A fotografia foi inventada em 1826 por Nicéphore Niépce, mas coube a Daguerre aperfeiçoar o processo e torná-lo acessível a todos.
Ideia Directriz da Teoria da Fotografia. A filosofia da fotografia é, simultaneamente, uma filosofia da técnica e uma filosofia da história. Vivemos num mundo mágico, ou seja, num mundo magicizado pela fotografia e pelo cinema: o mundo das imagens técnicas. Este mundo pós-histórico é dominado pela hegemonia das imagens, o que implica necessariamente o colapso dos textos - ou a crise da palavra (Steiner) -, que foram possibilitados pela invenção da escrita, com a qual emerge a História. Se esta leitura for verdadeira, precisamos repensar o estatuto teórico da crítica: crítica como desmagicização? A velha noção de crítica como exorcismo do exorcismo, da qual não sou alheio, ainda é pertinente? A questão é pertinente para a elaboração da cyberfilosofia: vivemos num mundo programado e somos funcionários dos aparelhos técnicos, os quais são caixas-pretas. O mundo das imagens técnicas é absurdo (Flusser): a filosofia da fotografia deverá ser uma filosofia da liberdade num mundo programado pelos aparelhos técnicos. Comentários posteriores. Adiciono a este post os comentários que fiz posteriormente sobre a fotografia.
1. Tenho estado a pensar a fotografia, mas - talvez devido ao tempo chuvoso - chego à conclusão que a era da imagem nos mantém reféns e prisioneiros na caverna platónica. Somos reféns das imagens, sejam elas publicitárias, fotográficas, empresariais ou institucionais. E, nessa condição, somos alvos da regressão cognitiva. 2. A filosofia rejeitou a imagem durante muito tempo e agora somos forçados a pensá-la. Curiosamente, Heidegger fracassou na captação da essência da imagem fotográfica que pensa como reprodução do ente, condenando-a por não ser arte: a revelação do Ser.
3. Barthes analisa a fotografia na perspectiva da nossa mortalidade: o que a foto "representa" esteve ali - "ça-a-éte". Mas hoje em dia temos diversas filosofias da fotografia (Flichy, Joly, Van Lier, Sontag, Benjamin, Dubois, Freund, Gauthier, Schaeffer), para além da semiologia e da retórica da imagem, embora a última obra de Barthes - A Câmara Clara - seja fenomenológica. Hoje sabemos que a fotografia e o cinema dão duas coisas absolutamente modernas, fruto da industrialização, sem precedentes ou sem herança. Geralmente, a filosofia da fotografia foi vista como uma oportunidade para reler as categorias tradicionais da filosofia, mas a imagem exige talvez uma nova prática da filosofia, dado ter produzido uma mutação radical no espírito humano. Portanto, procuramos uma outra estética para além do conflito naturalismo versus romantismo.
4. A fotografia como dispositivo técnico é apenas uma caixa-preta que permite aceder e pensar a era das imagens. Estas tendem a substituir os textos e, por isso, a filosofia da fotografia é filosofia da técnica. É aqui que a filosofia quer chegar: a essência da técnica. De certo modo, esta era da técnica ameaça o conhecimento tal como sempre o concebemos: isso deve ser pensado e talvez com novas categorias. Uma nova filosofia? Talvez...
5. Em termos de filosofia da história, podemos vislumbrar três grandes períodos: 5.1. Pré-História.
5.2. História. Inaugurada pela descoberta da escrita (sistema linear B), a história explicita-se como a Era dos textos/narrativas: Tempo, o Homem Tipográfico. Com a escrita inaugura-se um modo histórico de ser: o homem tipográfico é dotado de consciência histórica e sabe estar em devir.
5.3. Pós-História. A descoberta da fotografia inicia a Era das Imagens: Imagem Técnica, Homem Gráfico, Eternidade, Idolatria, Alienação. O homem gráfico perdeu a consciência histórica, como se vivesse na eternidade do instante. Que modo de ser inaugura esta nossa era? Eis a questão cuja resposta depende da cyberfilosofia. Este é o meu programa. A imagem está entre o homem e o mundo: não como mapa do mundo, mas como afastamento do mundo. A realidade é reflectida pela imagem e vamos caminhando e viajando de imagem em imagem: o mundo é novamente magicizado e a imaginação é alucinação. O que me preocupa de momento é a conexão entre predomínio da imagem e regressão cognitiva, a qual já exibe efeitos no conhecimento. O que é o conhecimento imagético? Nós vivemos na era das imagens, mas ainda não a decifrámos. Precisamos de novos conceitos (McLuhan, Debray, Inglis, Kerckhove). 6. Eu tinha deixado de lado a imagem, porque estava convencido que o computador trazia novamente o texto, a escrita, e traz, mas traz também a imagem sem referente, completamente simulada. Ora, isso tem efeitos sobre o desenvolvimento cognitivo: as noções sofreram mutações profundas. Estamos a viver dentro da caverna de Platão: a pós-história (Gehlen) "recapitula" a pré-história; a magia é-lhes comum. A cyberfilosofia deve aceitar o desafio da rede digital e seduzir, isto é, imunizar as pessoas contra a idolatria e a alienação técnica: uma actividade enzimática ou psico-enzimática. 7. Em linguagem médica, detectamos a degenerescência e a domesticação. O homem ocidental de hoje é um "primitivo", e é por ser tosco que coexiste facilmente com outros que nunca deixaram de ser primitivos: a cultura regrediu e a humanidade foi hipo-atrofiada na mera animalidade angustiada e nostálgica. São estas mudanças estruturais que quero pensar, de modo a produzir uma filosofia da técnica. Ora, a dificuldade do meu empreendimento é que ainda sou refém de uma ontologia da imagem e, tal como Baudelaire e a estética romântica, não quero romper com a imaginação criativa. E, tendo Bloch como referência, anseio pela hora de demolir o pragmatismo corrupto da economia. A cartilha económica deve ser demolida, porque é ela uma das responsáveis pela actual crise financeira e económica e pela descaracterização ideológica. 8. O programa que esbocei recorre muito à cibernética de Wiener e de Ashby, o que me força a colocar a imagem entre o homem e o mundo. Porém, numa perspectiva fenomenológica, se a imagem é a imagem de alguma coisa - a sua estrutura intencional -, então surgem problemas que talvez não tenham resposta nessa matriz teórica. Ora, a teoria de Sartre permite superar a ontologia ingénua da imagem e a sua abordagem positiva e coisista: o acto de imaginação é um acto de magia. Resta como recurso a patologia da imaginação sobredeterminada pela gula do capitalismo. 9. Finalmente, descobri a dificuldade: a teoria do fetichismo da mercadoria de Marx é uma teoria do imaginário, que supera a ontologia ingénua da imagem, coisa que Sartre não levou completamente a cabo, acabando por ser vítima da crítica que dirige à psicologia positiva. Ora, Lukács interpretou correctamente a teoria de Marx, e foi pela sua mediação que Heidegger desbravou caminho: o grande interlocutor de Heidegger foi sempre Marx visto pelos olhos do Jovem-Lukács. Bloch também está na proximidade: o fetichismo é desfiguração e, como tal, deve ser usado pela filosofia para demolir a cartilha economicista que nos rouba a vida na sua possibilidade escatológica. Se Marx foi o grande filósofo do século XIX, Lukács é o grande filósofo do século XX: todos os outros parasitam o seu pensamento seminal, incluindo Heidegger. Em suma, ainda não se compreendeu a novidade da filosofia do século XX. A Idolatria da imagem ofusca tudo e, na desfiguração fetichista, alienamo-nos a nós e ao mundo. Porém, a transfiguração é o animismo, que Marx pensou como teoria do proletariado, o agente da mudança ético-política. 10. Os economistas têm estado a enganar-nos: eles converteram a economia - embrulhada em papel pseudo-científico - numa fórmula de acesso ao poder e de manipulação, de modo a beneficiarem em termos de rendimentos chorudos. O efeito dessa artimanha é tratar a sociedade humana como uma mera sociedade de gado doméstico: a economia burguesa empobrece tudo aquilo que trata, incluindo os próprios economistas que mais não são do que animais ladrões. 11. O problema da "imagem" complicou-se no meu pensamento no bom sentido do termo: uma filosofia da fotografia (imagem técnica) põe em questão quase todo o nosso legado filosófico. Ler a fotografia em função desse legado é não compreender a sua essência verdadeira; ler o legado em função das categorias da imagem técnica é violá-lo ou, no melhor dos casos, reformulá-lo. Estamos prisioneiros da imaginação mimética de Platão - a cópia da cópia, embora Platão tenha avançado com a imaginação extática - as imagens entusiásticas e visionárias das Ideias. Ora, Kant é sensível a essa "ambiguidade" e avança com a imaginação transcendental que possibilita a síntese, mas recua na segunda edição. Heidegger também vai recuar, Sartre recua, Merleau-Ponty recua, todos recuamos, excepto Marx e Bloch. Castoriadis descobre em Aristóteles uma concepção inovadora da imaginação e, articulando-a com Marx, elabora a sua filosofia da imaginação instituinte. Porém, nestas ambiguidades, vacilações ou clivagens, revela-se uma teoria da imaginação criadora: a constituição do ser, que pode ser desfigurada pelo domínio técnico. 12. A fantasia é o suporte do pensamento, sem o qual nada pode ser pensado: o pensamento é contemplação da fantasia. A filosofia de Marx debate-se constantemente com "fantasmas", simulacros, ídolos, fetiches, espectros, sonhos diurnos, enfim, com o imaginário figurador, desfigurador, transfigurador, refigurador e configurador. A fotografia mostra um fantasma... 13. Nesta chave hermenêutica abrangente, podemos retomar toda a filosofia contemporânea, incluindo Nietzsche e Ricoeur, Adorno e Horkheimer, Benjamin e Lévinas, configurada à luz da categoria de possibilidade: a filosofia unificada a essa luz destrói completamente o projecto instrumental e destrutivo da ciência, abrindo o mundo ao Novo e à Alteridade Radical. A estupidez da economia burguesa diante da crise foi mostrada por Lukács: a filosofia pode evitar o seu "fim", desde que tenha coragem e se deixe entusiasmar - ser-um-com-o-divino. 14. A ciência desfigura o mundo, reduzindo-o à sua imagem. Por exemplo, a economia burguesa e ladra manipula a imagem do mundo, adaptando-a aos interesses egoístas dos gestores. Ela não leva em conta o mundo - o qualitativo -, mas uma imagem quantitativa do mundo, a que serve os interesses dos corruptos ou daqueles que desejam corromper-se e enriquecer com o abuso de certas engenharias financeiras: o curso de economia é um curso de corrupção; ela inicia os alunos na prática da manipulação desfiguradora e da corrupção. É por isso que, quando Cavaco Silva - o Presidente da República - fala da economia, fico com a pulga atrás da orelha: a visão quantitativa perde-se na imediaticidade da consciência reificada; carece de perspectiva de futuro. Não se sai da actual crise financeira e económica pela via da mera gestão económica. J Francisco Saraiva de Sousa
35 comentários:
Este post será literalmente substituído por um novo: é apenas um anúncio.
Acrescentei comentários que fiz no post posterior na caixa de comentários. :)
Olá F., para a sua "enquête" o Vie et Mort de l'Image de Régis Debray também é óptimo. :)
Isto significa que já não elimino este post, a partir do qual poderia analisar o voyeurismo, o nominalismo e a fagia da imagem fotogrática: a captura do mundo. :)
Sim, já o tinha referido aqui e existem tantos outros, nomeadamente no domínio da estética. O problema é deveras complexa, mas vou estar atento e, mais para a frente, retomo-o.
Falei das filosofias da fotografia, mas elas têm as suas dificuldades internas: a fotografia como arte da luz é complexa; capta aquilo que os nossos olhos não captam e, assim, dilatam e ampliam o mundo. Além disso, a fotografia democratiza a arte... E está estruturalmente ligada à família vitoriana: home sweet home... O álbum de fotos da família: o capitalismo não está fora, na cidade ou nos espaços de trabalho, mas entra dentro de casa. A casa é invadida pelo capitalismo...
Sim, a arte da reprodutibilidade técnica é potencialmente democrática, já o afirmava Benjamin no seu célebre ensaio. E hoje ainda o é mais, na era digital: todos podemos ser artistas amadores, tirar fotos, fazer filmes... uma completa profusão de imagens.
Tinha referido Debray? N dei conta A sua tese sobre as idades imagéticas é muito interessante também.
Sim, esta problemática é difícil, toca também em muitas disciplinas e requer muitos conhecimentos. Nesse sentido a obra que mencionei é exímia.
Ah, quando retomei os comentários, coloquei algumas referências. Do Debray tenho à mão o Cours de Médiologie Général. Ele tem mais duas obras interessantes, uma das quais foi traduzida recentemente. :)
Refere-se as três idades: logosfera (idade teológica/escrita), grafosfera (idade da tipografia/Imprensa), e videosfera/mediosfera (idade da electrónica/audiovisual)? Retoma a teoria de Comte dos 3 estados: o teológico, o metafísico e o positivo.
Coincide com o que digo no ponto 5, onde refiro alguns teóricos da comunicação.
Sim, Benjamin e a escola de Frankfurt foram pioneiros. :)
Eu tenho todas essas teorias abordadas e preparadas. Quando tiver tempo para reduzir o tamanho edito e partilho! São textos longos, quase todos tratados em seminários.
O meu período pós-histórico compreende as diversas esferas da mediasfera: um ecossistema.
A única obra que tenho e conheço dele é a sua tese de doutoramente, a obra que mencionei. E sim, são essas três idades, sendo a 3ª, a nossa, corresponde à morte da imagem.
Mas a imagem está bem viva: basta pensar na imagem institucional, publicitária ou empresarial. E os computadores são criadores natos de imagens: a criação já está programada; o homem submete-se à máquina.
Acho que estamos cada vez pior: aqui na city anda a surgir uma "fauna" que não é de cá. Gente com mau aspecto, muito curtido e escuro!
Um livro interessante sobre o tratamento informático das imagens e do texto é
"L'Image et l'ordinateur", de Holtz-Bonneau (Aubier).
Outro autor importante para a pintura é Francastel, além de Gombrich, Kandinsky, Marin e Panofsky.
Oh sim, o Gombrich é o melhor historiador de arte do século XX. Francastel é um sociólogo da arte, mas nunca li nenhuma obra. Em contraponto a Panofsky deve ser lido o "Devant l'Image" de Georges Didi-Huberman.
Não sei onde estão os meus livros de arte: estão fora da respectiva secção e não os encontro.
Estava a ler o que Debray diz de Comte e Marx: muito chauvinista e pouco crítico. Afinal, nunca compreendeu Che e a sua luta pela libertação. Daí que tenha dedicado a sua última obra a Deus: no fundo, o pensamento não existe, como diz, mas entenda-se o dele. :)
Nunca lhe disse, mas já pintei muito: adoro pintura. Fiz a opção, a angústia da opção: abandonar a pintura e a fotografia e seguir a ciência e a filosofia. Ah, os livros estão afogados na arquitectura.
E ainda não encontrei a história social da arte de Hauser! :(
Oh... que pena, deveria ter continuado a pintar. Como sabe, acho q a arte é superior à filosofia. Concordo com Nietzsche: existe sempre qualquer coisa de decadente no filósofo... lembremo-nos de Platão velho :(
E contra mim falo que desisti da música e... enfim.
Sim admito que Debray seja fraco pensador, n conheço mais nada dele. Mas tem um site interessante, pois disponibiliza em pdf todos os seus artigos. :)
Peninha, não acho a filosofia ou a ciência decadentes ou inferiores à arte: sem filosofia a arte é muda! Aliás, certas filosofias criam artes que, na verdade, não têm quase nada de arte.
E ainda toca?
Bom dia!
A arte não é nada muda, a arte fala por si... ou acha q a Divina Comédia precisa dos seus milhares de comentadores?
É a sua opinião. Subscrevo a minha.
Sim, toco piano.
Aliás, a arte degenera quando se liga com a filosofia, como é o caso da arte conceptual, filha do ready-made, logo, segundo o meu ponto de vista, uma pequena prova em como a filosofia é inferior.
Os artistas devem sempre renegar a filosofia, ou entreter-se com ela, sem se contaminar.
http://daliteratura.blogspot.com/2009/06/sociedade-domesticada.html
Novo livro do José Gil e mais sobre a "não-inscrição" do povo português.
Não conheço bem essas duas obras do Gil, mas a minha visão da existência portuguesa é diferente da de Gil, como dá para perceber. Penso que ele tende a generalizar para todo o país uma experiência local. Por exemplo, aqui no Porto as pessoas antes de ser portuguesas são "portistas/portuenses" e o que as angustia é ter de prestar contas à capital. É certo que existem traços comuns, alguns compreendidos por Gil, mas existem identidades locais e muitas dissonâncias entre essas identidades. Ainda ontem vi num debate da TVI24 que a visão lisboeta é diferente da visão portuense, e isto a propósito dos ciscursos de 10 de Junho: um deles voltou a acentuar que as comemorações devem ser na capital. Ora, esta noção centralista é responsável pelo desânimo nacional: muitas regiões sentem-se excluídas, isto é, não se identificam com a visão lisboeta de Portugal.
A minha visão permite tomar medidas políticas para alterar este "medo de existir", ou melhor, este atraso nacional e a depressão. Concordo que há falta de individualização em Portugal, mas vejo este fenómeno como uma deficiência nacional: os portugueses são seres deficientes, mesmo ao nível emocional, cognitivo e social, que não permitem que os outros possam existir. A inveja de que tenho tratado!
Não há um colectivismo total em Portugal: as personalidades individuais não se dissolvem, mas - dado serem muito semelhantes na deficiência - colam-se umas às outras e vivem em manada. A inveja é pura maldade e Portugal é um país malvado... Este aspecto é neglienciado mas estrutura a personalidade nacional: gente má!
Pois, com esse paroquialismo também não se chega a conclusão produtiva. Os algarvios são diferentes dos alentejanos e dos lisboetas e dos beirões e dos e dos e dos... Enfim, pressuposto fraco porque pouco rigoroso. Que haja uma ideologia centralista difundida pelos media é uma coisa, agora apartar Norte e Sul, é uma querela mesquinha e sem consequências interessantes para pensar a sociedade portuguesa.
Também nunca li essas obras de José Gil, conheço mais ou menos a sua tese por amigos e colegas que a discutem. Mas desde logo não concordo com ele, porque ele remete o "problema" para o salazarismo e acho que o problema do país vem já de trás.
Sim, a estupidez nacional é de tal magnitude que os diagnósticos nacionais da estupidez nacional são eles próprios abrangidos pela mesma estupidez: deficiências da deficiência estrutural.
Ah, a minha perspectiva parte das assimetrias identitárias nacionais e da resistência do Porto à colonização lisboeta: ao Portugal deprimido, a escola portuense opõe o progresso e o liberalismo. São duas lógicas de desenvolvimento opostas: Lisboa é provinciana, o Porto é cosmopolita e universal. Nesta luta, quem queira mudar alguma coisa, inspira-se melhor no pensamento do Porto, que tb soube resistir ao absolutismo, à monarquia obesa e ao salazarismo.
O Porto ri, Lisboa chora; o Porto é azul, Lisboa é cinzenta; O Porto faz humor, Lisboa agride e deseja penalizar; enfim... muitas diferenças.
ahah... o Porto é q é cinzento, Lisboa é luminosa. E hoje é dia de folia aqui! :)
O Porto é tacanho, goza com as diferenças. Em Lisboa as diferenças são bem-vindas; daí ser cosmopolita e em termos de oferta cultural (q é o q conheço) está já acima de Madrid. Lisboa deve pensar no seu horizonte ideal: Barcelona. E o Porto também, mas o problema é o q o Porto é uma cidade pequena (quantitativamente falando)... e vejamos a capital europeia da cultura, q foi o maior impulsionador cultural de Lisboa e no Porto foi um fracasso total. :(
Hummmm... Tanto imperialismo capital-ista! Eis o auto-retrado de Lisboa! Muita treta e pouca acção! Muito preconceito e falta de realismo! Lisboa: eis o mal de Portugal! Mas não me apetece falar disso: estou noutra... :)
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