procurou representar a homofobia como uma espécie de categoria de diagnóstico, idêntica à agorafobia e a outras fobias específicas, até porque diz claramente que só considera saudável um "paciente que tenha superado o seu preconceito contra a homossexualidade", preconceito que, no caso do paciente ser homossexual (homofobia interiorizada), o impede de "expressar livremente os seus próprios desejos". Weinberg trata-a como uma fobia, embora a identifique logo a seguir com o preconceito, de acordo com a psicologia do preconceito de Gordon Allport. Alguns estudos não apoiam a noção de que as atitudes antigay possam ser representadas como uma verdadeira fobia (Bernat et al., 2001; Ernulf & Innala, 1987; Herek, 1994): as respostas emocionais negativas dos heterossexuais em relação à homossexualidade envolvem ira e aversão. Isto significa que há uma descontinuidade emocional entre a homofobia e as verdadeiras fobias: a componente emocional de uma fobia é a ansiedade, enquanto a componente emocional da homofobia parece ser a raiva. Haaga (1991) apontou outras quatro descontinuidades: 1) o indivíduo fóbico sabe que o seu medo é excessivo e irracional, apesar de não conseguir deixar de ficar com medo quando enfrenta o estímulo fóbico, enquanto os homófobos pensam que a sua raiva é justificada; 2) o comportamento disfuncional associado a uma fobia é a aversão, enquanto na homofobia é a agressão; 3) a homofobia está ligada a uma agenda política, enquanto as fobias não o estão; e 4) os indivíduos fóbicos estão, eles próprios, motivados para mudar a sua condição, enquanto os indivíduos com homofobia recebem o ímpeto para mudar de fora, em especial dos alvos das suas atitudes negativas.
No entanto, os adeptos da teoria da homofobia não ficaram desarmados e, em vez de abandonar o conceito, submeteram-no a uma revisão. Hudson & Ricketts (1980) afirmaram que o significado do termo homofobia tinha sido diluído, por causa da sua difusão na literatura, onde inclui qualquer atitude, crença ou acção dirigida contra a homossexualidade, e, a seguir, criticaram os estudos que não fazem a distinção entre as atitudes cognitivas em relação à homossexualidade (homonegativismo) e as respostas afectivas e pessoais provocadas pelos indivíduos homossexuais (homofobia). As definições devem ser claras e operacionais e, para clarificar esta distinção conceptual, Hudson & Ricketts (1980) definiram o homonegativismo como um construção multidimensional que inclui juízos a respeito da moralidade da homossexualidade, decisões sobre relações pessoais ou sociais, e todas as respostas referentes a crenças, preferências, legalidade, desejabilidade social ou respostas cognitivas similares. Por outro lado, definiram a homofobia como uma resposta afectiva ou emocional, incluindo medo, ansiedade, ira, desconforto, e aversão, que um indivíduo experiencia quando interage com indivíduos gay, a qual pode ou não envolver uma componente cognitiva. Assim, por exemplo, a homossexualidade ego-distónica ou acentuada angústia com a sua própria orientação sexual pode constituir um tipo de homonegativismo, mas não implica necessariamente homofobia. Esta clarificação é consistente com a definição de homofobia de Weinberg.
Contra o argumento de que o termo homofobia pode não ser apropriado, por não haver evidência de que os indivíduos homófobos exibam aversão pelos indivíduos homossexuais (Bernstein, 1994; Rowan, 1994), MacDonald (1976) arguiu que o único critério necessário para categorizar uma fobia é que o estímulo fóbico produza ansiedade, a qual depende frequentemente da natureza do estímulo e das circunstâncias ambientais: a homofobia pode assim ser definida como ansiedade ou ansiedade antecipada desencadeada pelos indivíduos homossexuais. Esta definição está, como observaram O'Donahue & Caselles (1993), em conformidade com os critérios de diagnóstico exigidos pelo DSM-IV. O'Donahue & Caselles (1993) desenvolveram um modelo tripartido da homofobia, o qual integra componentes cognitivos, afectivos e comportamentais, que interagem de modo diferencial com variadas situações associadas com a homossexualidade. A ideia da homofobia como um fenómeno de ansiedade foi retomada por diversas explicações psicanalíticas, uma das quais, como veremos mais adiante, destaca a ansiedade provocada pela possibilidade de um indivíduo ser ou vir a ser um homossexual, de resto já prevista pela teoria de Weinberg.
2. Homofobia como Patologia. Weinberg apresenta o seu livro revolucionário como uma análise prévia da "doença chamada homofobia, uma atitude que se observa em muitas pessoas não homossexuais, e talvez na maioria dos homossexuais, nos países em que existe discriminação contra eles". Como psicoterapeuta, o seu objectivo é ajudar essas pessoas não homossexuais a "superar esta atitude" e sobretudo ajudar os homens e as mulheres homossexuais a converter-se em "homossexuais saudáveis", isto é, a aceitar-se a si próprios e a considerar apropriados os seus próprios desejos homossexuais. A linguagem da psicopatologia foi abraçada por diversos clínicos (Kantor, 1998; Jones & Sullivan, 2002), para os quais a homofobia constitui uma categoria clínica válida aplicável a alguns indivíduos. Porém, a noção de que a homofobia é uma patologia pode ser tão infundada quanto a noção de que a homossexualidade era uma doença. Ambas as noções usam a linguagem clínica para patologizar um padrão de pensamento e de comportamento, estigmatizando-o e estabelecendo subrepticiamente uma equivalência identitária entre o "doente" e o "moralmente mau". Quem foi educado na crítica da fabricação social da loucura realizada por Thomas S. Szasz e pelo movimento da antipsiquiatria desconfia destas tentativas infundadas ou precipitadas de tratar certos comportamentos como indicadores de "doença mental", mas a denúncia do abuso da linguagem da doença não impediu que o modelo da homofobia fosse usado para conceptualizar uma diversidade de atitudes negativas ligadas à sexualidade e ao género.
A hostilidade institucional e individual e a discriminação contra os indivíduos homossexuais está factualmente bem documentada (Berrill, 1990; Herek, 1989): Mais de 90% dos homens gay e das lésbicas relataram terem sido alvo de maus tratos e de abuso verbal e mais de um terço relatou ter sido alvo de violência ligada à sua orientação sexual (Fassinger, 1991). Diante desta hostilidade heterossexual contra os homossexuais, nem mesmo Goffman resiste a dizer que "o preconceito contra um grupo estigmatizado pode ser uma forma de doença". A patologia social de E. Lemert (1951) e o estudo clássico de H. Becker (1963) sobre os "outsiders" suportam esta afirmação, bem como a sua extensão às perturbações iatrogénicas causadas pelo trabalho realizado pelos médicos, entre as quais Weinberg incluiu a psicanálise e outras terapias que ajudaram a popularizar a concepção de que a homossexualidade é um fenómeno de saúde mental. Assim, como escreveu Weinberg, "quando uma pessoa não se prejudica a si mesma nem prejudica as outras pessoas, a afirmação de que está psicologicamente doente carece de sentido", mas, quando se prejudica a si e prejudica os outros, como sucede no caso da homofobia, justifica-se a utilização de uma categoria de diagnóstico: a homofobia responsável pela hostilidade constitui, neste sentido, uma categoria de diagnóstico, uma vez que os homófobos não só estreitam o seu círculo de actividades relacionadas com o estímulo fóbico, como também são levados a cometer hate crimes contra os homossexuais, negando assim a diferença. A psicopatologia de Weinberg funda-se na premissa de que, na nossa sociedade global, há espaço para todos aqueles que não lesionem ou danifiquem os direitos dos demais seres humanos.
3. Homofobia e Androcentrismo. A análise da teoria da homofobia tem estado centrada nas supostas limitações da homofobia: duas delas já foram superadas, mas é na terceira limitação que a teoria revela a sua força preditiva. Muitos estudos mostraram que os homens heterossexuais são mais hostis em relação aos homens gay do que as mulheres heterossexuais, e, de modo diferente, são menos hostis em relação às lésbicas do que as mulheres heterossexuais. Isto pode significar que as atitudes heterossexuais em relação às lésbicas têm uma organização psicológica diferente da que têm em relação aos homens gay (Herek, 2002; Herek & Capitanio, 1999). Kitzinger (1987), Pellegrini (1992) e Rich (1980) sugeriram, numa perspectiva feminista lésbica, que a opressão das lésbicas é qualitativamente diferente da opressão dos homens homossexuais. Alguns psicanalistas menos ortodoxos (West, 1977; Kuyper, 1993) defenderam que a homofobia é o resultado de uma homossexualidade reprimida ou de uma homossexualidade latente. Definida como uma excitação homossexual que o indivíduo nega ou da qual não é consciente, a homossexualidade latente permite explicar a doença emocional e as atitudes irracionais exibidas por alguns indivíduos que sentem culpa pelos seus interesses eróticos encobertos e que se esforçam por os negar ou reprimir. Ora, quando colocados numa situação susceptível de excitar os seus próprios pensamentos homossexuais não-desejados, estes indivíduos reagem com pânico e fúria (Slaby, 1994). A ansiedade derivada da homossexualidade não ocorre nos indivíduos que são orientados pelo mesmo sexo, mas envolve frequentemente indivíduos que são ostentivamente heterossexuais e que têm muita dificuldade em integrar os seus sentimentos homossexuais. Portanto, estas teorias psicanalíticas prevêem que os homens homofóbicos exibem mais excitação sexual quando enfrentam estímulos homossexuais do que os homens não homofóbicos.
Adams, Wright & Lohr (1996) testaram esta previsão, realizando um estudo com dois grupos de participantes: homens homofóbicos e homens não-homofóbicos, avaliados e classificados previamente pelo Index of Homophobia (Hudson & Ricketts, 1980). Os participantes foram depois expostos a estímulos eróticos sexualmente explícitos: videotapes de cenas homossexuais, heterossexuais e lésbicas, e a excitação sexual peniana foi monitorizada. Os dois grupos de homens reagiram com aumento da excitação sexual peniana aos filmes heterossexuais e lésbicos: apenas o grupo homofóbico reagiu eroticamente aos filmes homossexuais. Estes resultados sugerem que a homofobia está associada à excitação homossexual. Isto significa que os homens homofóbicos são provavelmente "homossexuais dissimulados" ou em processo de negação da sua própria homossexualidade, o que pode explicar a sua agressividade dirigida mais contra os homens gay do que contra as lésbicas, até porque os homens heterossexuais toleram a homossexualidade feminina e se excitam com ela, como mostra a indústria masculina dos filmes pornográficos. Realizado em função da teoria da homofobia, lida à luz de certas teorias psicanalíticas, este estudo confirma, pelo menos, duas previsões da teoria de Weinberg: o preconceito "é mais frequente entre os homens do que entre as mulheres", no sentido dos homens heterossexuais serem mais hostis em relação aos homens gay e menos hostis em relação às lésbicas do que as mulheres heterossexuais, e isso talvez porque alguns homens ostensivamente heterossexuais tenham "o temor secreto de ser homossexuais", a homossexualidade latente dos freudianos, sentindo-se, por isso, "ameaçados pela presença dos homossexuais que, (além de os excitar sexualmente,) parecem desprezar as normas básicas da masculinidade", embora não sejam necessariamente mais agressivos do que os homens não homofóbicos.
J Francisco Saraiva de Sousa

114 comentários:

Denise disse...

Excelente texto, Francisco!
A homofobia resulta do medo e da ignorância. É incontornável!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Oi Denise

Quero ver se concluo ainda hoje o post, mas estou cheio de trabalho. Logo mais tarde leio o seu post, bem como o do Fernando Dias. Vou ser educado na crítica dos dois blogues homofóbicos. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, o último post do Fernando Dias lança-me um desafio que vou aceitar: o de saber se o conhecimento na segunda pessoa é intersubjectivo, fenomenológico e possível em função da fenomenologia de Husserl. Porém, não sou especialista em vinhos, embora aprecie o Vinho do Porto, claro; por isso, vou contra-argumentar usando um exemplo real e mais próximo da temática deste post. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O argumento do FDias é pertinente em termos de metodologia da investigação científica e, como tal, tem sido muito equacionado. Por exemplo, Tobias Schneebaum utilizou o argumento de que para ter acesso a experiência do outro é preciso vivê-la. O mesmo fez Carlos Castaneda. Porém, no primeiro caso, o antropólogo não precisava experimentar aquilo que ele próprio era e vivia diariamente: o que ele fez foi interagir com os elementos da sua amostra, como se os tivesse engatado no bar.

Lugones disse...

Caro Francisco, estou plenamente de acordo com o seu texto.
Não conhecia os blogs que mencionou, e dei-lhes uma espreitadela rápida. O primeiro é claramente de uma pessoa tonta, com uma mentalidade infantil, e que gosta da polémica fácil.
O segundo blog é de um pseudo opinion maker, que tem twitter, e tudo, e que até já foi considerado pelos amigos uma "pessoa de esquerda". No meio dos seus disparates, diz, inexplicavelmente, gostar do pensamento de Antero de Quental.
Uma análise rápida do blog permite constatar que se trata de um manipulador. Mas acho que não vou perder mais tempo a ler o dito senhor O. Braga ou a beta analfabeta ou os comentários do seu cão amestrado de ataque, o miguelpontoqqcoisa.
Fico à espera da continuação do post.
Cumprimentos

Denise disse...

Chamou-me indirectamente de deseducada, Francisco? :-)))

Nem vale a pena, Lugones... Escrevi uma crítica no RG, não gostaram e fizeram muito barulho...

O Fernando Dias lançou-lhe um excelente desafio. Irei lê-lo, saboreando um belíssimo vinho do Porto. Aprecio imenso.

Quanto ao meu post, não se canse: é uma gala de sóis. Há um para si :-)

Anónimo disse...

Boa tarde Francisco

Existe uma coisa que aprecio em si.

È educado e soube sempre manter essa postura em volta de temas mais polémicos como este.

Faz a sua partilha de opinião sem ofender terceiros com insultos, seja em comentários, seja nos post(s), que elabora.

Acho os links, desnecessários e provocadores, de forma a provocar a ira e o ódio de certas gentes, já visível aqui num comentário ordinário.

Gostaria que se mantivesse fiel assim mesmo, até porque acho que consegue brilhar sozinho ou na companhia de quem não partilha consigo a mesma educação e se procurar um bocadinho, encontra pessoas que já debatem o assunto ao seu nível.

Quanto ao tema em si, acho que não adianta falar mais nele, porque já foi tudo dito, mas vou deixar uma pequena opinião baseada em factos e não em ideias.

Os homossexuais são alvos constantes de discriminação e até mesmo de chacota na maioria das pessoas com que convivemos, quer na família, quer nos resto da sociedade que nos rodeia.

Se fosse homossexual, também pensaria bem em assumi-lo publicamente.

Mais quando associados a este tipo de ataques ordinários que já pode ver em todas as respostas a homofóbicos, que em nada dignifica a esse orientação sexual.

Naquilo que escreveu aproveito o seguinte.

O conceito de homofobia.

Ter medo de ser homossexual.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Olá a todos

Estou com vontade de concluir o post, mas estou a lidar com tarefas mais urgentes que exigem a minha atenção imediata. :(

Miguel

Não vou retomar a polémica: os links reconduzem aos lugares virtuais onde ela ocorreu: o blogue da Alfabeta e o blogue da Denise. Vou tratar apenas do gayzismo do blogue "Perspectivas" do tal Orlando KK. Troca de insultos não faz o meu estilo, como de resto sabe e bem. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, e outra coisa: eu compreendo os preconceitos sexuais das pessoas e não sou contra o facto de os manifestarem. Porém, os preconceitos podem ser limados ou mesmo neutralizados, sobretudo quando colocam em risco a vida de certas pessoas estigmatizadas. No mundo há lugar para todos... Tolerância e respeito recíproco é o que precisamos.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bem, dirijo-me a homofobia do tal autor O. Braga, porque ele próprio lhe dedica um ou outro post. Ora, a homofobia é assunto bem documentado e todos deviam conhecer os estudos mais significativos. Limito-me a aplicar a teoria, afastando-me do caso particular para ir directamente a questão da homofobia. De resto, esse caso não me interessa! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O outro post que completa a teoria do controle da sexualidade é este:

http://cyberbiologiaecybermedicina.blogspot.com/2008/08/teoria-econmica-da-sexualidade-2.html

Fräulein Else disse...

Ahah! O Isaltino foi condenado e tanta gente com o cu apertado! Finalmente ele é condenado por algo que toooda a gente sabe que ele cometia e ainda por cima foi reeleito. Tenha(m) vergonha!

Estou feliz :D

Denise disse...

"A blogosfera portuguesa está povoada de alguns blogues homofóbicos, dos quais detacamos dois: um feminino - o blogue de gaja, como lhe chamou Maldonado, desencadeando uma extensa polémica na blogosfera que envolveu, entre outros, a Denise, a Tia Adoptada e o RockyBalbino - que procura visibilidade fácil, e outro masculino - (...)"


Eu creio ter percebido o que vou perguntar de seguida, mas é para ficar bem assente:
"que procura visibilidade fácil"... esse "que" é co-referente a quê?

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ao blogue feminino...

Denise disse...

Obrigada. Confirma-se, até pelo uso dos travessões. Mas pela via das dúvidas...
Um dia bom por aí!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Já falta pouco para terminar o post: explicitar o nazismo do O. Braga.

Sim, o dia está bonito. E a Else está feliz por causa da condenação de Isaltino que vai recorrer ao tribunal da relação. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim, usei os travessões para destacar isso, mas eles são pequenos, quase invisíveis! O outro objectivo foi condensar informação...

Denise disse...

Só se puder: coloque a referência da Denise para o fim, perto do travessão. Se houver más interpretações que recaiam apenas sobre mim. Há também a opção dos parêntesis.

O seu post está muito bem argumentado, F.
E a Else tem razão para estar feliz ;-)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Este post é, no fundo, a resposta atrasada aos posts que o O. Braga me dedicou, atribuindo-me o gayzismo. Não pretendi retomar a polémica que travamos noutros posts: os links reconduzem a essa polémica; aqui prefiro destacar as consequências nefastas da homofobia.

Denise disse...

Sim, isso está muito claro.
Boa continuação!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bem, o O. Braga já respondeu a este post:

http://espectivas.wordpress.com/2009/08/04/contra-a-homofilia-gayzista-totalitaria-e-niilista/

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O escriba homófobo atribui de um modo levianamente panasca a utopia negativa ao marxismo cultural = gayzismo, reafirmando a sua oposição à libertação sexual e a sua crença na ordem natural das coisas! Porém, abriu-se à bissexualidade! Está a evoluir no seu processo de consciencialização do seu reprimido!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, embora diga ser contra o marxismo cultural, defendendo a naturalidade do heterosexismo e da instituição do casamento hetero, como se fosse unicamente algo religioso, o escriba homófobo recorre ao inimigo para relativizar as decisões da APA. E todos os seus medos - misoginia, homofobia e xenofobia - juntam-se numa resistência contra a libertação sexual - Reich membro da Escola de Frankfurt? Tadinho: o escriba lê mal! E desconhece a genética evolucionária do comportamento homossexual que já tratei noutros posts! E tal como as suas inimigas feministas (sic) usa a construção social sempre que alguma coisa não se conforme com o seu esquema de castração sexual!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Em termos filosóficos, o post do escriba homófobo revela ignorância total: Feuerbach um filósofo dialéctico? Marx um filósofo ateu? A utopia marxista é negativa ou positiva? Marx um antropólogo? Marx nega a razão? A dialéctica é a única coisas que Hegel e Marx partilham? Trata-se da mesma dialéctica? A Wikipédia é fonte segura de conhecimento? Os heterossexuais são todos normais e saudáveis da cuca? Enfim, uma série de asneirolas...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Escriba homófobo:

Não confunda entre dialéctica negativa e utopia negativa: a negação determinada é um procedimento que o chamado marxismo cultural partilha com Hegel, o seu criador! Bloch defendeu a utopia positiva!

Por acaso sabe o que diz quando escreve que Hegel identifica razão e realidade? Ora, a dialéctica negativa desmistifica essa identidade hegeliana! De filosofia não percebe nada: inventa disparates, atribui-os aos outros e depois combate os seus próprios fantasmas projectados nos outros! Baaahhhhhhhhhhh

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Além de invocar em vão o nome de Deus, como se Ele gostasse de nazis ou homófobos!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A mecânica quântica destruiu o positivismo e o idealismo? Ou isso segundo uma das suas inúmeras interpretações? Além disso, Hegel era idealista em que sentido? O idealismo hegeliano nega a "realidade empírica"? Já leu efectivamente Hegel? Parece que fala de coisas que desconhece ou que conhece por intermédio do seu preconceito homofóbico, aliás um filtro redutor e fantasioso!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O post está concluído: os aspectos que ficaram por abordar podem ser pensados pelos leitores, bastando para tal confrontar o meu texto e o do orgulhosamente homofóbico.

Como ficou longo aconselho a leitura unicamente da primeira parte onde critico a homofobia do O. Braga, embora os links estabelecidos sejam fundamentais para compreender a minha perspectiva. :)

Unknown disse...

hello :)

LOL, este poste do francisco ta meio pro tamanho dos de rugby, nao? :) Ainda nem metade me deu pra ler, mas, numa coisa concordo com o tal escriba reaccionario - interpretaram-no e diabolizaram-no sem acertar verdadeiramente no alvo.
Ainda vão mt a tempo, bastando tão só pegar nas 10 "razões" grouxo-marxistas q ele lá expõe como bandeiras da sua paralisia cerebral.

:)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Hello Sr

Os casais do mesmo sexo será objecto de análise de outro post, mas já tratei esse assunto num post prós e contras sobre casamento. Aqui critiquei a homofobia do homem escriba de Direita! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Eis as razões apresentadas pelo escriba antigay contra o casamento do mesmo sexo:

"Para finalizar, as dez razões para recusar o “casamento” gay:


1. Não passa a ser casamento só porque lhe chamamos “casamento”;
2. Viola a lei natural;
3. Recusa sempre um pai e uma mãe às crianças;
4. Valida e promove o estilo de vida gay;
5. Transforma uma enormidade moral num direito civil;
6. Não cria uma família mas apenas e invariavelmente uma união estéril;
7. Derrota o sentido nobre da sociedade e do Estado em beneficiar o casamento como instituição;
8. Impõe a sua aceitação a toda a sociedade de forma compulsória e totalitária;
9. Culmina a “revolução sexual” tal qual entendida pelo marxismo cultural;
10. Ofende a Deus e vai contra a ordem universal estabelecida por Ele."

Bem senhor escriba homofóbico: Deus é, na sua imensa solidão, gay. Criou Adão para lhe servir de fonte de excitação e de fantasia que usa durante as suas infinitas masturbações divinas. Porém, o homem desiludiu-o e, por isso, arrancou Eva da sua costela para o castigar. Misoginia? Hummmm... Talvez resida aqui a sua origem, quem sabe? Baaaahhhhhh Que razões ridículas!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Já critiquei o post do escriba homofóbico que responde a este meu post nesta caixa de comentários. Vou citar mais dois parágrafos:

I - "O que vai contra “a ordem natural das coisas” é o resultado da evolução do gnosticismo a partir de Marx. Repito: o gayzismo é apenas um parente pobre ― e passível de ser ferozmente reprimido quando instituído um regime marxista na nossa sociedade ― da evolução do pensamento gnóstico até aos nossos dias."

Se excluirmos o disparate do gnosticismo, temos aqui - bem como nas dez razões contra o casamento do mesmo sexo, a confirmação de que o escriba finge acreditar na ordem natural das coisas, recorrendo ao direito natural numa interpretação reaccionária.

II - "O escriba (EU) confunde Hegel com Marx, quando a única coisa que existe em comum entre os dois é a dialéctica do primeiro que foi adoptada pelo segundo através da Esquerda Hegeliana e de Feuerbach. O conceito de “acção sem necessidade de razão” é de Marx, e não tem nada a ver com Hegel. Pelo contrário: em Hegel existe o primado da Razão a tal ponto que se confunde com a própria realidade. Penso que o escriba escolheu mal o “terreno” para se degladiar comigo: já vi professores universitários de filosofia a titubearem em diálogo comigo (tenho uma irmã que é professora catedrática de filosofia; de vez em quando, ela “engasga-se” nos nossos diálogos). Má escolha."

Francamente, depois de ter dito tantos disparates seguidos, o escriba homofóbico devia considerar-se uma aberração filosófica contra-natura, para usar a sua linguagem pecaminosa. O primado da razão? O que está no centro da filosofia de Hegel que diz erradamente que se aplica ao macrocosmos depois da revolução quântica? Em Hegel, diz o escriba analfabeto, a razão confunde-se com a realidade! Ahhhhh... Que disparate resultante de um curto-circuito neural! Ahhhhh... E a última afirmação - a da revolução da física - é mesmo de quem não percebe nada da coisa! Profundmente ridícula! Não dá gozo debater ideias com pessoas ignorantes activas!

:((((

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Marx usava sempre a razão dialéctica para orientar a praxis; claro que não usou o piloto-automático, porque ele gostava de dar quecas reais! Senhor escriba homofóbico: usou uma linguagem que permite desiludi-lo, a si e não a sua irmã que não conheço! Coloque umas orelhas de burrinho até aprender filosofia sem homofobia!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

E mais: há uma diferença fundamental entre o panasca e o homófobo. O panasca assume, pelo menos interiormente, que é panasca, como lhe chama, mas o indivíduo homofóbico não assume o seu panasca, fingindo ser o que não é: um homem hetero saudável sem fobias ligadas ao sexo. ehehehehhhhh

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Por fim, para terminar este debate chato, deixo-lhe uma pergunta:

CHAMAR PANASCAS E GAYZISTAS AOS OUTROS QUE NÃO PENSAM DA SUA MANEIRA FÁ-LO SENTIR-SE MAIS HOMEM?

Se for este o caso, ninguém "inveja" a sua masculinidade precária! Que triste masculinidade projectada em meras palavras! :(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O senhor homofóbico não é um homem, mas uma mera palavra que encobre e esconde uma ausência!

Unknown disse...

hey, Francz!
cool off, assim tá dar motivos pra ele lhe devolver o epiteto reaccionario. :)


Convide-o mas é para uma encenação edipiana(já q ele se afirma tao hetero:) à maneira

http://www.youtube.com/watch?v=oOfDH4hVIWM

Unknown disse...

http://i487.photobucket.com/albums/rr239/graffitilx/Crisis.jpg


:)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ok vou ver tb esse. o Priscilla- mamma mia foi giro. :)

Unknown disse...

Nunca viu esse filme? very funny! procure por Priscilla, Queen of the desert.
É australiano, axo*


Agora, vou bazar pra ver o SCP( não, nao sou andrade:)
Fizeram-me a finesse de me partir a tela do portatil, mas agora q já meti outra, watchout :P



0/

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Eis outro parágrafo do homofóbico orgulhoso:

"O gayzista (EU) que escreve é estúpido quando diz que eu defendo “a matança de homossexuais” (O título de um post dele). Estúpido e desonesto. Ademais, um panasca é um panasca, assim como eu sou um “gajo” homófobo e com orgulho. De resto, a única coerência entre o princípio de identidade e um panasca é a de que um panasca é panasca: tudo o resto é contradição." (Resposta a comentários que fiz no post anterior sobre o princípio de identidade e que foram novamente testados no post do homófobo quando fala de Hegel que parece ter confundido com Newton.)

Claro, um "panasca" tem uma identidade resolvida, enquanto o homófobo é uma contradição... Sim, até pode ter algum razão... De resto, a estupidez do homófobo já foi demostrada... eheheheeeeehheeee

J. Maldonado disse...

Li com interesse o teu post e apreciei-o bastante.

1. Aquele neanderthal nazi deve perceber tanto de filsofia como de árabe clássico.
O post é tão tendencioso e tão cheio de calinadas que até mete dó.

2. Porque é que será que a extrema-direita gosta tanto de atribuir a culpa do pretenso descalabro do mundo ao marxismo?
É um cliché que não faz nenhum sentido...

3. Como disse Lugones antes, aquele mentecapto é capcioso e induz em erro os incautos. Nunca vi tanta falácia junto num texto tão miserável.

4. Só os heteros é que estão preocupados com o pretenso perigo da homossexualidade e em quererem estabelecer um padrão de heteronormatividade.

5. A extrema-direita não tem nenhuma ideologia nem nenhum programa político; só se alimenta de ódio.
Se chegasse ao poder, não saberia governar nenhum país. Ou melhor, governá-lo-ia ao estilo nazi-fascista.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Maldonado

A frase mais estúpida do nazi é esta:

"Ora, uma das virtudes da mecânica quântica foi ter literalmente destruído o positivismo e o idealismo de uma assentada. Hegel só se aplica no macrocosmos, e mesmo assim, em determinadas condições. Portanto, o conceito dialéctico de “reaccionarismo” e “progressismo” é arcaico; a evolução inexorável no sentido do progresso dos “amanhãs que cantam” é uma estória mal contada ― também existe involução ou má-adaptação. A evolução deixou de ser um caminho irreversível para a felicidade: também pode trazer consigo a inadaptação e a infelicidade humanas."

Este pormenor é sintomático de grande ignorância:

"Hegel só se aplica no macrocosmos, e mesmo assim, em determinadas condições."

O "homem-coisa" que confunde Hegel com Newton (?) ou não sei com quem tem a ousadia de chamar estúpidos aos outros, dizendo que não estava a altura dos seus conhecimentos filosóficos. Baaaahhhhhh

Sim, pelo que percebi é adepto do Rui Rio, embora seja efectivamente de extrema-direita do estilo nazi! Sim, a heteronormatividade dele é exclusiva: um campo de tortura física e psicológica!

E. A. disse...

Francisco,

Fui espreitar o post do O. Braga e é verdade que a APA considera a bestialidade e a necrofilia como não-patológicas?? Ui.

De resto, o senhor O. Braga faz uma distinção que me interessa e que tb já fiz aqui e que, por causa disso, fui "mal interpretada" que tem a ver com a assunção política da homossexualidade e a ideologia do "politicamente correcto". Se por um lado, os gays tiveram e ainda têm de se organizar politicamente para adquirir direitos, por outro lado, essa organização política pode tornar-se ideológica e não por acaso, homossexuais assumidos do século XX se apartavam dessa agenda. Neste aspecto, concordo com ele e é a minha posição aqui já referida e demonstrada.

E. A. disse...

De facto, ser-se "gay com orgulho" é tão estúpido como se ser "homófobo com orgulho".

E. A. disse...

"Porém, o homem desiludiu-o e, por isso, arrancou Eva da sua costela para o castigar. Misoginia?"

Não saberá que a misoginia está a par da homofobia? São ambos instintos destrutivos, dirigidos interior e exteriormente. Ora, se estamos a falar do Deus hebraico, ele é bastante austero, irascível e implacável, por isso, parece que o Deus dos hebreus nunca seria solução para o vosso problema...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon

Esse problema que coloca está ainda marcado pela homofobia e não entendo o politicamente correcto nesses termos: essa ideologia mascara outros processos de poder político e económico - tal como a corrupção - que são mais importantes do que as questões de género, sexo e raça.

A referência a Deus foi uma ironia, nada mais do que isso. No entanto, existem teologias da libertação gay e outros estudos que mostram uma outra atitude biblíca perante a homossexualidade.

Ser gay ou heterossexual com orgulho significa apenas que se vive saudavelmente com a sua orientação sexual, nada mais do que isso.

Quanto ao "vosso problema", não percebi o que quis dizer: eu lido com problems objectivos - teóricos e políticos - que dizem respeito a todos.

Bem, quanto pedofilia, zoofilia e necrofilia, elas não estão associadas a homossexualidade: não há ligação entre essas parafilias e a homossexualidade, como insinua a estupidez do homófobo. Aliás, a maior parte dos estudos trabalham com amostras predominantemente heterossexuais.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim, as parafilias estão a ser repensadas e algumas começam a ser abandonadas e muito bem, porque muitas reflectiam preconceitos sexuais heterosexistas. Porém, o manual fornece sempre pistas para os diagnósticos, mas essa é uma questão técnica desconhecida pela mente homófoba nazi.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Infelizmente, não há quase nenhum comportamento que não seja contemplado pelo manual, de resto ainda muito clássico num sentido pouco interessante.

Anónimo disse...

J Francisco,


Bem que Maldonado me falou que esta é uma das melhores análises científicas sobre homofobia, acrescento que isto deveria ser
tese de doutorado.

Pela maneira como abordou temas tão
complexos e de difícil entendimento.

É isso,
continuemos na luta contra esses
homófagos e paranóicos.

Ser mãe de homossexual também
é alvo de preconceito...
E quando alguém me critica
(porque acham em sua ignorância
que a culpa é nossa!), a resposta
que dou é "o que vc tem a ver com isso?". Porque se a mim que sou mãe,
não me interessa, ao outro, em quê?


Já falei demais...


Prazer!!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Aliás, já abordei aqui essas "parafilias" e, no que respeita a pedofilia, analisei um estudo que estabelece distinções importantes, nomeadamente o consentimento ou não do acto por parte da suposta vítima e o uso ou não da força por parte do suposto abusador. Muitas dessas relações são consentidas e desejadas pelos jovens e não há uso da força: este é um aspecto do desenvolvimento dos adolescentes. A campanha religiosa e reaccionária que procura associar intrinsecamente homossexualidade e pedofilia é isso mesmo: ideologia reaccionária desmentida pelos casos mediáticos que envolvem heterossexuais.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Tetê

Obrigado pelo seu apoio e pelo seu bonito testemunho. É sempre bem-vinda aqui no meu blogue e pode dizer tudo o que pensa, porque aqui não há censura.

O Prazer é todo meu - e nosso! :))

E. A. disse...

Francisco,

O "politicamente correcto" n é apenas uma linguagem económica. É a da globalização política, é a da hegemonização pela ostentação (falseada) de igualdade. Quanto aos gays, têm uma agenda política e lobbies bem visíveis na nossa sociedade, portanto, n é errado falar-se de ideologia gay.

Quanto ao "vosso problema", eu como sou saída do armário naturalmente, nunca o considerei um problema. E não gosto de politizar a sexualidade, como tb já o disse noutras ocasiões.

Quanto à zoofilia e necrofilia, n a comparei com a homossexualidade, até porque a homossexualidade subentende duas vontades. Fiquei apenas intrigada pq, de facto, à primeira vista, parece-me evidente o distúrbio ligado àquelas duas práticas, mas pelos vistos os especialistas já superaram essa primeira hipótese. :)

E. A. disse...

Ah! Quanto a Deus, ele tem as costas largas, porque a hermenêutica tanto dá para crucificar gays em nome de Cristo, como para os queimar em Gomorra.
Apenas fiz notar que a sua misoginia revela tanta fobia como a homofobia. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon

Eu não neguei a existência de uma ideologia gay ou mesmo de diversas ideologias e agendas, mas não vejo como se possa reduzir o chamado politicamente correcto a um aspecto, o do gayzismo, como diz o homófobo. Há tb ideologias espontaneas gay, talvez mais interessantes! Além disso, como sabe, os movimentos feministas e gay alinharam posições, porque a sexualidade tem uma dimensão política: o heterosexismo é maquiavelicamente político.

Global, global, o politicamente correcto entendido desse modo redutor não é global, pelo menos na maior parte dos países extra-ocidentais. E essa é uma ideologia prática nos USA por questões relativas aos movimentos dos direitos civis.

Continuo a não compreender a saída do armário de que fala...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Do homófobo? Ah, mas isso é o que digo neste post: misoginia, homofobia e xenofobia.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

... A menos que esteja a dizer que é lésbica, porque um hetero não precisa sair do armário! :)

Fräulein Else disse...

"Além disso, como sabe, os movimentos feministas e gay alinharam posições, porque a sexualidade tem uma dimensão política: o heterosexismo é maquiavelicamente político."

Exacto, por isso é q n sou feminista, pq a sexualidade n deve ser politizada. A sexualidade é múltipla e oposta à política que é monolítica.
A "saída do armário" de que falo tem a ver com o facto de que ela n tem de ser necessariamente um acto político e uma insígnia. Podemos assumir a nossa identidade sexual e os nossos desejos sem ter de fazer espectáculo ou propaganda. :)

Fräulein Else disse...

Sim, Francisco, eu sempre tive desejo por mulheres, desde adolescente, e sempre agenciei os meus desejos (à Deleuze) de maneira natural, sem "traumas". Talvez por isso veja algumas lutas como não as minhas.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, essa dimensão pessoal ninguém a nega! Mas numa sociedade heterosexista os hetero não precisam sair do armário, porque não há armário, e, para lutar contra os armários existentes e impostos aos outros não-heterossexuais, é preciso dar uma dimensão política: a luta pela libertação dos armários é política. :)

Vamos ver se nos entendemos: a zoofilia e a necrofilia não são "normais", no sentido de serem recomendadas. O dignóstico pode e deve ser feito caso a caso, mas isso não significa que os portadores sejam "patológicos" num sentido profundo, porque pode haver outros factores que levam a esses comportamentos, tais como determinadas perturbações psiquiátricas e neurológicas ou mesmo factores culturais, educacionais e sociais. O dignóstico é diferencial e joga com diversos critérios e eixos.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bem, eu não preciso ser um animal em vias de extinção, um panda por ex., para tomar posição e preocupar-me com a sobrevivência esses animais. Não sou indiferente ao sofrimento dos outros! :)

Fräulein Else disse...

Ok, quanto à zoofilia e necrofilia, já percebi.

Mas eu tenho empatia pelo sofrimento alheio, apenas não pactuo com a luta política, até porque ela existirá ad infinitum, pelo menos da maneira como é feita hoje em dia.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Mas para alterar a maneira de fazer política é preciso fazer outra política: estamos condendos a ser políticos nesse sentido; caso contrário, somos vencidos e esquecidos. Há mudanças que implicam alterações das leis e, se nada fizermos, tudo permanece na mesma. :)

Fräulein Else disse...

Sim, tem razão, há lutas q têm de ser feitas e conquistadas. Mas a igualdade e emancipação têm de ser presentificadas e assumidas por princípio e alguns discursos de "saída do armário" podem desvirtuar essa igualdade, prolongado-a como uma recorrente desigualdade, porque, como diz bem, os heterossexuais não saem do armário.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Fiquei muito sensibilizado com o testemunho da Tetê: um mãe orgulhosa do seu filho!

Ainda ontem a Sue foi confrontada com o problema de um jovem de 18 anos que queria dizer a mãe que era gay, mas temia a sua reacção dado ela ser homofóbica! A vida torna-se desnecessariamente complicada por causa destes preconceitos inumanos!

Fräulein Else disse...

Não, ela disse q n estava "orgulhosa", porque é impossível eu ter orgulho em gostar de raparigas ou um rapaz de outros rapazes. Ter-se orgulho de algo que não se escolhe é estúpido. É a mesma coisa que dizer que tenho orgulho em ser portuguesa, ocidental, branca, etc.
Curiosamente a Têtê tem a mesma posição que eu manifestei:

«E quando alguém me critica
(porque acham em sua ignorância
que a culpa é nossa!), a resposta
que dou é "o que vc tem a ver com isso?". Porque se a mim que sou mãe,
não me interessa, ao outro, em quê?»

Pois, a mim tb n me interessa a vida privada dos outros. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Hummmm... não foi essa a posição da TetÊ, porue o outro é o seu filho. E é bom quando temos orgulho naquilo que somos e fazemos: significa que estamos em paz connosco e com os outros significativos. (Não estava a falar dos desfiles ou dos dias do orgulho... Coloquei-me no plano psicológico: uma vida sem angústia que desliza suavemente pelo rio...) :)

Denise disse...

A discussão está interessante.
Compreendo a Else. Já tinha escrito sobre essa patetice do orgulho gay no RG. Mas depois de alguma troca de comentários compreendi que esse orgulho passa precisamente por aquilo que o Francisco acabou de explicar agorinha mesmo.

Denise disse...

De qq forma, n encontro vestígios de "orgulho" no comentário da TT...

Denise disse...

(calhou-me o comment 69! :-))))))

J. Maldonado disse...

O orgulho da condição é resultante duma situação de discriminação...
Por exemplo, em países onde os negros são perseguidos ou discriminados, a "blackness" é uma forma de reacção ao statu quo discriminatório imposto pela sociedade onde estão inseridos. Ou seja, se não existisse segregação, o "orgulho" não fazia sentido...

Denise disse...

Precisamente, Maldonado.
Daí eu ter ficado chocada com o orgulho manifestado por Halle Barry quando recebeu o óscar e discursou sobre a mulher negra. E também nos comentários da vitória do Obama: não fora um homem que acabara de se tornar no presidente dos EUA, mas um negro...

Denise disse...

De qq forma eu n sinto orgulho em ser indiana, ou algarvia, ou portuguesa... ultrapassa-me.

J. Maldonado disse...

Mais ainda:
Todo o preconceito tem de ser combatido através da luta política.
A luta armada só é justificável quando existir um regime ditatorial fechado a qualquer diálogo.
Na actual conjuntura democrática, a via política é a que melhor se adequa ao combate das ideologias reaccionárias que inquinam a nossa sociedade.

Denise disse...

Não vais gostar, mas eu sou absolutamente contra a luta armada.

J. Maldonado disse...

Ela é necessária quando as vias pacíficas se esgotam.
As ex-colónias nunca teriam obtido a sua independência nem a ditadura de Batista teria sido derrubada se não se tivesse recorrido à luta armada... E poderia dar mais exemplos históricos...
A extrema-direita só é arredada do poder pela força...

Denise disse...

Sei disso, mas repugna-me sempre o saldo de sacrifícios em nome de uma causa. E lembro-me sempre do nobre Gandhi cuja força moral tornou-se muito mais eficaz que qualquer arma de fogo ou de arremeço. A não ser que a História esteja mal contada, claro.

O combate das ideologias nefastas, via democracia, pode ser interpretado como medida impositiva e anti-democrática como é por vezes alegado pelos censurados?

J. Maldonado disse...

Gandhi é uma honrosa excepção, que só foi possível num certo contexto histórico.
Esse combate pela via democrática é necessário e só os reaccionários é que o poderão achar uma "medida impositiva e anti-democrática". Quem tem argumentos luta com discursos lógicos e não demagógicos...
Nunca percebi porque é que os fascistas perante uma argumentação bem fundamentada recorrem logo às ameaças de morte...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Hello amigos/as

Vou ler o vosso diálogo para comentar a seguir. Tenho estado a pensar na "nossa" agenda blogosférica!

Denise disse...

Agenda blogosférica?


Maldonado,
Creio que o fascismo como qualquer regime totalitário, resulta de desvios de natureza psicológica. daí o recurso às ameaças de morte.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

1. Eu fiz uma leitura livre do comentário da TT. Ela preocupa-se com o filho, porque é mãe, e aceita-o. Por isso, e dado não sentir-se culpada, não quer saber do que os outros possam pensar. Ora, se mãe e filho coexistem na aceitação recíproca, não há atritos, logo há compreensão, amor, respeito, orgulho. A Papillon é que na sua visão apolítica das sexualidades tende a desprezar o facto de nem todas as sexualidades gozarem do conforto da lei. Acho que a Denise compreendeu a minha perspectiva!

2. O Maldonado acrescentou o outro aspecto que vai ao encontro do essencial: "O orgulho da condição é resultante duma situação de discriminação". Os discriminados precisam aprender a sentir orgulho nas suas características que são estigmatizadas pela sociedade preconceituosa. Os exemplos raciais que deu bastam para o confirmar.

3. A Denise captou o que eu disse, porque viu nesse orgulho a esfera do amor-próprio e da auto-estima: Adam Smith tratou bem desse amor-próprio: ele é fundmental para indivíduo estigmatizado que queira ser feliz; caso contrário, rejeita-se a si mesmo e identifica-se com o estigma que o opressor lhe dá. Mesmo que não apreciemos as marchas em toda a sua fotogenia, devemos ser tolerantes e pensar que são pessoas que exibem de modo provocante aquilo que reprimem durante quase todo o ano.

4. Sim, em determinados casos, a luta armada é legítima!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Agenda é alinharmos um conjunto de temas que merecem ser pensados, tais como casamentos, adopções e outras causas nobres. Aliados vamos conseguir sensibilizar mais pessoas para esses problemas! Eu estou a pensar fazer um post sobre os casamentos do mesmo sexo e a adopção, por ex..

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Esse problema do fascismo tb é pertinente!

Denise disse...

Compreendido. Eu empenho-me mais nesses assuntos no outro blogue, o Blog de Espiritismo, onde também já pugnámos, em tempos anteriores, contra o preconceito homofóbico e onde também falámos sobre o casamento, entre outras coisas. Mas também afloro essas questões no RG.
É o nosso contributo nesta luta e o Francisco tem desempenhado um excelente papel.

Quando aos meus filhos os colegas chamam de pretos eles respondem: "Tens de ir ao médico dos olhos (eles não conseguem dizer oftalmologista) mas e mesmo que fosse, qual era o problema?"
E quando lhes chamam de maricas e gays eles respondem: "Orgulho gay"

Ahahaha

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Filhos inteligentes! A Denise é mãe babadaaaaaaaaa... :)

Unknown disse...

Xiii tanta coisa pra ler :S


Francisco, qd fizer um post sobre VR, veja aí a mocinha desse video http://ipsons.forumeiros.com/geral-open-f1/kevin-saunderson-history-elevatedetroit-house-2009-t72.htm#470



^^


0/

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sr

Vi o vídeo e é todo electrónico, desde a dançarina até a música. A Realidade Virtual vai ser um sucesso total, com inúmeras aplicações, tanto no campo da arte como no da medicina e da pesquisa, de resto já aplicada para estudar a estrutura das proteínas, etc. E também no campo sexual: sexo seguro e masturbatório assistido tecnicamente. Acho que há um filme que fez essa antecipação antes da RV surgir! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Vejam este post que "saquei" do nazi homo:

http://glossmode.wordpress.com/2009/08/05/manifesto-pela-liberdade/

O Brasil está no bom caminho! Punir os homófobos e acabar com o nazismo homofóbico!

Iacobus disse...

eheheh muita coisa para ler mesmo. Francisco, eu já só leio os comentários! :D Uma forma de fingir pretender que escreve mais rápido do que o que leio... :)

Fräulein Else disse...

Eu respeito a sua/vossa luta, mas n posso deixar de acrescentar que ela n é imune ao ciclo vicioso que a suporta. As expressões "orgulho gay", "sair do armário", etc, são sintomáticas disso: a igualdade que pretendem nunca será alcançada sob esta dialéctica entre heterosexismo e diferenças sexuais, maioria e minoria, e isto porque se "sair do armário" é condição necessária para a aquisição da igualdade e se "sair do armário" é uma acção apenas realizada pelas minorias, então dá-se a recorrência da desigualdade, porque só alguns têm de "sair do armário", adiando indefinidamente a igualdade.

Enfim, é isto que denuncio. O vício, à partida, que esta alegada emancipação comporta.
Para mim a sexualidade é um fenómeno irredutível a categorias científicas ou a normas políticas.

É a minha posição. Desta maneira, fica registada a terceira via. Além dos "pró-LGTB2 e dos "homófobos". :D

Fräulein Else disse...

Não percebe porque só consegue equacionar segundo o escondido e o revelado, a verdade e a mentira. As pessoas não são obrigadas a exporem-se! A sexualidade n é do domínio público e político!

Enfim, faça a sua luta, já lhe disse, mas ela é viciada e senão o percebe abra os olhos! 8)
Boa noite.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Tiago

Estou numa onda política!:)

Papillon

Mas "os alguns que têm de sair do armário" estão no armário por causa do heterosexismo e da sua normatividade única; logo não percebo a sua terceira via. Continuarem no armário sem incomodar os homófobos fascistas? Uma atitude confortável para quem não deseja mudar nada! O Brasil pensa legislar contra a discriminação e é desse modo que se combate a doença chamada homofobia.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A realidade apresenta muitas zonas escuras e outras claras e todos preferem viver a luz! :P

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A sexualidade sempre foi do domínio público e político: as leis da discriminação estão aí!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Faz bem dormir: pode ser que acorde sem ideias extraterrestres, isto é, fora da realidade da vida. Que atitude menos crítica essa de negar a regulação política, ideológica e religiosa da vida sexual! :(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O que quer dizer quando escreve:

"a sexualidade é um fenómeno irredutível a categorias científicas ou a normas políticas"?

Que a sexualidade é do domínio da irracionalidade? bahhhhhh

Fräulein Else disse...

Francisco, a minha atitude é "acrítica" apenas porque não a entende, e porque n subscrevo a sua visão? Enfim. Um pouco triste... pensei que admirasse a razão, mas afinal só admira falsas polémicas. Divirta-se, porque vejo que isso lhe dá muito gozo, e eu sou sempre apologista da felicidade alheia. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon

Seleccionei videos antihomofóbicos: veja a primeira barra de vídeo e o clipgay - fuck you! :)

Fräulein Else disse...

Qual "fuck you"? O da Lily Allen? Essa quer fazer dinheiro, fazendo esse tipo de música pseudo-subversiva made in MTV, porque os gays são um segmento de mercado.
Enfim... fuck fuck fuck. "Foder" é mais bonito de dizer. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Desta vez o nº 100 sou eu: fuck you very very much. Fuck you, fuck you, fuck you, porque pensas como um homem medieval e perverso! Esta letra atinge o homófobo - o racista, perverso, medieval, cuja opinião laranja não nos interessa. Fuck you!

J. Maldonado disse...

Não combater a homofobia através da luta política é compactuar com o "Don't ask don't tell"...
Não há outra forma possível, pois, a homofobia, além de ter suporte legal, está instalada em certos sectores culturais da nossa sociedade.

Fräulein Else disse...

Maldonado,

A homofobia está instalada tal como o lobby gay está instalado. Os lobbies são importantes para perseguir os vários interesses da sociedade democrática.

Francisco,

Mandar foder os homófobos, racistas, machistas, é um pouco infantil. Aliás, esse videoclip é infantil, mas o q é quer q lhe diga? Já lhe disse que fico alegre se estiver alegre. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A Papillon ainda está a dormir... e, por isso, tem medo que os outros estejam acordados! :)

Fräulein Else disse...

Eu n tenho medo da ignorância. :)

Fräulein Else disse...

Isso é um pressuposto seu, que está inerente na sua crítica e a toda a teoria crítica: a elite intelectual iluminada que salva os oprimidos que são ceguinhos. É uma falsa maneira de libertação, um prolongamento da dependência, presumir a falta de inteligência e de visão dos outros. O intelectual nobre que salva os pobres de espírito. Essa é que é uma visão medieval. As pessoas se se tiverem de salvar, fazem-no por si. Emancipação n é isso. Liberdade n é isso. Se quer um discurso de esquerda credível: renove-o. N faça o que há tanto tempo se faz e sem efeito.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Assuma que é de Direita e todos ficamos a compreender melhor as suas posições...

Fräulein Else disse...

Ahahah...

Não seja patetinha. Agora só faltava dizer que sou "homófoba", "racista"... e etc.
E depois finalizar com um "fuck you"... é só assim que pensa? sob falsos dilemas?
Enfim. Um pouco triste que aqui prevaleça discurso único e não pluralismo de opiniões..., mas vou deixá-lo na sua campanha já estafada. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

bahhhhhaaaaaaaaaaa

Unknown disse...

Fräulein Else disse...Não percebe porque só consegue equacionar segundo o escondido e o revelado, a verdade e a mentira. As pessoas não são obrigadas a exporem-se! A sexualidade n é do domínio público e político!



Disconcordo. :)
Eu antes diria q a sexualidade tem um fundo primacial de irredutibilidade, sim, mas negar q possa ser regrada e orientada politicamente é negar, no fundo, tudo aquilo q tem sido o seu desenvolvimento historico e social.
Dá pra notar a perspectiva e posicionamento nietzscheano da fraulein :), e por isso mesmo, axo q tb deve estar atenta a q essa irredutibilidade, por fechamento, pode conduzir a coisas como os tais propalados irracionalismos... Coisa a que, por sinal, nietzsche sempre esteve atento, pois sempre foi "destruindo" e "reconstruindo" o seu pensamento até mesmo à altura da morte. ;)



Quanto ao Francisco :)
LOL, lily allen é pura banha da cobra e ganga pre-lavadinha!
TPC: ler BATAILLE, o supra-sumo da sociologia sexuallis :P

Unknown disse...

a quem interesse, acabei de postar aqui rage against the machine


http://ipsons.forumeiros.com/geral-open-f1/gravacoes-historicas-t6-45.htm#472


:)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim, anda por aqui uma

http://www.theage.com.au/ffximage/2007/04/16/snake,0.jpg

Denise disse...

Eu compreendo onde a Else quer chegar e até a seguiria, não fosse eu achar que há expressõe que são utilizadas de uma forma mais light, ou seja, não são para ser levadas à letra na sua profundeza.
A canção da L.A. é uma forma de protesto simplificada. Eu gosto. Entra bem no ouvido :-)
quanto à problemática da ignorância, penso como o F. Há que o assumir. Agora se a esquerda não tem sabido gerir essa realidade... bem, há que pensar como a contornar.

Hoje estou muito pouco inspirada...

sdafasdas disse...

Homofilia tambem é doença, igual a todas as outras parafilias.

sdafasdas disse...

Homofilia tambem é doença, igual a todas as parafilias.