Postigo do Carvão, Ribeira, Porto |
Ainda não concluí dois estudos: a História da Iluminação do Porto e o Nascimento da Medicina Social. Tenho estado a pesquisar os arquivos e, como possuo novos dados, vou adiar a sua conclusão para 2012. Entretanto, estou a ler algumas obras sobre a Cidade do Porto, uma das quais causou em mim uma certa revolta. Refiro-me à História do Porto, dirigida por Luís A. de Oliveira Ramos, que, na minha perspectiva, não avança muito em relação à clássica História da Cidade do Porto, organizada por Damião Peres. É certo que avança com novas problemáticas teóricas, mas não é capaz de inovar a construção desse novo objecto de estudo que é a Cidade do Porto, até porque carece de uma perspectiva teórica consistente e em conformidade com a Nova História: a imaginação historiográfica espantou-se e fugiu da cabeça dos sete historiadores que elaboraram a obra, cuja apresentação gráfica é simplesmente feia, como sucede com quase todas as obras editadas pela Porto Editora. Desejo dedicar - em 2012 - alguns textos a desconstruir esta obra, com o objectivo de renovar a construção teórica da História da Cidade do Porto, fazendo justiça aos seus primeiros historiadores: Alexandre Herculano, Almeida Fernandes, António de Sousa Machado, Camilo de Oliveira, Cardeal Saraiva, Gama Barros, Jaime Cortesão, Luís de Pina, Magalhães Basto, Mendes Correia, Monteiro de Andrade, Rogério de Azevedo, D. Rodrigo da Cunha, Sampaio Bruno, António Cruz e Torquato de Sousa Soares. Ontem, no FaceBook, fui mais radical, apresentando a Faculdade de Letras como a vergonha da Universidade do Porto: a FLUP é um antro de mediocridade (avessa ao mérito), de promiscuidade sexual, de corrupção, de pornografia de gabinete, de abuso de poder e de cunhismo badalhoco. Entregue a cérebros sexuais decadentes e velhos, a FLUP converteu-se em espaço da grande mentira cultural: quem não faça o jogo sexual das múmias diplomadas não tem futuro; o segredo reside no sexo oral; os eleitos - ou melhor, as eleitas! - são aqueles que mamam sem protestar. A oralidade inerente às Faculdades de Letras foi reduzida a uma função sexual: a sexualização do saber aboliu a cultura humanista, e muitos professores trocaram o ensino de rigor pela carreira de estrelas porno, usando os gabinetes para realizar exibições fálicas, ao mesmo tempo que fazem a apologia da (sua) verga. (E quantas FLUP's há em Portugal? A Universidade Portuguesa é uma instituição doente!) Não mudei de opinião, mas pretendo ser mais moderado quando realizar a crítica da História do Porto, reconhecendo o mérito lá onde ele existe e criticando severamente as lacunas teóricas. Termino com este poema - parte do soneto Portucale - de António Sardinha (Pequena Casa Lusitana):
«Chamou-se Portucale o burgo antigo,
À flor das ondas, a cismar consigo,
É terra ainda e já pertence ao mar!
«Nasceu depois um reino pequenino.
E porque herdou do burgo o seu destino
Tomou-lhe o nome, ao ir-se baptizar.»
J Francisco Saraiva de Sousa
É terra ainda e já pertence ao mar!
E porque herdou do burgo o seu destino
Tomou-lhe o nome, ao ir-se baptizar.»
7 comentários:
Tenho estado a pensar e acho necessário radicalizar a crítica da sociedade portuguesa em 2012! Portugal deve comparecer perante o tribunal da Razão Crítica para ser punido!
Hoje estava numa livraria a ver livros quando alguém me interpelou para denunciar os programas de Filosofia, de modo a agregar um conjunto de almas que odeiam os livros do Desidério Murcho! Bem, disse-lhes que não conheço o Murcho e que uma coisa murcha deve ser lançada no lixo. Murcho é lixo ignorante! Abaixo o Murcho careca! Murcho é sinónimo de estupidez encarnada em zombie!
Meus amigos/as: quem ensina Filosofia deve deitar ao lixo os livros do Murcho e Companhia!
Radicalização da crítica à sociedade portuguesa: eis a nossa tarefa política imediata! Para mudar, é preciso conhecer aquilo que queremos transformar!
Tanto quanto sei o Murcho está no Brasil a corromper os jovens brasileiros, levando-os a pensar pelo cu aquilo que deviam pensar pela cabeça! Se produz lixo em Portugal, queimam-no! Este é o meu conselho!
As pessoas que me interpelaram - professores de Filosofia - já são mais velhas do que eu! Meus amigos, essa é a idade de dizer Não à mediocridade! Eu sou livre!
Portanto, quem compra livros do Murcho só pode ser um idiota cultural!
Surgiu no mercado um livro de um psicólogo evolucionista que sonda as almas do outro mundo. Ora, além de ser uma pesquisa sem objecto, o livro - O Instinto para Acreditar - é um tremendo disparate, face a esta questão mundana: Como é que pessoas desalmadas são capazes de investigar as almas defuntas (não-objectos de análise)? Neste nosso mundo terreno, já há muitos zombies, isto é, seres sem alma. Mesmo que procure livrar o homem dessas crenças religiosas, o livro é incapaz de elaborar uma teoria dos desalmados terrenos. Enfim, um livro comercial, mais preocupando com a venda do que com o conhecimento.
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