segunda-feira, 28 de setembro de 2009
E José Sócrates venceu as eleições...
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Joseph de Maistre vota em Manuela Ferreira Leite
Esta concepção crua e despida de lentes teóricas, metafísicas, lógicas ou geométricas, da natureza aplica-se também ao homem que, apesar de nascer para amar, é de todos os animais o mais violento e cruel:
«O homem mata para se alimentar e mata para se vestir. Mata para se adornar e mata para atacar. Mata para se defender e mata para se treinar. Mata para se divertir e mata por matar. Rei soberano e terrível, tudo deseja e nada lhe resiste (...). Ao cordeiro (exige) as suas entranhas para fazer ressoar a sua harpa (...), ao lobo o seu dente mais mortífero para polir as suas frívolas obras de arte, ao elefante as suas defesas para construir o brinquedo de uma criança: cobre a sua mesa de cadáveres (...). Mas quem (na carnificina permanente) exterminará aquele que extermina todos os outros? Ele próprio. É o homem o responsável pela chacina do homem (...). Assim se cumpre (...) a grande lei da destruição violenta dos seres vivos. A Terra inteira, perpetuamente embebida em sangue, nada mais é do que um imenso altar, sobre o qual tudo o que vive tem de ser imolado sem fim, sem medida, sem descanso, até à consumação das coisas, até à extinção do mal, até à morte da morte». (J. de Maistre)
A guerra é divina e, como tal, constitui a lei do mundo. Se quisermos compreender o comportamento humano, devemos abandonar as teorias racionalistas e procurar a sua explicação no domínio irracional. O cálculo racional não ajuda a vencer as guerras, ideia usada recentemente por Bauman para explicar o holocausto, porque a razão não é a grande soberana dos acontecimentos. Contra o racionalismo predominante no seu tempo, embora exibindo tonalidades diferentes mas francamente optimistas, J. de Maistre defende três teses deveras obscurantistas e claramente antidemocráticas:
1. A única coisa capaz de dominar sempre os homens é o «mistério impenetrável», que Maistre coloca no lugar da razão e do conhecimento emancipador.
2. A única maneira de obrigar os homens a viverem em sociedade é impedi-los de questionarem: a ignorância é colocada no lugar da educação e da formação cultural.
3. A única maneira de manter os homens silenciosos e em condições de não-liberdade é através do terror. J. de Maistre é contra qualquer tipo de liberdade. Todo o poder depende do carrasco. Ele é o terror da sociedade humana e o elo que a mantém unida. Estranha e terrível noção de «contrato»! Não admira que Émile Faguet afirmasse que o cristianismo de J. de Maistre era o «cristianismo de terror», colocado ao serviço da monarquia e da autoridade papal, contra a corrente emancipadora da História. Também Miguel Unamuno refere-se ao seu «matadouro», onde os homens se auto-imolam para fundar a sociedade, obedecer ao poder divino do monarca ou do papa e cumprir o seu desígnio divino oculto, ao serviço não deste mundo mas de outro mundo impenetrável.
Curiosamente, talvez por influência de Unamuno, Guerra Junqueiro fala frequentemente de «matadouro» para designar a vida social e política portuguesa. A verdade é que a visão desapaixonada da natureza e do homem de Maistre não pode ser facilmente descartada, embora o seu misticismo obscurantista possa ser anulado: a violência humana é evidente. Em termos contemporâneos, J. de Maistre é um fascista extremamente reaccionário que aconselhava o terror como meio de dominar os homens e mantê-los ignorantes, passivos e submissos. A sua teoria opõe-se frontalmente à democracia e, de certo modo, mais ao menos disfarçada sob formas mais ténues de violência, continua a ameaçá-la de morte. A corrupção é uma versão moderada dessa teoria fascista que, sem recorrer ao terror evidente, cumpre os mesmos objectivos visados pelo poder tal como formulado por Maistre. As forças subterrâneas antidemocráticas ainda estão presentes nas nossas democracias ocidentais. Convém nunca esquecer isso, se não quisermos regressar à idade do Terror. Protege-te do terror e da ignorância: VOTA no PS e em José Sócrates.
J Francisco Saraiva de Sousa
Leon Trotsky não vota em Francisco Louçã
Jean-Paul Sartre vota em José Sócrates
J Francisco Saraiva de Sousa
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Georg Lukács vota em José Sócrates
Karl Popper vota em José Sócrates
Friedrich Engels vota em José Sócrates
Maurice Merleau-Ponty vota em José Sócrates
Simone de Beauvoir vota em José Sócrates
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Theodor W. Adorno vota em José Sócrates
Hannah Arendt vota em José Sócrates
Walter Benjamin vota em José Sócrates
Friedrich Nietzsche vota em José Sócrates
Ivan Illich vota em José Sócrates
Ernst Bloch vota em José Sócrates
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Max Horkheimer vota em José Sócrates
Karl Marx vota em José Sócrates
Herbert Marcuse vota em José Sócrates
Friedrich Hayek vota em José Sócrates
Alexis de Tocqueville vota em José Sócrates
domingo, 20 de setembro de 2009
Mário Soares apoia José Sócrates
Manuel Alegre apoia José Sócrates
sábado, 19 de setembro de 2009
Palácio de Belém: a Maldição de Lisboa
As pessoas que dominam as ciências ocultas sabem que Lisboa foi amaldiçoada por um justo, sendo habitada por uma força maléfica que cresce de dia para dia. Os seus objectivos derradeiros permanecem ocultos, mas os iniciados suspeitam que essa maldição trará adversidade, azar ou algo muito ruim à vida das pessoas corruptas que habitam Lisboa. O pior cenário prevê que essa força pode invadir outras zonas de Portugal, nomeadamente a Sul, trazendo a desgraça e a morte lenta e dolorosa. Algo de terrível vai acontecer em Lisboa!
... E eis que hoje de manhã leio este artigo de Emídio Rangel no Correio da Manhã: a profecia nocturna dos meus amigos das ciências ocultas cumpriu-se ou, pelo menos, começou a cumprir-se, desmascarando a conspiração laranja. Se essa é a maldição de Lisboa, então não tem nada de sobrenatural e pode ser combatida nas urnas, votando contra o PSD ultraconservador de Manuela Ferreira Leite.
A RESIGNAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Emídio Rangel exige, no seu artigo "A Conspiração" publicado hoje no Correio da Manhã, a resignação de Cavaco Silva. Eis alguns excertos deste artigo seleccionados por Eduardo Pitta: «O Presidente está “acusado” de promover uma conspiração contra outro órgão de soberania. /(...) É um facto que a “inventona” das escutas a Belém foi gerada, na Presidência da República, por Fernando Lima, um homem-forte do Presidente, e utilizou o jornal Público, dirigido por José Manuel Fernandes, que agora abandona o barco, ao que se diz, para se juntar ao staff do Presidente da República. /(...) Se se confirmar - é necessária a reconfirmação de tudo - tudo o que ficou agora jornalisticamente provado e se, em tempo útil, o Presidente da República não se pronunciar sobre o assunto, mostrando-se à altura do cargo e das responsabilidades que os portugueses lhe confiaram, não há outra saída que não seja a resignação. O Presidente da República está “acusado” de promover uma conspiração contra outro órgão de soberania, enquanto prega a cooperação institucional entre Belém e S. Bento. Ou prova, ou se demarca, sem equívocos, ou resigna, porque feriu de morte a confiança dos portugueses e já não pode continuar a ser o garante do regular funcionamento das instituições democráticas. Quem adopta estas práticas perde todas as hipóteses de continuar a exercer uma magistratura de influência na sociedade e não será mais aceite como Presidente de todos os portugueses. O assunto é muito grave.» (Vota PS e vem conhecer José Sócrates aqui.)
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Manuela Ferreira Leite, Salazar e Política da Verdade
Os sectores mais liberais do PSD estão deveras assustados com a semelhança entre as políticas da verdade da sua actual líder - Manuela Ferreira Leite - e do defunto Oliveira Salazar. O texto de José Pedro Gomes capta muito bem essa terrível semelhança tão do agrado de alguns fascistas portugueses, nomeadamente do autor homófobo deste blogue das trevas: «Reduzir a luta política a um combate entre a "verdade" de que se tem o monopólio e a "mentira" que se procura incrustar na identidade dos adversários, como raiz de todas as suas posições, é o caldo ideológico que se encontra na atmosfera malsã que rodeia a pulsão autoritária que dá energia a todos os ditadores».
O salazarismo ainda não foi seriamente estudado: as chamadas elites intelectuais portuguesas são estruturalmente avessas ao pensamento e ao trabalho intelectual. Em 1963, Ernst Nolte publicou o seu livro sobre o fascismo - Der Faschismus in seiner Epoche, onde apresentou as grandes linhas da sua interpretação histórico-filosófica do século XX. O sistema liberal é visto como a matriz das duas grandes ideologias do século XX: o comunismo e o fascismo. O comunismo levou ao extremo a transcendência da sociedade moderna - a abstracção do universalismo democrático que resgata o pensamento e a acção dos homens aos limites da natureza e da tradição, enquanto o fascismo procurou inspiração em Nietzsche e na sua vontade de proteger a "vida" e a "cultura" contra a transcendência, de modo a tranquilizar os homens em relação à angústia de serem livres e sem determinações. A obra de Nolte deu origem a grandes controvérsias científicas e filosóficas na Alemanha e fora da Alemanha, mas passou despercebida em Portugal. No entanto, quando defendeu a revisão constitucional para ilegalizar o comunismo ou legalizar o fascismo, Alberto João Jardim - um dirigente destacado do PSD - retoma a clivagem entre comunismo e fascismo que interpreta como as duas faces de um mesmo fenómeno, o totalitarismo. Ora, se as duas ideologias reflectem o totalitarismo - o comunismo, o totalitarismo de esquerda, e o fascismo, o totalitarismo de direita, então não se justifica - na sua perspectiva - a discriminação que a constituição faz entre ambas: ou se legalizam as duas versões do totalitarismo ou se ilegalizam ambas.
Alberto João Jardim lançou um desafio pertinente que merecia ser debatido na esfera pública, mas os dirigentes políticos lisboetas, incluindo os do PCP, acompanharam os seus jornalistas - especialistas na criação de intrigas e de mentiras, acentuando a "boçalidade" do dirigente madeirense, em vez de analisar objectivamente a sua proposta. A recusa lisboeta de debater o tema do fascismo é sintomática: Lisboa protagoniza uma revolução conservadora e a psicologia das suas classes médias propicia e encoraja, em circunstâncias de centralização extrema, o crescimento do movimento fascista. Os lisboetas não querem discutir o fascismo, porque são efectivamente fascistas. O Risorgimento lisboeta iniciou-se com os governos de Cavaco Silva que pilharam o Norte para enriquecer o Sul e Manuela Ferreira Leite pretende retomar essa pilhagem asteca. O neoliberalismo é a forma mais recente assumida pelo fascismo na era da globalização, e, em Portugal, foi utilizado pelos governos do PSD para reforçar o poder central contra os poderes regionais, tomando a forma de uma conspiração do capital financeiro concentrado em Lisboa contra o tecido industrial do Norte e o tecido produtivo nacional. O cavaquismo é, na sua essência, um processo de acumulação do capital português. (:::)
O discurso de Salazar é o discurso de Manuela Ferreira Leite: ambos dizem representar uma política da verdade e da sinceridade. Como mostrou José Sócrates no debate com Manuela Ferreira Leite, o programa minimalista do PSD está repleto de apagões, isto é, de omissões, que só podem ser clarificadas recorrendo a propostas anteriores feitas pelos dirigentes do PSD. A Direita ultraconservadora está com medo de perder o controle sobre a política nacional e os centros de decisão nacional e, como não tem outro projecto político a não ser o da privatizações globais da Segurança Social, da Saúde e da Educação, precisa de recorrer a uma manobra de diversão perversa e maligna, retomando o velho discurso salazarento: Manuela Ferreira Leite é o zombie que dá rosto a esse discurso conspirado em quartos escuros, como diz o poeta que pensou a azulidade do azul anímico (Georg Trakl). A família cavaquista alargada liderada por Manuela Ferreira Leite optou por mover uma conspiração mediática negra contra José Sócrates. (Em construção.)
J Francisco Saraiva de Sousa