terça-feira, 15 de junho de 2010

Orientação Sexual e Dimensões do Pénis

Bogaert & Hershberger (1999) estudaram a associação entre orientação sexual e as dimensões do pénis numa amostra constituída por 5122 homens — 935 homossexuais e 4187 heterossexuais, que tinham sido entrevistados pelo Kinsey Institute for Research in Sex, Gender and Reproduction, de 1938 a 1963. As dimensões do pénis foram obtidas usando cinco medidas do comprimento e da circunferência do pénis do protocolo original de Kinsey. Em todas estas medidas, os homens homossexuais exibiram maiores dimensões penianas que os homens heterossexuais. As médias das cinco medidas nos homens homossexuais foram as seguintes: estimated erecte penis size (6,32), measured flaccid penis size (4,10), measured erect penis size (6,46), measured circumference of flaccid penis (3,84) e measured circumference of erect penis (4,95); nos homens heterossexuais, seguindo a mesma ordem, os valores das médias foram 5,99, 3,87, 6,14, 3,70 e 4,80 polegadas.
Bogaert (1997), usando uma amostra de 6544 homens não-delinquentes, oriunda do Kinsey Institute e seguindo o protocolo Kinsey, examinou a assimetria genital, tendo verificado que a maioria dos homens relatou algum grau de assimetria lateral nos seus pénis flácidos e testículos. Assimetria menor foi relatada em relação aos pénis erectos. A assimetria ocorre tipicamente na direcção esquerda e este padrão-esquerdo não parece estar dependente do uso da mão direita ou da mão esquerda, embora fosse significativamente menos pronunciado nos canhotos. Ora, parece existir uma relação entre assimetria genital e assimetria cerebral funcional e alguns estudos sugerem que a assimetria genital poderá predizer padrões de desempenho cognitivo e cancros dos órgãos genitais e sexuais. Nos mamíferos, o tamanho das gónadas difere em tamanho, sendo a gónada direita tipicamente maior que a gonáda esquerda. Mittwoch & Mahadevaiah (1980) confirmaram esta diferença em fetos humanos, tanto nas gónadas masculinas (testículos) como nas gónadas femininas (ovários). Nos homens adultos, o testículo direito é, em média, maior que o testículo esquerdo. Graças à utilização do ultra-som, determinou-se o tamanho dos ovários em mulheres vivas: Mittwoch & Mahadevaiah observaram que, nos hermafroditas humanos, existe uma maior tendência para os ovários estarem do lado esquerdo e os testículos do lado direito. Esta descoberta sugere a possibilidade de existir um certo incremento funcional do ovário esquerdo e do testículo direito nas mulheres e nos homens normais, respectivamente. Ao contrário das expectativas, os dados recolhidos por Gerendai (1987) sugerem que cada gónada exerce uma influência neuronal sobre o hipotálamo ipsilateral do cérebro, provavelmente através do nervo vago: a gónada esquerda parece exercer uma influência maior sobre o hipotálamo esquerdo e a gónada direita sobre o hipotálamo direito. O hipotálamo exerce um controlo essencialmente ipsilateral sobre o sistema nervoso autónomo, responsável pela coordenação do funcionamento das glândulas mamárias. Infelizmente ainda não possuímos estudos que demonstrem estas diferenças em função da orientação sexual.
Um Estudo Português. Os estudos contemporâneos sobre a homossexualidade masculina tendem a omitir as diferenças existentes entre os homens homossexuais, privilegiando as médias em detrimento das distribuições. No entanto, existem diferenças significativas entre os homens homossexuais, uma das quais diz respeito ao seu grau de efeminamento ou de atipicidade sexual: os próprios homens gay autoclassificam-se em dois grupos, o dos efeminados e o dos não-efeminados, associando-os a determinadas preferências sexuais. Em termos de comportamentos, os grupos de homossexuais efeminados partilham algumas características em comum: desvalorizam a masculinidade em si próprios e sobrevalorizam a masculinidade nos outros que encaram como parceiros sexuais ideais. Privados de modelos de comportamento positivos, os homossexuais efeminados interiorizam facilmente a definição social do maricas imposta pela ideologia heterosexista, da qual resulta a sua identificação com o padrão cultural de feminilidade e, consequentemente, a desvalorização da sua masculinidade, que se atenua à medida que se transita do maricas para o agrupado, passando pelo agitado e pelo enfastiado, respectivamente. No fundo, podemos definir o grupo dos homossexuais efeminados como o conjunto de indivíduos do sexo masculino que desvalorizam a masculinidade em si próprios e que a sobrevalorizam nos outros com quem desejam estabelecer contactos sexuais, ou então, o que vai dar ao mesmo, que valorizam a feminilidade em si próprios e que a desvalorizam nos seus potenciais parceiros sexuais. A desvalorização e a sobrevalorização da masculinidade, tal como é vivida pelos homossexuais efeminados, reflectem não só uma dependência em relação à ideologia heterosexista, como também constrangimentos genéticos e neuro-endócrinos: a sua preferência sexual pelo papel de receptor oral e anal e a desvalorização da sua própria masculinidade são sinais indubitáveis do seu efeminamento precoce, ou seja, da sua desmasculinização precoce. Ora, os homossexuais masculinos em geral e os efeminados em particular têm perfeita consciência da associação negativa entre atipicidade sexual e atractividade sexual. Com efeito, quanto maior for o grau de efeminamento ou de atipicidade sexual exibido pelos homossexuais maior será a probabilidade de serem marginalizados pela comunidade gay e, consequentemente, de fracassarem romanticamente, o que tem consequências negativas para sua saúde mental.
Do mesmo modo, mas inversamente, os grupos de homossexuais masculinizados partilham alguns traços em comum: valorizam a masculinidade em si próprios e nos outros. Embora todos tenham interiorizado de algum modo o padrão de masculinidade instituído pela sociedade heterosexista, essa interiorização fortalece-se e reforça-se à medida que se passa do emergente ao hipermasculino, passando pelo normalizado e pelo encoberto, respectivamente. Podemos definir o grupo dos homossexuais masculinizados como o conjunto dos indivíduos do sexo masculino que valorizam a masculinidade em si próprios e nos outros, ou, o que vai dar ao mesmo, que desvalorizam a feminilidade em si próprios e nos outros. A valorização da masculinidade em si próprios e nos outros, tal como é vivida pelos homossexuais masculinizados, implica a rejeição natural do estereótipo social do maricas e a afirmação da sua condição masculina, que se manifesta de modo plural na criação de novas masculinidades, algumas mais masculinas do que as exibidas pelos homens heterossexuais.
Como demonstra a análise dos anúncios íntimos, a maior parte dos homens homossexuais tende a «medir» e a «avaliar» a masculinidade e a atractividade dos seus potenciais parceiros sexuais em função do tamanho do pénis ou da avaliação que fazem do seu «papo»: um homem é assim tanto mais masculino e atractivo quanto maiores forem as dimensões reais ou aparentes do seu pénis. Ora, dado que desvalorizam a sua própria masculinidade, os homossexuais efeminados tendem a encobrir, de diversos modos, os seus órgãos genitais, como se não quisessem ser dotados de órgãos genitais masculinos. Alguns chegam ao ponto de, numa relação sexual, não querer mostrar ao seu parceiro sexual os seus órgãos genitais, com excepção do ânus. Geralmente, os homossexuais efeminados «não fazem uso do seu pénis», pelo menos nas relações sexuais que estabelecem com os seus parceiros ocasionais, provavelmente porque não se orgulham do tamanho do seu pénis. Poderá o tamanho do pénis funcionar como um dos critérios que permite diferenciar as homossexualidades masculinas? A moderna ideologia gay destaca essa diferenciação interna em função do tamanho do pénis: os homens gay estão convencidos de que os mais masculinizados têm pénis maiores que os efeminados, apesar da existência de algumas excepções. Esta classificação gay foi confirmada parcialmente pelo estudo de A. Bogaert & S. Hershberger (1993): os homens homossexuais têm, em média, pénis maiores que os homens heterossexuais. Esta diferença é atribuída às variações dos níveis hormonais pré-natais, ou a outro mecanismo biológico capaz de afectar as estruturas reprodutivas e, por conseguinte, o desenvolvimento da orientação sexual. Porém, estes resultados só levam em conta a orientação sexual: as médias eclipsam as distribuições e, sobretudo, as variações internas que podem estar relacionadas com outros traços ou marcadores comportamentais.
Com base unicamente nos dados recolhidos durante a minha pesquisa de terreno, posso afirmar com segurança que os homossexuais masculinizados são os únicos homossexuais que executam exibições fálicas e, na maior parte dessas exibições, o falo exibido é de grandes dimensões. Este é um traço comportamental tipicamente masculino que os homossexuais activos partilham com os homens heterossexuais, como observei no decorrer da pesquisa interactiva sobre cibersexo: exibicionismo, voyeurismo, papel activo desempenhado na corte e tendência a desempenhar o papel de introdutor oral e anal são traços típicos dos homossexuais masculinizados. Estas diferenças observadas entre os homens gay podem reflectir diferenças biológicas - genéticas e/ou neuro-hormonais, sem no entanto eclipsar a atracção sexual: todos os homens gay valorizam pénis grandes: «Gostar de pénis» é, como eles próprios o reconhecem, sinónimo de «ser homossexual». A diferença que se constata entre eles, é que uns desvalorizam essa virilidade em si próprios, sobrevalorizando-a nos seus potenciais parceiros sexuais, enquanto outros a valorizam tanto em si próprios como nos seus companheiros sexuais, mesmos que estes apresentem outros comportamentos efeminados.
Com base nas classificações emic, coloca-se a questão de saber qual a associação existente entre o tamanho do pénis e a orientação sexual masculina. Esta questão foi sempre removida do meu horizonte de pesquisa sistemática dos comportamentos, dado que todos os homens homossexuais, independentemente do tipo a que pertencem, valorizam muito os pénis grandes, como se as grandes dimensões do pénis acrescentassem uma mais-valia erótica à masculinidade ou à virilidade dos seus portadores. O Professor Doutor Marini de Abreu tinha-me sugerido a medição dos pénis dos indivíduos homossexuais, na expectativa destes serem menores que os pénis dos homens heterossexuais, mas, na altura, esse estudo não foi realizado. Como vimos, os homens homossexuais efeminados, sobretudo os hiperefeminados, valorizam mais os pénis grandes dos seus potenciais parceiros sexuais que os seus próprios pénis, ao passo que os homens homossexuais masculinizados, sobretudo os hipermasculinos, valorizam sobretudo os seus próprios pénis grandes e, em menor grau, os dos seus parceiros sexuais, alegando que os homossexuais efeminados pensam de maneira diversa porque têm geralmente pénis pequenos. Apesar destas indicações reais, a questão não me parecia tão clara como os outros suponham, por várias razões: primeiro, porque existem homossexuais efeminados que possuem pénis de grandes dimensões, embora tendam a ter pénis menores do que os homossexuais hipermasculinizados; segundo, porque existem homossexuais hipermasculinizados que possuem pénis de tamanho médio ou mesmo de modestas dimensões, embora tendam a ter pénis maiores e mais potentes sexualmente do que os homossexuais efeminados; e terceiro, porque existem entre os machos heterossexuais pénis de pequenas, médias e grandes dimensões, embora tendam a ter pénis menores que os machos homossexuais. Sempre pensei que estas razões fossem suficientes para remover a questão até ao momento em que, durante a pesquisa interactiva, prolongada até 2007, fui novamente confrontado com este problema. Os homossexuais passivos, sobretudo os «menos discretos», claramente efeminados, além de assumirem desde logo a sua passividade «a 100%» e de dizer que queriam «ser possuídos» naquele preciso momento, perguntavam sempre pelo tamanho do pénis do seu «amigo virtual», mas, quando a questão lhes era devolvida, respondiam simplesmente, quando não desligavam a «janela»: «O que interessa isso...». Eles agem como se não tivessem pénis. Conversando com os seus parceiros, fiquei a saber que a maior parte deles pratica sexo oral noutros, muitas vezes sem se despirem ou mostrarem o pénis. Além disso, muitos deles, nas suas estratégias de sedução, dizem estar «fartos de ser usados como objectos sexuais», mais outro modo elegante de dizer que são exclusivamente passivos e «atraentes» (auto-imagem ilusória).
Perante estas observações, bem como da evidência empírica acumulada, nomeadamente fotográfica, tornava-se cada vez mais evidente que os homens homossexuais efeminados, sobretudo os hiperefeminados, têm pénis menores e, sobretudo, erecções menos potentes que os homens homossexuais masculinizados. Com efeito, em termos de auto-apresentação, os homossexuais efeminados, em particular quando são exclusivamente passivos, ignoram o seu próprio pénis, como se o não tivessem ou o rejeitassem, mas valorizam muitíssimo o tamanho do pénis dos seus potenciais parceiros sexuais. A sua «passividade a 100%», aliada a este facto — o tabu do próprio pénis, revela claramente que eles não têm uma identidade de género masculino tipicamente estruturada: o seu cérebro feminizado está, por assim dizer, prisioneiro num corpo dotado de um pénis. Pelo contrário, os homossexuais masculinizados e hipermasculinizados valorizam as dimensões dos seus próprios pénis — o orgulho do próprio pénis. Mas, apesar de todos valorizarem o tamanho do pénis, há uma outra diferença significativa entre eles: os homossexuais efeminados têm, em média, pénis menores que os homossexuais masculinizados e este marcador somático diferencia-os claramente entre si, como se o tamanho do pénis estivesse associado ao tipo de homossexualidade masculina exibida. Pelo menos, esta diferença parece corroborar a hipótese segundo a qual determinados homossexuais masculinos exibem atributos hipermasculinos, em particular pénis grandes, hipersexualidade, voyeurismo, exibicionismo, propensão sádica e agressividade sexual, frequentemente envolvendo violência doméstica, devido aos efeitos organizacionais da hiperandrogenização pré-natal. Muitos destes homossexuais com atributos hipermasculinos dizem ter tomado consciência da sua orientação homossexual, geralmente no decorrer da adolescência, quando verificaram que o que os estimulava sexual e eroticamente, ao verem um homem nu, a urinar ou em acção num filme pornográfico heterossexual, era precisamente o tamanho do pénis e/ou o tamanho do seu próprio pénis: uma homossexualidade estruturada, portanto, a partir do pénis e das suas dimensões, não só do pénis dos outros, mas também dos seus próprios pénis. Estes homossexuais orgulham-se muito do tamanho grande dos seus próprios pénis. À falta de melhor termo, designarei esse traço narcisismo fálico. De facto, eles estão apaixonados pelo seu próprio pénis: a sua auto-imagem e a sua auto-confiança passam necessariamente pela sua potência sexual — morfológica e funcional. Muitos destes homossexuais desejam secretamente ser penetrados analmente e, se isso não acontece mais frequentemente, não é por falta de oportunidades, mas porque o seu narcisismo fálico os impele, numa relação sexual, a exibir e a impressionar os seus parceiros sexuais com o seu falo: preferem ser «mamados», porque apreciam a sensação de ver os outros hipnotizados com o seu pénis, e/ou penetrar, podendo essa penetração anal ser vista por eles como dominação sexual sobre o parceiro e, nalguns casos, como castigo.
Se ser dotado de um pénis grande é (ou não) responsável, pelo menos em parte, pela orientação homossexual, não se sabe, mas ele pode, só por si, levar à experiência homossexual. Os ambientalistas alegam que o facto de, em certas culturas, o introdutor não ser considerado homossexual revela que a homossexualidade não tem nada a ver com a biologia: ela seria aprendida e/ou construída socialmente. Ora, este facto - o "macho" que faz sexo com outros homens para confirmar a sua virilidade - revela apenas que esses «pretensos machos» são propensos a ter relações homossexuais. Mas o facto de homens com um pénis hipermasculino serem homossexuais não é um facto social mas biológico. Não é por mero acaso que, no mundo heterossexual, se fale mais em «tomates» que em «vergas». Quando querem reforçar a masculinidade de alguém, os homens heterossexuais dizem: «Ele é um homem de tomates», enquanto os homens homossexuais preferem dizer: «Ele tem uma verga boa». Convictos do seu privilégio heterossexual, os homens heterossexuais raramente conversam sobre o tamanho do (seu) pénis: em relação às mulheres, o seu pénis é sempre «o melhor» até «porque até agora nunca ninguém se queixou dele»; em relação aos homens, a omissão é quase total, a menos que o pénis seja efectivamente grande, razão suficiente para a sua exibição. A obsessão pelo pénis grande que se observa actualmente na sociedade é efeito da homossexualização da vida sexual e social, assim como da moderna ideologia gay.
Estudo 1. Num estudo exploratório que realizámos, utilizando a ANOVA e levando em conta apenas o comprimento do pénis erecto, verificámos que o valor absoluto da diferença entre homens bissexuais e homens homossexuais (2,5) era maior do que o valor da respectiva DMS (2,06), donde resulta que, em média, o comprimento do pénis erecto dos homens homossexuais é maior que o dos homens bissexuais. Comparando o grupo dos homens homossexuais com o dos homens heterossexuais, o valor absoluto da diferença entre estes dois grupos (2,45) era maior que o valor da respectiva DMS (2,06), donde resulta que, em média, o comprimento do pénis erecto dos homens homossexuais é maior que o dos homens heterossexuais. Finalmente, comparando entre si os grupos de homens heterossexuais e bissexuais, o valor absoluto da diferença entre os dois grupos (0,05) era menor que o valor da respectiva DMS (2,38), donde resulta não haver diferença significativa entre os homens heterossexuais e bissexuais. O comprimento do pénis erecto dos homens homossexuais (20,35) é maior, em média, que o dos homens heterossexuais (17,9) e bissexuais (17,85) e o coeficiente de determinação (0,35) revela que a diferença entre as médias dos três grupos explica 35% da variação total.
Estudo 2. Outro estudo relacionado com este tinha por objectivo verificar se a preferência pelo papel sexual - activo, versátil e passivo - estava relacionada com a referência ao tamanho do pénis. Assim, constituímos uma amostra composta por 119 anúncios íntimos publicados numa revista homossexual portuguesa. Desses anúncios dois eram de casais homossexuais, mas, como fornecem informação sobre cada um dos membros do par, contam como quatro sujeitos. A análise estatística efectuada, com aplicação do qui-quadrado, mostra claramente que os homens homossexuais que se autodefinem como sexualmente activos referem mais prontamente o tamanho do seu pénis erecto do que os homens homossexuais autointitulados passivos que geralmente omitem essa informação pessoal. Estes dados foram submetidos a uma elaboração estatística mais apurada. Assim, para prever a referência ao tamanho do pénis, sem levar em conta a preferência sexual, a melhor previsão é «não» (95), cometendo 24 erros. Levando em consideração a preferência sexual, para os autointitulados activos, a previsão é 19, com 17 erros; para os autonomeados passivos, a previsão é 57, com 3 erros; e, para os autodefinidos versáteis, a previsão é 21, com 2 erros. Em conjunto, cometeríamos 22 erros, tomando a preferência sexual como base (RPE = 8,33%). Para prever a preferência sexual, sem levar em conta o tamanho do pénis, a previsão é 60, cometendo 59 erros. Levando em consideração a referência ao tamanho do pénis, para o «sim», a previsão é 19, com 5 erros; e para o «não», a previsão é 57, com 38 erros. Em conjunto, cometeríamos 43 erros, tomando o tamanho do pénis como base. Utilizámos depois o coeficiente lambda para reduzir o erro de predição. Para testar o grau de associação entre a preferência sexual (variável independente) e a referência ao tamanho do pénis (variável dependente), obtivemos o valor lambda de 8,33%. Ao testar o grau de associação entre a referência ao tamanho do pénis (variável independente) e a preferência sexual (variável dependente), obtivemos o valor lambda de 27,12%. Assim, quando a preferência sexual é considerada como a variável independente, reduzimos em 8,33% o erro da predição, aumentando a sua precisão. Usando a referência ao tamanho do pénis como variável independente, reduzimos em 27,12% o erro da previsão, aumentando a sua precisão. Assim, a referência ao tamanho do pénis prediz com maior precisão (27,12%) o papel sexual preferido do que o papel sexual preferido prediz a referência ao tamanho do pénis (8,33%). Ou, em termos mais simples, os homens homossexuais dotados de pénis de grandes dimensões são preferencialmente activos e exibem mais facilmente os seus pénis flácidos ou erectos.
Ora, todas estas indicações sugerem não só uma dicotomia entre dois tipos básicos de homens homossexuais - os efeminados e os masculinizados, como também uma outra diferenciação no seio de cada um destes tipos básicos. Entre os homossexuais efeminados, os tipos maricas e agitado são claramente hiperefeminados, enquanto os tipos enfastiado e agrupado são subefeminados: o grau de efeminamento decresce à medida que se transita de um tipo para outro, seguindo a ordem maricas, agitado, enfastiado e agrupado. Entre os homossexuais masculinizados, o grau de masculinização varia entre os simplesmente masculinos e os hipermasculinos, sendo difícil identificar completamente qualquer um dos subtipos com cada um destes pólos. A existência destas homossexualidades masculinas apontam para mecanismos biológicos diferenciados, embora possam estar relacionados de algum modo ainda por descobrir. Assim, em função deste enquadramento das homossexualidades, podemos agrupar os oito tipos de homens homossexuais em função dos «padrões básicos de desenvolvimento»: o padrão sexualmente atípico e o padrão sexualmente típico, cada um dos quais dotado de dois pólos. O padrão atípico de desenvolvimento compreende dois pólos: o hiperefeminado, no qual incluímos os homossexuais-maricas e os homossexuais-agitados, e o hipoefeminado, no qual incluímos os homossexuais-enfastiados e os homossexuais-agrupados. O padrão típico de desenvolvimento compreende também dois pólos: o hipermasculinizado e o simplesmente masculinizado. O primeiro pólo, o da hipermasculinização, tende a abranger os indivíduos pertencentes aos tipos homossexuais-emergentes, homossexuais-normalizados, homossexuais-caricaturais, bem como alguns homossexuais-enfastiados e homossexuais-agrupados. O pólo da simples masculinização pode incluir alguns dos homens homossexuais dos tipos referidos anteriormente, sobretudo os homossexuais-encobertos. Deste modo, e destacando a valorização do tamanho do pénis, obtemos três categorias de homossexuais masculinos mais fáceis de detectar: a categoria dos hiperefeminados, dotados de pénis relativamente pequenos; a categoria dos simplesmente masculinizados, dotados de pénis normais; e a categoria dos hipermasculinizados, dotados de pénis de grandes dimensões. Estas categorias tendem a corresponder à classificação emic dos homens homossexuais em função do papel sexual preferido: passivo, versátil e activo. Uma tal classificação exige um reagrupamento diferente das homossexualidades masculinas: os padrões masculinos e femininos tendem a sobrepor-se numa determinada área, dentro da qual teríamos diversos tipos de homossexuais, cujo tamanho do pénis seria tendencialmente normal. Estas categorias são mais abrangentes e, associadas a outros critérios, podem ser mais operacionais. Se os homossexuais-maricas e agitados podem ser integrados com segurança na categoria dos hiperefeminados, o mesmo já não pode ser dito em relação às outras categorias. Na categoria dos simplesmente masculinizados, podemos integrar todos os outros homossexuais, com excepção daqueles que apresentam atributos hipermasculinos, os quais se integram claramente na categoria dos hipermasculinos. Isto significa que a categoria intermédia integra homossexuais que podem exibir diversos traços masculinos e femininos misturados ou cruzados. O facto mais interessante é a moderna ideologia gay ser uma criação dos homossexuais que se enquadram nas categorias dos simplesmente masculinos e dos hipermasculinos. Todos os homens homossexuais partilham apenas a orientação «same-sex», isto é, sentem-se sexual e eroticamente atraídos por outros homens e por estímulos eróticos masculinos, mas não partilham os mesmos comportamentos sexuais e outros traços relacionados com o género. Esta diferenciação interna garante a sua independência sexual: os homens homossexuais não precisam dos serviços prestados por machos supostamente heterossexuais, embora estes contribuam para a sua rotação sexual. Se os homossexuais hiperefeminados têm um cérebro feminizado e, consequentemente, comportamentos sexuais atípicos e os homossexuais hipermasculinos, um cérebro hipermasculino e, por conseguinte, comportamentos hipermasculinos, então os homossexuais da categoria intermédia poderiam conjugar, em proporções variáveis, comportamentos masculinos e femininos. Ora, se a masculinização do cérebro humano e dos comportamentos adultos depende dos níveis de testosterona pré-natal, os níveis baixos produziriam homossexuais hiperefeminados, os níveis normais, homossexuais simplesmente masculinos, e os níveis elevados, homossexuais hipermasculinos. Rohde, Stahl & Dörner (1977) descobriram que os níveis de testosterona livre são mais baixos nos homossexuais efeminados, bem como nos transexuais macho-para-fêmea, do que nos homossexuais não-efeminados. Portanto, é altamente provável que a diferenciação inter-homossexual se deva ao papel organizacional desempenhado pelas hormonas sexuais no desenvolvimento pré-natal.
J Francisco Saraiva de Sousa

3 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Este post vai sofrer alterações profundas. Por isso, enquanto estiver em construção, não vale a pena ser lido. Aguarde pela sua finalização. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ui, sempre andei insatisfeito com este post, mas o assunto é deveras complicado. Aliás, a hipótese neuro-hormonal pode falhar tb aqui, sobretudo no caso de estudos futuros confirmarem que os pénis dos homens gay efeminados é menor que o dos masculinizados. Porque a testosterona livre não masculiniza o cérebro, mas masculiniza outras estruturas morfológicas. O ideal seria todos eles terem pénis avantajados. Eu procuro contornar a dificuldade mediante os 3 padrões de desenvolvimento, mas tudo isto depende dos estudos empíricos.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

É muito difícil fazer uma amostra de pénis, mas tenho outros dados que não foram explicitados.

A pesquisa virtual tem mostrado que os efeminados podem ser bem-dotados, mas as suas ercções tendem a ser menos vigorosas e potentes. De facto, eles não desejam penetrar ninguém; o seu desejo é ser penetrados e, como dizem, é complicado manter erecções fortes durante a penetração. No entanto, alguns conseguem ejacular naturalmente enquanto são penetrados e sincronizar as ejaculações, nalguns casos sem a ajuda da mão.