«Não há dignidade que se não funde na dor. /Conhece a frase: "São precisos nove meses para fazer um homem, e um só dia para o matar". /No caminho da vingança, May, encontra-se a vida...» (André Malraux)
«O caudilho burocrata ... é incapaz de decidir por si mesmo, gosta de mandar mas precisa de estar sob controlo para se sentir seguro, algo que lhe garanta o emprego, os negócios e a rotina da sua papelada, do seu café ao meio da manhã, do seu proteccionismo sem grande envolvimento». (Agustina Bessa-Luís)
«O que significa a salvação senão aquele ponto em que os homens desistem de oprimir outros homens, e se retiram com a sua limitada perfeição?» (Agustina Bessa-Luís)
«O calçado ligeiro, de sola de borracha, não faz o mínimo de ruído nos ladrilhos do corredor. O batente da porta desliza sem que os gonzos chiem». (Alain Robbe-Grillet)
«Quanto mais um homem é convocado pelo poder e se desenvolve dentro de uma combinação de excepções, mais se projecta sobre o seu semelhante, como num espelho que lhe devolve a imagem idealizada. Não importa que o outro seja o seu paradigma merecido; de qualquer modo, efectua-se uma transferência tão forte que todas as contradições desaparecem». (Agustina Bessa-Luís)
Estou cansado de Portugal: a «ajuda externa» significa enterro do país. Portugal merece ser morto e enterrado, porque viveu nas últimas duas ou três décadas como um louco alucinado. Há mais de cinco anos que critico aqui o rumo tomado por este país alucinado, mas a verdade é que penso que os portugueses sofrem graves deficiências psicológicas e cognitivas. O povo português não é inteligente e, com este povo que nunca lutou pela liberdade, não podemos construir um país civilizado. O problema básico de Portugal são os próprios portugueses. O FMI vai punir os portugueses: o que precisamos é de um governo inteligente - formado por homens competentes e duros que digam Não aos interesses privados e corporativos que capturaram o Estado - que saiba dar uma orientação racional e justa a essa punição merecida, de modo a implementar um novo modelo de sociedade e de estilo de vida. Portugal precisa de uma terapia de choque capaz de banir o estado de alucinação permanente em que vive. Um país de alucinados mentais não tem direitos: a construção de um novo país deve partir do zero, isto é, da suspensão de todos os erros estruturais que alimentam a alucinação nacional. As classes dirigentes que alimentaram esta alucinação devem ser abolidas e os partidos políticos devem ser reconstruídos de novo. De certo modo, todas as figuras de proa do Estado deviam pedir demissão e assumir responsabilidade pela situação de bancarrota em que nos encontramos: os políticos, os banqueiros, os magistrados, os professores, os economistas, os jornalistas, os gestores públicos, os reformados milionários, enfim todos estes grupos profissionais que "chularam" o Estado sem lhe acrescentar valor, perderam credibilidade e não são dignos dos privilégios que desfrutam. Se fossem pessoas dotadas de quadros morais e não meros bandidos sociais, demitiam-se e desapareciam de cena: a sua incompetência, as suas mentiras, a sua corrupção, a sua demência, a sua gula, a sua ignorância, a sua maldade, o seu egoísmo, o seu autismo, a sua vaidade, a sua arrogância, a sua falta de pudor, os seus abusos de poder, saíram-nos demasiado caras. Há uma solução construtiva para colocar rapidamente Portugal na ordem e na via do desenvolvimento - sem exigir sacrifícios insuportáveis e a caça ao dinheiro protagonizada pelo Estado e sem suspender a democracia responsável, mas ela exige a suspensão desta Constituição e o afastamento destes políticos alucinados. As crises profundas geram as suas próprias soluções desde que haja protagonistas inteligentes e competentes para interpretar correctamente os sinais do tempo. (Doravante, sou independente: não acredito na palavra dos políticos e dos auto-intitulados tecnocratas portugueses, os economistas da praça. Políticos que falsificam os dados e mudam de opinião várias vezes ao dia - e isto dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano - não merecem confiança: são alucinados mentais.)
J Francisco Saraiva de Sousa
12 comentários:
Infelizmente o governo cedeu à chantagem da Banca.
Acho que, ao fim e ao cabo, o problema não é de dívida pública:
http://economia.publico.pt/Noticia/fmi-principal-problema-e-o-financiamento-dos-bancos-e-a-divida-privada_1488505
Aliás, este post desenvolve melhor essa questão:
http://cronicasdorochedo.blogspot.com/2011/04/afinal-havia-outros-culpados.html
Quem manda em Portugal é o Capital e os portugueses, como carneiros que são, veneram-no...
Este post também:
http://cronicasdorochedo.blogspot.com/2011/04/licao-de-tango.html
Maldonado
Thanks pelos links.
Contra os banqueiros, o povo deve levantar o dinheiro e recusar a banca nacional que nos afundou na alucinação, dizendo que o rumo era uma economia de serviços. A banca chula o Estado.
Os portugueses - infelizmente - não prestam... :(
Os interesses dos bancos não são os interesses nacionais: precisamos de uma outra democracia que saiba salvaguardar realmente os interesses nacionais. A crítica da democracia deve ser levada a cabo em nome de um outro princípio democrático - e este exige obrigações dos indivíduos para com a comunidade nacional - um novo tipo de cidadania.
Afinal, nesta situação de bancarrota, quem são as pessoas que vão fazer férias no estrangeiro? Identificá-las é isolar o mal nacional - os párias do Estado.
Defendo o despedimento compulsivo na função pública! Sem punição que garanta o mérito, temos cidadãos que vivem à custa do sacrifício geral do país.
As instituições do Estado tal como funcionam - justiça, ensino, transportes públicos, assembleia da república, etc. - são desnecessárias. A escolaridade obrigatória deve ser abolida - aliás, toda a ideologia dos direitos deve ser abolida e queimada: as desigualdades sociais falam contra essa ideologia que perpetua a corrupção e a fraude.
Para endireitar a vara, é preciso neste momento fazer a pedagogia das obrigações: os direitos esvaziaram a política, lançando-nos no abismo da alucinação colectiva.
São mudanças estruturais profundas sem as quais não temos futuro.
A educação nunca produziu os mesmos resultados positivos conquistados pela saúde: a educação é um buraco negro que rejeita o futuro pelo facto de ser uma situação falsa.
Em Portugal, os sindicatos são sindicatos da função pública que defendem apenas os seus privilégios. Não precisamos destes sindicatos públicos que nos afundam na magia negra da alucinação colectiva: viver sem produzir.
Depois deste período do mimo, o povo precisa passar pela prova do sofrimento para ganhar juízo...
A depressão nacional combate-se com a privação, cuja superação exige esforço - sem dor não há alegria. excesso de mimos produz animais deficientes e Portugal é a deficiência encarnada.
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