segunda-feira, 17 de junho de 2013

Detesto Portugal

PORTO City
Estou decepcionado com a recente "História do Porto": a sua idade heróica foi omitida. O espírito portuense só pode ser compreendido à luz do conceito de Cidade-Estado. A feudalização é algo estranho ao espírito portuense: o Porto é uma escola de autonomia.

5 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Não sei como está o ensino da História e da Filosofia, mas de uma coisa estou certo: a perda da historicidade e do sentido da história condena o Ocidente à catástrofe. Não é só a história mexicana que se repete; toda a história tende a repetir-se. Todas as grandes civilizações foram surpreendidas pelo seu colapso no momento em que julgavam estar garantidas. É como se o seu pico de florescimento correspondesse ao seu declínio inevitável: o tempo cíclico - o tempo de todas as formas vitais - rompe fatalmente o tempo linear.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Algures, no meu passado estudantil, aprendi alguma coisa sobre a história da Grécia e de Roma que depois aprofundei sozinho: o que me espanta é o facto das grandes obras ainda não estarem disponíveis em língua portuguesa. Portugal descobriu mundos mas a memória dos mundos descobertos foi apagada. Carecemos de memória etnográfica e histórica: os portugueses não cultivam a memória; daí o seu estado de penúria permanente.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Noutro dia escutei uma entrevista: uma pseudo-historiadora falava do seu livro sobre Angola, olhando constantemente para os apontamentos para responder às questões que o jornalista lhe colocava. Depois de a escutar cheguei à conclusão de que ela carecia de mente... Que miséria de História a que se faz actualmente neste país de zombis!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A memória colonial cultiva-se de modo a libertá-la de preconceitos nefastos: o que me irrita profundamente é o facto dos portugueses desconhecerem a história do Brasil colonial, para já não falar do Brasil pós-colonial. E o que dizer da Índia, Macau, Timor, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique? Outra coisa que me irrita são as omissões, sobretudo a da escravatura!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O fanatismo clubístico é uma perturbação mental. Já visitei muitas páginas clubísticas mas nenhuma delas é tão fanática como a de Rui Gomes da Silva: aquilo é um asilo de alienados mentais. Um horror!

A História do Benfica ainda está por fazer: o problema não é só o árbitro Inocêncio João Teixeira Calabote, figura sebastianista da alma encarnada, mas também e sobretudo os prolongamentos indevidos dos jogos. O dito "glorioso" - termo foleiro - deu rosto desportivo ao fascismo.

A História de Portugal revela duas constantes: classes dirigentes mafiosas que governaram sempre em benefício próprio, e um povo imbecil que alinha facilmente nos esquemas dos seus governantes. Por vontade do povo ainda vivíamos sob o regime fascista, gritando "glorioso, glorioso...". Triste povo o português!