quinta-feira, 12 de junho de 2008

Biofilia e Estética da Natureza

«Somos os povos indígenas desta terra. Somos como a sua consciência. Somos os possuidores da terra, somos os defensores da terra. (Já é) tempo de protestar contra a destruição dos vossos netos e de pensar nas gerações vindouras». (O. Lyons)
Edward O. Wilson definiu a biofilia como «a tendência inata de dirigir a nossa atenção para a vida e os processos vitais». A hipótese da biofilia foi formulada para fornecer um fundamento biológico para o facto de nós mortais acharmos a natureza bela ou, pelo menos, esteticamente valiosa. Baseada na «ligação inata dos seres humanos a outros organismos vivos», a hipótese da biofilia visa contribuir para uma ética conservacionista, cujo princípio fundamental reside na «necessidade da preservação da diversidade orgânica». Invocada para explicar o que nos atrai nos jardins zoológicos, na natureza e nas habitações em lugares altos acima da água no meio dos campos, esta tendência inata, transmitida pela história evolucionária da nossa interacção com muitos outros organismos, conduz a uma necessidade de relacionamento com organismos vivos e a todos os tipos de reacções emocionais à natureza. Os humanos são literalmente parentes de outros organismos e a humanidade é o que é devido à maneira especial em que nos afiliamos com outros organismos. Estes constituem a matriz na qual se originou a mente humana: a matriz em que a mente está permanentemente enraizada e sem a qual não pode ser. A experimentação de uma variedade de cenários naturais satisfaz essa necessidade emocional de contacto intímo com a natureza. Os benefícios psicológicos apontados por Wilson são a libertação da tensão, a relaxação e a paz de espírito que aumentam para os mortais que fazem da natureza o seu local de recreação. Para continuar a beneficiar deste bem-estar, os mortais devem proteger a natureza e promover a biodiversidade.
Perigosamente, as novas tecnologias da comunicação podem estar a alienar o homem da natureza, tanto da natureza externa como da natureza interna. De que modo o computador encarado como "segundo eu" interfere nas nossas relações com os humanos, a vida, a natureza, enfim os animais? Ora, sabemos que, na cultura da virtualidade real, predomina um "animismo computacional", portanto, uma nova noção de máquina. O computador é visto pelas crianças como uma máquina psicológica: não é uma entidade viva, porque as crianças não concebem um "vitalismo computacional", mas tem uma psicologia própria. Encarado como uma máquina psicológica, o computador é capaz de grandes proezas cognitivas: o que o distingue dos humanos é o facto de não ter emoções. Segundo este animismo computacional, a inteligência é computacional; as emoções são humanas. De certo modo, há uma "desvalorização" da inteligência humana superada pela inteligência superior do computador. Pelo menos, as crianças e os jovens americanos parecem pensar que a inteligência computacional é superior à inteligência humana. A interface computador/humano é muito interessante e enigmática. Para os cibernautas, o computador é uma extensão de cada um ou, por outras palavras, um "segundo self" (o cyberself) que pode desabrochar numa multiplicidade de eus (selves), em função dos programas e dos sites frequentados. Neste mundo virtual, a emergência dos biomorfos revela até que ponto a cultura da Internet pode vir a afastar o homem da natureza e dos outros organismos vivos: as vidas artificiais no computador e na rede, portanto, no ciberespaço, colocam muitos problemas que devem ser pensados de modo mais frio e distante do que o fazem os produtores das novas tecnologias. Contudo, se a cultura académica profissional relegava a filosofia para as salas de conferência, o advento da cultura do computador traz a filosofia novamente de volta à vida quotidiana. Esta emergência da filosofia no mundo virtual constitui aquilo a que chamo CyberFilosofia ou Filosofia Electrónica.
A estética da Escola de Frankfurt nunca abandonou o conceito de belo natural a favor do belo artístico e, nas suas últimas obras, aliás na peugada da estética de Kant, Herbert Marcuse foi mais longe quando procurou os fundamentos biológicos da sociedade livre e justa: «a violação da natureza é inseparável da economia do capitalismo». A natureza comercializada, a natureza poluída, a natureza militarizada, a natureza explorada, a natureza devastada: eis a redução operada pelo capitalismo do meio vital do homem, tanto no sentido ecológico, como no sentido existencial. A devastação da natureza bloqueia a catexe e a transformação erótica do meio ambiente, priva o homem de encontrar-se a si próprio na natureza, aquém e além da alienação, impede o homem de reconhecer a natureza como um sujeito legítimo e rouba-lhe a oportunidade de encontrar serenidade numa relação pacífica com a natureza. O embelezamento da natureza levado a cabo pelo capitalismo neutraliza a função política da ecologia, ao mesmo tempo que abre a natureza à diversão maciça e colectiva: o ecoturismo ou mesmo o turismo rural comercializam a natureza, além de caminharem no sentido do agravamento das desigualdades sociais. A natureza está cativa do capital.
Neste mundo global e neoliberal, o nosso maior inimigo, o inimigo do Ocidente, é a chamada Nova Ordem Mundial, dominada pela ditadura do capital e pelos banqueiros. Nos USA, existem algumas comunidades que estão prontas para lutar contra o governo dessa ordem mundial: têm armas, não pagam impostos, têm uma aliança constitucional, não tiram cartas de condução, os carros não estão sujeitos a impostos, enfim, são mortais livres. Nós estamos a ser escravizados e explorados por essa ordem mundial, cujo tirano ainda não mostrou o rosto. O novo tirano não tolera oposição, como se vê aqui em Portugal. Vivemos em ditadura simulada e as pessoas foram intencionalmente produzidas "burrinhas" para serem submissas e obedientes. O capitalismo tornou-se um monstro devorador e autodestrutivo: os banqueiros apropriam-se de tudo e invadem os terrenos que pertencem à Humanidade. A terra pertence a todos os que nela habitam e não apenas aos banqueiros. Se o povo inteiro rejeitar a escravatura dos bancos, conquistará a liberdade e a dignidade. A verdade é tão simples: Desobediência civil total é o caminho para destruir este monstro neoliberal. A "Paz" que diz defender no respeito pelas "leis" é a humilhação dos homens, a sua sujeição voluntária à escravatura e à ditadura do dinheiro. Afinal, Spengler tinha razão, excepto (assim o espero) quando previu que o destino estava já traçado: devemos lutar contra a "ditadura do dinheiro" que corrompeu a democracia e ameaça o Ocidente.
A valorização estética da natureza, assente numa nova relação entre o homem e a natureza, pode guiar, nesta hora obscura de "desistência da inteligência", de predomínio da domesticação feia e obesa e da publicidade (Konrad Lorenz), uma nova política racional e emocional do ambiente: a libertação da natureza é a recuperação das forças estimulantes da vida na natureza e das qualidades estéticas de ordem sensual que são estranhas a uma vida desperdiçada em intermináveis desempenhos repetitivos e embrutecedores. Estas forças sugerem as novas qualidades da liberdade. Isto significa que a transformação radical da natureza torna-se, neste momento de catástrofe, uma parte integrante da transformação radical da sociedade estabelecida. Em contacto com as forças criativas da natureza, o homem deve cultivar uma nova sensibilidade, em vez da sensibilidade mutilada imposta pelo capitalismo explorador, de modo a usá-la como meio para converter a mudança social qualitativa numa necessidade individual. Sem essa ruptura com a experiência familiar do mundo devastado, não é possível a mediação revolucionária entre a praxis política de transformação do mundo e o impulso biológico de libertação pessoal. A libertação pressupõe essa experiência prévia da liberdade pessoal: sair da caverna do consumo e do conforto e caminhar em sentido contrário, progressivo e não regressivo, sem abdicar da tecnologia (Wilson, Marcuse).
Embora a natureza seja uma entidade histórica, a natureza selvagem provoca prazer estético intensificado e é, em seu nome, que devemos avaliar e condenar as artes artificiais da reciclagem, perpetuamente sujeitas à degradação que esgota os recursos do planeta. Só a natureza merece ser chamada de bela; as obras-de-arte comercializadas constituem um atentado à beleza natural e são tão feias quanto o espírito comercial que as move. A filosofia do ambiente é estética (Schelling): um ambiente durável e sustentável onde o homem possa habitar poeticamente.
O radicalismo político exigido por Marcuse deve ser reactivado contra a lógica do capitalismo autodestrutivo e a sua sociedade de consumo e acompanhado por um radicalismo moral, capaz de fazer emergir uma moralidade que precondiciona o homem para a liberdade, de modo a activar a base orgânica da moralidade no ser humano, e por um radicalismo estético, capaz de valorizar a natureza e de alargar a solidariedade a todos os organismos vivos, sem os quais a mente não pode sobreviver de modo saudável, de modo a destruir a lógica de consumo que devasta a natureza, agravando a saúde do homem e da Terra como planeta vivo. O conforto do homem metabolicamente reduzido é inimigo da saúde e da beleza da natureza e, como tal, deve ser erradicado da face da Terra, bem como os seus habitantes estrangeiros metabolicamente reduzidos. Face ao excesso demográfico dos humanos e à ameaça que isso representa para o futuro da vida na Terra, o homem deve ceder o seu primeiro lugar na hierarquia das valorizações, retendo apenas a responsabilidade pela conservação da natureza e da biodiversidade. O homem metabolicamente reduzido é fruto da domesticação e, como ser doméstico, é uma criatura feia, obesa e de inteligência reduzida. Para a estética da natureza, o doméstico é feio e inútil e o selvagem é belo e útil. Se o impulso para a expansão perpétua é básico para o espírito humano, portanto, a liberdade individual, como diz Wilson, então a estética da natureza só pode ser vista como uma estética da libertação (Marcuse) e de destruição da sociedade de consumo.
J Francisco Saraiva de Sousa

64 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Com este post radicalizo a crítica que faço das políticas do ambiente e das cidades deste governo socialista: o socialismo só pode ser radicalismo político, moral e estético. Caso contrário, é hipocrisia e impotência política mais amiga da conservação dos privilégios do que da mudança qualitativa.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A Selecção Nacional (Futebol) sem os jogadores do FCPorto não marcaria golos: a figura que faz deve-a ao FCPorto. Lisboa é uma merda. Deco já marcou, Cristiano e Nuno Gomes nada!

E. A. disse...

ah ah ah...

Ora, ora! O Cristiano marcou um e deu outro a marcar! Não fale antes do tempo! Só diz baboseiras! :P

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

E o Cristiano é da Madeira! E quem lhe deu o golo foi Deco. A Papillon só diz baboseiras...

E. A. disse...

Sim, pq o Deco é de Matosinhos, o Pepe é de Ovar e o Quaresma é de Gaia.

Não seja patético. Ou acha que alguém o leva a sério qd faz elogios à porto-galidade?

Bye bye mister... vou ali suar um bocadinho.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Esquece que quem venceu as taças foi o FCPorto: os de Lisboa jogam à custa das vitórias do Porto; caso contrário, não havia Liga nem Uefa. Lisboa só detém a Taça Da CORRUPÇÃO. E Miguel Torga era de Vila Real (NORTE)... :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A Papillon está a ficar velhota! :(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

E mais: Se têm grandes centros comerciais e grandes hipermercados aí em Lisboa, ao capital do Norte o devem; caso contrário, continuavam saloios; agora são saloios que vão às compras! Ao "colombo"... :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Depois de suar muito, pode ser que a Papillon regresse mais "doce" e racional! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Amigos

Vendo "Quase Paraíso", uma zona americana onde vivem cerca de 70 famílias, descobri o nosso maior inimigo, o inimigo do Ocidente:

A chamada Nova Ordem Mundial, dominada pela ditadura do capital e pelos banqueiros.

Esta comunidade está pronta a lutar contra o governo dessa ordem mundial: têm armas, não pagam impostos, têm uma aliança constitucional, não tiram cartas de condução, os carros não estão sujeitos a impostos, enfim são LIVRES.

Sim, estamos a ser escravizados e explorados por essa ordem mundial, cujo tirano ainda não mostrou o rosto. Ele não tolera oposição, como se vê aqui em Portugal: a greve é combatida pela polícia. Vivemos em DITADURA simulada. E as pessoas foram intencionalmente produzidas burrinhas para serem submissas e obedientes. O capitalismo tornou-se um MONSTRO devorador e destrutivo. Pena os portugueses serem fracos, burrecos e invejosos: podiam dizer BASTA, a Terra é nossa e invadir os terrenos que pertencem à Humanidade e não aos banqueiros.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Se o povo inteiro rejeitar a escravatura dos bancos, conquista a liberdade e a dignidade. A terra é de TODOS: o desemprego é uma produção capitalista. A verdade é tão simples! Desobediência civil total é o caminho para destruir este monstro. A PAZ que diz defender é a humilhação dos homens..., a sua sujeição voluntária à escravatura e à ditadura do dinheiro.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O NOVO SOCIALISMO é luta contra a nova Ordem Mundial dominada pelos banqueiros!

E. A. disse...

Oh! Eu sou doce! Só não gosto que diga mal gratuitamente da cidade de Lisboa, seus naturais e viventes, na qual me incluo. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Oi Papillon

Afinal, Spengler tinha razão, excepto (assim o espero) que o destino está traçado: devemos lutar contra a "ditadura do dinheiro" que corrompeu a democracia e ameaça o Ocidente. Ainda existem homens nos USA: estão prontos a lutar e a morrer pela liberdade. :)

E. A. disse...

Sim, ainda agora ao jantar falávamos sobre o impacto real de uma greve, a decisão e liberdade dos trabalhadores existe e não deve ser subestimada; hoje toda a gente estava preocupada com o facto de não haver gasolina..., mas não se questionam sobre as greves que têm acontecido, as suas causas e consequências. :(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O PS e sobretudo o PSD destruiram Portugal e colocaram os portugueses de tanga em pouco mais de 30 anos... :(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Exacto, alguns ministros tratam mal o povo... e enviam polícia para espancar os homens que lutam pela liberdade... Esta Europa está dominada por uma ditadura governada a partir da BANCA.

E. A. disse...

Afinal, a primeira comunidade "comunitária" existiu nos USA, por Robert Owen! USA é o país da liberdade, porque é um país onde todos os ensaios são permitidos!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

E o governo federal tolera-os: uma bela história a dos USA; a luta pela liberdade mais pura, a do indivíduo... :)

E. A. disse...

Sim, a constituição política norte-americana é simples e muito bela, um verdadeiro tratado ocidental! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Eu que sou SOCIALISTA já não consigo defender este PS e seu governo: fico com vómitos! :(

E. A. disse...

Vou-me deitar, suar dá sono. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Já não me apetece melhorar este post. Está concluído. :((((

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Afinal, acrescentei algo mais ao texto e fiz dois links. Penso que o post está agora mais consistente e radical em termos políticos. :)

E. A. disse...

Tenho dúvidas: se a biofilia é uma determinação, provavelmente decorrente da evolução, por que é que o computador, a playstation, etc, são hoje em dia preferíveis a essas experiências do sublime (Kant)? O argumento estético de protecção da natureza pode ser relevante, se for confinado exclusivamente à experiência estética por si, ao domínio do subjectivo e não ao domínio do biológico. Daí que, devamos preservar a natureza porque ela nos permite experiências estéticas únicas e irredutíveis que a mais genial obra de arte não nos proporciona, e garantir, assim, que os nossos sucessores disponham também dessa hipótese, estimulando-lhes essa descoberta e esse valor, tal como o fazemos pela contemplação de um quadro belo (Kant).

E. A. disse...

(Utilizei as categorias kantianas para distinguir as duas experiências)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim, Papillon, a ética do ambiente coloca muitos problemas, entre os quais esse da responsabilidade pelas gerações futuras.

As tecnologias acabam por nos afastar da natureza, externa e interna: a própria ficção científica ou a mania de buscar vida extraterrestre criam um universo avesso à biofilia. São fenómenos paradoxais.

Sim, há esse aspecto do sublime natural e medo terrível que a natureza nos provoca: vejo nisso uma manifestação estética. Lembra-nos a nossa finitude e mortalidade, aspectos desprezados pelos homens metabolicamente reduzidos. Estamos confinados entre quadro muros que separam uma natureza amiga, a cidade dos homens, de uma natureza hostil e selvagem. Mas esta separação é ilusória: a nossa verdadeira natureza está do lado de fora dos muros, selvagem e indomada! Nisso reside a beleza: aquela capacidade de nos sentirmos seduzidos pelo risco e, ao mesmo tempo, seguros e felizes da nossa ligação à vida.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim, sem essa experiência subjectiva, essa sensibilidade não-mutilada, não há beleza ou experiência estética.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

No fundo, a minha utopia mais pessoal é a possibilidade de uma "experiência não-regulamentada"! Nada de regras ou regulamentos!

E. A. disse...

Pois, talvez nós estivéssemos chegado a um ponto em que a Natureza já não nos garante essa adrenalina (porque a experiência do sublime, sendo uma experiência confrangedora que nos tolha o circuito imaginativo, não é uma experiência de risco!) e, como tal, as aventuras têm de ser além-Terra.

E. A. disse...

Sim, é interessante: as éticas antigas visavam suprir a preocupação pela morte - daí a tese da imortalidade da alma ou do materialismo epicurista, etc.; hoje as pessoas só se preocupam com o sofrimento/dor ante-morte.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O pior é que o sistema capitalista sabe gerir os infortúnios e lucrar com isso: alimentação leva a obesidade e problemas de saúde, as indústrias médicas e farmacêuticas lucram com isso, e o ciclo do metabolismo doentio fecha-se. Tornou-se modo de produção.
Verdadeiramente já não existe uma sociedade de homens; mas gado humano e pastagens. Já somos todos cadáveres adiados.
Sim, os cuidados paliativos e a medicina da dor são outras invenções terríveis: capitalismo da doença, além do capitalismo da estética cirúrgica.
Há os desportos radicais mas tb eles foram integrados na agenda capitalista. A vida, a doença, a morte, enfim tudo está colonizado pelo capitalismo.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Finalmente, o capitalismo conseguiu colonizar e instrumentalizar o "cogito" que Descartes procurou salvaguardar do mecanicismo. :(

E. A. disse...

Penso que não! Se há liberdade emergente é no "cogito"; o tal domínio do subjectivo que pode desencadear transformação.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim, Papillon, essa é a minha aposta: a subjectividade rebelde, mas por vezes fico cansado de esperar pela mudança. Na nossa comunidade virtual, alguns só pensam em "afogar o ganso". Gostei desta expressão que significa "coisar"? O pior é quando o ganso é um gansinho mijão: aí a frustração é total. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Agora estava a pensar na asfixia erótica: alguns gansos crescem muito, porque o sangue vai todinho para eles! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A expressão faz parte do meu léxico erótico e foi processada: a asfixia produz mais prazer do que a argola ou os elásticos: a ejaculação torna-se doida e o que é doido é bom. :)

E. A. disse...

:)))

Sim, por isso é que nós as mulheres dizemos q os homens pensam com a cabecinha de baixo.

E. A. disse...

Ah! Pensava que era metafórico...

Argola, elásticos? Para por onde?

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Exacto e é verdade! Os homens só pensam com a cabecinha de baixo. Há muitos tipos de glande. Para as mulheres, a fusiforme é melhor, embora as cabeças em cogumelo possam arrebentar o orifício com prazer redobrado. O mais indicado acaba por ser o normal.

E. A. disse...

"arrebentar"... que palavra tão sensual...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Na base do corpo do pénis ou mesmo incluindo os testículos: possibilitam prolongar a erecção, não deixando o sangue escapar.
Umas molas nos mamilos tb ajudam... :)

E. A. disse...

Hmmm... não sabia! Estamos sempre a aprender com o Francisco! ;)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

É tudo que é prática de sexo eu conheço! Convém cultivar o prazer sem limites... Faz bem ao corpo e à mente e à relação...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Qualquer dia faço um post sobre técnicas de masturbação. Geralmente, os homens não sabem tirar partido ou mais-valia erótica da masturbação; limitam-se a esganar o ganso. :(

E. A. disse...

Eu tenho sido muito "naturalista", não conheço quase acessórios nenhuns, mas obg pelo conselho, sapiente F.! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

As mulheres deviam usar um gel lubrificante; a saliva funciona mas é melhor usar um bom gel.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Os homens também deviam usar gel na masturbação, até para evitar ferimentos invisíveis na glande e no perpúcio.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

É bom fazer sexo com muita qualidade!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A natureza fervilha de sexualidade e sensualidade. Sexofilia é bom!

E. A. disse...

Sim, mas sexo de qualidade não significa, necessariamente, gama extensa de acessórios.
Sexofilia é bom, mas geralmente não se escolhe: é o corpo que grita!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Não posso descrever os segredos so sexo, a menos que queira desencadear um cybertesão! Hummm... há coisas boas que se fazem todos dias para que o zé esteja sempre-em-pé!

Denise disse...

Jasus da minha alma. Uma pessoa já não se pode ausentar!
:)))

Regressei, amigos, tenho uma encomenda em mãos e tenciono pegar nela amanhã, pela manhã. Mais que não seja para afugentar as más energias que me enegrecem a alma...

Boa noite!

Denise disse...

(Francisco, a ideia do uso do gel lubrificante não é assim tão boa. O organismo habitua-se e por preguiça deixa de produzir a sua própria lubrificação. E como o que é natural é que é bom....)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Denise

Bom regresso! Também tem razão: o abuso do gel tem os seus inconvenientes, mas referia-me mais à masturbação masculina e tb feminina.

Más energias animícas? Deve ser saudade da casa e das (boas) rotinas diárias!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon

A estética de Kant precisa ser reinterpretada: é uma estética da obra-de-arte e o belo é apresentado como categoria social. Arendt viu isso, mas não abordou o ponto de vista estético, ficando no juízo. A oposição kantiana entre obra (arte) e efeito (natureza) não me agrada, até porque vejo a natureza como OBRA.
Uma estética da natureza pode ser forçada a reavaliar todas as estéticas...

E. A. disse...

Não há "segredos do sexo"! Os "segredos" são termos à vontade com o nosso corpo, libertarmos o desejo e amarmos sem reservas o/a nosso/a amante!
E não estou interessada em desencadear "cybertesões", até porque este é o tipo de fenómenos que deve existir sem quaisquer prefixos. ;)

Não percebi muito bem o seu último comentário. A natureza só é bela porque nós a percepcionamos enquanto tal, portanto criamo-la bela e terrível. O artista rivaliza com as formas naturais e supera-as (Plotino até Schelling).

E. A. disse...

Denise,

Não fazia ideia que se criava habituação ao gel lubrificante! Não costumo usar e muito menos para masturbação. Este blog é realmente serviço público. :)))

E. A. disse...

Os irlandeses chumbaram o tratado! Yupiiii!

Manuel Rocha disse...

Não me basta andar com pouco tempo para passar por aqui, como ainda por cima o Francisco não prescinde do formato XXL dos seus posts ! :)

Bom trabalho este. Embora haja por aqui algumas generalizações que não acompanho.
"Perigosamente, as novas tecnologias da comunicação podem estar a alienar o homem da natureza, tanto da natureza externa como da natureza interna"
Ora eu sinto-me tentado desde há muito a considerar que os modelos de interacção "alienados" dos condicionalismos naturais, não são propriamente uma novidade. Têm maior visibilidade, além de sucederem a uma velocidade e escalas inéditas ( função da potência com a modernidade interage com o meio ). Do mesmo modo não me parece que a conflitualidade pouco inteligente que pauta a interacção com o meio seja uma invenção do capitalismo. De novo o que me parece é que este lhe trouxe uma escala e uma visibilidade inéditas.
A ver se arranjo tempo para desenvolver estes tópicos..;)

Manuel Rocha disse...

Pronto...lá entrei eu de novo fora do "tom"....:))

Tenho que aprender as ler os comentários antes de os fazer para não os descontextualizar..:))

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon

Se tiver tempo vou mostrar onde se inspira o sublime de Kant. É evidente que uma estética da natureza, o belo na natureza, precisa de novos pressupostos e pode rivalizar com a arte. Quando Kant escreveu a 3ª crítica procurou concliar as duas primeiras... Isto marca a diferença desta obra que deixa a revolução copernicana inacabada...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Tratado de Lisboa chumbado e FCPorto na Liga por direito legítimo. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Manuel

Sim, concordo que os problemas datem da Pré-História do homem, mas, em vez de criticar as soluções pré-históricas, prefiro criticar o capitalismo financeiro de hoje que se apropria especulativamente da terra, criando desemprego e pobreza à escala global e deixando as pessoas sem-abrigo, sem lar, completamente miseráveis e dependentes. Este é o nosso inimigo...