Escadas das Verdades, Centro Histórico do Porto |
António Mendes Correia ajudou ainda a fundar diversos institutos, sociedades, museus e laboratórios científicos tais como o Museu Antropológico do Instituto de Antropologia da Universidade do Porto e a Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia. No âmbito da política, foi Presidente da Câmara Municipal do Porto de 1936 a 1942 e Deputado da Assembleia Nacional a partir de 1945. António Mendes Correia foi um dos nomes mais importantes da Antropologia portuguesa do século XX. Para além de professor de Antropologia, Mendes Correia soube acompanhar as mais relevantes correntes do seu tempo e contribuir para a sedimentação desta ciência em Portugal.
Conhecedor de múltiplos saberes, Mendes Correia publicou inúmeros estudos no âmbito da Antropologia, Arqueologia, Criminologia e História. Da sua vastíssima obra destacam-se as seguintes publicações» (Fonte: Infopédia e, para mais informação, clicar aqui.):
1911: O Génio e o Talento na Patologia.
1913: Criminosos Portugueses.
1915: Crianças Delinquentes.
1915: Antropologia.
1919: Raça e Nacionalidade.
1921: Homo.
1924: Os Povos Primitivos da História.
1925: A Antropologia nas suas relações com a Arte.
1931: A Nova Antropologia Criminal.
1932: Origens da Cidade do Porto.
1934: Da Biologia à História.
1940: Da Raça e do Espírito.
1946: Uma Jornada Científica na Guiné Portuguesa.
1954: Antropologia e História.
Os portugueses são malditos e, por isso, não devemos ficar espantados com o facto da obra de Mendes Correia ter sido esquecida. Da intensa actividade científica de Mendes Correia destacamos os seus contributos para a elaboração de uma nova antropologia criminal. Porém, no domínio da antropologia biológica e social, convém referir a sua tentativa teórica de articular a Antropologia e a História, ora a partir de uma perspectiva biológica, ora a partir de uma perspectiva filosófica: a abordagem antropobiológica de Mendes Correia tem afinidades estruturais com a antropologia filosófica praticada na mesma altura na Alemanha. Além disso, não podemos esquecer o seu trabalho de campo levado a cabo na Guiné Portuguesa. Mas o que mais me cativa na sua obra diversificada são, como é evidente, as Origens da Cidade do Porto, uma obra que merece ser reeditada. A esta obra histórica de Mendes Correia devemos acrescentar outra obra ímpar de Armando de Almeida Fernandes, Do Porto Veio Portugal (1965), editada pela revista portuense O Tripeiro.
J Francisco Saraiva de Sousa
Sem comentários:
Enviar um comentário