O choque noológico deve preceder o choque tecnológico.
Eis algumas ideias simples:
- Reintroduzir o ensino da Política nos programas nacionais. O terrorismo e o desinteresse pela política combatem-se na frente cultural: regressar às origens do pensamento ocidental é reanimar a tradição e dar-lhe vida. As soluções burocráticas são mais caras, ineficazes e degradantes. A degradação da política portuguesa patente nas eleições autárquicas de Lisboa pode ser evitada. O PS tem obrigação de mudar qualitativamente a educação.
- Reforma curricular e mudança da equipa ministerial. A reforma curricular feita com inteligência e sabedoria pode ajudar a combater o insucesso escolar e a desistência escolar e a evitar os erros das provas realizadas pelas equipas do ministério da deseducação, além de tornar a escola mais atractiva.
- Dignificar o trabalho, de modo a evitar a noção errada do ensino superior para o emprego, ou melhor, o desemprego, e a combater os sindicatos metabolicamente reduzidos. A ideia de que o curso universitário é quase uma obrigação é estúpida e degrada a cultura superior, subjugando-a ao reducionismo metabólico. Existem outros ensinos a explorar e outras carreiras interessantes, adaptadas às competências e aos interesses de cada um. Somos todos diferentes. A igualdade é uma ideia absurda: igualdade na mediocridade?! O trabalho é fonte de saúde e todos devem ter acesso ao trabalho.
- Dignificar o ensino universitário e despedir os incompetentes que o controlam como se estivessem em casa.
- Educação da inteligência emocional e social é outra reforma necessária, para evitar a má-educação dos portugueses e a sua falta de aptidão social.
- Reformular a política empresarial e evitar subsidiar empresas privadas. Tais empresas são inúteis e não criam riqueza.
- Reformular a ideia de competição saudável: o mérito em vez da cunha ou do laço familiar.
- Pôr termo aos direitos adquiridos que se perpetuam como direitos hereditários, transmitidos de pais para filhos e familiares. Seria necessário fazer um levantamento destas situações: quem é quem a quem e porque está em tal lugar, em vez de um indivíduo competente. Os concursos devem ser limpos e não-viciados.
- Evitar a intervenção do Estado em assuntos privados e substituir os juízes e magistrados públicos. A reforma radical da justiça é urgente. Proibir fumar é esquecer que os carros poluem mais e essa poluição mata.
- Ter cuidado com o destino e a gestão dos apoios comunitários. Os oportunistas já elaboram acções de formação e coisas do género, pensando que o governo vai gastá-las na formação metabolicamente reduzida. Aliás, esse dinheiro deveria ir para as regiões mais pobres e não para abastecer os clientes habituais.
- Acabar com a arrogância e discursos tolos. Cria inimigos.
- Combater todos os tipos de exclusão social e educar todos para o trabalho e a responsabilidade.
- Acabar com a irresponsabilidade e imbecilidade do jornalismo nacional.
A política socialista deveria ser uma política justa que garanta a igualdade de oportunidades, o mérito, a justiça e a liberdade na responsabilidade. Esta é a política do bom senso e não a política suja de interesses pseudo-tecnocráticos. O bom senso partilha-se. O mundo é comum e todos devem participar na governação do bem comum e do futuro. Como diz Arendt, a natalidade é fundamental para a política. É melhor ler Aristóteles, Agostinho, Maquiavel, Hobbes, Montesquieu, Stuart Mill, Marx e Arendt do que Bernstein e seu socialismo reformista. E, no final, ler Sócrates e Platão, que trazem o pensamento para a política.
J Francisco Saraiva de Sousa
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