O objectivo será redefinir estes conceitos, de modo a mostrar que o homem metabolicamente reduzido não tem memória e, por isso, não é uma pessoa, porque na ausência de memória ele não pode estruturar a sua própria individualidade e fazer-se uma pessoa. O exercício da memória é colocar-se numa situação íntima de face a face consigo mesmo. Ora, o ser metabolicamente reduzido está completamente perdido no cativeiro do consumo e teme encontrar-se consigo mesmo. A perda da anamnesis constitui um dos sintomas da regressão cognitiva e da atrofia dos órgãos mentais. Por isso, a libertação da caverna do consumo exige o exercício da gnose: o eu deve procurar o seu si-mesmo, recriando-se nesse acto íntimo como obra. A conversão de que tenho falado começa por ser a volta do eu ao seu si-mesmo, portanto o suicídio espiritual, de modo a emergir como subjectividade rebelde capaz de assumir em fusão com os outros libertos, isto é, os iniciados, a tarefa política da Grande Recusa. A caverna do consumo em que vivemos tem algumas saídas, uma das quais é o êxtase resultante da descoberta espantosa da irracionalidade do consumismo: Como fui burro ao permitir que me reduzissem à condição de animal metabolicamente reduzido! O termo êxtase é usado aqui não no seu sentido místico de aguçamento anormal da consciência, mas para referir o acto de se manter do lado de fora ou dar um passo para fora das rotinas normais da sociedade estabelecida. Isto significa que o êxtase transforma a consciência que se tem da sociedade estabelecida, fazendo com que a falsa determinação se converta em possibilidade.
O êxtase tem relevância metafísica e política, porque todas as revoluções começam com a transformação da consciência. Para confrontar a condição humana sem mistificações consoladoras, precisamos de nos afastar das rotinas corriqueiras da sociedade estabelecida e das suas definições oficiais. O marginal e o rebelde são figuras autênticas, porque neles a liberdade pressupõe um certo grau de libertação da consciência: apresentam definições discordantes que desafiam as definições oficiais da própria sociedade de consumo. O mundo (socialmente) aprovado e dado como evidente é questionado: não é uma fatalidade; existem alternativas históricas. A sociedade de consumo oferece-nos cavernas quentes e confortáveis, onde nos aconchegamos com os outros, batendo os tambores que silenciam os uivos dos lobos na imensa escuridão cognitiva. Ora, êxtase é o acto corajoso de sair sozinho ou acompanhado da caverna quente do consumismo e contemplar a noite que abriga o inteiramente novo: o sonho de um mundo melhor.
A gnose (o conhecimento) constitui o único processo mediante o qual o eu cativo da ordem estabelecida pode voltar ao seu si mesmo, de modo a escapar ao cativeiro do consumo que é a terra do esquecimento. No exercício da anamnesis, o eu deve recuperar o seu si mesmo do esquecimento, mas não apenas na sua fonte originária, portanto na sua relação pacífica com a natureza, mas sobretudo no seu futuro, isto é, na pátria da identidade. Memória do futuro é, pois, o conceito a elaborar que permite à consciência escapar à cilada da "terra natal" vista como o solo originário ou o paraíso perdido, tendo em conta que o Outro se dá desde logo na linguagem que usamos. Ernst Bloch criticou serveramente a anamnesis hegeliana, a grande traição hegeliana, assente numa visão do ser cumprido e acabado, logo antidialéctivo, em vez do ser como processo utópico, o qual possibilita descobrir o futuro no passado das promessas não-cumpridas. Através da gnose revolucionária, o homem pode operar a conversão, o suicídio espiritual ou a transformação da consciência, suscitada pela memória que realiza essa passagem de um estado de esquecimento (heteronomia) para um estado de consciência (autonomia), no qual o homem, entregue à memória de si mesmo, alcança a percepção da verdade: a necessidade de transformar o mundo. Por outras palavras, na memória em acção o homem deve descobrir o seu si-mesmo insatisfeito consigo mesmo e com o mundo estabelecido, dilacerado e desejoso de lutar contra o sistema: rever no passado, no seu e no da humanidade em relação pacífica com a natureza, as promessas não-cumpridas. Deste modo, a revolução interior resgata o passado e abre as portas ao futuro: prepara-se para a grande recusa.
A memória não é um depósito, um arquivo ou um armário que podemos pesquisar, mas um processo activo durante o qual me encontro intimamente comigo mesmo: o passado é sempre construção levada a cabo em função das preocupações presentes e das expectativas futuras. A memória é a matriz fundamental da mente e da subjectividade. Levando em conta os quadros sociais e históricos da memória, podemos ver nela uma "força" adversária da reificação que se perpetua na memória-hábito. E, como matriz da subjectividade, a memória é o triunfo do vivido singular, dado possibilitar a coincidência entre o que eu fui, o que sou e talvez o que pretendo ser, conferindo ao nosso ser sucessivo e em devir uma espécie de eternidade pessoal, no fundo a nossa identidade.
Marcuse escreveu que Marx retomou a antiga teoria do conhecimento como recordação das verdadeiras formas das coisas, distorcidas e negadas na realidade estabelecida, aquilo a que chamou o perpétuo núcleo materialista do idealismo. Neste caso, a recordação é vista como faculdade epistemológica: síntese ou reunião dos pedaços e dos fragmentos que podem ser encontrados na humanidade distorcida e na natureza desvirtuada. Passamos assim para o domínio da imaginação que, como conhecimento, retém a insolúvel tensão entre a ideia e a realidade, o potencial e o real, a qual exige a transcendência da liberdade para além das formas dadas. Neste caso, o cativeiro do consumo é reificador, mais precisamente uma prisão claustrofóbica, da qual nos podemos libertar através da gnose: memória e imaginação encontram-se unificadas no sonho diurno.
O si-mesmo descoberto possibilita uma relação de maior autenticidade consigo próprio, com os outros e com o mundo. O eu é internamente muito diferencial e, para o acordar, é preciso confrontá-lo consigo mesmo: o si-mesmo é o impulsionador da novidade, do eu inconformado. Sem o si-mesmo o homem fica alienado no mundo estabelecido. Aliás, a liberdade é sempre a liberdade do si-mesmo: este solta-se facilmente e recria-se de diversos modos.
A conversão é êxtase no sentido de abrir o eu ao seu si-mesmo, levando-o a procurar uma nova relação como o mundo: o eu apropria-se de si próprio e, ao fazê-lo, abre-se ao mundo, não para se conformar mas para o transformar qualitativamente. Com efeito, o eu social, para usar o conceito de Bergson, é muito conformista, embora seja fundamental para elaborar ao longo do desenvolvimento a nossa diferença e a nossa singularidade única. Mas é o eu rebelde que a conversão visa acordar no homem adormecido, esquecido de si mesmo, no cativeiro do consumo. Este si mesmo, o rebelde que há em nós, prefiro vê-lo como o castelo, o fogo, a luz, a centelha da alma. Ele pode ser facilmente vencido e destruído, como mostraram os campos de concentração, mas também é ele que nos permite mentir, dizer a verdade, fingir, sonhar, simular, resistir, decidir, enfim tudo isso que só nos pertence a nós mesmos.
O que está aqui em causa é a invenção de uma nova dialéctica da libertação, a qual deve esburacar a consciência endurecida das pessoas satisfeitas na sua condição metabolicamente reduzida.
J Francisco Saraiva de Sousa
76 comentários:
O culto da memória revela-se fundamental para a estruturação do indivíduo, embora ele não se deva trancar nela.
Aguardo, expectante, pelo seu post.
Entretanto, já comentei o seu texto sobre a Estética da Recepção.
Um abraço,
Francisco!
Um dos perigos da memória castradora revela-se, por exemplo, nos preconceitos judaico-cristãos...
Denise
Já me meti com a Tia Adoptada: gosto alfinetá-la, tal como ela faz connosco.
Este tema é deveras complexo: Procurei alinhar os conceitos nucleares, tendo em vista não a fissão mas a fusão.
A leitura orientada não é sinónimo de impor uma chave hermenêutica padrão, mas fornecer previamente os horizontes de conhecimento necessários, aliás tarefa da educação, de modo a despertar a memória, a sacrificada pelo actual sistema educativo. De resto, a leitura deve ajudar a libertar o self e a aprofundá-lo...
Estou a ser confrontado com um problema: a gnose (o conhecimento) deve ser revolucionária. O cativeiro do consumo é a terra do esquecimento. No exercício da anamnesis, o eu deve recuperar o seu si mesmo do esquecimento, mas não apenas na sua fonte originária, mas sobretudo no seu futuro. Memória do futuro devia ser o conceito a elaborar para escapar à cilada da "terra natal" vista como o solo originário ou paraíso perdido. Muitas dificuldades nesta tarefa, mas devemos ter em conta que o Outro se dá desde logo na linguagem que usamos. Mais outra dificuldade...
Como pode aparecer essa unidade chamada “um ser-para-si”? Que se autopreserva e se reproduz. Uma organização autónoma que se opõe á ideia de se dar conta a partir de acções exteriores. Isto significa a criação de um mundo próprio (Eigenwelt), que implica transformação. A palavra suicídio pode enganar, seria melhor transformação, metamorfose. Curiosamente ontem os ciberamigos acabaram por aí.
Fernando Dias
Estava a tentar usar a gnose contra a Gnose, para abrir um novo caminho. Contudo, o caminho é apenas vislumbrado; falta muito para estar delimitado. Bachelard anteviu que memória e imaginação são a mesmo coisa em certos momentos, mas estes estão marcados pela gnose.
Sim, criar um mundo próprio..., mas este deve ser comum.
Sim, suicídio é a morte do eu esquecido de si mesmo. Transformação ou conversão são termos mais adequados.
Através da gnose revolucionária, o homem devia operar a conversão ou transformação suscitada pela memória que realiza essa passagem de um estado de esquecimento para um estado de consciência, no qual o homem, entregue à memória de si mesmo, alcança a percepção da verdade: a necessidade de transformar o mundo.
Sim, Bachelard une memória e imaginação no sonho ou no devaneio. Portanto, o sonhos diurnos de Bloch.
O meu problema reside na articulação deste pensamento com a esperança de Bloch: este criticou serveramente a anamnesis hegeliana, a grande traição hegeliana, assente numa visão do ser cumprido e acabado, logo antidialéctivo, em vez de processo utópico. Um conceito a articular seria o de descobrir no passado o futuro...
Em suma, na memória em acção o homem deve descobrir o seu si-mesmo insatisfeito consigo mesmo e com o mundo estabelecido, dilacerado e desejoso de lutar contra o sistema: rever no passado, no seu, no da humanidade, as promessas não-cumpridas. Deste modo, a revolução interior resgata o passado e abre as portas ao futuro: prepara-se para a grande recusa.
“a revolução interior resgata o passado e abre as portas ao futuro: prepara-se para a grande recusa”
É isso mesmo Francisco!
A grande recusa é o desapego. Diz muito bem, o cativeiro do consumo é o apego materialista às coisas. A grande recusa é a recusa do Eu egocêntico cheio de cupidez.
Repare o que diz António Lobo Antunes a propósito das polémicas acerca da Feira do Livro em lisboa:
"Não sei se a Leya foi feita por amor aos livros ou para ganhar dinheiro com eles, mas as duas coisas não são muito compatíveis. E custa-me imenso que o livro se transforme numa mercadoria".
"Não se compreende como é possível uma entidade particular vir a beneficiar da imagem da Feira do Livro criada ao longo de dezenas de anos, ao modo de um parasita que beneficia do esforço e do sangue do hospedeiro".
Fernando Dias
Por isso, eu disse que só vislumbrava o caminho; agora é preciso articular os conceitos e elaborar a teoria. Depois é preciso pensar no aspecto institucional: como e onde promover a conversão e a grande recusa? Bem, a Internet é um meio de contágio...
O trabalho conceptual também implica este diálogo com a "tradição intelectual": zelar pelo testemunho dos mestres.
Então, como conceito de fundo proponho este:
A memória não é um depósito ou um armário que podemos pesquisar, mas um processo activo durante o qual me encontro intimamente comigo mesmo: o passado é sempre construção levada a cabo em função das preocupações presentes e das expectativas futuras. A memória é a matriz fundamental da mente e da subjectividade.
Porém, falta introduzir os quadros sociais e históricos da memória e ver nela uma "força" adversária da reificação. Marcuse escreveu que Marx retomou a antiga teoria do conhecimento como recordação das verdadeiras formas das coisas, distorcidas e negadas na realidade estabelecida, aquilo a que chamou o perpétuo núcleo materialista do idealismo. Neste caso, a recordação é vista como faculdade epistemológica: síntese ou reunião dos pedaços e dos fragmentos que podem ser encontrados na humanidade distorcida e na natureza desvirtuada. Passamos assim ao domínio da imaginação que, como conhecimento, retém a insolúvel tensão entre a ideia e a realidade, o potencial e o real, a qual exige a transcendência da liberdade para além das formas dadas.
Neste caso, o cativeiro do consumo é reificador...
Francisco e restantes amigos,
Está a terminar o prazo do call for papers para o Colóquio Internacional "ACT 20 - Filologia, Memória e Esquecimento" que se realizará na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em Novembro próximo. Eu vou enviar uma proposta de comunicação e julgo que as vossas perspectivas provenientes de áreas diversificadas enriqueceriam imenso o debate sobre o assunto. Para além do mais, seria um excelente pretexto para um encontro na capital ;-)
Visitem o site: http://www.comparatistas.edu.pt/actividades/destaque/act-20---memory-testimony-and-forgetfulness.html
A memória é um processo. – certo! Memória e imaginação (imaginal) são indissociáveis.
Mas dizer “encontro com o Si-mesmo”, já pode ser uma compliação. Repare:
As memórias são reais, mas o que não são é entidades, nem tipo de coisas substanciais. As memórias são relações. Sem relações não há realidade, não há mundo. As relações já são a própria realidade. Mas ter uma experiência vivida não implica ter uma relação com o Si-mesmo. Pressupor que o Si-mesmo tem uma relação especial com o Si-mesmo parece um oximoro, parece que há algo que está aqui a mais duas vezes. Não faz sentido dizer que as relações são relações que se relacionam com relações. Também não faz sentido dizer que as pessoas têm uma relação especial com os seus próprios estados conscientes, visto que estes já são em si mesmos: relações.
As nossas experiências do mundo até que ponto dependem mais do mundo ou da nossa experiência mental? Se olharmos para o mundo sem pensarmos em mais nada, a dada altura verificamos que a experiência visual muda, parece que tudo se dissolve. Normalmente nós não vemos simplesmente o mundo. Vemos o mundo com uma série de qualidades, porque em vez de estarmos puramente a olhar, estamos a olhar e a pensar. Raramente nos limitamos apenas a olhar ou apenas a sentir. Normalmente adicionamos o pensamento e a interpretação aos componentes sensoriais da experiência. Assim, o que em regra tomamos como experiência directa é por um lado uma mistura de experiências visuais, tácteis, auditivas e outras, e, por outro lado, pensamento. Estamos tão habituados a sentir a realidade e ao mesmo tempo a interpretá-la que não nos damos conta da parte desempenhada pelo pensamento. A luz do mundo existe mas não tem cor, é apenas uma onda. A cor não está lá fora no mundo, mas também não está no cérebro ou na mente. A cor, para existir, depende da relação. A cor está na relação. A cor é a relação.
Claro, que as lembranças não são entidades, porque não temos coisas na cabeça ou nos neurónios. Assim, como o objecto do conhecimento não é o próprio objecto real de que o primeiro é conhecimento.
Quanto ao si-mesmo, ele possibilita uma relação de maior autenticidade. O eu é extremamente diferencial e, para o acordar, é preciso confrontá-lo consigo mesmo: o si-mesmo é o impulsionador da novidade, do eu inconformado. Sem o si-mesmo o homem fica alienado no mundo estabelecido. Aliás, a liberdade é sempre a liberdade do si-mesmo: este solta-se facilmente e recria-se de diversos modos. Mais: a memória é o triunfo do vivido singular, dado possibilitar a coincidência entre o que eu fui, o que sou e talvez o que pretendo ser, conferindo ao nosso ser sucessivo e em devir uma espécie de eternidade pessoal, no fundo a nossa identidade.
Mas isso que acaba de dizer deve-se, como mostraram Mead e Cooley, à génese social do self: a sociedade está "presente" no "mim" através dessas lentes sociais, históricas, culturais e cognitivas.
Mas esse eu social, para usar o conceito de Bergson, é muito conformista, embora seja fundamental para elaborar a nossa diferença e a nossa singularidade única. É esse eu rebelde que pretendo acordar no homem adormecido, esquecido de si mesmo, no cativeiro do consumo. :)
É isso mesmo, acordar o eu rebelde.
O desejo interior em liberdade e em estado natural é muito mais forte do que o imperativo categórico, a norma. É por isso que o que consta na memória colectiva não escrita ou histórica escrita que glorifica a humanidade é constante a violar da norma, a revolta contra a norma, e não a manutenção da norma. Da manutenção da norma não reza a história.
É claro que a humanidade, a partir de um dado momento da sua história, deixou de evoluir apenas sob a regência de um imperativo interior puro. Mas a modernidade está a diluir-se, onde pessoas bovinas fazem coisas guiadas por um imperativo que nada tem a ver com a vontade própria, uma vez que a sua alienação as coloca numa situação de pastagem, mas sentem-se numa virtual bem-aventurada felicidade. Quando a erva desaparecer dos prados vão sentir-se perdidos, porque esqueceram com brutal indiferença o sentido do ser vivente.
Exacto, chegámos a um consenso a la Habermas.
Este si mesmo, o rebelde que há em nós, prefiro vê-lo como o castelo, o fogo, a luz, a centelha da alma. Ele pode ser facilmente vencido e destruído, como mostraram os campos de concentração, mas também é ele que nos permite mentir, dizer a verdade, fingir, sonhar, simular, enfim tudo isso que só nos pertence a nós mesmos.
Sim, o rebelde é fonte de criatividade e é ele que rompe com as normas...
A memória colectiva coloca novos desafios..., mas ainda não consegui ligar as duas. :(
Fernando Dias
Quando falávamos das entidades, lembrei-me da célebre questão: como e onde surge esta centelha da alma? Será que ela pode ser tratada como objecto das neurociências? Somos únicos e profundos e singulares: o nosso tesouro íntimo é o quê? De facto, Santo Agostinho via nesse voltar a si mesmo um encontro com Deus. O si é divino, disse Mestre Eckhart...
A subjectividade é o nosso maior bem... Aliás, somos nós, cada um único...
Quanto à alma não creio que nos safemos com a neurociência. Apesar de não ter vocação para essa área, creio que se quiser avançar tem mesmo que se meter com os místicos. E apesar de não perceber nada disso, creio que para começar, não está mal acompanhado com Mestre Eckhart. Só que Mestre Eckhart é muito antigo e se calhar tem de procurar os companheiros dele que estejam actualmente vivos, que eu não sei quem são. O Francisco sabe?
Ele está presente em quase todos os mestres da Europa Central, desde o idealismo alemão até Bloch, Lukács, etc.
Aqui nota-se a diferença entre a filosofia e a ciência como ramo dedicado à "natureza objectiva". A ligação que detectamos entre ciência e técnica pode clarificar a relação entre filosofia e política. Os conceitos filosóficos devem iluminar a realidade e apontar para a sua transformação, mas sem ceder a qualquer tentativa de objectivação das pessoas. Esta é a diferença fundamental que Kant formulou em termos da pessoa ser fim em si mesma: não deve ser tratada como coisa entre coisas e instrumentalizada. Daí a crítica da ideologia... Actualmente, face à crise ecológica, a natureza exige um tratamento similar e ele já estava presente na filosofia do idealismo alemão: a natureza como "sujeito" com as suas próprias potencialidades objectivas. (Isto não significa divórcio entre as ciências e a filosofia, até porque a última é a matriz.)
Não sou místico nesse sentido vulgar, mas não fecho as portas à Transcendência, até porque Deus habita no nosso castelo, mesmo que este diga o contrário. Curioso, mas como diz no seu post isto é uma "certeza": Deus sem mediações eclesiais (coisa diferente/religião) é o nosso âmparo, real ou imaginário, pouco importa...
Fiz algumas alterações do post a partir de indicações tiradas deste diálogo. O post ainda está a precisar de transformações, mas estas podem ser abordadas em novos posts. Ainda não decidi... :)
Denise
O colóquio Internacional sobre Filologia, Memória e Esquecimento, parece ser interessante. (Depois vejo o endereço.)
Penso abordar o tema da memória mais vezes, dado a sua complexidade e pertinência, mas hoje estou com os neurónios em h2o.
Um abraço
Francisco,
Não se demore muito a namorar o endereço do colóqui, pois os prazos estão a terminar!
Acha que conseguiríamos incentivar a Papillon, a Tia e o Manuel Rocha a participarem? Eu ficaria encantanda se nos encontrássemos por lá! Iríamos arrasar!
Eu tenho reflectido sobre o tema da memória no âmbito dos estudos literários intimistas e na relação da escrita com a prespectivação do passado na recentração do sujeito no tempo (passado-presente-futuro).
Espero que os seus neurónios estejam mais frescos. Mas descanse, gosto de o ver animado e cheio de vitalidade ;-)
Abraço
Colóquio, Denise ?
Aquelas coisas onde cada um vai para se ouvir a sí próprio e para de regresso a casa acrescentra dez linhas ao CV ?
Passo !
Mas para uma boa tarde numa marisqueira de roda de umas tapas entremeadas de memórias e esquecimentos, contem comigo !
;)
Francisco,
Interessante esta linha de raciocinio. Onde é que nela encaixaria a questão da auto-limitação como evolução de um sentido ético libertador ?
Bem aparecido, Manuel!
...e agora falo por mim: eu não vou a esses sítios para ouvir o meu SI-MESMO! Livra! E continuo a achar que o colóquio ficaria muito mais rico com a vossa presença. É como um blogue a sério: a gente ouve-se (lê-se) uns aos outros e cresce um pouquinho mais com estas interacções.
Mas sim... a marisqueira também me agrada. Bora Francisco?
lol
Manuel e Denise
De facto, a sua ideia de ir a uma Marisqueira é sedutora e (reconheço) mais interessante do que ir a um colóquio. A Denise reconheceu-o...
Diga em que sentido vê a "auto-limitação"... Ainda estão presentes algumas dificuldades nesta tese que apresento, mas julgo poder resolvê-las mais para a frente.
Manuel
Estive a pesquisar as filosofias do ambiente: ambientalismo radical (ecologia profunda), ambientalismo reformador ou moderado e ecofeminismo. São filosofias delirantes completamente perdidas em jogos de linguagem que não levam a parte alguma. O antropocentrismo, os dualismos e o androcentrismo não são responsáveis pela crise ecológica. Não apresentam alternativas credíveis e práticas.
Porém, o nivelamento é uma das razões da crise económica: o consumismo como fase do desenvolvimento capitalista. Heidegger trata disso mas a sua noção de "deixar as coisas ser" é poética mas não abre uma via de solução..., sobretudo quando associada ao budismo mahayana. Os ambientalistas profundos ou radicais são, nalguns aspectos, ecofascistas. A visão utópica é a única alternativa viável: co-produtividade Homem/Natureza e tecnologia não-violenta. Mas implica a destruição da sociedade de consumo, cujo nivelamento fomenta a regressão cognitiva, a qual nos deixa sem solução para o desafio ecológico.
Bom Dia, Francisco.
Falei-lhe da auto-limitação como um exercício de liberdade ( liberdade moral ), como acto próprio da vontade determinado por um arbítrio da razão capaz de discernir o bem do mal, sendo por isso capaz de recusar o consumo porque o identifica como mal. Ou seja, como a capacidade de recusar a própria necessidade cultural. A questão está, claro, na estruturação dessa consciência. Que tipo de argumentos podem mais que o marketing pró-consumista? Voltamos à questão da educação e a atascarmo-nos nela, porque dentro de um sistema, a educação reprodu-lo. Resta-nos cultivar as margens. Mas verdade é que essa marginalidade sempre esteve subjacente às grandes revoluções.
Tem razão quanto à ecologia profunda. Também já me passaram coisas pelas mãos que são um poço sem fundo. O pensamento global ( inevitavelmente redutor )e a acção total ( necessariamente simplificadora )são novas mitologias que a meu ver podem derivar facilmente para um reforço do problema ( novas e incontroláveis burocracias )em lugar de contribuírem para a solução. Esta pode estar algures na governança de matriz regional e na planificação. O mercado livre já foi a exame. A meu ver, chumbou.
Até logo !
;)
Manuel e Francisco,
A auto-limitação é, na verdade,o mais difícil dos exercícios da liberdade porque nos reconfigura como indivíduos pensantes e independentes. Torna-nos conscientes e responsáveis perante nós mesmos. Perante a sociedade também. Perante o futuro, enfim.
O culto da memória é fundamental para a estruturação consciente da auto-limitação. Aqui entra a questão da educação, embora conceda que a reconheço viciada, adulteada, estragada.
Contra o marketing pró-consumista existe o argumento da resistência que passa pelo conhecimento. É raro, mas existe.
Não é a hora, pois, de baixar os braços. Pouco a pouco cultivaremos as margens e faremos a nossa revolução. Nem que seja connosco mesmos. A minha está em curso ;-)
Abraço para ambos.
Papillon, regresse que temos saudades da frescura do seu esvoaçar...
Manuel e Denise
Estou determinado e vou iniciar um confronto com o pensamento contemporâneo: uma tarefa arrojada mas necessária.
Vou começar a dar alfinetadas em Heidegger: o da mitologia do ser.
A questão ética não é uma questão de valores mas uma questão de atitude: temos de mudar de atitude; uma mudança radical.
Não sei o que é feito da Papillon...
Gostei, Francisco, do lembrete da ética como atitude, da ética para além dos valores.
;-)
... já vi que é homem de alfinetadas :))))
Denise
A ética ambiental é distinta da ética de utilização do ambiente. O utilitarismo, a deontologia e a axiologia estão prisioneiros da instrumentalização da natureza, externa e interna, e esquecem que a ética ambiental genuína implica uma compreensão genuína do próprio ambiente, portanto uma nova ecologia. A atitude adequada é a do respieto admirador e esta reside na "morada": o homem é ser da/na natureza, isto é, ser que habita a natureza e, por isso, cabe-lhe a tarefa de zelar pela sua salvação, cuidando e protegendo-a. Marx falava da "apropriação humana" da natureza, não no sentido de a tratar como objecto, mas no sentido de a deixar ser nas suas potencialidades...
A valorização ou avaliação objectiva, ao mesmo tempo que exclui: algo que é valorizado torna-se objecto para um sujeito que de algum modo o instrumentaliza. Por isso, não alinho com as problemáticas dos valores, embora tenha consciência que a técnica é o nosso modo de ser na natureza, através da qual criamos o nosso ambiente...
Francisco,
É a primeira vez que começo a reflectir com cuidado consciente sobre as questões relacionadas com a natureza. É no que dá ter conhecido o Manuel e o Francisco. Mas faltam-me bases científicas; falta-me o conhecimento. E nesta ignorância sinto que as minhas reflexões estarão sempre no limiar do metabolicamente reduzidas. Há tempo e eu sou boa pupila ;-)
Discordo do argumento da falta de bases cientificas, Denise. As questões do ambiente são todas as do nosso quotidiano. A capacidade de reflexão critica é muito mais importante nestas matérias que muito conhecimento do cientifico disponivel. Os problemas do ambiente são sobretudo uma questão filosófica. O erro ( o maior deles ) tem sido o de se pensar que são um problema de engenharia. Questôes como as da ética, da memória, da equidade, da conflitualidade e da territorialidade, são centrais neste debate. E não são assim tão cientificas quanto isso ( acepção convencional ) ;)
Manuel e Denise
No seu ensaio "O Caminho Rústico", no qual inicia a reflexão estruturada sobre o ser da natureza e a sua relação connosco, Heidegger mostra que a essência da técnica não é técnica, porque, se o fosse, não nos libertariamos do pensamento caculista. Daí a necessidade de pensar a essência da técnica que reside no perigo: não só a devastação da natureza, mas a perda de enraizamento do homem que abdica do pensamento. Se eliminarmos a mitologia do Ser, Heidegger diz coisas interessantes, embora não nomeie os outros mestres que já tinham ou estavam a pensar nesses assuntos, talvez por serem "judeus"...
Concordo mas discordo, meu Vizinho,
porque a questão filosófica assenta, também ela, em questões científicas. E eu reconheço os meus limites :)
Venha Heidegger, Francisco. Quero ler essas alfinetadas :)))
Devido à tribuna da vergonha, e à pseudo-vitória do Sporting, forjada em quartos escuros, tenho de adiar a edição do post.
Com isto não estou a dizer que o Porto entrou bem, mas não havia nada a fazer, quando o árbitro expulsou um jogador do Porto, não marcou dois penaltis, não foi justo na distribuição dos cartões, dado não ter punido as faltas do Sporting, aliás que fez jogo sujo e agressivo. Enfim, é a merda de Portugal e a sua corrupção lisboeta.
Sportinguistas, a vossa vitória foi feia e suja: sem glória.
eh eh eh
Perder é *odido: esta é a verdade, meu amigo da verdade e dos bons costumes!
Denise: vou esvoaçando! Dada a minha natureza etérea, não me é permitido outro estado! ;)
Olá Papillon
Perder é chato mas não me deixa com depressão. :)
Vi o jogo e não gostei do contexto e das punições ou ausências delas. Não acredito neste "futebol"...
Ganhar é bom, mas n me deixa em êxtase! ;)
Nem vi o jogo, mas, claro: viv'ó Sporting!
Ya Ya Ya viva o Apito Verde e a sua Tribuna da Desonra!
Estou divertido e achei graça ao casal verde/azul.
Mas está tudo gravado, antes, durante e depois, bem como o contexto espacial e temporal. Mas tou noutra! :))
A alternativa é tentar recorrer à UEFA/Liga, alegando que o Porto é corrupto, como já fez o Benfica. Só falta o Braga!
Estranha maneira de jogar a bola: a bola não é jogada com os pés, mas na secretaria. Glorioso Benfica sem glória, honra e vergonha! Portugal é uma grande nação: dos corruptos e dos invejosos. Nem o desporto é desporto em Portugal!
E neste momento discutir futebol ou a falsa selecção nacional é desviar a atenção da situação política, judicial e económica de Portugal: situação de extrema pobreza e precariedade. O futebol está cativo da toga judicial que quer dar vitórias de secretaria aos seus clubes. Isto é a corrupção verdadeira...
Claro q está tudo gravado: o meu Djaló e o meu Veloso contentes e felizes por mais uma vitória verdinha!
Isso, embarque noutra, porque chorar derrotas e apupar vitórias alheias, é por demais batido em terreno francisquino...
Eu chorar derrotas? Não fui derrotado... Vitórias? Só conheço as do FCPorto: as outras são de secretaria... ;)
Nem sei o nome do lider verde! Esse sim é um chorão sem dom de palavra...
Nunca fui derrotado por um português! Seria difícil, a menos que fosse com recurso à secretaria e ao poder central ou regional...
O sentido do Apito Final revela-se no percurso do Sporting: derrota o Boavista depois deste ter sido condenaddo a descer de divisão e hoje com a tribuna da vergonha passa uma rasteira de secrearia..., enquanto o Benfica tenta convencer a Uefa que é ele, o derrotado, que deve ir á Liga...
Francamente, Papillon: o clubismo não deve turvar a mente esclarecida!!
Lá pela maior parte dos tugas ser burreca, invejosa e corrupta, não me inclua nesse rol... Sou amigo da verdade..., da realidade revelada... e tenho orgulho.
Primeiro: n gosto de discutir futebol porque o desporto em Portugal, particularmente o futebol, está eivado de obscuridade, como diz, e prefiro ver a ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos.
Segundo: discutir consigo futebol, ainda deprime mais o meu raciocínio, dado o Francisco utilizá-lo como estimulante; de resto, como o português típico, que tanto gosta de criticar.
Terceiro: Além de usar o futebol como estimulante, tb padece de egocentrismo, pois referia-me às "derrotas... do FC Porto". N me acho nem por direito, nem de facto, competente para ajuizar as "suas" vitórias.
Eu egocêntrico? Nada disso... Sou muito dado à compreensão e ao diálogo com os outros. Até os estudo e refiro sempre que posso...
Assim, sim! Este espaço não é o mesmo sem a amiga Papillon! ;-) Que bom ter regressado!
Denise
A Papillon não tinha fugido; esteve ocupada.
Porém, a conversa desviou-se dos valores e da técnica..., para outro domínio, o da manipulação. :-)
Denise
Um tema interessante a desenvolver seria o de saber qual a imagem que a literatura dá da portugalidade (carácter) e da prática de corrupção, dos sentimentos, da competição, da inveja, da liberdade, enfim de tudo isso...
Faço uma ideia, mas seria óptimo confrontá-la com os textos. :)
Oh! A Denise é muito querida e descobriu-me! A minha espécie é "borboleta-palhaça"! Sou vistosa e animadora de cortes. ;)
Um escritor, - o melhor romancista português -, Eça de Queiroz, denunciou brilhantemente a "portugalidade".
E agora, qual «Louco» de Gil Vicente, digo e saio! ;)
Sim, Papillon, Eça de Queiroz captou alguns traços da portugalidade, nomeadamente as relações incestuosas e a degradação moral de certos estratos sociais e regionais.
Não sei se é o melhor romancista português: existem muitos e alguns com alguma qualidade de apreensão. Mas prefiro literatura estrangeira, porque a nacional traz a marca da portugalidade, portanta falta de profundidade.
Denise
O que pensa sobre a produção literária nacional?
Francisco, agora decepcionou-me. A nossa literatura nacional é muito muito muito boa, embora exista também muita muita muita porcaria.
Dou-lhe a resposta brevemente, que estou que nem posso com uma infecção urinária...
Adianto-lhe nomes como Baptista-Bastos, Manuel Alegre, Mário Ventura,Lobo Antunes, Agustina e Deniblog :)
Antes, para além do Eça, há um tal de Pessoa a reflectir sobre a portugalidade...
Papillon
Não vejo a razão pk deu tanto espaço em branco!
Denise
Não neguei a existência de boa literatura portuguesa, mas a que existe ainda não foi pensada, e, se assim é, devemos dizer que algo vai mal na cultura portuguesa.
O comentário da Papillon, sem espaço em branco, era este:
"Francisco,
Quais são os outros, a seu ver, para além do Eça?
O que entende por "falta de profundidade"?
Que exemplos de literatura estrangeira prefere à protuguesa, e que exemplificam a "profundidade"?
Chegou ao fundo profundo. Que "não há mais profundo que a pele"... diz Valéry
Papillon
Falta de profundidade significa ausência de pensamento e de elaboração conceptual adequada.
Dostoiévski, Kafka, Flaubert ou Joyce são nomes de bons autores estrangeiros...
Denise
Sim, Agustina Bessa-Luís ou Guerra Junqueiro são bons exemplos de profundidade meditativa. :)
Hmmmm...
Significa então que Eça e os outros autores portugueses possuiram/possuem "ausência de pensamento e de elaboração conceptual adequada"... Interessante análise!
O "espaço em branco" reflectia o vazio da minha mente. Estranho o Francisco ter descurado o significado e tê-lo apagado...
Papillon
Apaguei pk ocupava muito espaço..., mas entendi a sua intenção. ;)
Muitas vezes cabe aos interpretes enriquecer as obras: há de facto essa lacuna em Portugal: falta de boas análises.
Permita-me discordar, F.
A Literatura Portuguesa não foi ainda pensada?!
A Literatura Portuguesa actual é rica em profundidade e em intertextualidade com a estrangeira. O único problema é que com a explosão mercantil se torna difícil separar o trigo do joio. Miguel Torga, Vergílio Ferreira, Sophia, Jorge de Sena, V Graça Moura, M António Pina, Saramago, Carlos de Oliveira, ManuelFonseca, José Gomes Ferreira, Alves Redol, Aquilino, Maria Ondina Braga, Luísa Dacosta, etc etc etc...
Denise
Sim, uma lista de bons e ilustres nomes, mas quais os estudos realizados sobre essas obras? Eis a minha questão.
Dessa lista são poucos os que convidam à meditação..., mas nem todos são poetas no sentido de Heidegger. ;)
Vou averiguar dos estudos, porque os há que eu sei. E dos bons.
Quanto à perspectiva de Heidegger, acho que terei de me actualizar antes de lhe responder :)
Olhe, de Baptista-Bastos, há um estudo muito bom, excelente, que perspectiva as ironias (militante, romântica e geral) por uma tal de D. Estrócio. :))))
Ok Denise
Cá aguardo os resultados da sua pesquisa. :)
A nível de ensaísmo literário, temos um Carlos Reis (Eça de Queirós), uma Teresa Rita Lopes (Fernando Pessoa, Miguel Torga), um Fernando cabral Martins (Mário de Sá-Carneiro, Alberto), uma Clara Rocha (Miguel Torga e estudos autobiográficos), uma Paula Morão (Irene Lisboa, estudos initmistas), um Álvaro Manuel Machado (Agustina e Literatura Comparada), uma Fernanda Abreu (Romantismo português e quixotismo), uma Serafina Martins (Aquilimo Ribeiro), uma Margarida Braga Neves (Jorge de Sena), uma Maria Isabel Rocheta (Camilo Castelo Branco e o conto português), uma Carina Infante do Carmo, uma Helena Carvalhão Buescu, uma Teresa Meireles, um Manuel Gusmão, etc etc etc.
Ficamos pelos nomes ou quer referências bibliográficas específicas?
Obrigado Denise.
Basta os nomes; as referências bibliográficas dão trabalho. :)
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