A sociabilidade masculina é completamente diferente da sociabilidade feminina.
O comportamento social das mulheres é orientado para relações íntimas diádicas, enquanto o comportamento social dos homens está orientado para grupos mais vastos. A sociabilidade masculina é tribal. A sociabilidade feminina é diádica. Esta diferença sexual ajuda a compreender muitos outros comportamentos, nomeadamente a independência, a autonomia ou a dominação.
Menciono este aspecto da psicologia evolutiva na tentativa de explicar os comportamentos dos homens e mulheres portugueses, sobre os quais incide a minha crítica. Sem recorrer a outros dados, além da vulnerabilidade biológica do macho, comum a todos os homens, os homens portugueses são provavelmente restringidos em termos sociais. Biologicamente preparados para assumir a dominação, os homens portugueses são, de algum modo, socialmente restringidos e dominados, provavelmente pelas mulheres. O défice de luso-masculinidade pode estar associado com alguma anomalia de sociedade que impede a expressão da sociabilidade dos homens portugueses. Estes são incapazes de exibir aptidões sociais: não sabem viver em sociedade, sem resvalar para a má-educação e a emoção descontrolada. De certo modo, exibem alguns traços autistas, no sentido de não serem capazes de criar empatia. Ou então, exibem comportamentos demasiado afectados, sob a velha cobertura do pseudo-machismo latino. Eles não estão seguros da sua masculinidade e não a conseguem exprimir a não ser de modo estereotipado e frequentemente grosseiro, como se não suportassem as suas mulheres ou amigas coloridas. A agressividade contra as mulheres e a violência doméstica são indicadores desta vulnerabilidade social dos homens portugueses.
Este aspecto da psicologia luso-masculina merece atenção e deve ser objecto de investigação científica. Os rapazes portugueses desistem mais da escola e envolvem-se em drogas mais do que as raparigas.
J Francisco Saraiva de Sousa
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