quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ernst Bloch: a Bíblia dos Pobres

«Um velho sábio lamentava-se dizendo ser mais fácil salvar o homem do que o alimentar. O socialismo futuro, quando todos os convidados estiverem sentados à mesa, quanto todos puderem sentar-se aí, deverá confrontar-se mais do que nunca, num combate particularmente difícil e paradoxal, com a inversão desta antiga sentença: é mais fácil alimentar o homem do que o salvar, isto é, reconciliá-lo consigo mesmo, com os outros, com a morte e com esse mistério absolutamente vermelho que é a existência do mundo. Com efeito, a alienação mais pertinaz não é unicamente a gerada por uma sociedade imperfeita, que desaparecerá com ela; há outra origem mais profunda da alienação. Marx dizia: "Ser radical é perceber as coisas pela raiz. Ora, para o homem, a raiz de todas as coisas é o próprio homem". A primeira epistola de João (3, 2) afirma, por sua vez, tomando esta raiz que é o homem não como a causa de qualquer coisa, mas como um destino: "Mas o que nós seremos ainda não se manifestou. Sabemos que, quando se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é. Todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro (Jesus)». (Ernst Bloch).
O mundo em que vivemos é um mundo pouco acolhedor, inóspito e dominado pela alienação. Por isso, sonhamos com um futuro que seja a "pátria da identidade" (E. Bloch). Entre o presente sofrido e corrupto e o futuro sonhado e liberto, intercala-se o hiato, a fenda do tempo, o abismo da morte. No tempo da vida quotidiana, o passado, o presente e o futuro sucedem-se com regularidade uns aos outros, permitindo a sua fixação pelo calendário: o presente é hoje, o passado começa ontem, e o futuro inicia-se amanhã. Rodeado pelo passado e pelo futuro, o presente funciona como o ponto fixo, a partir do qual nos orientamos, olhando para trás ou para diante. A atribuição de um continuum numérico ao fluxo da mudança perene deve-se à continuidade das nossas ocupações e das nossas actividades no mundo, isto é, à continuidade da nossa vida quotidiana. A espacialidade da nossa vida diária leva-nos a espacializar os tempos verbais: o passado está "atrás" e o futuro, "adiante". Porém, a inserção do homem com o seu tempo de vida limitado pelo nascimento (origem) e pela morte (fim) transforma o fluxo contínuo da corrente da mudança, repartindo-o nos três tempos verbais: a passado e o presente estão presentes na sensação interior do tempo e colidem um com o outro como o já-não e o ainda-não.
Na parábola de Kafka, o "Ele", isto é, o homem, está situado entre o passado e o futuro em qualquer momento dado; o tempo intermediário é o presente, mais precisamente o Agora presente, onde as forças antagónicas colidem uma com a outra: a colisão do passado, que já não é, e do futuro, que está a aproximar-se e ainda não é. O homem vive sempre no intervalo entre o passado e o futuro: um Agora alargado no qual passa a sua vida, lutando contra o peso morto do passado que o empurra para a frente com a esperança, e o medo de um futuro (a morte inevitável) que o puxa para trás na direcção da "tranquilidade do passado" (Arendt) com a nostalgia e a recordação da única realidade de que pode estar certo. Tanto a situação cristã como a situação revolucionária podem ser compreendidas como o "autêntico entre" (R. Bultmann): o homem vive entre dois nadas, o do passado que já não é e o do futuro que ainda-não-é. O entre não é uma determinação puramente cronológica, mas o tempo de uma nova oportunidade para que o homem se comprometa e se esforce, em comunidade solidária, pela sua salvação futura.
A intenção de E. Bloch é elaborar uma filosofia em chave salvífica, de modo a fazer do marxismo uma "meta-religião", isto é, uma teoria e uma praxis da plenitude de ser e de sentido, na qual o homem é visto como um Deus em potência. A sua antropologia toma a forma de uma cristologia e o seu humanismo radical supera todos os outros humanismos na direcção de um antropoteísmo. Convencido de que "o melhor lado da religião é o futuro", Bloch realiza uma hermenêutica crítica da Bíblia, de modo a mostrar a existência de uma "Bíblia subterrânea": a verdadeira Bíblia pauperorum, a Bíblia dos pobres, cujo órgão principal reside no seu "eixo não-teocrático". A mensagem subterrânea da Bíblia dos pobres reside no homo absconditus e implica a abolição de todas as relações sociais onde o homem é um ser explorado, oprimido, deserdado, ofendido, humilhado, estranho a si próprio, desesperado e abandonado. A Bíblia é a religião da utopia humana e, para apreender esta visão herética, o ateísmo no cristianismo, é preciso desteocratizá-la: Deus mais não é do que a idealização hipostasiada do ser humano ainda-não-realizado na sua realidade essencial (Marx) ou, como diz Bloch, a "enteléquia utópica". O resultado da operação de desteocratização da Bíblia é o "transcender sem transcendência": a rebelião radical dos homens solidários contra a opressão e a corrupção conduzida pela esperança de um verdadeiro "ser-outro". Porém, a desteocratização da Bíblia aparece articulada com uma desdogmatização do marxismo. As distinções entre a "corrente fria" e a "corrente quente" do marxismo, entre utopia abstracta e utopia concreta, entre sistema acabado e sistema aberto, permitem a Bloch ultrapassar as fronteiras do pensamento racionalista tradicional que deprecia as formas de pensamento utópico e as rejeita como produtos imaginários de um irracionalismo avesso à triste visão científica do mundo, e, ao mesmo tempo, integrar a tradição positiva das utopias numa visão renovada da filosofia marxista. O conceito de "ortopedia do andar erecto" resume a tarefa de renovar o marxismo: a análise económica e política (corrente fria) deve estar ligada a uma filosofia escatológica da história (corrente quente), a única capaz de realizar uma síntese produtiva entre a teoria e a praxis de emancipação e de exprimir as aspirações profundas da humanidade oprimida. O marxismo enquanto "ciência dialéctica das tendências" deve permanecer aberto às suas heranças culturais e à percepção das potencialidades objectivas da realidade que apontam para o futuro.
A soteriologia de Bloch assenta numa ontologia da possibilidade objectiva, que pode ser esquematicamente reduzida a três enunciados básicos: a realidade é matéria (1), a matéria é possibilidade (2), e a possibilidade está em devir, isto é, em processo (3). A história do homem não é compreendida em termos de evolução, de aperfeiçoamento progressivo e homogéneo da actual situação social, através de mudanças graduais e quantitativas, mas é lida em termos de revolução, de ruptura da ordem estabelecida, que deve ceder o seu lugar a uma ordem inteiramente nova. A realidade é possibilidade processual capaz de se autotranscender para a novidade. A noção de possibilidade de autotranscendência permite a Bloch criticar a perspectiva positivista, segundo a qual a realidade é um facto bruto dado uma vez por todas: a realidade é processo em devir aberto a um futuro novo pela acção de uma potencialidade latente na sua própria urdidura e, portanto, imanente ao próprio processo. A totalidade do real orienta-se na direcção de uma consumação plenificadora: o Novum Ultimum. O processo termina quando alcança esse Novum e começa a existir o Ser numa forma inédita de duração abrigada e protegida de toda a caducidade e de qualquer acidente letal. A história do mundo mais não é do que o laboratorium possibilis salutis. O princípio de identidade (A = A) é substituído por um novo princípio que leva em conta o papel do factor tempo na realidade: "A = ainda não é A", "S = ainda não é P". Isto significa que o sujeito ainda não realizou todas as determinações do predicado: os oprimidos ainda não foram libertos, "os bárbaros calculadores de tudo" (Hölderlin) ainda não foram assassinados, o homem ainda é um estranho para si próprio, a ciência como ideologia ainda continua a "devastar tudo" (Hölderlin), as desigualdades sociais ainda não foram suprimidas, a corrupção ainda não foi eliminada, a democracia ainda não foi realizada, a natureza ainda não se converteu em pátria - a Casa do Homem, enfim, o verdadeiro ainda não é predicado da realidade efectiva. A génese autêntica do real não está no começo, mas sim no fim, quando formos "nós mesmos o sétimo dia da criação" - dies septimus nos ipsi erimus.
Com base nestes pressupostos, Bloch ergue a esperança como princípio do real: a esperança não é aqui um "afecto de expectação", mas sim a determinação fundamental da totalidade da realidade objectiva: a esperança como docta spes é o conhecimento criticamente antecipador que se encontra mediado e combinado com o processo objectivo, no seu movimento dialéctico em direcção à realização plena do seu conteúdo-meta. A esperança não está garantida e, por isso, o desenlace do processo histórico permanece em suspenso até ao final, podendo ser ameaçado por factores anti-utópicos capazes de o conduzir ao Pessimum do Nihil, à negação do ser e do sentido. A esperança garantida é característica da hipótese de um providencialismo religioso que apela ao aval mítico da divindade ou do materialismo mecanicista e determinista, incompatível com a liberdade do homem, o único ser responsável pelo futuro do processo-em-devir. Bloch aposta no Optimum do Totum e não no Pessimum do Nihil: o processo histórico acederá ao Summum Bonum, à pátria da identidade, na qual, após a derrogação de todas as caducidades que segrega para se auto-alimentar e abolidas todas as contradições próprias da actual situação de alienação, o homem será Deus e a realidade produzirá fielmente o arquétipo bíblico da Nova Jerusalém.
A ontologia do ainda-não-ser é acompanhada por uma antropologia do homo absconditus que assume a forma de uma cristologia. Dado não ser um processo determinista ou mecanicista, o processo de génese da realidade precisa de um agente e esse agente é o próprio homem que, graças à sua criatividade livre, conduz a realidade para a meta. A dialéctica sujeito/objecto opera no mundo feito pelo homem: a matéria em processo precisa de um agente do processo, "uma subjectividade que trabalha" e que "se esforça por romper a objectivação e a objectividade", de modo a animar as contradições que surgem na história e a colocar a negatividade ao serviço do possível triunfo do fim último, e este agente está, ele próprio, em processo, porque é um ser que nasce de um parto prematuro: o homem não nasce como ser definitivamente terminado e concluído, tanto ontogeneticamente como filogeneticamente, e, por isso, precisa desenvolver-se e fazer-se a si próprio durante quase toda a sua vida. O destino do homo absconditus revela-se em Jesus do Novo Testamento. Quando se auto-intitula "Filho do Homem", Jesus remete ao Adam Kadman da cabala judaica, isto é, ao Filho do Homem Celestial em contraposição ao Adão-argila do relato javista da Criação. Na expressão "Filho do Homem", está depositado o sonho humano de alcançar no futuro a homoousia, a consubstancialidade homem-Deus. Deus fez-se Homem significa que o Homem se fará Deus: os tesouros que foram atribuídos ao Pai Celeste hipostasiado serão devolvidos ao humanum. Ao recusar a Jesus a homoiousia (a semelhança) com Deus, atribuindo-lhe a homoousia (a consubstancialidade), o cristianismo reclamou para o homem uma prerrogativa revolucionária ainda não sonhada, o cumprimento da promessa da serpente do Paraíso: "Sereis como deuses". O Deus absconditus só é válido enquanto indicação do homo absconditus. L. Feuerbach enganou-se quando disse que o homem é Deus, porque, nas actuais circunstâncias de alienação, o homem ainda não é Deus: o homem será no futuro Deus. A ressurreição, a ascensão e o retorno parúsico de Jesus indicam essa revelação do humano que terá lugar no final do processo histórico, quando o Filho do Homem, vencida definitivamente a anti-utopia por excelência que é a morte, se entronizar num mundo tornado finalmente "o céu na Terra" e manifestar assim a sua condição de único e genuíno Ser Supremo.
E. Bloch dedicou uma longa e profunda reflexão às imagens utópicas da esperança contra a morte, em especial as da imortalidade da alma, da metempsicose, da ressurreição dos corpos, da vida além-túmulo, enfim, da morte como viagem. Assim, por exemplo, o herói vermelho que lutou contra a injustiça e o fascismo sacrificou a sua vida sem a esperança de renascer. Em casos como este, a certeza da comunidade concreta de consciência de classe absorve a questão da sobrevivência individual e constitui um Novum contra a morte: a unidade do individual e do colectivo, isto é, a solidariedade, torna o homem corajoso face à morte. O sacrifício da vida do herói não foi "em vão": lutar contra a opressão e a corrupção é contribuir para a libertação do futuro. A luta por um mundo melhor constitui o início da tarefa de fazer conscientemente a história, rompendo com a pré-história marcada pelo pecado do egoísmo e pela corrupção dos opressores e dos ladrões de colarinho-branco. O vitalismo de Bergson sempre foi criticado pela teoria crítica, mas o seu tema da sobrevivência da alma paira no ar: "Se a experiência (das afasias) estabelece, como o julgamos, que apenas uma pequena parte da vida consciente é condicionada pelo cérebro, concluir-se-á que a supressão do cérebro deixa verosimilmente subsistir a vida consciente". Segundo Bergson, os estudos das afasias permitem distinguir a verdadeira memória dos mecanismos cerebrais de conservação e de repetição, com os quais é confundida. É certo que as experiências psicológicas são condicionadas por lesões cerebrais, mas isso não abona a favor da tese do paralelismo estrito entre o cerebral e o mental: o afásico não perdeu a recordação das palavras, mas a possibilidade de exprimir e de traduzir em palavras as imagens do seu passado. O cérebro não é o lugar onde se conservam as recordações, mas o instrumento da sua actualização, isto é, da sua tradução material.
A filosofia da esperança de E. Bloch confronta-se com o problema da morte, cujas "mandíbulas pulverizam tudo". Bloch defende a perspectiva da "extraterritorialidade" do núcleo existencial frente à morte e à caducidade, expressando a utopia do non omnis confundar: a esperança firme de que o núcleo autêntico do humano ultrapasse a bruta facticidade da realidade na sua figura obscura presente e não se volatilize para sempre com a morte do seu sujeito, mantendo a confiança de que, no futuro, o Ser prevaleça sobre o Nada. Ou, nas palavras de Bloch: "Eu não soçobrarei inteiramente na confusão, isto é, a melhor parte do homem não desaparecerá. A melhor parte do homem, a sua essência definitivamente descoberta, é também o último e o melhor fruto da história". Na obscuridade do instante vivido, cada ser humano acede ao seu núcleo, que, além de ser algo muito próximo do nosso ser, constitui o fundamento fundador: o ser-existência é imediato e é o fundamento do devir, tanto da caducidade do mundo como do futuro. É este núcleo obscuro da existência que impulsiona o processo do devir para a frente e para diante e que supera todas as suas formas de existir. Sendo fundamento da caducidade, ele não pode estar sujeito à caducidade e à morte. Cronos devora os seus filhos, mas não pode devorar o seu filho autêntico, o definitivamente cumprido ou realizado, porque este ainda não iniciou o seu processo, ainda não é, e, por isso, não pode ser afectado pela morte. Possui em torno de si o "círculo protector do ainda-não-vivo": o núcleo existencial é "imortal", porque, como ainda não começou o seu processo de vir a ser, impulsiona o processo de devir. É extraterritorial em relação à caducidade e à morte, no sentido de ser remetido para um eschaton de realização plena. A morte encontra-se apenas no momento da cisão, no qual o ser ainda não se realizou a si mesmo. A meditação blochiana da morte baseia-se nos conceitos de imortalidade da alma e de transmigração das almas, não na sua forma platónica, mas na forma que assumiu nas filosofias de Lessing, Kant e Fichte: a distinção blochiana entre vida e morte como núcleo da existência e casca fenoménica (invólucro) retoma a distinção entre o Eu transcendental, que caminha infinitamente para si mesmo na reflexão, tornando-se imortal, e os fenómenos condenados à mortalidade, através da transformação do sujeito transcendental e da sua conversão num sujeito que se supera infinitamente a si mesmo na esperança. É neste sujeito da esperança que reside o "imortal da consciência revolucionária-solidária": "o imortal na pessoa enquanto é o imortal das suas melhores intenções e conteúdos". A "alma da futura humanidade" aparece antecipadamente na consciência revolucionária. O núcleo existencial conquista-se a si mesmo, negando a história e o seu abismo mortal e, ao mesmo tempo, projectando-se no ainda-não-existente.
J Francisco Saraiva de Sousa

17 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

tenho recapitulado os mestres para lembrar os socialistas do ps das suas origens.

o ps é um partido de esquerda e é como tal que se opõe ao psd - o partido que deu cobertura a corrupção da banca laranja.

diante da corrupção da banca laranja o silencio de manuela ferreira leite é cúmplice.

vota ps. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

ah, fiz uma referencia alargada a henri bergson, porque penso que tem sido estupidamente esquecido.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

alguns homófobos assumidos querem filosofar com o martelo, mas a filosofia é demasiado séria para que possa ser produzida por mentes sexualmente atormentadas. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

ah, não me referia a manuela ferreira leite, a mulher homofóbica, mas aos tarados habituais que andam por ai a dizer barbaridades sobre o marxismo cultural e a psiquiatria. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

bem, o optimismo militante de bloch pode justificar o optimismo de josé sócrates desde que este estabeleça um projecto de futuro para portugal. porque a afirmação do optimismo como traço psicológico em determinadas situações de penúria e de aperto pode ser interpretada negativamente pelos ouvintes. diante do sofrimento o optimismo pode chocar os ouvintes. além disso, pessimismo é diferente de negativismo. o pm pode e deve estudar filosofia... :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

votar ps é exigir uma mudança de atitude a josé sócrates e ele sabe isso, porque, se vencer, não pode cometer os mesmos erros. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

na entrevista dada a judite de sousa, josé sócrates defendeu uma ideia genuinamente de esquerda, demarcando-se claramente das tontices de manuela ferreira leite.

essa ideia é não distinguir entre ricos e pobres no acesso gratuito aos serviços de saúde. a distinção feita pelo pagamento desigual de uma taxa - defendida pela lider do psd - viola o humanismo integral e universal. por isso, sócrates fez bem em denunciar o projecto de privatização do serviço nacional de saúde e da segurança social defendido pela manuela ferreira leite.

aliás, a manuela f leite desistiu de falar da crise, porque o seu projecto consiste em retomar as privatizações que levaram a crise: ela não pensa de todo, não sabe o que diz... é uma velhota tonta e má.

vota ps. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

sim, josé sócrates saiu-se bem do debate com paulo portas na tvi, ate porque paulo portas não tem substancia ideológico - é errático e politicamente leviano.

ah, sobre o debate com a manuela reaccionaria, um dos comentadores diz que sócrates deve ser delicado e não agredir uma idosa. claro que não a vai agredir, mas deve deixar transparecer que está diante de uma senhora caduca e idosa, com um pé na cova, usando a linguagem da expressão facial e a ironia. idade não significa conhecimento. cabe a outros elementos do ps preparar os debates, fazendo eles as críticas mais radicais. o pm deve proteger-se mas sem deixar de lutar com muita ironia. este psd da manuela é deveras reaccionario e conservador e não seduz os simpatizantes esclarecidos do psd.

quanto ao jornalista pipa, o melhor é desprezá-lo até porque tem má cor - não é delicado, é burreco. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

quanto a francisco louça, é citar pascal e trata-lo como um caniço que fala, fala e fala sem acertar no alvo: um irresponsvel político e demagógico. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

ah, esqueci de dar o nome completo do tal jornalista que sofre do fígado - é o pipa da burra. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

coloquei alguns vídeos sobre o ps realizados por aqueles que dizem defender a verdade, quando na verdade defendem o saque dos dinheiros públicos.

francamente, para falar sobre a verdade, este psd precisa saber o que é a verdade.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

o que a manuela ferreira leite entende por verdade? se ela não sabe falar e pensar, como pode dizer que fala em nome da verdade? o discurso da verdade da manuela ferreira leite é um discurso vazio. qual o seu critério de verdade? qual a sua autoridade moral e política? o que entende por verdade? qual a verdade que diz defender? ou pretende impor uma ditadura para ditar a sua verdade? ah, a velha estratégia laranja de esconder a ignorancia por detrás da arrogancia... o psd cavaquista sempre geriu mal as finanças públicas. eles tratam o povo como atrasado e, de facto, quem vota neste psd, é mesmo burreco ou ganancioso. que tristeza de país. :O

a mentira da manuela ferreira leite evidencia-se no modo como diz "piiiiquenas" e médias empresas - uma falsa promessa que não pretende cumprir porque tais piiiquenas empresas não existem... O/

o pipa da burra diz que este psd não é de direita, mas que sabe um jornalista pardacento da vida? que se lixe... :O

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Geralmente, cita-se uma afirmação descontextualizada de Marx sobre a religião - a religião é o ópio do povo, mas logo a seguir Marx esclarece que as criaturas sofredoras depositaram a sua confiança em Deus.

De facto, criticar Deus é uma tarefa estúpida e só os burrecos criticam Deus, quando deviam criticar - ou louvar - aspectos práticos das religiões na sua acção concreta. Deus pode ser a arma de uma revolução fabulosa.

No blogue "Tretas" encontrei esta afirmação espantosa - a religião deve ficar silenciosa em relação a realidade - entregue a ciencia. Esta afirmação é barbara e muito pouco inteligente. Defende um clericalismo cientificista absolutamente intoleravel e totalitario, construido a imagem do dogmatismo que combate - as duas faces da mesma moeda da intolerancia e da repressão. Um horror de pensamento.

A falta de erudição conduz a estes disparates opinativos irracionais, acompanhados por falta de experiência e de bom-senso. :(

J. Maldonado disse...

Admiro imenso Bloch bem como todos os pensadores da Escola de Frankfurt.
Eles ofereceram uma visão dinâmica do marxismo que lamentavelmente foi mal vista pela ortodoxia leninista.
Nos dias que correm há que reinterpretar Marx a fim de se encontrar uma nova visão humanista da sociedade.
Parabéns pelo post.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Maldonado

Sim, concordo que devemos renovar o marxismo, recuperando autores marginalizados pela dogmática que vigorou em nome do marxismo. :/

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

ah, só de pensar na direita manuelista no poder fico arrepiado. :(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

The intention of E. Bloch was development of a philosophy of saving key in order to make a Marxist "meta-religion"That is, a theory and praxis of the fullness of being and meaning, in which man is seen as a God in power. His anthropology takes the form of a Christology and his radical humanism surpasses all other forms of humanism in the direction of a antropoteísmo. Convinced that "the best side of religion is the future," Bloch holds a critical hermeneutics of the BibleIn order to show the existence of a "Bible underground"True Bible pauperorumThe Bible of the poor, whose main body is its "axis non-theocratic". The message of the Bible underground of the poor reside in homo absconditus and implies the abolition of all social relationships where the man is a being exploited, oppressed, deserted, insulted, humiliated, strange to himself, desperate and abandoned. The Bible is the religion of utopia and human, to seize this heretical view, the atheism Christianity, We must desteocratizá it: God is no more than the idealization of hypostatized be human-yet-realized in its essential reality (Marx) or, as Bloch says, the "utopian pipe dream." The result of the operation desteocratização Bible is "without transcend transcendence": the rebellion of radical men in solidarity against oppression and corruption led by the hope of a genuine "otherness". However, the desteocratização the Bible is linked to a desdogmatização Marxism. The distinctions between "Cold Chain"And the"warm current"Marxism, between abstract utopia and concrete utopiaBetween a freshly and open systemAllow the Bloch exceed the boundaries of traditional rationalist who decries all forms of utopian thinking and rejects them as products of an imaginary irrationalism inside to the sad scientific world view, and at the same time, integrate the positive tradition of utopias in a renewed vision of Marxist philosophy. The concept of "orthopedic walking upright"Sums up the task of renewing Marxism: the economic and policy analysis (cold chain) must be connected to an eschatological philosophy of history (the warm), the only way to achieve a productive synthesis between theory and praxis of emancipation and to express the deep aspirations of oppressed humanity. Marxism as a "science of dialectical tendencies" must remain open to their cultural heritage and awareness of the potential of objective reality point to the future.