sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Joseph de Maistre vota em Manuela Ferreira Leite

Dos filósofos políticos, Joseph de Maistre é o único que vai votar em Manuela Ferreira Leite, porque se reconhece no seu discurso anti-democrático e salazarento.
Joseph de Maistre (1753-1821) tem sido retratado de diversas maneiras, mas, como demonstrou Isaiah Berlin, o seu objectivo primordial «foi destruir o século XVIII e seu pensamento racionalista». A sua teoria fundamental afirma que «a natureza tem os dentes e as garras sangrentos, é um vasto cenário de carnificina e destruição».
«No vasto domínio da natureza viva reina uma violência aberta, um género de fúria prescritiva que arma todas as criaturas para a sua perdição comum. Assim que deixamos o reino inanimado, deparamo-nos com o decreto da morte violenta inscrito nas próprias fronteiras da vida. Sentimo-lo logo no reino vegetal: da enorme catalpa à erva mais pequena, quantas plantas morrem e quantas são mortas! Mas no momento em que entramos no reino animal, esta lei revela-se subitamente com a mais aterradora evidência. Um poder violento, ao mesmo tempo oculto e palpável (...), designou, em cada subdivisão principal dos animais, um determinado número de espécies para devorar as outras. Assim, existem insectos predadores, répteis predadores, aves de rapina, peixes predadores, quadrúpedes predadores. Não há instante de tempo em que uma criatura não esteja a ser devorada por outra. O homem está colocado acima de todas essas numerosas raças de animais e a sua mão destruidora não poupa nada que tenha vida». (J. de Maistre)

Esta concepção crua e despida de lentes teóricas, metafísicas, lógicas ou geométricas, da natureza aplica-se também ao homem que, apesar de nascer para amar, é de todos os animais o mais violento e cruel:

«O homem mata para se alimentar e mata para se vestir. Mata para se adornar e mata para atacar. Mata para se defender e mata para se treinar. Mata para se divertir e mata por matar. Rei soberano e terrível, tudo deseja e nada lhe resiste (...). Ao cordeiro (exige) as suas entranhas para fazer ressoar a sua harpa (...), ao lobo o seu dente mais mortífero para polir as suas frívolas obras de arte, ao elefante as suas defesas para construir o brinquedo de uma criança: cobre a sua mesa de cadáveres (...). Mas quem (na carnificina permanente) exterminará aquele que extermina todos os outros? Ele próprio. É o homem o responsável pela chacina do homem (...). Assim se cumpre (...) a grande lei da destruição violenta dos seres vivos. A Terra inteira, perpetuamente embebida em sangue, nada mais é do que um imenso altar, sobre o qual tudo o que vive tem de ser imolado sem fim, sem medida, sem descanso, até à consumação das coisas, até à extinção do mal, até à morte da morte». (J. de Maistre)

A guerra é divina e, como tal, constitui a lei do mundo. Se quisermos compreender o comportamento humano, devemos abandonar as teorias racionalistas e procurar a sua explicação no domínio irracional. O cálculo racional não ajuda a vencer as guerras, ideia usada recentemente por Bauman para explicar o holocausto, porque a razão não é a grande soberana dos acontecimentos. Contra o racionalismo predominante no seu tempo, embora exibindo tonalidades diferentes mas francamente optimistas, J. de Maistre defende três teses deveras obscurantistas e claramente antidemocráticas:

1. A única coisa capaz de dominar sempre os homens é o «mistério impenetrável», que Maistre coloca no lugar da razão e do conhecimento emancipador.

2. A única maneira de obrigar os homens a viverem em sociedade é impedi-los de questionarem: a ignorância é colocada no lugar da educação e da formação cultural.

3. A única maneira de manter os homens silenciosos e em condições de não-liberdade é através do terror. J. de Maistre é contra qualquer tipo de liberdade. Todo o poder depende do carrasco. Ele é o terror da sociedade humana e o elo que a mantém unida. Estranha e terrível noção de «contrato»! Não admira que Émile Faguet afirmasse que o cristianismo de J. de Maistre era o «cristianismo de terror», colocado ao serviço da monarquia e da autoridade papal, contra a corrente emancipadora da História. Também Miguel Unamuno refere-se ao seu «matadouro», onde os homens se auto-imolam para fundar a sociedade, obedecer ao poder divino do monarca ou do papa e cumprir o seu desígnio divino oculto, ao serviço não deste mundo mas de outro mundo impenetrável.

Curiosamente, talvez por influência de Unamuno, Guerra Junqueiro fala frequentemente de «matadouro» para designar a vida social e política portuguesa. A verdade é que a visão desapaixonada da natureza e do homem de Maistre não pode ser facilmente descartada, embora o seu misticismo obscurantista possa ser anulado: a violência humana é evidente. Em termos contemporâneos, J. de Maistre é um fascista extremamente reaccionário que aconselhava o terror como meio de dominar os homens e mantê-los ignorantes, passivos e submissos. A sua teoria opõe-se frontalmente à democracia e, de certo modo, mais ao menos disfarçada sob formas mais ténues de violência, continua a ameaçá-la de morte. A corrupção é uma versão moderada dessa teoria fascista que, sem recorrer ao terror evidente, cumpre os mesmos objectivos visados pelo poder tal como formulado por Maistre. As forças subterrâneas antidemocráticas ainda estão presentes nas nossas democracias ocidentais. Convém nunca esquecer isso, se não quisermos regressar à idade do Terror. Protege-te do terror e da ignorância: VOTA no PS e em José Sócrates.

J Francisco Saraiva de Sousa

12 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A Manuela Ferreira Leite está tão desesperada que diz que, depois da vitória, José Sócrates vai calar todos. Mas quem a vai calar de vez é o povo nas urnas: o voto dos portugueses vai calar a MFLeite, dando a vitória ao PS e a José Sócrates. Oh, Manuela cala-te, não digas tantas asneiras!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, diz que as pessoas temem dizer o que pensam nas sondagens. Meu Deus, todo este discurso é lunático e deveras louco.

Protege-te da loucura, votando no PS! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Até o Pinto Balsemão na sua extrema miopia política apela para uma maioria do PSD! O homem quer engordar mais com a ajuda do Estado da MFLeite! O PSD já fez grandes estragos neste país. Chegou a hora de dizer basta de mentiras laranjas! É preciso concentrar os votos no PS e dar-lhe uma maioria deveras confortável. PSD nunca mais - jamais! Enterremos o PSD geriátrico de vez! A direita que vote no PP e a esquerda no PS! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Os jogadores de la merde do Sporting fizeram sistematicamente anti-jogo - a equipa que na Europa é humilhada, envergonhada, vencida, em Portugal joga agressivo e com manha ordinária. O Sporting é uma vergonha - não vale nada.

O FCPorto venceu estes animais.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A merda dos comentadores desportivos lisboetas fazem a apologia do Sporting, mas no Porto quem manda são os portuenses.

É preciso que os portuenses interiorizem que quem manda no Porto são os portuenses e os portistas: aqui os lisboetas são meros estranhos e, se abusarem, devem ser punidos. É preciso unidade para expulsar esses animais.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O Sporting acabou de ser amaldiçoado e vai mergulhar nas trevas. Lisboa está amaldiçoada! Maldita sejas Lisboa!

Um dos porcos dos comentadores diz que o resultado "justo" seria o empate. Ora, esse bebado, além de ser um atrasado mental, é um fracasso. Só numa Lisboa porca e medíocre tem emprego; no mundo seria um marginal. Malditos!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O Norte deve unir-se e amordaçar estes burrecos lisboetas; caso contrário, será explorado e espoliado para alimentar esses animais burrecos.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, devo dizer que nem sempre concordo com o Jesualdo Ferreira quando comenta os jogos. O Sporting não é uma "boa equipa", porque, se o fosse, não seria sistematicamente humilhada na Europa e jogava limpo, não jogava anti-jogo como faz com o FCPorto, partindo a cabeça do Falcão e deixando-o a sangrar. O Sporting mais parecia uma manada de bois a dar cornadas! A verdade deve ser dita - o Sporting não presta e não tem orgulho! Tentar vencer com anti-jogo é muito imoral e vergonhoso! Uma equipa que joga sujo e que acredita na sua sujidade não merece respeito!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Os portuenses devem unir-se em torno do FCPorto e lutar com armas nas mãos pela sua autonomia total! Viva o Porto!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Com estas manhas lisboetas, o principal prejudicado é Portugal: Lisboa e a sua burrice saloia desgraça Portugal! Lisboa é o fracasso total!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Paulo Bento deve assumir a sua estupidez e não culpar os árbitros pelos seus fracassos - essa conversa começa a meter nojo.

Em Lisboa, os fracassos nunca são fracassos e, como continuam, condenam tudo ao fracasso. Só o burreco da Sic defende Paulo Bento: os vencidos fracassados protegem-se mutuamente. O Sporting foi efectivamente uma vergonha!

O certo é que o FCPorto é a única equipa que goza de prestígio internacional: o mundo não admira fracassados, tais como o Sporting e outros que são humilhados na Europa!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O jornalismo português que se faz em Lisboa é uma merda que atrasa e intoxica o país: uma grande parte do atraso de Portugal deve-se a estas lesmas do jornalismo lisboeta-saloio e provinciano. Enquanto não houver saneamento jornalístico, Portugal continua a ser envenenado e muito distante do mérito. Lisboa não tem mérito; é corrupta, porca, ordinária, vulgar, venenosa, medíocre, mentirosa, incompetente, vergonhosa, enfim um monstro deformado.