quarta-feira, 2 de abril de 2008

Notas Dispersas sobre a Autoridade

«Lutero venceu a servidão por devoção porque colocou no seu lugar a servidão por convicção. Ele rompeu a fé na autoridade porque restabeleceu a autoridade da fé. (...) Ele libertou o homem da religiosidade exterior porque transformou a religiosidade no homem interior». (KARL MARX)
A barbárie está instalada no Ocidente e, quando a vejo nos ecrãs da TV ou do computador, lembro-me d
a obra de Oswald Spengler, "A Decadência do Ocidente", que li na minha adolescência. Trata-se da mais imponente filosofia da história produzida nos inícios do século XX, rivalizando com as de Arnold Toynbee e de Marshall McLuhan. Raymond Aron fez a "Defesa da Europa Decadente", sem se aperceber que a Europa caminha passivamente para a sua própria ruína.
A concepção orgânica da cultura de Spengler tem o mérito de nos confrontar com a finitude da nossa própria Civilização Ocidental, a «alma faustica» que, neste momento de ofuscação democrática e de «ditadura do dinheiro», em regime metabolicamente reduzido, se confronta com a «alma mágica», vivificada pelo terrorismo islâmico e simbolizada pelo terrível acontecimento de 11 de Setembro, e ameaçada pela «expansão chinesa», que Spengler «previu» vir a ser a nossa sucessora no quadro da «morfologia da História Universal».
Na sua obra "Der Mensch und die Technik", Spengler escreveu no fim estas palavras "proféticas":
«O optimismo é cobardia. Nascidos nesta época, temos de percorrer até ao fim, mesmo que violentamente, o caminho que nos está traçado. Não existe alternativa. O nosso dever é permanecermos, sem esperança, sem salvação, no posto já perdido, tal como o soldado romano cujo esqueleto foi encontrado diante de uma porta de Pompeia, morto por se terem esquecido, ao estalar a erupção vulcânica, de lhe ordenarem a retirada. Isso é nobreza, isso é ter raça. Esse honroso final é a única coisa de que o homem nunca poderá ser privado».
Mas a barbárie em que vivemos invalidou, negando-o, este final honroso que seria morrer a lutar pelo seu "posto", isto é, pela honra do Ocidente. Numa sociedade metabolicamente reduzida, cujo único imperativo é a auto-preservação, as pessoas perderam o sentido de lutar pelas causas nobres, em particular pelo domínio da nossa civilização. Os jovens «autonomizados» perderam os vínculos com a nossa tradição e caminham com as pernas abertas a qualquer invasor.
Contudo, a missão da Filosofia é, neste momento sombrio, zelar pela nossa Tradição Ocidental e, por isso, como filósofos, devemos continuar a pensar novas alternativas sociais e históricas, de modo a poder iluminar uma praxis transformadora que visa conservar o domínio ocidental. Esta missão só pode ser cumprida num diálogo refrescado com a filosofia que marcou decisivamente o nosso destino, para o bem ou para o mal: a filosofia de Marx. Todos os conceitos da teoria de Marx devem ser relidos, portanto, actualizados, à luz das novas realidades sociais e tecnológicas: a abertura do futuro depende cada vez mais do resgate do passado e, portanto, da tradição. Isto significa que, num período de barbárie como o actual que pode vir a ser dominado por forças estranhas e exteriores, com a cumplicidade dos animais metabolicamente reduzidos, a teoria crítica deve tornar-se «conservadora», de modo a olhar para a frente sem perder a visão do passado que só pode ser salvo se for conservado. Na dialéctica da liberdade (autonomia) e da autoridade (obediência), o momento determinante é a autoridade no seu sentido positivo, aquele que está fundado numa «necessidade natural», portanto, não-ideológica. Max Horkheimer mostrou precisamente isso no estudo que fez sobre "Autoridade e Família", em colaboração com Herbert Marcuse, Erich Fromm e outros, publicado em 1936, com o título geral "Studien über Autorität und Familie", onde distingue a função progressiva e a função «reaccionária» da autoridade numa perspectiva materialista e dialéctica da história.
Engels escreveu um texto brilhante, "Über das Autoritätsprinzip" (Sobre o Princípio da Autoridade), onde elabora o conceito positivo de autoridade numa discussão com o anarquismo anti-autoritário dos bakuninistas. Afirma o carácter dialéctico da relação de autoridade, de modo a rejeitar a ideia absurda de que o princípio de autoridade é absolutamente mau e o princípio de autonomia é absolutamente bom. Em todas as sociedades existe uma autoridade que é, por um lado, inseparável da «organização em geral» (a disciplina do trabalho), e, por outro lado, da função de direcção. Lenine retomou este conceito em conexão com a sua luta contra o economicismo e o sindicalismo. A autoridade não é, portanto, um conceito estranho à teoria crítica e, conforme lembra Horkheimer, a subordinação de uma criança à autoridade dos adultos é necessária para que possa haver "boa educação", porque possibilita o desenvolvimento das capacidades humanas. Ao contrário do que se possa pensar, esta recuperação da autoridade não inviabiliza a luta pela libertação, porque, nesta hora de ofuscamento total, a razão e a liberdade, recusadas pela realidade burocrática e económica vigente, onde ninguém é responsável, se convertem de novo em tema da filosofia que visa, ao mesmo tempo, abrir o futuro e resgatar o passado, livrando os homens da ameaça de tornarem-se em seres sem-abrigo ou mendigos.
J Francisco Saraiva de Sousa

24 comentários:

Fernando Dias disse...

O Francisco faz aqui uma excelente sinopse hermenêutica da Tradição, mas com fortes tiques catastrofistas. É mais pessimista que Luhmann (os limites da comunicação, escândalos, rumores, epidemias), ou Hans Jonas (filosofia da responsabilidade – na era da técnica de raiz biológica, que natureza e que homem queremos salvar com a eugenia negativa ou positiva?).

Está a resolver ainda o luto da morte das horas quentes do esquerdismo de Sartre a Foucault. Insultaram injustamente Paul Ricoeur ao querer destruir a Universidade. Queriam fazer ir pelos ares o regime da burguesia vituperando “essa puta, a Alma Mater”. Entretanto Júlia Kristeva, Roland Barthes e outros foram ao “Império do Meio”. Afinal Mao revelava-se um embuste quanto ao desenvolvimento da teoria do materialismo dialéctico. Nesta altura já haviam passado uns anos em que Foucault punha em causa a obra prima do seu mestre “Crítica da Razão Dialéctica” e a resposta de Sartre: “Foucault era um servidor e a última barragem que a burguesia ainda conseguia erguer contra Marx, não contra o marxismo”.

Foucault recusava qualquer pensamento social ideal, pelo que se tornou o profeta da violência (justiça popular), ultrapassando os seus aliados mais à esquerda. É claro que a “direita” revoltou-se e não tardou a emergência de Jean-Marie Le Pen. Paradoxalmente isto dá-se quando a União de Esquerda ganha com a vitória de Mitterrand em 1981. A crítica a Marx (por causa do totalitarismo) vinda da própria “esquerda” levou a enterrar o comunismo em 1989. Encontramo-nos ainda a fazer o luto de passagem (tempo de paraísos perdidos) para entrar num novo capítulo da História, que se está a escrever mas que não conhecemos, porque ainda não chegou o tempo de ser publicado.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Fernando Dias

Um excelente testemunho este que deixou aqui. Na minha perspectiva, a análise de Marx continua actual, mas precisa de ser reanimada em função dos novos desafios, sem contar com uma classe universal.
Toda a filosofia burguesa, de Descartes até Fichte, passando por Kant, retomou a noção de liberdade tal como foi elaborada por Lutero e Calvino. O programa do esclarecimento é uma crítica da tradição em nome da autodeterminação do self. Porém, o self actual não pensa autonomamente, porque, como demonstrou Marx, é prisioneiro da concepção burguesa de liberdade, a do homem abstracto: a sua "liberdade" consiste actualmente em "arranjar emprego" e vender a sua força de trabalho, dado ser destituído de propriedade, aquela que a libertação dos servos entregou aos grandes proprietários, levando-os para as cidades onde eram indecentemente explorados. O núcleo duro da teoria de Marx é verdadeiro, embora as coisas possam ter outras colorações na nossa sociedade. O Estado continua a ser o Estado das classes dominantes... Gadamer, bem como os meus mestres de Frankfurt, viram bem que era necessário recuperar a autoridade e a tradição, e é nessa linha que me situo.
A catástrofe faz parte da história do homem: os profetas da desgraça surgiram em todos os tempos e, de facto, as suas sociedades desapareceram. Grécia desapareceu. Roma desapareceu. A idade Média é um período de guerras e de terror. A Modernidade começou com muito sangue, teve duas grandes guerras e o holocausto. Agora estamos ameaçados interna e externamente, rodeados de guerras e outras coisas mais. Devemos estar atentos, porque o oásis ocidental tal como o conhecemos é muito recente, data do período após a II Guerra Mundial e a abundância está em perigo...
Marx foi traído pelos seus seguidores... Ele bem sabia que, no futuro, não iria ser "marxista", aliás ele disse-o... Era um intelectual, não um revolucionário!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon

Já por diversas vezes tenho lido que é necessário retomar a pedagogia de Sócrates. Pelos vistos, existem várias, algumas aplicadas em contexto de sala de aula.
Porém, quando Sócrates ajudou o escravo a "parir" conhecimentos, a noção de conhecimento subjacente a esse TEXTO é errada: o conhecimento não está, todo ele, inscrito no cérebro/mente. Esta teoria até pode ser reformulada numa linguagem neurobiológica mais moderna, mas mesmo nesta versão não explica a complexidade do conhecimento. A Papillon parece desprezar a nossa biologia e esquece que os jovens não procuram conhecimentos mas diversão. O ser humano nasce prematuramente e, para sobreviver, precisa de cuidados especiais até atingir a sua maturidade. Ora, numa sociedade CIVILIZADA, a educação é humanização: desenvolvimento da mente cognitiva. Os afectos são positivos ou negativos e precisam ser disciplinados em função dos valores da matriz cultura, os quais são externos ao organismo biológico. Partir do pressuposto de que as crianças gozam de autonomia é errado: são dotadas de potencialidades que devem ser orientadas para que possa transcender a animalidade rumo à "humanidade".

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Fernando Dias

Nessa altura, Maio de 68, Michel Foucault teve um "namorado" maoista e, durante a duração dessa paixão, foi maoista: ia para as manifestações com o namorado, onde se cruzava com Sartre. Bem, a juventude desse tempo, não a da Papillon, ainda fazia alguma coisa em nome de causas. Agora faz concursos de bebedeira... :(

Fernando Dias disse...

Francisco,
Não posso deixar de concordar com as suas duas últimas intervenções.
Conhecia mal, mas estou agora a conhecer melhor Gadamer e o pensamento dos seus Mestres através de si. Confesso que são pensadores difíceis de penetrar. Desta linha, Habermas era aquele que conhecia mais um pouco, mas pelos vistos não é querido por si.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A Papillon escreveu no post anterior:

"De qualquer maneira, as suas notas de autoridade, antecipam a sua "martirização" - morra honrado, se esse o seu desejo! Só que em vez de ser às portas de Pompeia, é às portas do futuro!"

Afinal, todos vamos morrer e prefiro morrer consciente de ter cumprido a minha missão, sem ter contribuído para o acréscimo de injustiça, mentira e auto-engano, do que ter vivido na ilusão de uma eternidade metabolicamente reduzida, como se o mundo depois de nós não continuasse a existir.
Eu não disse que os jovens eram "burros". digo, isso sim, que precisam de orientação para alcançarem dignamente a esfera pública, com uma visão alargada do mundo e não reduzida ao seu umbigo.

E. A. disse...

Repare: elevar a metodologia socrática, não significa subscrever o inatismo. Elevar a metodologia socrática em detrimento da "académica" ou convencional, é comprometer-nos com o futuro e capacidades intelectuais, afectivas e éticas dos jovens. O conhecimento n surge espontaneamente, é uma premissa da qual partilho, mas a capacidade de pensar sobre os pensamentos dos outros tem de ser posta em prática. A autoridade vive se a pensarmos, e não se a engolirmos e vomitarmos sistematicamente.

Eu n disse que as crianças tinham autonomia, mas digo que devemos partir do pressuposto que são capazes de tal. Ora, é modalmente diferente e sob o ponto de vista pedagógico ou educacional, radicalmente diferente. A disciplina é precisa. Ninguém põe isso em causa. Mas para que ela seja autonomizada tem de ser apreendida e COMPREENDIDA racionalmente. E isso sim dá trabalho, por isso dizia determinada professora no programa da Fátima Campos, que se quisermos chegar ao estado da educação na Finlândia demoraria gerações. Porque esta opção é difícil e morosa. Requer tempo. Que é algo que o nosso sistema n quer perder, pois quer apenas instrumentalizar os jovens. E eles andam por aí apáticos e sem sentido.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, a Papillon acaba por me dar razão.
Se os jovens (e acrescento os adultos)"andam por aí apáticos e sem sentido", isso só pode significar que o sistema de ensino falhou, bem como o modelo de sociedade vigente. É evidente que as crianças nascem com apidões, umas mais do que outras, mas entregues a si mesmas não as podem desenvolver, mesmo brincado com o computador e a Internet. Aliás, com a entrada das mães no mercado de trabalho, ficaram sozinhas e eis que começam a tiranizar emocional e fisicamente os pais. Aqui reside outro dificuldade criada à escola: esta converteu-se num armazem... ou coisa do género, onde as crianças devem permanecer fechadas, dado os pais estarem nos respectivos empregos.
Mas passar daqui para a apologia da juventude, como se esta guardasse a promessa de um futuro melhor, parece-me um salto no abismo...

E. A. disse...

Ai o Francisco enerva-me porque distorce tudo o que o uma pessoa tenta dizer e exprimir neste precário modo de comunicação.

Primeiro: eu disse que há uma crise na educação e na juventude, consequência de várias causas que já foram, por mim e por outros, apontadas.
Segundo: acredito que essa crise seja superável. Como? Através de novas metodologias de ensino, integradas na educação, que possibilitem o futuro do que se entende por "escola", definição que deve atender à conjuntura actual (social, política, cultural).
Terceiro: NUNCA (e é preciso utilizar o caps lock porque talvez o Francisco tenha problemas de visão e talvez por isso n atente ao que se escreve) eu disse que a transmissão de conhecimentos fosse/seja desnecessária. Mais uma vez digo que, para se criticar a autoridade, temos de conhecê-la (além de apurar a capacidade argumentativa).
Quarto: Eu não faço apologia à juventude, no sentido grosseiro que o Francisco lhe atribuíu. A minha fé na mudança e no futuro, leva-me inevitavelmente a confiar nos prossecutores. Além de que, como tb já lhe disse, presumo sempre a inteligência e bondade no outro, sendo que o outro pode ser tb jovem.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon

Se é isso que pensa, deve questionar o próprio modelo de sociedade e o capitalismo global que disse injustamente que eu defendia. Além disso, precisa de levar em conta a natureza e o ambiente. Como dizia Thomas Münzer:

"Veja que o maior dos roubos e das usuras é que os nossos príncipes tomam todas as criaturas como sua propriedade. Os peixes na água, os pássaros no ar, as plantas na terra, devem ser dele...".

Estará a Papillon a ficar seduzida pelo marxismo? :)

E. A. disse...

E poderia acrescentar: e "os jovens são dele também" - deste sistema que embacia a juventude! Os jovens são egoístas, mas não "indivíduos", porque não entendem sequer que fazem parte de uma massa amorfa, e o mais que se podem tornar é roldanas desta máquina voraz.
São trocistas e cruéis com o sofrimento alheio, mas não entendem a ironia, (que pode muitas vezes salvar!), porque já não entendem nada que seja da ordem do subtil: tem de ser tudo pornográfico ou explícito. À semelhança do que o José Gil disse no programa: "o caminho para a transparência absoluta".

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O texto de Thomas Münzer é belo e dirigido contra Lutero que era contra a luta de classes dos camponeses. Termina com a "espoliação dos pobres", de todos os despossuídos da terra, sejam jovens ou velhos. Talvez o cite no post que preparo sobre Lutero e a autoridade.
Releia o que escreveu neste último comentário, para não me acusar de ser contra os jovens, com os quais lido constantemente... Admiro Ernst Bloch e sou movido pelo "espírito da utopia"... Sou OPOSIÇÃO REBELDE E INCONFORMADA! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon

Deixei-lhe em epigrafe um belo texto de KARL MARX, onde o mestre resume a dialéctica da autonomia e da autoridade. :)

Fernando Dias disse...

Aproveitando a observação de Papillon sobre o “indivíduo”, também dou mais algumas achegas, concretizando-a noutra crónica, desta vez com o título: Checkpoint Charlie.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Fernando Dias

A sua crónica é excelente e aprecio o modo como liga a memória dos lugares que visitou à sua experiência de "turista" interessado nas doenças auto-imunes! :)

Manuel Rocha disse...

Tenho por aí ainda em caixotes uns textos bem interessantes de Soljenitzin em que retoma as teses de Spengler mas numa abordagem menos catastrofista. Ele acredita no Homem e na sua capacidade de se auto-limitar para assim realizar a liberdade em plenitude. Suntag fez uma leitura mais extremista de Spengler, tendo chegado a dizer que o "ocidente era o cancro da humanidade"...:)

Temos de acreditar no Homem, mas como escreveu por aqui alguém " o excesso de optimismo é uma forma de cobardia", pelo que nos resta tentar entende-Lo dentro de nós, a ver se assim descortinamos as veredas da auto limitação que deveriam conduzir-nos a uma sociedade responsavelmente livre.

Nessa utopia, uma sociedade ética até poderia prescindir da autoridade. Não faço ideia é como se chega lá. E começar por aboliar a autoridade esperando que a ética se imponha por si, parece que não funciona..:(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Marx é ignorado, mas também homens como Spengler ou Eric Voegelin são esquecidos, porque foram conservadores. Penso que devemos alargar o diálogo a todos e cooperar nessa tarefa de construir uma sociedade mais justa e livre. com mais responsabilidade. Abolir a autoridade parece-me utopia! Ela está enraízada na nossa biologia... Mas podemos torná-la menos "pesada": livremente aceite porque justa.
Bem, como o mundo não vai acabar amanhã, podemos pensar nestes assuntos com tempo... :)

E. A. disse...

Releia o que escreveu neste último comentário, para não me acusar de ser contra os jovens

Até parece que a nossa discussão se cingiu a um elogio dos jovens por um lado, e a uma difamação dos jovens pelo outro. Realmente, o F. qd quer é mesmo insidioso! Mas tudo bem, está no seu espaço, em limite tem as suas regras, impostas pela sua "autoridade". Faltou-me só dizer: "Excelente comentário"!

E ainda bem que convive diariamente com jovens, pois faz-lhe bem. A si e a qualquer outro adulto, conviver com crianças, jovens, velhos. Há uma mania, (e mesmo mania no sentido originário do grego - loucura, demência), que afecta a nossa sociedade: a de pensar que o adulto (entenda-se profissionalizado, activo) tem uma visão superior sobre o mundo. Sintomas do tal "modelo de sociedade"...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Oi Borboleta

Pensei que estivesse perdida no canal! ;)
Para mim, Papillon, é tudo "farinha do mesmo saco", sejam jovens ou mais velhos ou idosos. A crítica dirige-se aos avós, filhos e netos. É evidente que existem excepções que infelizmente confirmam a regra.

E. A. disse...

Eu sou uma borboleta, como bem nomeou, só me perco a polinizar flores sob Sol ardente. ;)

Denise disse...

Sem querer interromper tão interessante debate de ideias, gostaria apenas de sublinhar uma passagem num dos comentários do Francisco: "(...) numa sociedade CIVILIZADA, a educação é humanização (...)".
Este é, a meu ver, o busílis da questão. É preciso que a sociedade e as políticas governativas se preocupem com a revalorização do humanismo nos tempos actuais...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Denise

Deixei-lhe as obras juvenis que mais gostei de ler. Curiosamente, essas e outras histórias tinham algum ensinamento, e penso que essa magia falta ás obras que são actualmente escritas para as crianças e jovens. Mas estou fora do assunto e aguardo o seu post. O humanismo pode ser aquilo que falta?

Denise disse...

No que toca ao humanismo, havia que valorizar, no currículo, a disciplina da Filosofia e as das artes, onde se inclui a Literatura.
Na boa Literatura para a Infância, o humanismo está sempre presente. O problema é distinguir o trigo do joio ;-)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Denise

Concordo absolutamente consigo: valorizar no ensino a filosofia e as artes(literatura, teatro...). Mas é o que parece estar fora das políticas da educação... :(