domingo, 30 de setembro de 2007

Um Poema para José Sócrates

«Da sombra de um sopro nascidos,
Erramos pelo mundo abandonados
E andamos no eterno perdidos,
Sem sabermos a que Deus consagrados.

«Pobres néscios à porta, ao relento,
Pedintes sem nada de seu,
Quais cegos escutando o silêncio
Em que o nosso rumor se perdeu.

«Somos os viandantes sem norte,
Nuvens, e o vento a dissipá-las,
Flores estremecendo com o frio da morte,
À espera que venham cortá-las»

Fonte: Georg Trakl, Outono Transfigurado (Edição bilingue portuguesa: tradução de João Barrento).

J Francisco Saraiva de Sousa

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