- Inspira-se na tradição da grande teoria social, nomeadamente no conceito marxista de «trabalho», sem abdicar dos resultados das ciências biológicas e médicas.
- Inspira-se na etologia de Konrad Lorenz, que elaborou o conceito de domesticação e viu as suas implicações sociais e culturais.
- Inspira-se na tradição antropológica da filosofia alemã (Scheler, Plessner e Gehlen) que soube dialogar com a biologia.
A conjugação ou articulação destas fontes possibilita formular a teoria da sociedade metabólica em termos biosociais: é pois uma teoria biosocial. O conceito de «pensamento gordo» (o pensamento metabolicamente reduzido) permite, no plano cognitivo, avançar na direcção da neurociência social e da medicina, de modo a exigir uma nova antropologia filosófica, cuja tarefa é, como tenho dito, pensar radicalmente a animalidade do homem. Embora o projecto seja arrojado e pensado em termos estritamente científicos, ele pretende ser crítico e, portanto, político, sem voltar as contas à antropologia teológica (Moltmann, Pannenberg).
O conceito de homem como «animal metabolicamente reduzido» é científico e crítico: explica os comportamentos humanos e, ao mesmo tempo, suporta a crítica cultural que aponta para a mudança social qualitativa. Este conceito articula-se facilmente com outros conceitos sugeridos pela literatura: homem-massa, homem sem qualidades, homem ameaçado, homem unidimensional ou o «ser em risco», mas, nesta articulação, supera-os, dado ser elaborado a partir de baixo: da animalidade do homem e, portanto, das ciências biomédicas..
Este é o conceito mais adequado para pensar o homem na sociedade de risco e global. Impõe-se assim a elaboração de uma medicina política e de uma filosofia da vida ou biofilosofia (Jonas).
Tenho o projecto elaborado em estado prático e, como sou o conceptual designer luso-distante, guardo os aspectos admiráveis para mim. A vulnerabilidade biológica do macho é um desses aspectos, aliás demasiado genético e já o referi noutro blogue.
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