sábado, 15 de novembro de 2008

Cibersexo e Exibicionismo

A Internet oferece aos seus utentes três possibilidades: embelezamento das circunstâncias do mundo real, criação de um cenário de pura fantasia e computer sex, onde cada parte descreve online o que gostaria que a outra parte fizesse consigo até alcançarem em conjunto o orgasmo. Os factores que tornam os contactos online potencialmente sedutores e, frequentemente, aditivos, incluem a desinibição e a natureza anónima da Internet. Os utentes online são mais desinibidos, confiam mais nos outros e revelam facilmente aspectos íntimos e secretos das suas vidas. A percepção de confiança, intimidade e aceitação tem o efeito potencial de encorajar os utentes online a usar estas relações virtuais como uma fonte primária de companhia, de conforto ou mesmo de gratificação erótica.
1. Internet Sexual. Segundo Cooper (1998), existem três factores primários que facilitam o incremento da sexualidade online: accessibility, affordability e anonymity. O seu modelo é denominado o Triple A Engine:
1). Accessibility: existem milhares de sites disponíveis 24 horas por dia e 7 dias por semana.
2). Affordability: a competição na Web mantém os preços/custos baixos e existem muitas maneiras de aceder de graça ao sexo.
3). Anonymity: as pessoas julgam ou percebem as suas comunicações como sendo anónimas, o que parece incrementar um sentido de controlo sobre as situações.
Young (1999) elaborou uma variante do Triple A Engine, o ACE model: anonymity, convenience e escape. Nenhum destes modelos explica cabalmente o processo de desenvolvimento de relações online, embora forneçam os factores envolvidos na aquisição, desenvolvimento e manutenção das relações emocionais e/ou sexuais na Internet. Os meios virtuais parecem ter a capacidade de fornecer conforto, excitação e/ou distracção a curto prazo.
As pessoas utilizam a Internet com diversas finalidades, tais como trabalho, aprendizagem e recriação, devotando grande quantidade de tempo a esta ciberdimensão. Porém, o tópico número um, aquele que é mais procurado na Internet, é o sexo (Cooper, 1998; Freeman-Longo & Blanchard, 1998). Os sites com material sexual explícito são os mais procurados e as pessoas usam determinados serviços on-line para satisfazer os seus interesses sexuais e estabelecer contacto com outras, em função de diversas agendas sexuais. Isto significa que a Internet providencia um novo nicho social para as mais diversas expressões sexuais. A Internet sexual inclui não só a pornografia convencional, mas também as pornographic picture libraries (commercial and free-acccess), vídeos e vídeo clips, sex shops, live strip-shows, live sex shows e voyeuristic Web-Cam sites (Griffiths, 2000). Porém, a Internet sexual é muito mais do que uma rede de sites ou de páginas sexuais criados por determinados produtores para consumo de uma vasta audiência mundial: os utentes da Internet usam os programas e as novas tecnologias para fins sexuais, criando espontaneamente uma vasta rede de conexões sexuais. A globalização da comunicação é assim acompanhada pela globalização sexual: a comunicação mediada por computador cria uma arena mundial para contactos sexuais. Com a Internet emerge uma nova forma de sexualidade: a telesexualidade (sexo à distância), sexualidade virtual ou cibersexualidade.
1.1. Cyberaffair. A utilização sexual da comunicação mediada por computador é, portanto, muito mais extensa do que o número de web-sites sexuais on-line. Uma troca de email ou uma conversa num chat room podem conduzir a um cyberaffair intenso e apaixonado e, eventualmente, promover encontros sexuais reais. Um cyberaffair pode ser definido como uma relação sexual e/ou romântica que é iniciada via contacto online e mantida predominantemente através de conversações electrónicas que ocorrem através do e-mail e em comunidades virtuais, tais como chat rooms, interactive games, newsgroups e, sobretudo, Windows Live Messenger (Young et al., 2000). Estas relações online convertem-se frequentemente em diálogos eróticos mútuos, o cibersexo, que, com a utilização da web-cam, possibilita a visualização das actividades sexuais. Quando visam marcar um encontro real, as pessoas trocam os números de telefone ou de telemóvel e iniciam primeiramente uma interacção por telefone antes do encontro face a face, embora possam começar por um encontro real num lugar previamente combinado.
1.2. Cibersexo. O cibersexo envolve utentes online que trocam entre si textos baseados em fantasias sexuais, frequentemente acompanhados por masturbação e outras actividades sexuais. O conceito de cibersexo tem sido definido de diversas maneiras. Blair (1998) usa-o para designar as interacções eróticas através de ciberdiscursos e aponta as suas limitações sensoriais. O discurso sexual da Internet pode ser combinado com auto-estimulação ou converter-se numa relação física offline. As offline physical coupling são, em muitos casos, antecedidas por trocas online e trocas de números de telefone e muitos casais ou pares conheceram-se e assumiram relações em real-time como resultado de relações românticas online. Porém, com a utilização da web-cam, a Internet já não é apenas um sistema de signos: o cibersexo não se reduz a uma actividade em que o signo substitui a coisa (Lacan).
2. Sites Web-Cam. A minha pesquisa recente está debruçada sobre os sites Web-Cam. O que os seus frequentadores procuram não é tanto amigos/as com quem possam «conversar» e socializar, mas fundamentalmente parceiros sexuais de jogo com os quais trocam e-mails e, em privado, entregam-se à prática de cibersexo via web-cam. Nalguns casos, podem surgir oportunidades para encontros sexuais off-line marcados a breve ou a longo prazo. As distâncias podem ser superadas, desde que haja acordo entre as partes envolvidas: a relação virtual pode converter-se facilmente em relação real. O uso da Web-cam facilita primordialmente o sexo virtual, mas, mesmo assim, não é de descartar a possibilidade de um encontro sexual face a face. Esta necessidade de marcar encontros sexuais reais e virtuais mostra que estes utentes já possuíam uma adição ou compulsão sexual anterior à utilização sexual do computador: a Internet é utilizada para aumentar o pool de potenciais parceiros sexuais reais e/ou virtuais (Ross et al., 2007; Elford et al., 2004; Elford et al., 2001; Hospers et al., 2005). A compulsividade sexual é caracterizada pela solidão, baixa auto-estima e falta de auto-controle, e, de facto, estes traços estão presentes nestes utentes, sendo consistentes com os dos retratos de pessoas com adições sexuais (Cooper et al., 1999; Griffiths, 2004). Isto significa que o meio virtual pode influenciar o comportamento, mas não o determina. O modelo "monkey see, monkey do" dos efeitos dos mass media deve ser rejeitado, porque o "monkey has a brain": a perspectiva da sequência do comportamento sexual considera que os contactos com a cibersexualidade podem ser vistos como actividades auto-reguladas que se desenrolam em função de disposições individuais erotofílicas ou erotofóbicas para responder ao conteúdo sexual com afectos e avaliações positivas ou negativas (Fisher & Barak, 2000).
Ora, de acordo com a minha hipótese de trabalho, os sites web-cam não são apenas sites voyeurs, como supõe Griffiths (2000), mas também sites exibicionistas. Ou seja, a minha hipótese é a de que os actores/residentes desses sites são tendencialmente exibicionistas, enquanto a maior parte dos seus convidados e frequentadores são voyeurs, alguns dos quais podem tornar-se residentes. Esta hipótese assenta na tese de que o cibersexo deve ser visto como um tipo de expressão sexual que varia num continuum desde a mera curiosidade até ao envolvimento obsessivo (Leiblum, 1997). Para as pessoas que precisam de ajuda clínica, as perseguições sexuais on-line fazem parte integrante de uma constelação de traços associados ao isolamento social e a uma vida frustrante. Leiblum (1997) distingue três tipos de perfis clínicos de pessoas que recorrem ao cibersexo: o grupo dos loners, que compreende as pessoas para quem o cibersexo representa uma acomodação a situações de vida problemáticas ou empobrecidas, cada uma das quais a curto ou longo prazo; o grupo dos partners, formado por pessoas envolvidas numa relação off-line, cujo envolvimento com o cibersexo causa dificuldades sexuais e relacionais com o outro membro da relação; e o grupo dos paraphilics, constituído por pessoas que dependem do cibersexo para lhes fornecer uma fonte de estimulação e de satisfação das suas preferências e comportamentos sexuais. Embora estes perfis possam ser identificados isoladamente, os meus dados mostram que, no que diz respeito aos agentes/residentes inscritos nos sites web-cam, o perfil parafílico sobrepõe-se a um dos outros perfis, de modo a constituir perfis compostos parafílico/partner e parafílico/loner. Isto significa que os agentes/residentes manifestam invariavelmente um envolvimento obsessivo com o cibersexo, e que, entre os frequentadores dos sites web-cam, podemos encontrar diversos tipos de envolvimento, desde a mera curiosidade até ao envolvimento obsessivo.
2.1. Oásis Eróticos Virtuais. Os sites web-cam podem ser vistos como oásis eróticos virtuais. O conceito de oásis erórico foi forjado por Delph (1978) para designar um lugar considerado física e socialmente seguro de ameaças exteriores, de acordo com os padrões definidos pela subcultura gay, onde os seus frequentadores se reúnem para estabelecer interacções sexuais mutuamente desejadas. Ou seja, o oásis erótico é um lugar subculturalmente atribuído para a prática do sexo, portanto, um lugar que encoraja abertamente o sexo. A extensão deste conceito ao ciberespaço possibilita examinar certos sites sexuais como cloacas comportamentais virtuais acessíveis a qualquer utente, bastando para o efeito clicar, consultar o website e interagir com os outros. Como já vimos, a Internet sexual democratiza o acesso a todos os tipos de materiais sexuais explícitos, uns legais e outros ilegais (assédio sexual online, cyberstalking, pedophilic "grooming" of children, consensual erotic cannibalism), permite a exteriorização e a partilha de fantasias sexuais, e facilita a procura de parceiros sexuais sem sair de casa. Os sites web-cam são oásis eróticos virtuais muito populares e, como tal, encorajam abertamente a exteriorização "pública" das fantasias sexuais e as interacções sexuais entre os seus utentes de géneros, nacionalidades, etnias, status sócio-económico, idades, orientações e preferências sexuais diferentes. Ao contrário dos clássicos websites sexuais, em especial dos pornográficos, os sites web-cam permitem visualizar em tempo real actividades sexuais diversas realizadas por casais ou indivíduos "reais" online e estabelecer contactos com esses residentes, tendo em vista um encontro sexual virtual, de preferência recíproco e em privado via MSN. Os sites web-cam facilitam encontros sexuais que, ao contrário da masturbação individual, são dotados de uma qualidade partilhada, no sentido de que as fantasias são exteriorizadas e mutuamente construídas em tempo real com uma outra pessoa "real" online. Neste sentido, o cibersexo posiciona-se entre a excitação sexual resultante da visualização de material pornográfico e o contacto sexual real. Uns utentes ficam satisfeitos com estes contactos sexuais virtuais, outros desejam estabelecer contactos sexuais reais: o sexo virtual é, neste último caso, o primeiro passo que lhes permite acumular dados, avaliar as compatibilidades e, mais tarde, marcar um encontro real.
2.2. Cruzamento das Sexualidades. A Internet permite uma melhor expressão da identidade, sobretudo daqueles utentes que são socialmente marginalizados e excluídos (McKenna, Green & Smith, 2001), como sucede com os homens e as mulheres homossexuais e bissexuais e com os homens heterossexuais sexualmente compulsivos ou com alguma preferência parafílica. Após terem revelado a sua identidade sexual genuína, a online selfdisclosure, estas pessoas tendem a tornar efectiva essa identidade assumida no meio virtual. Aliás, qualquer pessoa sente e sabe que o seu «verdadeiro self» (Karl Rogers) é melhor expresso online do que offline, devido ao Triple A Engine. Os homens homossexuais passam a maior parte do seu tempo escondidos e a ser interpelados como se fossem heterossexuais. Além de serem clandestinos numa sociedade heterosexista, os homens gay têm de lidar com as investidas eróticas e amorosas femininas que amordaçam a seu eu mais verdadeiro. Ora, a Internet possibilita a desmarginalização do self gay ou parafílico/exótico, que, pelo menos no meio virtual, quando assediado, pode simplesmente banir ou bloquear o endereço do abusador. A Internet quebra muros, elimina barreiras associadas com a geografia, a idade, o status sócio-económico, a etnicidade ou a nacionalidade, e ajuda a destruir preconceitos sexuais (Hillier, Kurdas & Horsley, 2001). Embora possam ser insultados verbalmente online ou via telefone por homens heterossexuais, sobretudo quanto tentam sexphone, os homens gay podem interagir de modo mais genuíno e próximo com eles, sem temer consequências negativas. Alguns homens heterossexuais trocam e-mails com homens homossexuais, com o objectivo de criar amizades online, e outros revelam interesse em explorar novos prazeres, podendo envolver-se em cibersexo homossexual. De facto, nas interacções online, os homens heterossexuais são muito menos preconceituosos e, por isso, mais abertos a outras possibilidades sexuais. Alguns fazem cibersexo com homossexuais, não porque estes tenham simulado uma personagem feminina online (gender-bending), o que acontece regularmente, mas porque, eles próprios durante as interacções online, mostraram interesse em experimentar novas formas de prazer sexual (Brown, Maycock & Burns, 2005).
2.3. Padrões Gerais. Os sites web-cam são completamente dominados pelos homens: os seus residentes e frequentadores são predominantemente homens (1), muitos dos quais usam um perfil (ou inscrição) feminino para ter acesso privilegiado e privado às "cenas íntimas" dos machos heterossexuais, tais como "cum" ou "shoot your milk", e a imagem predominante é a do falo (2). Estas observações confirmam resultados de estudos anteriores. Os utentes da Internet não constituem um grupo homogéneo; pelo contrário, existem diversos subgrupos que podem ser distinguidos pelo género e pela idade. O género constitui a variável que permite distinguir os utentes de websites sexuais: os homens (2/3) utilizam muito mais estes sites do que as mulheres e também gastam mais tempo a visualizá-los (Morahan-Martin, 1998; Nua, 1998; Atwood, 1996). Isto significa que a cultura on-line é masculina: as atitudes positivas dos homens em relação à tecnologia são transferidas para o uso da Internet.
O facto de predominar a exibição fálica nos sites web-cam decorre da temática das diferenças sexuais e de género, em especial da diferença fundamental que diz respeito a todos os padrões que mostram que o sex drive masculino é maior do que o sex drive feminino (Baumeister, Catanese & Vohs, 2001; De Sousa, 2006). Um desses padrões são as atitudes favoráveis em relação ao sexo, incluindo a pornografia e a prostituição. Conforme mostraram Reinholtz & Muehlenhart (1995), os homens têm opiniões mais favoráveis em relação aos seus próprios órgãos sexuais (isto é, os seus pénis) do que as mulheres em relação aos seus (isto é, as suas vaginas). Além disso, os homens avaliam as "vaginas das suas namoradas" mais favoravelmente do que as mulheres avaliam os "pénis dos seus namorados". Contudo, esta última descoberta não desmente a ideia de que o pénis é inerentemente mais admirado e "louvado" do que a vagina. O objectivo dos homens é obter sexo e, por isso, as suas discussões sobre sexo são muito detalhadas e envolventes. Nestas discussões, os genitais masculinos são mais abertamente (e menos eufemisticamente) abordados do que os genitais femininos (Braun & Kitzinger, 2001). Estes dados mostram que as mulheres heterossexuais não parecem muito interessadas nos órgãos genitais dos seus potenciais parceiros ou namorados. Encontramos aqui provavelmente a razão da inexistência de lugares onde os homens heterossexuais façam exibições fálicas para atrair as suas parceiras sexuais: a natureza física do falo, nomeadamente o seu tamanho, parece deixar as mulheres indiferentes. No entanto, nos sites web-cam, os homens heterossexuais realizam prolongadas exibições fálicas, com a ajuda de viagra, poppers e boosters, e, como seria de esperar, a sua audiência é predominantemente masculina, constituída por homens homo e bissexuais, bem como por transexuais macho-para-fêmea, como se estas exibições fossem efectuadas para atrair esta gama de homens.
3. Exibicionismo. Ora, as exibições fálicas fazem parte integrante da corte homossexual. Em determinados lugares, muitos homens gay exibem o seu falo com o objectivo de atrair parceiros sexuais. Tal como os homens heterossexuais, os homens homossexuais masculinizados referem-se mais aos seus próprios órgãos sexuais e aos dos parceiros potenciais ou reais do que os homossexuais efeminados. Estes últimos não se referem aos seus pénis, mas, ao contrário das mulheres, têm elevado sex drive e admiram os pénis dos seus parceiros, de preferência pénis de grandes dimensões. A etologia interpreta as exibições fálicas como sinais de protecção, domínio e ameaça (Eibl-Eibesfeldt, 1970), mas, neste contexto virtual, elas são simplesmente sinais sexuais emitidos com o objectivo de atrair o maior número possível de pessoas ou de potenciais parceiros sexuais. Porém, onde existem imagens ou visualizações "reais" de pénis erectos, também existem muitos homens gay. Isto significa que as exibições fálicas dos homens heterossexuais atraem maior número de homens do que de mulheres. O site web-cam tende a converter-se num "concurso público" onde os homens exibem os seus falos: os vencedores, os que ocupam o topo das respectivas listas, são aqueles que atraem o maior número de convidados e de utentes. De certo modo, os vencedores que podem ser premiados com dinheiro são aqueles que, devido às grandes dimensões dos seus pénis, "cobrem" o maior número de utentes por dia, semana e mês. O acto de cobrir é claramente uma atitude de domínio e de ameaça. Neste acto virtual reside o núcleo do exibicionismo online: os actores/residentes exibicionistas não sofrem, de modo algum, perturbações no seu comportamento sexual e não são sexualmente inibidos; pelo contrário, são sexualmente desinibidos, sobretudo no meio virtual livre dos constrangimentos sócio-culturais. O exibicionismo é geralmente caracterizado por fantasias sexualmente excitantes ou por comportamentos que envolvem a exposição dos órgãos genitais a outras pessoas que percebem este comportamento como inapropriado (DSM-IV-R/CID-10). Contudo, os exibicionistas online são diferentes dos exibicionistas da literatura psiquiátrica clássica: eles pretendem assustar os seus rivais e, deste modo, atrair a atenção dos utentes, com alguns dos quais querem fazer sexo virtual e/ou real. Como é evidente, os alvos das exibições fálicas não as encaram como comportamentos inapropriados, porque, nos sites web-cam, as parafilias tendem a confluir de modo complementar e "pacífico". E, como os homens são mais propensos a adquirir uma parafilia do que as mulheres, encontra-se aqui mais uma razão que justifica o carácter masculino da cultura sexual online. No fundo, todos eles reagem sexualmente a um pequeno número de estímulos eróticos e este traço pode estar associado a diversos tipos de psicopatias e a inteligência reduzida (Firestone et al., 2006; Rabinowitz-Greenberg et al., 2002; Cantor et al., 2005; Quinsey, 2003; Rahman & Symeonides, 2008).
Estes dados confirmam uma das predições do meu modelo: os homens heterossexuais que apresentam atributos hipermasculinos, em especial pénis de grandes dimensões e elevado grau de promiscuidade sexual, tendem a ser muito pouco discriminativos na selecção dos seus parceiros sexuais: são buscadores compulsivos de novas sensações e de novas experiências sexuais e, geralmente, já fizeram sexo com outros homens (Hamer). Com a Internet emerge uma nova figura de homem: homens que fazem sexo virtual com outros homens, uns na sua condição verdadeira de homens, outros na condição fictícia de mulheres. Ora, um número significativo de homens heterossexuais que exibem os seus pénis erectos nos site web-cam não parecem ficar muito incomodados pelo facto dos seus visitantes ou convidados serem outros homens que lhes fazem propostas sexuais e elogiam os seus pénis, embora outros digam claramente que não desejam a presença de homens gay. Os frequentadores homossexuais desafiam-nos, dizendo-lhes que eles gostam ser admirados por outros homens e, em conversas privadas, costumam defender a tese de que a maior parte deles são homossexuais que usam o rótulo heterossexual por ainda não terem assumido a sua verdadeira preferência sexual. Contudo, esta visão gay é exagerada, porque sempre que entro em diálogo com eles usando um perfil feminino costumo receber geralmente uma mensagem privada, onde me pedem para trocar e-mails, tendo em vista a realização de cibersexo privado, ou, quando detectam que estou on-line, enviam um convite para assistir a uma sessão privada. Isto significa que nem todos os auto-intitulados heterossexuais são falsos heterossexuais ou atravessam um período crítico de desconforto com essa sua orientação sexual. Porém, no caso dos homens ditos bissexuais, a situação é muito diferente: a presença do meu perfil feminino deixa alguns muito incomodados e já foi banido algumas vezes. Com excepção de um homossexual português e de um ou outro homossexual hiperefeminado ou transexual, os homens gay tendem a não me responder, ignoram a minha presença e não desejam a minha presença, embora não me tenham banido do chat. Apenas um bissexual português me fez uma proposta de "casamento de conveniência", alegando que nunca iria ficar "privada de sexo", apesar de preferir fazer sexo com outros homens. Quanto ao meu perfil masculino, pouco há a dizer: tem sido bem acolhido pelas mulheres heterossexuais e pelos homens gay. Os casais heterossexuais são receptivos ao meu perfil feminino e os casais gay, ao meu perfil masculino. As mulheres lésbicas já me contactaram e adicionaram-me às suas "listas de amigas". Quer use um ou outro perfil, tenho tido um grande acolhimento entre os membros da cultura de submissão sexual ou de sadomasoquismo, desempenhado o papel de master ou de dominador(a).
J Francisco Saraiva de Sousa

44 comentários:

Fräulein Else disse...

Olá!

Dois comentários:

Quando diz «Esta necessidade de marcar um encontro real mostra que as pessoas online revelam uma adição ou compulsão sexual anterior à utilização sexual do computador: a Internet é utilizada para aumentar o pool de potenciais parceiros sexuais reais ou virtuais», significa que quem tem necessidade de marcar encontro real, tem um comportamento sexual "aditivo" ou perturbado e que aqueles que não tendem ao face a face, não têm? Sendo assim quem tem tendência a esse comportamento, tende a converter os cyberaffairs em affairs? Parece-me mais perturbador quem tem centenas de cyberaffairs e mantém masturbação assistida sem face a face.

Em segundo lugar, o exibicionismo e o voyeurismo cruza com as diferenças sexuais? Porque se nos bastarmos apenas ao universo dos blogs, verificamos que há inúmeros deles de carácter exibicionista assinados por mulheres, nos quais contam as suas peripécias e fantasias sexuais, expõem fotos eróticas ou mesmo pornográficas, o que origina um séquito de homens e algumas mulheres como voyeurs.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Olá Else

Vou tentar responder, embora o post esteja longe de estar concluído.

1). Os estudos sobre os homens gay mostram que eles usam a internet sexual para aumentar o seu círculo de parceiros sexuais. Em termos genéricos, os homens usam mais a Internet sexual do que as mulheres e este uso sexual reflecte o seu perfil psicológico prévio: a compulsão sexual conduz à utilização sexual da Internet.

2). Os homens são mais exibicionistas e voyeurs do que as mulheres. Existem diferenças sexuais nestas duas parafilias.

Pretendo retomar o exibicionismo no sentido clínico, como parafilia que não é inofensiva, portanto, como psicopatia. Os sites web-cam são o alvo deste post.

Estou a elaborar nova hipótese e prefiro falar em síndrome onde confluem diversos padrões de comportamento.

Fräulein Else disse...

Ok, obrigada.

Não sei o que são "sites web-cam", estou entusiasmada com este site, que aconselho desde já:
http://www.europafilmtreasures.eu/

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Contudo, este post é uma primeira tentativa de abordar os sites web-cam. Ainda não tenho dados suficientes para ir mais longe. Além disso, não posso controlar os pornocibernautas: a comunicação é mediada por computador. Seria preciso estudá-los off-line.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sites web-cam são lugares onde certas pessoas têm a web-cams ligadas. Os frequentadores escolhem o que querem ver e ligam-se às web-cams, de modo a ver o show sexual que eles/as exibem. Em função da frequência, eles podem receber dinheiro ou prémios. Porém, eles podem dar msn via privada com o objectivo de fazer cibersexo recíproco.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

"Parece-me mais perturbador quem tem centenas de cyberaffairs e mantém masturbação assistida sem face a face."

Sim, os cyberaffairs podem resultar destes encontros em sites web-cam, mas devem ser raros, porque são pessoas de diversas nacionalidades. O cibersexo é masturbação face a face via web-cam.

É evidente que, em conversa privada, uma pessoa com inteligência social consegue despertar uma paixão e provocar um encontro real. Então, com portugueses, isso é mesmo fácil, nem que um viva em Lisboa e outra no Porto.

Outra aspecto é o facto de muitos destes homens serem casados: a infidelidade online magoa muito as mulheres, devido à sua dimensão afectiva. Os homens temem mais a infidelidade sexual do que a infidelidade afectiva. As mulheres temem o afecto porque este pode levar à separação.

Fräulein Else disse...

Sim, isso é uma boa questão: a infidelidade online é infidelidade? Mas parece-me no que respeita a homens procurando mulheres (ou homens), eles n se contentam com cibersexo. É apenas uma "plataforma de embarque" e, nesta medida, é compreensível a indignação e frustração das mulheres preteridas porque supõem sempre uma "materialização" do acto.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Eu tenho verificado esse aspecto sobretudo com utentes americanos, alguns dos quais são negros. Suponho que muitos deles sejam netadictos em termos sexuais. Aliás, estão constantemente on-line, enquanto as mulheres ou namoradas estão a trabalhar. O padrão de uso obedece a algum esquema horário: à hora x, estão on-line, dia após dia.

Sim, quem tiver afim marca encontro real.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, uma ideia: a Internet fomenta a globalização sexual: a rede sexual é global. Podemos fazer sexo virtual com um chinês, um turco, um americano, um brasileiro, um inflês ou um alemão, e muitas vezes com diversos ao mesmo tempo.

A globalização sexual deriva da globalização da comunicação.

Fräulein Else disse...

Sim orgias de Babel!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bem, acho que já tenho a estrutura adequada para desenvolver este post que termino amanhã. :)

Denise disse...

Francisco,

Deixei-lhe um contra-comentário ao seu sobre o texto do Fernando Dias ali no seu post anterior.

Quanto a este post, sentir-me-ia mais cativada se não afunilasse os estudos para o âmbito da homosexualidade... mas já cá volto para comentar mais demoradamente.

Denise disse...

Quando eu era adolescente não acreditava que fosse possível uma reacção corporal real através do cibersexo. Lembro-me de uma vez, numa sala de chat, contar a um rapaz um dos meus sempre muito produtivos sonhos e lembro-me de ele me ter confessado um orgasmo real. Considerei aquilo uma patetice e de uma inverosimilhança total, na medida em que, acreditava eu então, o corpo não pode reagir em função da frieza das teclas manejadas por uma perfeita desconhecida. Disseram-me, mais tarde, que é uma realidade que se opera com uma frequência para mim insuspeitável.
Entretanto, e recentemente, a experiência de sexo por teclas repetiu-se inadvertidamente. Num contexto diferente, sem lugar ao desconhecido mas sim à memória da voz, do cheiro, da textura. O corpo, afinal, reage. Mas não passa de uma reacção muito pálida com resultados muito frustrantes e, por isso, a não repetir, a não ser em caso de mero masoquismo.

Talvez o cibersexo, por não colmatar a sensação apenas possível in prasentia, não passe de uma ilusão criada para espantar a carência sexual ou até mais:(arrisco) afectiva.

Denise disse...

Com web-cam?! Quiórror :-P O erotismo é muito mais apelativo que o desnudamente pornográfico!

Sim, os homens temem mais a traição sexual e as mulheres a traição afectiva, mas a maioria das mulheres, se não estou enganada, só parte para o envolvimento sexual quando se sente afectivamente conquistada, não? O que significa que, nesse caso, a traição é uma traição dupla.

Denise disse...

Francisco, já que vai abordar a questão do exibicionismo, já ouviu falar da prática de dogging? Ainda que ilícita tem muitos adeptos, também aqui em Portugal. Esta tendência para o exibicionismo e voyerismo é sintoma de algo recente na nossa sociedade ou de algo que sempre existiu mas que se suprimiu por motivos culturais de ordem ético-religiosa? Até que ponto conseguimos, nós, humanos, superar os nossos instintos mais básicos?

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Oi Denise

Estive a ver futebol: estou gostar da recuperação do FCPorto e vejo uma equipa a crescer, com um vasto número de bons jogadores. Bem, o Paulo Bento precisa de ser mais realista a analisar os jogos do Sporting.

Hummm... Gostei dos seus comentários. Quanto ao orgasmo masculino, os homens não precisam de ver imagens para terem essa experiência: basta a mão e a ajuda da imaginação. O cibersexo é um investimento seguro em termos de prevenção de DST. Contudo, além da adição tecnológica, há a adição sexual mediada por computador. Muitos dos frequentadores já estão viciados e, até mesmo o voyeurismo, acaba por criar adição.

Sim, com estudos longitudinais que associam o exibicionismo a outras parafilias ou mesmo à ofensa sexual, torna-se necessário rever esta parafilia. Além disso, os parafílicos reagem a muito poucos estímulos e os sites web-cam mostram isso.

Sim, existem mulheres, algumas que são residentes, outras profissionais do sexo, mas a maioria tende a permanecer silenciosas.

Sim, o número de homens gay é enorme, mas nada de imprevisível.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ui

Claro que os animais são seres conscientes e alguns primatas reagem à sua própria imagem: sabem que são eles que estão no espelho.

Saber se são dotados de auto-consciência é outra questão, embora eu não saiba à partida que eles não a têm. Também não vejo razão para conceber a auto-consciência como dependente da linguagem. Porém, consciência de si podem ter: não concebo uma experiência consciente sem uma certa unidade. Negar isso aos animais inteligentes parece-me disparate: há o eu galo, o eu leão, o eu chimpanzé, o eu cão, etc. Não faz sentido negar isso, porque afinal tb somos animais. Assim, como não faz sentido negar isso aos outros seres humanos. O princípio é o mesmo.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Curiosmente procura-se vida inteligente extraterretre, mas ainda não se reconheceu que aqui na Terra existem outros seres que são conscientes. Não vejo porque razão o homem tem tanto medo de ser confrontado com essa realidade: ele é um animal.

Denise disse...

Olá F.,
Gostou dos meus commentes?! Uau! Sinto-me honrada!

Futebol? Acompanhava-o mais depressa num filme de terror (ainda que de ouvidos tapados) que em espectáculo futebolístico :-P

E sim, há o eu animal! Se eu fosse um animal seria uma andorinha-do-mar. São aves graciosas que podemos observar aqui na Ria de Alvor.

Denise disse...

Agora a sério:
Ciber sexo e prática masturbatória deve ser o recurso dos desesperados. E mesmo assim, de nem todos. Porque quem conhece s benifícios do sexo real, não se cosegue iludir na regressão para a (tentativa de) da auto-satisfação. Se o cibersexo é seguro na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, não é nada seguro nem recomndável para as questões da psique, do ego e da regulação do sono.

Quanto aos animais, talvez pudesse colocar as suas observaçõs lá no Fernando Dias. Seria interessante conhecer a contra-argumentaçao possível!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O exibicionismo e o voyeurismo sempre existiram, mas actualmente tornaram-se excessivamente banalizados, normalizados e vedados ao estudo. Isso é que é preocupante: as nossas sociedades caminham numa direcção patológica, mais outro sinal de decadência.

Sim, seria necessário ir a raíz destes fenómenos e recuperar as observações etológicas interrompidas pela normalização destas parafilias.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ui Denise

Está muito conservadora: os homens masturbam-se mesmo que tenham companhia e, se o deixarem de fazer, algo não está a funcionar bem. Nos sites web-cam, o que conta é a exibição fálica, o jogo, a rivalidade. Por isso, são sites hipermasculinos, onde confluem todas as tendências e preferências.

Denise disse...

Francisco, assim muito sinceramente, acredita MESMO possível a prática de sexo por sexo?! Isto é, sem a condicionante do afecto (já nem vou muito longe e falar de paixão e amor)?!

Denise disse...

Sim, exagerei. Estava mais a pensar na masturbação decorrente do vício pelo cibersexo. Sim, porque masturbar-se com companhia vera pode ser altamente estimulante.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, não discuto sobre aquilo que é evidente: a consciência animal, isto é, de certos animais, sobretudo dos "sociais", tais como os primatas, com excepção do orangotango. Eles não são meros autómatos ou são nalguns aspectos compulsivos como nós quando estamos sob efeito de impulsos ou hormonas ou outro factor biológico.

Tente imaginar as leoas a cooperar entre si numa caçada: acha que não "pensam", que não estão conscientes ou que não comunicam umas com as outras. Já viu uma Chita a sofrer pela morte da cria! Acha que ela não sabe que a sua cria é a sua cria e que é diferente das outras. O que podemos dizer é que eles não falam a linguagem humana, embora os chimpanzés e gorilas consigam aprender alguns elementos dessa linguagem dos surdos. Têm consciência de si! Elementar!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Claro que acredito na prática de sexo por sexo: ele é frequente, por exemplo, nos buracos da glória. acha que os homens que metem a pila no buraco para serem sugados estão ligados afectivamente a uma boca que não conhecem!

Denise disse...

Sim, os primatas conseguem aprender algumas especificidades da linguagem humana, ainda que de forma muito limitada. A minha dúvida (é mesmo uma dúvida e não afrimação) passa pela efectiva tomada de autoconsciência. Mas não discuta isto comigo, porque não estou ao seu nível: sou uma mera aprendiz ;-)

Vou dormir e espero, muito sinceramente, que o tema deste seu post não influencie as minhas incursões oníricas :-P
Boa noite!

Denise disse...

«os buracos da glória»! :)))))) Isso não conta: é plastic-sex!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ok, mas podemos fazer sexo sem afecto e até mesmo odiando o outro/a, visto como horrível!

Bye

Denise disse...

«Os buracos da Glória»! Pronto, já me tirou o sono! Mas veja: se bem entendi, a "Glória" é uma daquelas bonecas de plástico. Se assim é, esta procura do corpo, mesmo que sintético, indicia a busca inconsciente do afecto. Ou existem apenas simuladores de profundidades, assim como os dildos, desprovidos de "contexto"?
Não se mace em responder: vou pesquisar um pouco, para não o atrapalhar com perguntas tontas. Continue o post! Boa noite e até amanhã!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Porém, Denise, quando o amor passa, fica o arrependimento ou mesmo o nojo: como fiz aquilo com? A estimulação é um ingrediente, mas sexo só com estimulação é pouco dado a criar laço profundo. Nalguns casos, pode ser visto como evitação de uma relação mais profunda por um dos membros do par.

Buraco da glória, prostitutas/os, oportunistas, sacanas, falsos, uma longa lista. :)

Fräulein Else disse...

Bom dia!

"Buraco da Glória"... não conhecia! :)

O argumento que utiliza - o cibersexo evita DST - é absolutamente terrífico. Ambiciona por uma sociedade altamente higienizada? Isso é apocalíptico!
Penso que a resistência à eficiência e controlo do sistema é fazermos amor ou *odermos (como preferirem) com eye contact. Não renunciando ao fascínio do prefixo cyber-, mas elevarmos o face a face como a comunicação vital e salvífica.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bom Dia Else

Bem, vejo que devo desenvolver muito mais este post e vou fazê-lo, mesmo que fique longo.

O aspecto que refere é mais complexo: é bom que os indivíduos seropositivos usem a Internet para fazer sexo virtual, sem contaminar mais ninguém, embora a oportunidade real seja explorada.

Não defendi o sexo virtual como forma dominante de sexualidade: ele existe e eu estudo-o, nada mais...

Fräulein Else disse...

Sim, mas mesmo os indivíduos seropositivos, que são pessoas e não dados a abater, podem ter, como deve saber, relações sexuais reais, devidamente protegidas.

Eu n disse que o F. defendia em absoluto o cibersexo ao sexo, mas refere-o como câmara de quarentena. Isso é perverso.

Fräulein Else disse...

Ah, e mais outro "pormenor", quando diz: «as observações etológicas interrompidas pela normalização destas parafilias», refere-se a que observações etológicas? As mesmas que designavam tudo o que não fosse coito vaginal como "parafilia"?

Denise disse...

Sim, Francisco, já me tinham falado da sensação de repugnância pós-coito u pós-atracção.Até agora tenho tido a sorte de não ter experimentado essa sensação e espero não ter sido, ainda, a causa, da mesma.

Concordo com as últimas intervenções da Fräulein Else. O Cibersexo acaba por se tornar numa redoma que priva o ser humano do essencial.

Hoje no Câmara Clara há um to(n)to académico (Andrés Amorós) a defender a tourada como o espectáculo mais culto do mundo. Puf :-(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ui, estou farto do post. Vou relaxar um pouco: é muito difícil expor todos os resultados da pesquisa e contrastá-los com outros estudos. Omito muitos dados e insinuo alguns outros. PUF!

Denise disse...

Não escreva tudo no mesmo post, Francisco. Organize as ideias em posts diferentes, talvez se torne menos cansativo (para quem escreve e para quem lê).

Bom descanso!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Pois, mas gosto de fazer as coisas com cabeça, tronco e membros. Vou obedecer à estrutura pré-estabelecida. Caso contrário, ficava vulgar. :(

Denise disse...

E porque o F não é vulgar, todos nós gostamos imenso de si! :-)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Hummm...

Ando a pensar muito numa alternativa capaz de tirar a biologia da diferenciação sexual do bem sem saída. Penso que já consigo formalizar a alternativa teórica: aguardo uma experiência transgénica e seus resultados, por causa de um gene que suspeito estar envolvido.

Denise, andei a passear pela city para ver a iluminação de Natal: um HORROR!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O post está concluído. Contudo, prometo retomar o tema do exibicionismo e das parafilias noutra oportunidade, porque não tive tempo para o explicitar aqui melhor.

Denise disse...

No Verão apetece-me desaparecer do Algarve e no Natal apetece-me desaparecer do Mundo... Não são só as luzes (e a prioridade qe lhes é dada) que subvertem o espírito natalício e o tornam feio e repugnante...

Quanto ao termo do post, interessantes os seus métodos de recolha de dados: a criação d personagens fictícias. Mas deve ser muito difícil mantr a história de vida de cada uma delas sem escorregadelas, enganos e tropeções, não?

Hoje é noite de P&C,. Acompanhei de raspão, pq a FCF é-me insuportável e o tema não me cativou verdadeiramente. Vou aguardar pelas suas reflexões sobre o programa. Diz-me um dedo que adivinha que é esse o tema dopróximo post!!! ;-)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Denise

Vi o programa P&C mas não me apetece comentar. Ainda não decidi o próximo tema, mas é provável que aborde assuntos relacionados com o do presente post.

Sim, sempre uso o procedimento oculto e, na cyberpesquisa, posso usar diversos perfis fictícios para "observar" tipos diferentes.