Os programas nacionais de comentário político revelam o estado nacional da luso-alma, cuja compreensão requer infelizmente uma abordagem psicopatológica.
A Televisão portuguesa torna visível a luso-alma e revela todos os seus meandros e labirintos. Professores universitários sem currículo, jornalistas sem formação ou políticos reduzidos trocam opiniões mal elaboradas, sem qualquer compromisso com a verdade. Fazem o jogo da trapaça e, neste aspecto, protegem-se uns aos outros: omitem sistematicamente a verdade. Procuram desesperadamente manipular a opinião pública e não respeitam os tele-expectadores. Os portugueses são tratados pelas suas pseudo-elites como idiotas culturais. É isso que significa «povo» em português: conjunto de idiotas culturais.
Contudo, mesmo que o povo seja idiota, este facto mostra a falsidade das elites nacionais que dirigem o país. Mais idiota do que o ignorante é aquele que abusa de um título ou de um estatuto para se afirmar como agente cultural, quando na verdade é um analfabeto funcional, mais um cérebro metabólica e visceralmente reduzido. Eles são tão vampirescos que chegam ao ponto de inventar uma genealogia sociológica, como se tivessem crescido no seio de elites não existentes em Portugal.
Um país de mentirosos e de invejosos, em que o conhecimento e a sabedoria foram destronados a favor de opiniões viscerais! Diante deste cenário de maldade intencional não existe outra saída a não ser encarar seriamente a alma nacional como neuropatologia. O regresso da opinião e da vida quotidiana é sinal de degenerescência e de declínio cultural. Outro sinal é o autoritarismo: quando não existem argumentos racionalmente motivantes recorre-se à força e à autoridade. A democracia é estranha à alma portuguesa.
J Francisco Saraiva de Sousa
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