sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Portugal é Corrupto

Gil Vicente: Portugal é Corrupto.
Não há nada a acrescentar aquilo que todos sabemos por experiência diária ou mediada pelos meios de comunicação social: Portugal é completamente corrupto e mafioso, o 25 de Abril foi uma farsa, e os portugueses são uns bois medrosos, destituídos de psicologia e de inteligência. Portugal é uma terrível fatalidade e não tem efectivamente futuro. É uma vergonha pertencer a este país dominado por classes dirigentes ladras, mafiosas, incultas, néscias e criminosas. Que Deus proteja os inocentes da maldição portuguesa que se consuma hoje - Sexta-Feira 13! A maldição persegue Portugal desde tempos imemoriais: Que a gripe A - a vacina - nos livre daqueles que se consideram imprescindíveis quando, na verdade, são o anti-futuro, isto é, os coveiros do futuro e do progresso de Portugal!
A corrupção generalizada descredibilizou a política, os poderes do Estado e os seus agentes perante os portugueses. O povo quer vê-los mortos e enterrados! Esta ânsia do povo é já muito antiga, como testemunha o Auto da Barca do Inferno, onde Gil Vicente moraliza e edifica os espectadores pela crítica aos vícios e à vilania de certas figuras portuguesas. Assim, o Fidalgo - D. Henrique - que oprimiu e explorou as restantes classes do país, em especial o povo, e que repartia a sua vida sentimental entre duas mulheres - a esposa e a amante, é condenado na qualidade de membro da classe opressora - a nobreza feudal - a seguir a sua viagem para o Inferno. O Onzeneiro, o usurário - antepassado dos nossos modernos banqueiros e penhoristas - que tinha enriquecido à custa dos altos juros do dinheiro que emprestava aos necessitados, a quem o Diabo chamou o seu "parente", esqueceu-se de trazer a bolsa cheia de cruzados e, como não pôde comprar a sua salvação, embarca com o Diabo. O Anjo e o Diabo acusam o Sapateiro - João Antão - de ter roubado a classe a que pertence, mas o facto de ter assistido ou cumprido os actos externos do culto não lhe garante a viagem a bordo da barca celestial. O Frade cortesão é acusado pelo Diabo de viver amancebado, desprezando os votos de castidade que formulara e, como foi repelido pelo Anjo que não ficou sensibilizado com o hábito que envergava, entrou, juntamente com a sua amante (Florença), na barca da perdição. O Judeu não tenta a sua sorte junto da barca do Anjo, entrando logo na barca do Inferno. O Corregedor que surge carregado de processos e com uma vara na mão e o Procurador que vem carregado de livros trocaram palavras em latim jurídico deturpado com o Diabo, mas ambos são acusados de terem sido corrompidos por dádivas recebidas até de judeus: os juízes do tribunal terreno tornaram-se réus no tribunal divino e ambos embarcam na barca da perdição. Com excepção do Parvo - Joane - que foi acolhido na barca do Anjo porque, segundo a doutrina cristã, não pode ser responsabilizado pelos seus actos quem nasceu irresponsável, as restantes figuras são forçadas a entrar na barca do Inferno: a Alcoviteira - Brízida Vaz - por ter atraído muitas jovens à prostituição, e o Enforcado por ser ladrão.
Portugal e as suas elites do poder mudaram pouco desde os tempos de Gil Vicente: a corrupção continua a ser o estilo de vida das classes dirigentes que, em vez de servir os interesses nacionais do país, usam o poder e os bens públicos em benefício próprio. Portugal foi sempre um país pobre e atrasado, porque tem sido governado por um bando ou, como se diz hoje em dia, uma teia tentacular (Caso Moderna, Caso Submarinos, Banco Laranja, Face Oculta, etc.) organizada de ladrões, corruptos e néscios. Como dramaturgo, Gil Vicente é um oráculo: os portugueses partilham uma mesma ausência de vida psicológica superior. A única diferenciação que pode ser estabelecida entre eles é que alguns são seres mentalmente subnutridos, tal como os restantes que exploram e enganam, mas com as bolsas cheias de dinheiro adquirido de modo ilícito. E é com este dinheiro corrompido que julgam poder comprar aquilo que não pode ser comprado: inteligência e cultura. As classes dirigentes nacionais vivem como a Brízida Vaz: vivem da prostituição simulada e do saque dos dinheiros públicos. Somos governados, dirigidos e liderados por homens imbecis, dotados de um cérebro ladrão. Tenho muito nojo deste Portugal Corrupto e Inculto e muita vergonha de ser português. Ser português é ser portador de uma doença paralisante e mortal, é ser portador de um estigma: Portugal é a face visível da morte, é o coveiro da criatividade e da inteligência superior. O cérebro ladrão e vigarista governa e lidera Portugal.
J Francisco Saraiva de Sousa

4 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O medo destrói a mente e, enquanto tiverem medo, os portugueses estão condenados a ter a mente arruinada!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bem, pelo menos hoje é dia de tempestade; espero que ela leve os corruptos laranjas e rosas para o centro do inferno! :)

Unknown disse...

Gil Vicente, bem lembrado :)
Avance tb pro Eça, Fialho de Almeida e Ramalho Ortigão ^^

«Em Portugal há só um homem – que é sempre o mesmo ou sob a forma de dândi, ou de padre, ou de amanuense, ou de capitão: é um homem indeciso, débil, sentimental, bondoso, palrador, deixa-te ir; sem mola de carácter ou de inteligência, que resista contra as circunstâncias. É o homem que eu pinto – sob os seus costumes diversos, casaca ou batina. É o português verdadeiro. É o português que tem feito este Portugal que vemos.»

Eça






Btw, alguem aqui já leu o Zizek?
talvez ainda hoje poste este doc dele:

http://www.youtube.com/watch?v=G3xnfD7ZvE8&feature=player_embedded





;)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim, todos eles apreenderam a natureza triste e corrupta do homem português - é mesmo uma fatalidade! Nada muda neste país!