terça-feira, 11 de março de 2008

Prós e Contras: Rei ou Presidente?

A sociedade portuguesa «é a sociedade organizada para o mal. Os refractários eliminam-se. Ou aplaudir e ser cúmplice, ou protestar e ser vítima.» «A filosofia da vida dum tal regímen é a filosofia do porco: devorar.» «A tirania do Sr. D. Carlos procede de feras mais obesas: do porco. Sim, nós somos os escravos dum tirano de engorda e de vista baixa». (Guerra Junqueiro)
Hoje (10 de Março de 2008), Fátima Campos dedicou o seu programa "Prós e Contras" ao tema: República ou Monarquia?, Ética republicana ou ideais monárquicos? Do lado monárquico, tivemos
Paulo Teixeira Pinto, Presidente da Causa Real, coadjuvado por Ribeiro Telles, e, do lado republicano, António Reis, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, secundado por Medeiros Ferreira. Na audiência estavam outras "ilustres" "personalidades monárquicas e republicanas, como lhes chama a "ilustre jornalista", provável candidata a um título de Estado ou, a avaliar pelo que disse no final, a um título nobiliárquico.
Este debate alargado a um conjunto de "personalidades monárquicas e republicanas" visava esclarecer o que divide hoje os dois regimes, levando em conta as experiências europeias, mas à custa de um terrível ocultamento ideológico, não só do sistema de corrupção nacional, mas sobretudo dos interesses cada vez mais evidentes de muitos elementos do luso-sistema sediado em Lisboa. A identidade e a unidade nacionais seriam gravemente postas em questão se o referendo proposto por Teixeira Pinto fosse realizado. A cidade Invicta seria a primeira a rejeitar a monarquia e muitas outras segueriam o seu exemplo.
Na verdade, já não deve existir nenhum português do tempo da monarquia: todos os portugueses são republicanos por nascimento, a pátria portuguesa é republicana e a questão da monarquia não divide os portugueses. A "comemoração não-oficial" do regicídio, de resto um "acto libertador", no sentido que Hannah Arendt dá a este termo, e não um crime, como foi sugerido pela Direita, foi um dos sinais dessa pretensão ilegítima a títulos vitalícios ou, pior ainda, a continuidades hereditárias, por parte dos "responsáveis políticos" pela miséria nacional, de modo a garantir, através de um golpe de estado à actual Constituição da República Portuguesa, o futuro de determinadas famílias: as "endinheiradas", como diz o povo português cansado de ser enganado e explorado.
A teoria crítica é, por essência, a arma do esclarecimento e do pensamento não-resignado: revela a realidade para orientar uma praxis transformadora e essa realidade revelada pode ser acessível sob a forma de cinco teses que passo a enunciar:
Tese 1. O problema verdadeiramente preocupante de Portugal é a corrupção, ou seja, o sistema que privilegia o interesse privado em detrimento e à custa da "res publica" ou do interesse nacional. O ideal do 25 de Abril foi traído pela emergência de novas classes dirigentes que abusaram da democracia e do património público para enriquecer. O sistema nacional de favores delapida os bens públicos, enriquece os privados e empobrece os portugueses. A democracia tornou-se uma plutocracia cleptocrática simulada.
Tese 2. Por definição, a corrupção ameaça a própria república e a democracia: A República Portuguesa está profundamente em crise e em risco, simplesmente porque os detentores de poder o usam para satisfazer os seus interesses privados e corporativos em detrimento do interesse comum. O «mundo comum» (H. Arendt) tornou-se o mundo de uns poucos, os corruptos que roubam impunemente os bens públicos e de diversas formas, uma das quais é a estipulação dos seus elevados salários, regalias e reformas. Até mesmo os bancos privados não escapam a este roubo, como mostrou Joe Berardo.
Tese 3. Os corruptos já abusam do poder para «engordar», como dizia Guerra Junqueiro em relação ao Rei D. Carlos, e controlam a continuidade do seu poder recorrendo à hereditariedade: os concursos públicos ou mesmo privados, salvo raras excepções, são uma farsa nacional. Estão sempre-já decididos: o "princípio da linhagem" constitui o único critério, ou melhor, o anti-critério. Recorrendo a Sartre, poderíamos encarar estas ladras figuras nacionais como o "anti-humano". Eles querem é engordar à custa do emagrecimento do povo que se deixa escravizar por esta tirania de engorda.
Tese 4. Como sempre tem sucedido ao longo da "história dos opressores", os corruptos nacionais pretendem legitimar a sua pretensão abusiva ao privilégio hereditário recorrendo a diversos «valores adulterados», alguns dos quais a família maquiavelica e hipocritamente vista como "espaço de afectos", a pátria encarnada em figura humana, neste caso a figura do rei, a terra, o sangue, enfim a garantia do futuro, supostamente ameaçado pela globalização. Mas o futuro de quem? Do povo português? Não se trata efectivamente do futuro do povo, mas do futuro das suas famílias, das suas terras, bens e capitais, do seu sangue e do seu imenso "sistema de lealdades".
Tese 5. Este conjunto de teses que não pretendo desenvolver novamente reconduz-nos ao problema colocado noutros posts, em especial nestes Corrupção e Ideologia Sem Nome, Portugal: O Reino das Máfias do Poder e Notas sobre Burocracia. Estranhamente, até Oliveira Salazar tornou-se neste programa um aliado da causa da Esquerda parlamentar, dado ter sido o coveiro da pretensão da monarquia. Afinal, Salazar não era atrofiado da mente! Estas classes temem a igualdade de oportunidades e o regime do mérito, porque sabem ser "burrecas".
Apelo a todos os portugueses: Abram os olhos e lutem por um futuro liberto da corrupção que nos condena à miséria, ao sofrimento e à humilhação! Não queiram escutar mentiras ou falsas promessas. Não sigam o caminho mais fácil. Exijam liberdade e justiça. Sejam corajosos e recusem o sistema. Digam não à questão da monarquia, esse regime que preenche a agenda dos mass media com histórias de sujidade e degradação da vida sexual, que, uma vez implantado, obriga-nos a aturar eternamente os nascidos dessas ligações sexuais mediatizadas, negando a igualdade perante a lei, a igualdade de oportunidades, enfim a limitação dos mandatos. De resto, partilho quase todos os argumentos avançados pelos republicanos, desde que vistos no âmbito desta hipótese e sem afirmar que a ética dos dois regimes é idêntica, porque a ética do republicanismo é uma ética da liberdade, enquanto a ética da monarquia é uma ética da desigualdade. Como ideólogo dos ideais da república, Guerra Junqueiro soube sabiamente distinguir as diferenças entre os dois regimes e mostrar a superioridade da república sobre a monarquia.
J Francisco Saraiva de Sousa

25 comentários:

E. A. disse...

Bom, antes de mais, n percebi a pertinência do mote para o debate.
Os defensores da causa monárquica parecem-me como a "confraria dos produtores e amigos do queijo da serra", que se juntam para jantar uma vez por mês e tentam defender e promover algo morredouro.
De seguida, tb me parece que o que distingue uma monarquia de uma república é respectivamente a desigualdade e igualdade de oportunidades de poder, como assinalou o F., e, de facto, n há muito mais para dizer e escarafunchar, daí que o debate ainda se tornou mais monótono: os monarcas alegavam os exemplos de monarquias bem sucedidas, os republicanos os ideais da revolução francesa... e assim... over and over again...
Mas, uma coisa caricata, ou pelo menos, uma coisa que debaixo de tédio me fez rir: alguém disse que os portugueses têm "instinto para a monarquia", algo semelhante, que seria o mesmo que dizer que são um povo que gosta de prestar vassalagem, de baixar as calcinhas e ser tomado.
Enfim... deixo o meu apelo à sr.ª Fátima Campos e sua equipa que, qd n tiver ideias para o programa, que tire férias...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Bom Dia Papillon

De facto, ninguém percebe a "pertinência" deste debate! "Instinto para a monarquia": os tugas são submissos para arranjar alguma coisa, mas vão mordendo nas costas! Já ninguém viveu na monarquia! E esquecem as histórias terríveis das monarquias ao longo do tempo.
Faltava-nos esta: um monarca, um reino e a sua "nobreza". Não chega os títulos usados indevidamente!
Que tristeza de país! Uns amigos aqui insultam a Fatinha, a quem chamam a Baronesa! :)))

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ontem estava já com sono para desenvolver o tema, sempre o MESMO. Mas há uma ideia que captei: esta pretensão monárquica é uma reacção ultraconservadora e saudosista à globalização, à União Europeia, à democracia..., além de procurar legitimar interesses escuros. Uma vez "eleito" o rei, vinha a seguir a Cristandade. Até o Teixeira foi citado como sendo "Padre"... São os euros a pensar em vez dos neurónios! :)

E. A. disse...

O Teixeira Pinto é da Opus Dei...Os monarcas apresentam-se como o baluarte dos valores ocidentais que ainda resiste, face à promiscuidade da globalização. Aliás, é típico de direita. Enfadonho... sempre o mesmo...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Opus Dei: o termo diz tudo! Intolerável na democracia e é usado para ter acesso aos cargos públicos e privados! Corrupção! Má genética: a hereditariedade dos maus lusogenes! :(

Manuel Rocha disse...

Confesso que lhe admiro o sentido de sacrificio com que se sujeita às estopadas tipicas desse tipo de programas ...:))

Experimente a fazer como eu: erradique a "caixa que mudou o mundo" da sua vida e vai ver que ganha imenso em liberdade ....))

No seu texto faz uma reflexão curiosa quando dá ao regicidio um valor simbólico libertador. Nada contra. Mas não consigo deixar de reflectir que o tipo de "atentado suicida" então perpretado e hoje "branqueado" foi, por exemplo, há dias repetido em relação à Sra Benazir, perante a condenação geral.
Entretanto, como kadafi já foi perdoado pelo que sucedeu na Escócia, será legitimo questionar quando sucederá o mesmo ao Sr Laden ?
É por este tipo de razões que acho que há comportamentos concretos que não podem ser relativizados em função das suas causas ou nobreza dos designios.
O regicidio em Portugal, as decapitações em França, o "abate" da familia imperial russa, ou o enforcamento do Sr Hussein, são actos de cobardia homicida. Acho bom não perdermos isso de vista sob pena de as relativizações nos conduzirem em derivas sem regresso da condição racional que reivindicamos.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Manuel

Não sei se consigo viver sem a "caixa que mudou o mundo", não porque seja viciado, mas porque sou curioso. De resto, vejo muito pouco TV.
Os tiranos e ditadores não merecem pena ou solidariedade. Afinal, quantas pessoas condenaram à morte ou à miséria?! Os cromos que menciona foram homicídas com "legitimidade"? Não defendo o homicídio como arma política, mas também não lamento a morte desses tiranos, com excepção daquela que não era ditadora. Realismo político! Mas lamento o sofrimento e a humilhação em que vive a maior parte da população mundial. Os responsáveis têm rostos...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Contudo, essa "pureza de sentimentos" que condena as "mortes políticas" é muito ideológica: os abusadores do poder sabem difundir a ideologia que os protege e lhes garante impunidade. E, num tal mundo pacífico, não há mudanças sociais... Nós herdeiros de Platão, Maquiavel ou Marcuse somos mais realistas e pragmáticos... A nossa solidariedade é para com os humilhados e ofendidos! Viva a República!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Para clarificar a "adulteração dos valores", vou, nos próximos posts, recorrer às obras de juventude de Herbert Marcuse. A corrupção e o abuso de poder não podem ser justificados!

E. A. disse...

Sim, basicamente: há alguns meios que justificam os fins. Mas as circunstâncias destes fins devem ser bem conjecturadas, para n haver desgraças maiores. É difícil pensar e ensinar esta excepção.
Espero pelo "seu" Marcuse. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Marcuse e Merleau-Ponty defenderam que, em determinadas circunstâncias, um fim que visa a libertação justifica esses actos.
A Papillon é dura: nice girl! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O Vaticano considera a corrupção como um NOVO PECADO! Giro....

E. A. disse...

Exacto os fins é que justificam meios... disse ao contrário! You got me! :)

É, a Igreja na sua "vita contemplativa" tem ignorado os "novos" pecados...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Papillon

Hoje estou sem ideias! Agora vendo um jogo da liga fiquei triste a pensar que o FCPorto devia lá estar!
Achei graça à reacção de algumas pessoas aos novos pecados: muito laicos! Bem, agora o Papi vai organizar um big congresso sobre evolução. Faltava o criacionismo vaticano. O outro pede "desculpa" a Galileu, este vai excomungar Darwin! Idade das trevas! Darkness ou Darkalliance? :)

E. A. disse...

Papi sou eu. Cometo alguns pecados, mas cada vez menos.

Esse tema do criacionismo vs. evolucionismo é uma constante no blog De Rerum Natura.
N há Idade das Trevas da Igreja, porque nunca houve Idade da Luz:
O inventor químico ou físico é sempre um Prometeu. Não há grande invenção, desde o fogo ao voo, que não tenha sido tomada como um insulto por algum deus. Mas se qualquer invenção química e física é uma blasfémia, qualquer invenção biológica é uma perversão. Dificilmente há uma que, quando noticiada pela primeira vez a algum observador de uma nação que a desconhecia, não apareça como indecente e contra-natura.
Haldane

E. A. disse...

Duas notícias interessantes.

Uma aqui e outra aqui.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Hummm, já editei o padre gay insaciável mas retirei. Um tema relacionado? Ok, vou ver... :)

E. A. disse...

Por falar em padre, o D. José Policarpo disse que "os professores são mais importantes que os políticos e os financeiros para o futuro de um país". 100% de acordo. Daí a emergência de mudança!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Dos professores? Sim, concordo...

Lux Caldron disse...

Caro J Francisco Saraiva de Sousa, Queria aqui rebater alguns pontos deste post.

Começo por por contrariá-lo quando diz que a cidade invicta seria a primeira a rejeitar a monarquia. Tenho sérias dúvidas que assim fosse. Historicamente o Porto foi sempre muito mais reticente à república do que por exemplo Lisboa recusando-se a aceitá-la mesmo depois, e durante largo tempo, da queda oficial da Monarquia.

Quando diz que já não existe nenhum português do tempo da Monarquia, sim é provável que hajam já poucos tendo em conta que a republica foi instaurada há cerca de 98 anos, ainda assim convivi durante largos anos com o meu bisavô que era do tempo da Monarquia e sempre me contou muitas histórias. No entanto entre essas histórias do "tempo em que ainda havia Rei", como ele dizia, não havia queixas de uma vida desigual e de injustiças, como seria de prever por aquilo que nos é enfiado pela cabeça dentro...

Fala numa "comemoração não-oficial" do regicídio? Não considero que haja algo a comemorar e por certo não considero que um assassinato, seja de que forma e sobre quem for, possa ser um "acto libertador" mas sim, e sempre, um crime, principalmente quando é no sentido de uma mudança que não é de todo da vontade da maioria do povo. Nas últimas eleições antes do Regicídio, sim porque nessa altura já haviam eleições democráticas, ao contrário do que aconteceu num longo periodo da república, o Partido Republicano tinha obtido, salvo erro, cerca de 7% dos votos dos portugueses.

Fala em pretensão a títulos vitalícios e continuidades Hereditárias? Mas não saberá então que titulos e propriedades foram alvo de variadas confiscações no início da primeira república e enriquecendo vários republicanos?

Fala que o ideal do 25 de Abril foi traido pela corrupção e por um grupo emergente de dirigentes políticos que se aproveitaram do património público para enriquecer e que os detentores do poder o usam para satisfazer interesses próprios, é verdade, mas isso só prova que o sistema político instaurado nesta república está longe de ser perfeito. Será que esta situação não será ainda mais agravada pela falta de um chefe de estado imparcial que ajude a contrariar o ciclo viciado que está instaurado na politica actual, ao invés de alguém que pertenceu a esse mesmo ciclo político?

"Os corruptos usam o poder para engordar, dizia Guerra Junqueiro em relação ao Rei D.Carlos". Os concursos públicos ou privados são uma farsa... Não serão assim também agora? E será que isso é a realidade existente em outras Monarquias parlamentares existentes pela Europa fora? Não pretendemos nunca voltar ao passado medieval mas sim olhar para o futuro pensando inovadoramente e vendo os bons exemplos que temos.

O Futuro do povo português estará em risco por causa de uma possivel mudança para a Monarquia??? O Futuro já está em causa hoje, é preciso uma mudança que dê coragem ao povo para se mobilizar, já que este se acomodou e desistiu há muito desta república.

Diz que Salazar surgiu no debate como aliado da esquerda (em primeiro lugar a Monarquia abstrai-se de direita ou esquerda, não é exclusiva de nenhuma e deve estar presente em todos os sectores da vida pública, já que um Rei não deve ser envolvido no jogo político mas sim ser o seu árbitro) e não era completamente atrofiado da mente??? Se há coisa que Salazar nunca foi é atrofiado da mente e se foi o "coveiro da pretensão da Monarquia" foi por ver nela uma ameaça ao seu poder. Salazar só aceitaria a Monarquia se fosse ele o Rei!

Acabo com um apelo aos portugueses: "Sejam corajoso e rejeitem o Sistema". Não vão em promessas de liberdade num regime que só defende a igualdade numa realidade utópica que não existe. Na prática a república está longe da "liberdade, igualdade e fraternidade".

No fundo, em república, "somos todos iguais mas uns são mais iguais que outros".

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Caro Lux Caldron

Sou republicano e não vejo como a monarquia possa fazer face ao mundo global e à União Europeia, além de violar a liberdade e a igualdade. Também não necessito de símbolos familiares hereditários. O Porto é republicano! Portugal é uma república! Em 2005, numa sondagem, 12,5% disse que desejava a monarquia, a maioria era republicana. No Brasil, 2% ou pouco mais era a favor da monarquia. Carta fora do baralho!

Lux Caldron disse...

Caro J Francisco Saraiva de Sousa

Como já lhe respondi no meu bolg também respeito a sua posição mas também ainda nenhum republicano me conseguiu fazer ver as vantagens deste regime, principalmente quando está provado que na prática não existe a suposta liberdade que defende. As diferenças sociais existem e estão bem presentes nesta república e não vejo como a república possa fazer frente a isso, pelo contrário também não considero que a monarquia as pudesse agravar...

Não contesto os seus números que apresenta embora acredite que depois do debate em causa eles possam ter mudado, pois penso que só apresentando os nossos argumentos poderemos chegar à enormidade de portugueses que pura e simplesmente nunca pensaram a questão e dizem-se republicanos porque sim. Por isso eu acho necessário o referendo. Considero que dificilmente o poderiamos ganhar já, mas seria uma séria base de partida para o debate que até ao último "Pós e Contras" era praticamente inexistente na comunicação social embora a troca de argumentos na internet já seja uma realidade desde há a uns anos.

Recordo que outros assuntos alvo de referendo no nosso país foram negados à partida e eram impensáveis e só com a troca saudável de ideias e opiniões foi possível que o não passasse ao sim, e assim terá de ser com a causa monárquica.

Também não compreendo o receeio que os republicanos têm de levar ao povo esse referendo. Se defendem a liberdade de escolha do povo porque lha negam?

Abraço

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Caro Lux Caldron

Respeito, como já lhe disse, a sua posição. Não vejo como a monarquia possa ajudar a combater as desigualdades sociais e outros problemas sociais. O poder detido eternamente por uma família (real) restringe a democracia, mesmo que não governe, e o resto como pode ajudar? Por exemplo, o problema número um: a corrupção.
Abraço

Lux Caldron disse...

Sinceramente podia retribuir a pergunta... Mas não considero que a corrupção e outros males humanos sejam da responsabilidade de uma monarquia ou república. Acho que é um mal da sociedade e que não há muito que um Rei ou Presidente da República possam fazer a não ser estar atento e tentar controlar os tráficos de poder envolvendo o governo ou os partidos. Continuo a achar que um Rei seria muito mais imparcial nessa luta que alguém que já passou pelos partidos...

No entanto defendo a divisão e independência de poderes, logo a luta contra a corrupção é da responsabilidade do Ministério Público, dos tribunais e demais entidades investigadoras.

Abraço

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Lux Caldron

Viva Portugal!

Outro abraço