Este vídeo foi realizado por um amigo espanhol que esteve no Porto. Eis o seu texto de despedida:
"Hoje termina meu trabalho no Porto e não sei “com que voz” poderia expressar todo o que senti, todo o que vivi, todo o que também perdi. “Com que voz” podriá falar de meu pai que morreu nestes quatro meses, e que primeiro foi angústia, depois lembrança e depois tristeza. Só as ruas sabem de meu pranto, de meu riso, de meus temores. Mas também Porto me ofereceu sua melhor cara, e não imagino cidade melhor para repousar a pena e nascer de novo. Lembro agora meus passeios acompanhado do "Abraço" de Peixoto, ou as leituras nocturnas e intensas dos textos de Sousa; graças aos dois (Zé Luis e Igor). Lembro também o cheiro aos velhos livros, o sorriso amável a primeira hora na biblioteca, e a Eugenio que alimentou meu corpo e espantou muitas solidões. Falar mais agora já não faz sentido, só um pensamento: após ter vivido aqui acho que sentir-me-ei estrangeiro em qualquer outro lugar. Agora, como esta lágrima que dou ao Douro, vou embora."
Oh, a vida é assim - à medida que o tempo passa ficamos cada vez mais órfãos: as pessoas queridas partem, umas morrem, outras vão para longe. Deve chegar a altura em que estamos absolutamente sozinhos, prontos a partir do mundo. :(
Infelizmente, sou um animal selvagem que toma a noite por companheira! Fechei-me na minha concha e isto porque não confio nos portugueses. Socializo com estrangeiros que são meus amigos!
Feliz Natal para o Sr. também! Parabéns pela enorme quantidade de textos publicados ao longo do ano! O Sr.é a prova cabal de que o pensamento crítico está bem vivo, embora a Europa - segundo o Sr. - esteja morta... Grande abraço!
7 comentários:
Este vídeo foi realizado por um amigo espanhol que esteve no Porto. Eis o seu texto de despedida:
"Hoje termina meu trabalho no Porto e não sei “com que voz” poderia expressar todo o que senti, todo o que vivi, todo o que também perdi. “Com que voz” podriá falar de meu pai que morreu nestes quatro meses, e que primeiro foi angústia, depois lembrança e depois tristeza. Só as ruas sabem de meu pranto, de meu riso, de meus temores. Mas também Porto me ofereceu sua melhor cara, e não imagino cidade melhor para repousar a pena e nascer de novo. Lembro agora meus passeios acompanhado do "Abraço" de Peixoto, ou as leituras nocturnas e intensas dos textos de Sousa; graças aos dois (Zé Luis e Igor). Lembro também o cheiro aos velhos livros, o sorriso amável a primeira hora na biblioteca, e a Eugenio que alimentou meu corpo e espantou muitas solidões. Falar mais agora já não faz sentido, só um pensamento: após ter vivido aqui acho que sentir-me-ei estrangeiro em qualquer outro lugar. Agora, como esta lágrima que dou ao Douro, vou embora."
Miguel Ángel Pacheco Rodríguez
O Igor sou Eu! Vídeo maravilhoso!
Oh, a vida é assim - à medida que o tempo passa ficamos cada vez mais órfãos: as pessoas queridas partem, umas morrem, outras vão para longe. Deve chegar a altura em que estamos absolutamente sozinhos, prontos a partir do mundo. :(
A amizade - pura e leal - é tudo o que temos de melhor neste mundo! Um amigo puro vale mais do que mil noites passadas no motel! :)
Infelizmente, sou um animal selvagem que toma a noite por companheira! Fechei-me na minha concha e isto porque não confio nos portugueses. Socializo com estrangeiros que são meus amigos!
Só há uma coisa que lamento na vida: ter nascido português sem ter sido ouvido. Abolindo este mal de raiz, a vida é bela!
Feliz Natal para o Sr. também! Parabéns pela enorme quantidade de textos publicados ao longo do ano! O Sr.é a prova cabal de que o pensamento crítico está bem vivo, embora a Europa - segundo o Sr. - esteja morta... Grande abraço!
Caro Zekzander
Vamos abolir o Sr: afinal, somos "camaradas" de luta! Infelizmente, a Europa está decadente e o euro está em risco! Vamos ver o que acontece!
Obrigado! Feliz Natal e Bom Ano Novo!
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